quinta-feira, 31 de março de 2022

DOS OUTROS | ESPANHA |«BÓNUS CULTURAL JOVEM» |«El nuevo programa de ayudas tiene como finalidad revitalizar y dinamizar el sector cultural en España, reduciendo el impacto negativo causado por la pandemia, así como generar entre los jóvenes el hábito de consumo de productos culturales»

 

 

Veja no site do Ministério da Cultura e Desporto de Espanha


 

 
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É sempre um regalo visitar o espaço da CULTURA  no site do Ministerio de Cultura y Desporte da nossa vizinha Espanha - ah, como invejamos (inveja boa) aquele espacio de igualdad -,  e ao mesmo tempo uma tristeza: mostram-nos o que nós podíamos ter e não temos ... Algo que no nosso País merece ser criado  - JÁ. Ou seja, se temos um Ministério da Cultura, queremos um site do Ministério da Cultura. Somos uns clássicos. Mas estamos abertos a variantes mais «modernaças» ... O que não se pode é ficar para as calendas. E não tem que se começar do zero, mas quase ... Outro site da nossa estimação é este: Ministère de la Culture.
 
 
 

quarta-feira, 30 de março de 2022

«LET THEM TALK | conversa com André Teodósio»




«Projecto apoiado pelo Ministério da Cultura/Garantir Cultura. Em parceria com a galeria Sá da Costa e revista UMBIGO MAGAZINE. Apoio de SELF-MISTAKE, DuplaCena, Latoaria e MOMO. LET THEM TALK é um projecto artístico de vídeo com concepção e direcção de Victor Jorge, no qual se realizam conversas com artistas ligados ao teatro, dança e performance». Saiba mais.
 
 

terça-feira, 29 de março de 2022

DIZ O PRÓXIMO MINISTRO DA CULTURA QUE «GOVERNAR DEVE SER UM EXERCÍCIO DE PEQUENOS PASSOS. DEVE RESULTAR DE UMA APRENDIZAGEM»| tomado à letra haverá quem sinta vontade de devolver os seus diplomas às escolas de gestão onde se formou e deixe de seguir autores de politicas públicas de referência


 

 Expresso 25 MAR 2022

Pois é, estamos em crer que haverá quem ao ler o ARTIGO DE OPINIÃO acima fique inquieto. Mas até se deixaria passar se o autor não estivesse  indicado para ser Ministro da Cultura - bem sabemos, «opiniões há muitas» e elas alimentam colunistas...   E há ali princípios, digamos, de bom senso com que facilmente se está de acordo:  não começar do zero; ter em conta a experiência dos trabalhadores; não ignorar «a sabedoria das multidões»; gerir por aproximações sucessivas;  ... Em especial para o nosso País afigura-se «criminosa» a maneira como se não tem considerado o contributo que generosamente nos vem dos profissionais da cultura e das artes. E das organizações representativas. E provenientes dos Partidos das oposições. E assim que bem que nos soa isto: «Não há boa governação com desconfiança face aos funcionários públicos e sem capacidade de auscultar aqueles a quem as políticas se dirigem».    Mas governar não é matéria de opinião. E para quem acredita na ciência, na técnica, e no treino, - e, sim, também na intuição -,  muito do que é defendido no artigo do próximo Ministro da Cultura «não cola». Não adere  ao que se aprende «na escola», não vai ao encontro das referências recomendadas para «benchmarking», ao que adiantam organizações mundiais na esfera da gestão pública e do setor cultural - da UNESCO ao G20. Não tem, afinal, em conta «aqueles a quem as políticas se dirigem».  Densificando, ao mesmo tempo: haverá áreas em que se pode ser incremental; outras a exigir medidas de choque. Isto é, em paralelo: temos de ter um Plano de Desenvolvimento para o Setor da Cultura e Planos de Curto Prazo. E mesmo Plano de Emergência dada a situação miserável em que nos encontramos em muitos domínios de intervenção.  Onde seja tratado com autonomia o «SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA» e as designadas «INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS», a bem dos dois «subsetores». 

E se bem lemos o artigo de opinião, o próximo Ministro da Cultura não tem consciência da dificuldade que vai ter em fixar um PONTO DE PARTIDA para o seu «mandato». Parece desconhecer que o aparelho central  da administração pública foi escangalhado e que o Partido Socialista não foi capaz de refundá-lo e que continuamos a sofrer da herança da Troika: e o Ministério da Cultura nos últimos anos foi uma ficção... E depois veio a pandemia. 

