terça-feira, 5 de agosto de 2025

«É uma DGArtes pseudo-catedrática, presa a ideias distorcidas sobre o que é arte, programação ou comunicação contemporânea – Mas não culpando a sua mediocridade».

 

 

Comecemos por partilhar isto: sempre nos sentimos agradecidos a quem se disponibiliza para observar o que se passa no nosso SETOR CULTURA (embora não saibamos onde começa e acaba) e mais ainda se o mostra no Espaço Público gratuitamente. Independentemente de se concordar ou não com o que nos dizem. Por acaso, no que se refere à «CARTA ABERTA» da imagem de há muito que por aqui se defende que a DGARTES precisa de ser REFUNDADA. REINVENTADA. Que o SISTEMA DE «APOIO ÀS ARTES» de há muito que está esgotado. Que se deve estruturar um SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA onde o «apoiar» seja substituído por «garantir». Aliás, tudo isto foi prometido pelo PS em campanha eleitoral antes de iniciar os seus ciclos de Governação mais recentes. Não cumpriu. Os «Partidos do Arco da Governação» na Cultura têm feito remendos. As transformações necessárias não acontecem. E sem ela não há Desenvolvimento Sustentável, e eventualmente até o dirão para adornarem narrativas ...
Neste ambiente de Reforma de Estado/Reforma   da Administração em que nos afogam com parangonas e, pelo andar da carruagem, uma vez mais, sem uma direção estratégica global que se entenda - também «desta» tudo aponta por «gavetas» -  o que estará reservado para a CULTURA? Bem sabemos, começar com a criação do Ministério da Cultura & C.ª  não augura nada de bom. Neste quadro, em concreto, que previsibilidade para a CARTA ABERTA aqui em apreço?       
Aqui e agora, neste agosto 2025, impõe-se  curiosidade sobre qual será o acolhimento para registos - excertos da Carta Aberta - seguintes, e outros equivalentes: 

