JORGE SILVA MELO | «O Ministério da Cultura tem sido muito inconstante na sua política. Neste momento há uma questão que é preciso saber e ninguém tem dado resposta: a Direção Geral das Artes existia como instrumento de apoio às iniciativas não estatais, mas neste momento é uma espécie de saco azul dos teatros nacionais e municipais porque estes não têm orçamento suficiente. A pergunta neste momento é: querem fazer do teatro o mesmo que à ópera? Que só existe nos teatros nacionais e municipais, ou pode continuar a existir nos teatros chamados independentes; fora das normas, com pouco dinheiro, sendo possível continuar a existir. Os trambolhões que aconteceram nestes últimos três anos [no ministério] foram demasiado grandes e parece ser uma resposta: não queremos? Queremos teatro só no D. Maria, no São João e São Luiz? Quanto ao saco azul, o teatro nacional não tem orçamento para produzir. Porque precisa que a companhia que vai criar o espetáculo traga não apenas trabalho artístico mas que funcione como uma securitas artística que traz mão de obra, preços mais baratos do que aqueles que seriam contratados, e traga dinheiro»
Sinopse
«Estou
saudosista, estarei reaccionário? Apenas à procura de tempos que já
fizeram história, a mordiscar madalenas embebidas em chá? Ao situar-me a
contrapêlo do teatro que anda a ser imposto (oficialmente, sim), ao
reclamar um teatro que havia de ser segredo de cada noite e não
estridente festejo do Poder, onde estou? O teatro é aquilo que nos ficou
da adolescência, aquilo que eu queria ver quando galgava, a dois e
dois, os degraus para o segundo balcão do Tivoli, tinha eu 10 anos e
queria que aqueles segredos fossem meus? Não sei; ainda queria estar
convosco, pois era». +.
Jorge Silva Melo
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Centrada no livro da imagem, Jorge de Silva Melo deu uma entrevista ao DN. São de lá os excertos seguintes:
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