Terminemos por agora com o diagnóstico dos insuspeitos G20:  «(...) De acordo com o G20, (...), a cultura é um forte instrumento para assegurar uma recuperação rápida tanto no que diz respeito aos valores que irão sustentar a regeneração no pós-pandemia, quanto no tocante ao papel dos setores criativos da economia na criação de novos empregos e oportunidades. (...)». E com as palavras do deputado João Oliveira,  que hoje terminou as suas funções no Parlamento, mas a  competência continua:(...) rever o modelo de apoio às artes e de uma vez por todas assumir que as responsabilidades do Estado possam ser cumpridas sem recurso a concursos de distribuição de apoios tal como acontece  com as Escolas, os Centros de Saúde ou outros serviços públicos (...) porque as escolas e os centros de saúde também não disputam o financiamento entre si, também não participam em concursos para serem financiados. Por que é que o SERVIÇO PÚBLICO CULTURA não há-de ser assumido com a mesma dignidade e o mesmo método que os outros serviços públicos? (...). Ainda,  estas palavras de relatório recente da Unesco: «Emergiu um paradoxo básico: as populações têm cada vez maior acesso aos produtos e conteúdos culturais, mas, ao mesmo tempo, aqueles que criam arte e cultura têm cada vez mais dificuldade em trabalhar».

 

sexta-feira, 25 de março de 2022

EM HOMENAGEM A GIL MENDO

 



 

Morreu GIL MENDO. Aumenta a tristeza que nos últimos dias está a marcar o setor da cultura no nosso País. As noticias da sua morte assinalam isto: «Pertenceu à Comissão Instaladora do Instituto Português das Artes do Espetáculo, do Ministério da Cultura, entre 1996 e 1998, e, de 1998 a 2001, foi Coordenador do Departamento de Dança». Aqui, no Elitário Para Todos, há quem tenha testemunhado a sua energia serena nas transformações que se buscavam para a DANÇA naquela altura, e com as imagens acima queremos ajudar a lembrar das atividades em que Gil Mendo, com outros, esteve envolvido  e assim a nossa pequena homenagem.

Em particular uma lembrança de conversa sobre assunto que pouco ou nada se vê discutido: o tempo que as organizações das artes, e cada um dos seus protagonistas individualmente, necessitam para se irem atualizando ao longo dos seus percursos profissionais. E até se falava  de «licenças sabáticas» sem perda de financiamento. Antes pelo contrário. Até porque as organizações das artes fazem parte daquelas que verdadeiramente aprendem com as suas experiências, e depois sabem como ninguém disseminar o que descobrem e com isso todos nós aprendermos. O próximo Ministro da Cultura até poderá estar especialmente preparado para entender e ampliar isto que acabamos de dizer ...E concretizar.

 

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Veja aqui


NOTÍCIAS BOAS | «Berggruen Institute Announces Antonio Damasio as Chair of Jury for Berggruen Prize for Philosophy and Culture»

 

 

Saiba mais.

 

 

quinta-feira, 24 de março de 2022

XXIII Governo

 

 

A procissão ainda não saiu do adro, mas «a quente» e de forma leve, olhando para as primeiras páginas dos jornais, a propósito do XXIII Governo, já nos ocorreu isto: há um bom efeito, vamos ficar com um «comentador-turbo» a menos o que não é despiciendo; haverá no Governo quem entretanto já esteja certo que faz sentido que o PRR  (Plano de Recuperação e Resiliência) contemple a CULTURA, sendo que no início, quando o setor o reclamava,  tivesse dúvidas. Adivinhe quem será o ministro. Mas olhando bem, outra  intervenção se justificaria ..., talvez ainda  se possa corrigir; e haverá no Governo quem se vá confrontar com a realidade e concluir que um sistema de Políticas Públicas, qualquer que seja a área, é mais do que um somatório de «papers» académicos de sociólogos ...