«(...) É uma DGArtes pseudo-catedrática, presa a ideias distorcidas sobre o que é arte, programação ou comunicação contemporânea – Mas não culpando a sua mediocridade. Isso deve-se em parte ao profundo desconhecimento do universo das artes a impulsionar esta ignorância, que leva a conceitos erróneos sobre quem faz bem e quem faz mal. Não participa na vida artística – não conhece a história do seu ambiente cultural, não põe os pés no terreno, e retém o pior do passado salazarista, a falta de diálogo com o universo das artes. No entanto, o pior é a falta de curiosidade pelo universo da arte contemporânea que leva a preconceitos: não ter curiosidade significa desinteresse, no que está a ser feito, e no que devia ser feito com o financiamento público. Não ter interesse, significa não investigar, não se apaixonar. Não se apaixona, não retira prazer: não aprende, não sabe inovar! Resultado: só conhece a ignorância! Assim é a Direção Geral da Artes, dirigida de forma ignorante sem conhecimento do universo das artes e da cultura.
Porque, a DGArtes precisa de uma visão muito diferente [cosmopolita]. A actual direção, nunca sequer esteve próxima de ser “razoável’ – nunca chegámos a vê-la ou a conhecer as suas ideias para as artes ou para a cultura! … E, como é frustrante, não me recordar de nenhuma visita à Plataforma Revólver da Direção Geral das Artes, em todos os anos que programo arte e cultura, física/material e digital. Não se trata do culto das amizades, de conhecer o director da DGArtes como se fosse amigo íntimo – querer uma direção das artes amada por todos, é sentirmos proximidade à direção que decide, é sabermo-nos observados e analisados (como sei que é importante sentirmo-nos observados e analisados por quem nos financia? Porque recebi na Plataforma a visita de n diretores das artes de países estrangeiros, de diferentes direções gerais que ao longo do tempo financiaram projectos de exposições pontuais realizadas na Plataforma; curiosos e apaixonados, para conhecerem as nossas actividades) — E não me fale a DGArtes das comissões de acompanhamento rigoroso e de avaliação contínua acerca do nível de cumprimento dos objectivos artísticos e culturais que presidem à atribuição dos apoios, porque na verdade essas comissões não existem na prática, é literalmente teoria; razão porque impõe à entidade beneficiária uma carga absurda de relatórios que não são + que duplicações do projecto submetido: sobrecarrega a entidade com frivolidade absurda, infindável burocracia, que nada acrescenta na realidade à boa execução do projecto, antes pelo contrário, ocupa o candidato com um processo infindável de obrigações teóricas que só contribui para lhe retirar a energia necessária para a execução do projecto. E o que faz a DGArtes para contrariar este estado cristalizado dos concursos de apoio às artes? Literalmente nada, para além de anualmente trocar a ordem de algumas das infinitas alíneas que compõem os formulários de candidatura.
Na realidade, a DGArtes finge saber o que cada uma das entidades apoiadas anda a fazer com o dinheiro dos contribuintes! Como é que sabe a DGArtes o que realmente andam as estruturas a desenvolver? Não sabe pura e simplesmente. Ignora! E deve alterar esse estado das coisas — A ignorância é uma forma activa de corrupção, não me canso de referir; depois lamentam-se que a maioria dos jovens vota diferente do passado recente. A razão? — Não se querem sentir totalmente desacompanhados. Querem acreditar num sistema social, cultural e político que defende que o sucesso e as oportunidades de cada um dependem, principalmente, dos seus próprios méritos e esforços.
Soubesse a DGArtes pensar arte e cultura com inovação e conhecimento, e não estaria o país artístico onde infelizmente se encontra, sem sucesso, sem ideias e atrasado! É um conhecimento sem ciência, sustentabilidade e futuro que a DGArtes promove. Sabemos que a DGArtes não acompanha os projectos financiados no terreno, e que o seu objectivo único é controlar a pronuncia dos candidatos não elegidos, através de uma equipa treinada nesse sentido. Os seus formulários e métodos de avaliação são os mesmos de há vinte anos, implementados na Secretaria de Estado da Cultura de Francisco Viegas, do governo de Passos Coelho.
Recordas-te Américo, qual é a história por trás da criação destes requintados formulários e métodos de avaliação e como se projectaram eles acima de todas as razões nos concursos de apoio às artes? Provavelmente estavas no terreno na época — Realizados pelo director geral das artes, da Secretaria de Estado de Francisco Viegas, para exibirem burocracia e complexidade, centraram-se na capacidade inata (presente desde o nascimento) de resistirem à contestação. Mas também celebram a ignorância da DGArtes, e o + notável de tudo, a cegueira das apreciações e classificações.
Resultado: ofereceram à direção da DGArtes uma liderança autocrática, para apreciar teoricamente o universo das artes, em oposição à prática e à realidade. Surpreendentemente, tornava-se claro que a direção Geral das Artes não precisava de ter experiência e conhecimento do sector para apreciar e classificar candidatos artísticos. De uma insana complexidade(!) erguem-se [os formulários] como uma montanha acima dos candidatos a apoios financeiros para projectos artísticos. Enormes, cobrem os candidatos com uma parede de inumeráveis questões, perigosamente burocráticos, estendendo as suas infinitas alíneas e espalhando o terror entre os candidatos. Estes frágeis candidatos não são os únicos em risco. Tão enorme são os formulários que faz parecer pequena a arte, cuja simplicidade e beleza não se pode comparar com a obsessiva convulsão de alíneas prontas a engoli-la. Atacam tudo: artistas, curadores, estruturas, até a arte. Também tomaram a DGArtes de assalto.
É uma criação antiga que copias, Américo! A actual Direção Geral das Artes segue um padrão errado, a copiar. Não está a repetir, repetir, repetir um conceito seu - a actual direção não criou nada seu, não criou nada diferente nos concursos de apoio às artes que procure aperfeiçoar repetindo, repetindo, repetindo. Repetindo. Aliás, não tem ideias! Está a copiar um pensamento velho, formulários e métodos de avaliação antigos formados numa profunda desconfiança política e desconhecimento do sector das artes, uma carroça velha que já não nos serve se é que alguma vez nos serviu. Não há beleza em copiar!
A DGArtes, está enredada nos próprios formulários e métodos de avaliação complexos e decadentes, e falsas ideias de que o universo das artes está a evoluir. O culto da complexidade, que lhe é tão familiar, não significa que os métodos de avaliação passem a ser + objectivos. A DGArtes está atrasada no tempo, distante do sector e da simplicidade da arte motivo para se continuar a servir de formulários obsessivamente complexos, relatórios obsessivos e critérios blindados do passado - tornando-se resistente a qualquer renovação dos concursos. (...).
A nosso ver, as questões denunciadas pela ArteCapital são tão fortes - mas em que outras Organizações Culturais se reveem - é só lembrar o «gritado» em encontros, e veio-nos à memória um havido na Assembleia da República organizado pelo PCP na sequência dos resultados de um dos famigerados concursos da DGARTES  - que não podem deixar de ter consequências. Isto não pode ser ignorado, passar em branco, mesmo nestes dias de calor. Para muitos infernais ... E também por isso os mais poupados têm obrigação de pensar a «arte».
 
