A tragédia de ontem com o Elevador da Gloria, em Lisboa, desde logo, leva-nos a pensar naqueles que nos deixaram, assumindo-se: temos de respeitar a sua memória. Compele-nos a partilhar o sofrimento de quem está hospitalizado sabendo-se que os nossos profissionais de saúde ali estarão para fazer os possíveis e os impossíveis. Por fim, a imensa dor dos familiares e amigos das vitimas, indizível, e para eles a nossa cumplicidade. E temos aquela tristeza que se abate sobre todos nós, na Capital, no País, por esse mundo fora ... Serão turistas parte dos envolvidos no desastre. Lisboa deve almejar a ser cosmopolita, a ser uma cidade do mundo, mas enquanto capital de País organizado tem de fazer tudo ao seu alcance para que acidentes destes não tenham lugar em equipamentos modernos ou antigos, sabendo-se que nem todas estas situações podem ser prevenidas. A obrigação é responder pelo que está ao nosso alcance.
Vamos ter os habituais inquéritos.
Neste ambiente, lembramos ocasião em que na esfera do Ministério da Cultura a orientação era muito clara quanto aos Equipamentos sob a sua alçada, próxima ou distante. O conjunto das dimensões a refletir-se no trabalho institucional: tecnologia; segurança; conforto. E face aos resultados do acompanhamento e controlo, agir em conformidade. O que se verificou, nem sempre com o acolhimento expectável, e as razões serão diversas. Ousamos: precisamos de uma cultura nacional de prevenção nestes domínios que leve as populações a compreender o que está em causa e a aceitar, nomeadamente, os custos que implica. Também por isso, precisamos de ORGANIZAÇÕES COM GESTÃO PÚBLICA DE QUALIDADE em que a «segurança», em particular, não seja relegada para o fim das preocupações.
Neste período de eleições, em que se desejava DISCUTIR LISBOA com alegria temos de o fazer - mas tem de ser feito - mergulhados numa imensa tristeza. O que significa, e assim terminamos como começamos, respeitar as vitimas. E aprender com a desgraça.