Mas é claro, BOA SORTE para o Governo no seu conjunto, e para o Governante da Cultura em particular...


quarta-feira, 23 de março de 2022

LEMBRAR|«Cultura y condiciones laborales de los artistas»

 






«Carta aberta ao próximo/a ministro/a da Cultura»

  

 Daqui, do jornal Público.mas que lemos na versão impressa:




Mais uma vez sugestões para a Administração da Cultura por parte do Aparelho Estatal Central. Não percamos a esperança, pode ser que desta vez o destinatário  - será mais o Governo  do que Ministra/o da Cultura - acolha o que lhes é oferecido, digamos,  via «Pro bono». Por dois antigos Governantes da Cultura: Rui Vieira Nery e José Sasportes.  Mas, até prova em contrario,  vai acontecer como no passado: ignoram! Do género: mas ninguém lhes «encomendou o sermão» ... Vá lá, pensem melhor e reparem no que está escrito na Carta Aberta. Façam-no devagar porque a nosso ver vale a pena e está tudo muito claro. Ou seja,  não precisam de encomendar nenhum estudo «pela primeira vez» para interpretarem ... É só fazer!



segunda-feira, 21 de março de 2022

NO DIA MUNDIAL DA POESIA | Lembremos Gastão Cruz

 

  Recorte da capa do Jornal Público de hoje


«Gastão Cruz: um poeta de hoje e de um tempo antigo|Gastão Cruz fez da poesia a sua religião civil, num tempo em que a literatura podia imaginar-se com um enorme poder de irradiação na vida social e política». António Guerreiro.

 

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E como pelo Elitário Para Todos muito se gosta também de TEATRO e se acompanhou por exemplo a vida do GRUPO DE TEATRO HOJE / TEATRO DA GRAÇA: «Ligado ao teatro, foi um dos fundadores do Grupo de Teatro Hoje (1976-1977), para o qual encenou peças de Crommelynck, Strindberg, Camus, Tchekov ou uma adaptação sua de Uma Abelha na Chuva (1977), de Carlos de Oliveira. Algumas delas foram, pela primeira vez, traduzidas para português pelo poeta. Foi igualmente um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras, em 1965». 

 


quarta-feira, 16 de março de 2022

ENTREVISTA A JORGE SILVA MELO |«A conversa foi em Fevereiro de 2016 sobre o filme Ainda Não Acabámos, que é uma carta para as pessoas que têm o futuro à frente, mas é também um apelo à memória»

 

Não perca. 




JORGE SILVA MELO| «Século Passado»

 

«(...)
Todos os textos deste livro de mais de 500 páginas são cenários literários, a linguagem é literária, as questões que coloca, as dúvidas e as explosões de raiva são literárias. E tudo aquilo aconteceu. Tem o mérito de dar ao leitor a impressão de que podia ter sido tudo inventado – e nós gostaríamos na mesma –, de que nada disto se passou, que aqueles filmes não existiram, nem as pessoas, nem os teatros, nem a Almirante Reis, o Prevért, a Sophia, o Bresson, a Glicínia, o Bergman, o Rex, o Chaplin, a Isabel de Castro, o Antonioni, o café Monte-Carlo, o Mário Dionísio, a Cornucópia, o António Sena, os Artistas Unidos. Mas existiram, existem. Não é mentira. As fotos a preto e branco não mentem. E as do Augusto Brázio e do Jorge Gonçalves são também imensamente literárias. O livro de JSM é circular. O passado e o presente pertencem ao mesmo bolo. Um livro iniciático e de maturidade. A sua escrita, sendo ao mesmo tempo confessional, poética, ideológica, ensaística e memorialista, não altera o registo muito pessoal e envolvente do autor, ágil, escorreito, entre o jornalístico e o ficcional, o que para o leitor é um bónus. Lê-se de uma assentada. Vai do deslumbramento à desilusão, da utopia à revolta, da liberdade à denúncia da cegueira partidária do pós-25 de Abri (...)».

 

 

terça-feira, 15 de março de 2022

UMA IMENSA TRISTEZA | morreu Jorge Silva Melo

 

 
Sinopse

«Estou saudosista, estarei reaccionário? Apenas à procura de tempos que já fizeram história, a mordiscar madalenas embebidas em chá? Ao situar-me a contrapêlo do teatro que anda a ser imposto (oficialmente, sim), ao reclamar um teatro que havia de ser segredo de cada noite e não estridente festejo do Poder, onde estou? O teatro é aquilo que nos ficou da adolescência, aquilo que eu queria ver quando galgava, a dois e dois, os degraus para o segundo balcão do Tivoli, tinha eu 10 anos e queria que aqueles segredos fossem meus? Não sei; ainda queria estar convosco, pois era». +. Jorge Silva Melo

 

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Neste momento só dá para recordar um dos muitos posts que suscitou ao Elitário Para Todos. Por exemplo este a propósito do livro da imagem. E visitemos o site dos seus «Artistas Unidos». 