 

JACINTO LUCAS PIRES |«Vento nos Olhos»

 

 
 SINOPSE
 
«O vento deita abaixo uma árvore na Ribeira Lima e isso faz começar uma história.
Xavier é um artista plástico que se põe a investigar o vento. Conhece Lydia, uma historiadora de arte interessada em escultura, e a sua vida complica-se alegremente. Maria, a ex-mulher de Xavier, é uma atriz em busca de si própria. E a filha dos dois, Luz, quer nada mais nada menos do que resolver o mundo.
Neste tempo da pós-verdade, qual o lugar da criação artística?
Num mundo cada vez mais literal, ainda há espaço para o espírito?
Mas o romance também traz o seu contrarromance. Dimas, um heterónimo do autor, entra na história à procura do famigerado sucesso. Invejoso, busca formas de sugar o ortónimo e acaba a sabotar o livro: liberta as personagens secundárias, apodera-se de referências alheias, rouba páginas para se safar, baralha os registos da narração.
Noutro plano, esta história de histórias – que vai da Ribeira Lima a Berlim, do Porto a Madrid, de Bruxelas a Heidelberg, de Lisboa a Lublin – constitui uma pergunta europeia, num tempo de divisões e guerra.
Este é um romance sobre o tempo, em diferentes sentidos. Aqui há morte e nascimento, aprendizagem e mistério, e restaurantes, autoestradas, desenhos animados, música, citações, recortes de realidade, política».
 
 
 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

PEDRO TADEU |«Porque sou Comunista»

 

 
 
Damos pelo livro da imagem num post do Duas ou Três Coisas: «Chapeau!». O texto é curto mas parece-nos que é de divulgar - de certa forma também é corajoso:«Não conheço Pedro Tadeu, salvo das conversas que lhe ouvi com Jaime Nogueira Pinto, na rádio. Vou comprar este seu livro porque estou muito curioso em conhecer as razões que levam a que alguém se proclame abertamente comunista nos dias de hoje, em que a popularidade da ideologia não parece estar no topo de venda de ideias. E mais: que tenha tido coragem para fazê-lo, nestes tempos de caça às bruxas e de fachos à solta. "Chapeau!"». Pela nossa parte iremos comprar o livro nomeadamente para  nos municiarmos contra as «cassetes de mal dizer» de muitos e muitas  sobre o PCP, por vezes sem um módico de qualidade. A que se pode juntar - arriscamos - falta de respeito por quem alinha com o que os comunistas portugueses e seus apoiantes defendem. Fizeram opções, em particular, respeitem a sua inteligência - é verdade, por vezes contra todas as evidências, falam daqueles portugueses/as como se fossem destituídos/as de conhecimento e de vontade própria. Artigos e comentários há que esquecem que «os comunistas» são pessoas! Já chegámos a pensar como é que convivem com o que dizem? Com a maneira como o fazem. É bem possível que não se tenha chegado «à violência» que atravessa a intervenção política dos dias que correm «do nada» ... Primeiro, visaram os comunistas e os companheiros. Depois, é o que se vê ..., embora haja quem continue a fazer do «O PARTIDO» o Bombo da Festa. Antecipamos:  jornalistas, comentadores, cidadãos  em geral, são capazes de encontrar na obra elementos para qualificarem a vossa argumentação. E aqui fica uma recomendação: jovens informem-se, pensem pela vossa cabeça, não se deixem levar pelos argumentos repetidos, e repetidos, mas nem por isso quantas das vezes sem fundamento. Frequentemente descontextualizados. Abundam posições bem trabalhadas transformadas em sound bite.  Do site da editora:
 