 

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

TEATRO DA RAINHA EM LISBOA|«Na cama com Ofélia» | NO O'CULTO DA AJUDA

 

«Quem é Ofélia? A noiva do Príncipe Hamlet cantada por Jean-Arthur Rimbaud e pintada por Sir John Everett Millais? Ou a jovem dactilógrafa com quem Fernando Pessoa se correspondeu, depois de lhe recitar versos de Shakespeare? Talvez nenhuma das duas, talvez um pouco de ambas. Ofélia é certamente mulher, tem corpo de mulher, sonha, deseja, ama. Cativa no interior de uma ilusão, desta pretende libertar-se tornando-se real. Conseguirá levar a cabo tamanho desígnio? Em cena, a actriz Marta Taveira oferece-lhe corpo. Garantimos não haver Ofélia mais autêntica do que esta personagem representada por quem lhe oferece nervo e músculo. Corpo em torno do qual três criaturas imaginárias, heteronímicas, andam à deriva sondando as paredes da fantasia. Aos actores António Parra, Fábio Costa e Ricardo Soares cabe oferecerem física à química deste «romantismo só ismo, ismo, ismo.»
Resultado de uma encomenda feita pelo Teatro da Rainha, a peça “Na Cama com Ofélia” marca a estreia de Henrique Manuel Bento Fialho na escrita para teatro. Começou a publicar há 25 anos, distribuindo-se por géneros como a poesia, o ensaio, a micronarrativa e o conto. São mais de 15 livros publicados, entre os quais se destacam o recente “Micróbios” (Abysmo, 2021), na microficção, as colectâneas de contos “Call Center” (Companhia das Ilhas, 2019) e “A Festa dos Caçadores” (Abysmo, 2018), integradas no Plano Nacional de Leitura, o volume de ensaios “Embate” (Medula, 2021) e o livro de poesia “Estalagem” (Medula, 2019). Licenciado em Filosofia, o autor colabora regularmente com o Teatro da Rainha desde 2018, nomeadamente na programação e realização de Diga 33 – Poesia no Teatro.
Com encenação de Fernando Mora Ramos, cenografia de José Serrão, figurinos de Sara Miro e iluminação de Jorge Ribeiro, “Na Cama com Ofélia” coloca em cena uma dimensão onírica que tem por base a linguagem da epistolografia trocada entre Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz, mas excede as cartas num procedimento de intertextualidade que parodia as fronteiras entre o verdadeiro e o falso, a realidade e o sonho, a substância e o ideal. Num cenário que é um quarto, as cenas desenvolvem-se tal como nos sonhos as fronteiras se estilhaçam e o pensamento lógico desaparece. O que neste texto existe de lírico é sabotado pelo cómico, o que nele há de cómico acaba minado pelo trágico: «Lá fora, a vida continua.» Em cena, no Teatro da Rainha, a partir de 17 de Fevereiro, até 12 de Março.

«Trás, Trás! — cá está a Ofelinha!…» Onde? Onde está? Ofélia sonha. Movimenta-se e fala enquanto dorme. Ofélia, a sonâmbula, acorda e, envelhecida, dedica-se às artes do sobrenatural tentando tornar presente o corpo do Nininho. Terá sido numa noite do início de 1920 que o poeta Fernando Pessoa, aproveitando uma falha de luz no escritório Félix, Valadas & Freitas Ld.ª, se declarou à jovem dactilógrafa de nome Ofélia Queiroz, ajoelhando-se a seus pés e sussurrando palavras de Hamlet. Da relação entre Pessoa e Ofélia chegou-nos um célebre conjunto de cartas, a partir das quais se pensou esta cama transbordada de sonhos. “Na cama com Ofélia” estão as palavras, as projecções e os delírios, está o amor, um ideal de amor, estão as utopias, está o desejo de ver materializada uma paixão para lá das palavras e do sonho. Nesta peça, que resulta de uma encomenda, o lirismo poético vai sendo sabotado pelo humor tal como a ficção mina o real. E vice-versa. Estamos num campo de batalha crepuscular onde os opostos se confundem e a lógica é superada pelo possível. No centro, uma mulher. Um corpo. Desejo.

Henrique Manuel Bento Fialho»

 

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