Porque Sou Comunista

Pedro Tadeu
Confissões de um jornalista burguês
26 razões que explicam a adesão ao ideal comunista no século XXI

A humanidade precisa da religião? A História é feita por «vilões» e «heróis»? O culto da personalidade é um perigo? Os crimes do comunismo existiram? Os crimes do capitalismo são mentiras? Derrubar estátuas combate o racismo? O feminismo de salto alto é ridículo? O «wokismo» é um absurdo? O que vale um punho erguido? Para explicar a razão por que é comunista, o jornalista Pedro Tadeu, militante do PCP, responde a estas e a muitas outras perguntas. Este lisboeta, de origem burguesa, que politicamente trai a sua classe social, tenta demonstrar neste livro que, no século XXI, o comunismo ainda faz sentido.
[Em pré-venda; data de publicação: 21 de Agosto.]
 
 


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Há por aqui quem tenha curiosidade em saber quantos haverá que tenham mudado de Programas Televisivos pela maneira como falam do PCP. Por acaso nós conhecemos, e nem sequer são militantes ... Numa altura em que se rateiam audiências a coisa não será despicienda.
 
 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

«ACREDITO QUE É DESTA!» | DIZ O SENHOR MINISTRO ADJUNTO E DA REFORMA DO ESTADO | Ó Senhor Governante, com o devido respeito, lembramos que as intervenções gestionárias são permanentes, continuadas e sistemáticas ... | OU SEJA , A EXPRESSÃO NÃO NOS PARECE TECNICAMENTE AJUSTADA NEM MOBILIZADORA | E PARA NOVO IMPULSO FALTA-LHE «BELEZA» ...

 

 
Há dias assim, ontem, até começar o jogo Sporting - Benfica a que pretendíamos assistir na RTP 1 nada sabíamos sobre a Reunião do Conselho de Ministros do dia, mas numa de zapping verificamos que durante o jogo ia haver uma entrevista na SIC noticias  com o Ministro Adjunto e da Reforma do Estado sobre as decisões tomadas.  O assunto interessa-nos, e lá fomos  mudando de canal até ficarmos ali a ver e ouvir o Senhor Governante. Não assistimos ao GOLO! À medida que a entrevista avançava alguma irritação ia crescendo... Mas estamos em agosto, com um calor incompatível com as condições habitacionais de muitos dos  felizardos que têm habitação ... e o que íamos ouvindo em nada contribuía  para o prazer que se busca «no verão» - no tempo dito de férias. O que não será o caso para muitos. Não há dinheiro para isso, mas tentando ter um tempo diferente talvez seja avisado «não ouvir os políticos», digamos, de turno. Ou deixar reações lá para setembro... Mas não resistimos  e não se pode ignorar o que o Governo nos diz a 31 de julho de 2025. Sem prejuízo  de se voltar à matéria mais tarde, articulando-se com o que se vem dizendo desde sempre. Assim, algumas reações soltas, afinal em linha com a lógica do(s) Governante(s) - nada de nos apresentarem um DOCUMENTO ORIENTADOR GLOBAL E INTEGRADO, e isto é inaceitável, não podendo deixar de se criticar o que nos é disponibilizado. Mas o que é aquilo!, volta Paulo Portas estás perdoado  (bom é melhor não dar ideias)...:
 
  • Desde logo, o Senhor Ministro mostrava-se muito confortável no espaço televisivo captando-se uma familiaridade entre os ali intervenientes o que para o espetador   à partida pode ser  útil. Mas foi-se detetando  que a jornalista ia percebendo, ou alguém lhe  soprava ao ouvido, que era preciso mais mas a nosso ver não chegou lá... Pensamos que é  visível no âmbito da comunicação social  défices sobre como tratar o que aqui está em causa que verdadeiramente não sabemos o que é ... Onde estão os «especialistas»? Que escolas e cursos ouvir? Que Ordens Profissionais temos ou devíamos ter que não podem/podiam ser ignoradas? Claro, as Administrações têm de ouvir os CIDADÃOS, as EMPRESAS, e as demais ORGANIZAÇÕES. Com método, obviamente, o próprio das ADMINISTRAÇÕES ABERTAS. Na circunstância o que aconteceu ?  

  •  De facto, na entrevista vem ao de cima algo fundamental de que nada nos dizem: a questão dos CONCEITOS, dos MODELOS DE TRABALHO, dos AUTORES QUE SE SEGUEM, da LITERATURA DE REFERÊNCIA, das BOAS PRÁTICAS ELEITAS PARA BENCHMARKING ... E algo que arrepia, FALTA MEMÓRIA SOBRE COMO SE CONSTRUIRAM AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS - CENTRAL E LOCAL - DEMOCRÁTICAS. E se moldou o ESTADO. Ou seja o que se edificou com o 25 de abril. Senhor Ministro as transformações devem-nos orgulhar. Homens e mulheres de todos os Partidos - governantes, dirigentes dos diversos níveis, técnicos, e demais trabalhadores ... - fizeram a «mudança original». E por aproximações sucessivas (até nos parece que é o que quer desenvolver eventualmente sem domínio das técnicas subjacentes). Muitos e muitas já não estão entre nós. Mas merecem ser recordadas/os. Merecem o nosso reconhecimento e respeito. Estamos em crer que há gente do seu Partido que não se revê no que está a fazer, no modo com que está a atuar,  até porque dá ideia que não é uma questão de estilo ...
 
  • E sim, ao longo dos 50 anos de abril   houve muito de que não nos podemos orgulhar, foi-se escangalhando o Aparelho Estatal: extinções e fusões cegas; reformas antecipadas sem transferirem o conhecimento; políticos com desejo de apresentarem serviço a criarem estruturas ao lado; confusão entre o que é dos «gabinetes» e dos «serviços»; concursos faz de conta - ai! aqueles em regime de substituição; o movimento perpétuo de estar sempre a começar do zero; a falta de memória organizada; e apregoa-se sem fundamento cientifico, aliás,  com a realidade a mostrar o contrário,  que o Estado tem de ser governado como uma Empresa ... Mas ao mesmo tempo, depois de se ter introduzido A GESTÃO (a GESTÃO PÚBLICA necessariamente) nas ADMINISTRAÇÕES, a GESTÃO LEGALISTA a retornar, nada acontece que não passe por um diploma - tipo «manuais» ..., e assim sendo «escolas de gestão pública», para que vos quero?  E de quem é a responsabilidade, de quem é? 
 
  •  Senhor Ministro, pare um pouco, para nos dizer se a seu ver, e mais importante de todo o Governo,   REFORMA DO ESTADO e REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO é a mesma coisa. Em termos operacionais, se PROCEDIMENTO e PROCESSO na esfera da Gestão Pública tecnicamente não tem diferenças. Quem sabe, ao jeito dos tempos, e atendendo a que não haverá espaço temporal para ler o que se devia  estudar, e frequentar os cursos (do nosso ponto de vista a (re)criar na esfera da GESTÃO ESTRATÉGICA e da GESTÃO OPERACIONAL agora tendo em conta a GOVERNANÇA do PARADIGMA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVL ) fazer pelo menos um «glossário» ... 
 
  • Reparamos em expressões (ou serão apenas termos, quem sabe não mais que palavras) que o Senhor Ministro utilizou e ornamentou a sua narrativa, que até nos levaram a esboçar um sorriso. Comecemos pelo NOVO IMPULSO, saberá o Senhor Governante que já foi elemento  organizador de um outro Partido?  E até recordamos titulo de artigo a propósito, «UM NOVO IMPULSO, NA DIREÇÃO CERTA». (Não temos tempo para ir procurar), mas parece que o problema e pelo que já se ouviu hoje nas reações ao anunciado a questão é mesmo essa, «a direção».  Depois aquela de ir concebendo à medida que vão pensando a coisa de que nos irão informando a conta gotas - e quem é que vai atuar?, os novos dirigentes, ou vai haver uma Equipa para isso? - fez-nos lembrar, mas faltando-lhe a grandeza e poesia, o verso «O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO», podemos dizer farol de muitos e muitas ... Por acaso também reparámos na introdução da «AGÊNCIA», e desconfiados que estamos talvez traga «água no bico» - será que à «socapa» são passos para privatizações da Administração? Ou será que devíamos dizer Estado?

  • Não sigamos nesta sequência, fica para «depois das férias» . Estamos mais apaziguados ... 
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quinta-feira, 31 de julho de 2025

100% IA | «A multiplicação de grupos cuja imagem e músicas são inteiramente geradas por Inteligência Artificial (IA) representa a face mais visível de um fenómeno crescente que começa a reduzir o espaço de atuação e remuneração dos músicos profissionais»

 

Excertos:  «(...) Seja os agora famosos The Velvet Sundown, com o seu rock setentista, ou os Aventhis e The Devil Inside, com o seu country refinado, não são raros os casos de produções originadas diretamente de interfaces de IA que ultrapassam a marca de um milhão de reproduções no Spotify.

Por trás destes projetos reina a opacidade: os produtores da chamada "música 100% IA" são, até aqui, inacessíveis. Ao contrário do que ocorre com plataformas como Deezer, o Spotify não informa quais as faixas que são integralmente geradas por essa tecnologia.“Num futuro próximo, veremos surgir muita música sobre a qual não saberemos quem a fez, nem como foi criada”, prevê Leo Sidran, produtor, compositor e intérprete. Para este artista premiado com um Óscar, a aparição desses grupos de IA "mostra até que ponto muitas músicas são agora comuns e previsíveis". O produtor e compositor Yung Spielburg destacou, no podcast "Imagine AI Live", que a IA evidencia a separação entre "escuta passiva e ativa". (...)».


terça-feira, 29 de julho de 2025

E TALVEZ LHE INTERESSE ESTE «PROGRAMA DE VERÃO» PARA O PRÓXIMO DIA 2 DE AGOSTO |«Sessão de cinema no terraço do CT Vitória no próximo Sábado, dia 2 de Agosto, às 21h30, sobre os usos da música (no caso, do jazz) como arma política durante o golpe no Congo. O filme será apresentado por João Polido e Raquel Ribeiro»| E ANTES ÀS 19:00 HÁ CONVIVIO | PROMETE !

 

 
Sessão de cinema no terraço do CT Vitória no próximo Sábado, dia 2 de Agosto, às 21h30,  sobre os usos da música (no caso, do jazz) como arma política durante o golpe no Congo.
  O filme será apresentado por João Polido e Raquel Ribeiro.
E há um convívio antes, às 19h.
Na comunicação recebida, ainda: «Participa, traz amigos e, se possível, vem a partir das 17h ajudar a preparar o terraço». 
 
 

ARTIGO DE OPINIÃO DE LUÍS RAPOSO NO JORNAL PÚBLICO | «O “velho”, o “novo” e a centralidade das colecções nos museus» | COMO HABITUALMENTE A NÃO PERDER _ VÁLIDO PARA OS MUSEUS E NÃO SÓ ... | ATÉ NOS LEVOU A«UM TEATRO EM CADA BAIRRO» DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

 

 
O dia começa bem,  no jornal PÚBLICO o artigo acima que a nosso ver é a não perder, mesmo. Começamos a ler e temos de ir até ao fim. Olhemos para o subtítulo  - «No final do dia, o que permanece e, a longo prazo, aquilo que garante a relevância de cada museu particular, e dos museus em geral, são as suas colecções». O início do texto é este:
 
«Existe uma dicotomia entre "colecções" e "compromisso social" nos museus? Não, não existe. Nos museus tudo é complementaridade, mais do que conflitualidade. Os museus modernos surgiram no século XVIII precisamente com o objectivo de tornar as colecções acessíveis às pessoas comuns e não apenas às aristocracias. Se os museus se limitassem ao coleccionismo de objectos, sem mais amplos propósitos sociais, não seriam museus: continuariam a ser "gabinetes de curiosidades".

Não há compromisso social suficiente nos museus "tradicionais"? Não tenho a certeza disso, embora admita que sim e que por isso em muitos deles sejam necessárias medidas mais ousadas de envolvimento social. Mas mister é que não percam o foco principal e fundamental que é dado pelas colecções. Acção social não alicerçada naquilo que constitui a razão de ser de cada museu, as suas colecções, constitui um equívoco de vistas curtas, que a termo conduz ao risco da irrelevância porque outras instituições sempre poderão fazer o mesmo – e porventura melhor. No final do dia, o que permanece e, a longo prazo, aquilo que garante a relevância de cada museu particular, e dos museus em geral, são as suas colecções. A ideia do “museu sem colecções” é um sem-sentido, porque deixaria de ser museu, para se tornar outra qualquer coisa, quiçá mais útil: centro cultural, fórum social, casa das artes, etc. (...)

E mais adiante com o que termina:
  
No fundo, no fundo, nunca saímos do mesmo local em matéria da relevância social dos museus, que se baseia nas suas colecções e na curiosidade que despertam. Há quase uma década, Nicholas Thomas, debaixo do sugestivo título O Regresso da Curiosidade (ed. Reaktion Books Ltd, Londres, 2016), com o não menos sugestivo subtítulo “para que servem os museus no século XXI”, afirmava: “Os museus devem colocar o objecto em primeiro plano de forma a permitir que os observadores, visitantes e público se deixem envolver, com a sua condição física e material, a sua identidade e história particulares. Não há nada de errado com os centros de ciência, nos quais proliferam exposições interactivas de vários tipos, e tais dispositivos podem tornar visíveis toda uma gama de processos e princípios, divertidos e espectaculares. Mas estas técnicas exemplificam um modo expositivo distinto que não é museológico em sentido estrito. A cultura material oferece aquilo a que John Berger (escrevendo sobre fotografia) chamava ‘outra forma de contar’ – e os museus são os locais onde essa ‘outra forma de contar’ tem a oportunidade de falar, onde somos mais susceptíveis a surpresas e à sua eloquência.” 
E mais acrescentava: “Sejam jovens ou velhos, as pessoas em face das colecções fazem perguntas aparentemente óbvias sobre os objectos, como: ‘O que é isto?’, ‘Para que serve?’, ‘Porque está aqui?’, ‘Devia estar aqui?’, e assim por diante. Esta curiosidade, este questionamento, é uma competência [skill]. Podemos considerar a capacidade de responder à diferença como uma competência de sobrevivência no mundo conectado, mas heterogéneo, perigoso e frágil, em que vivemos. Muitas instituições, locais e experiências ajudam as pessoas a adquirir competências de vários tipos, mas o museu promete algo distinto, como um lugar de encontro no qual podem crescer o nosso sentido de possibilidade, os riscos e a necessidade do encontro. É para isso que servem os museus no século XXI, apesar de todos os seus defeitos.”
Ou seja, em síntese: “O museu como um método coloca a colecção do centro da descoberta.” E “o que as colecções nos dizem é menos importante do que as diferenças que revelam em relação ao que somos”. Nem mais.».

Naturalmente, o artigo será lido de maneira diferente por profissionais dos museus e pelos outros. Nestes, outros profissionais da esfera da Cultura também serão capazes de reparar em aspetos  particulares quiçá laterais que não dirão muito à generalidade dos leitores.  Estamos a visar esta passagem: «A ideia do “museu sem colecções” é um sem-sentido, porque deixaria de ser museu, para se tornar outra qualquer coisa, quiçá mais útil: centro cultural, fórum social, casa das artes, etc.». É isso, queremos aproveitar para uma vez mais chamarmos a atenção para a «identidade das organizações», sejam elas «profissionais» ou «amadoras». E veio-nos à memória aquela de «Um Teatro em Cada Bairro» da Câmara Municipal de Lisboa. E o momento presente - de Eleições Autárquicas - até será bom para se debater o assunto. Começando por isto: RIGOR É PRECISO. SEM ISSO «QUALIDADE» É COISA DISTANTE. 
 
 
 
  

segunda-feira, 28 de julho de 2025

«Luis Miguel Cintra _ Comentários a uma Filmografia»

 

 
 

«Reflexões íntimas e memórias cinematográficas de um dos maiores atores do cinema português. Uma obra única que percorre cinco décadas de cinema, desde “Quem espera por sapatos de defunto morre descalço” (1970) até “Verdade ou Consequência?” (2022).

Este livro reúne os comentários pessoais de Luis Miguel Cintra sobre os mais de 100 filmes em que participou ao longo de cinco décadas de carreira. Uma obra única que oferece um olhar sobre o cinema português e internacional através dos olhos de um dos seus mais importantes intérpretes.

Esta obra foi publicada no contexto da atribuição do Prémio Ethos do XXX Festival Caminhos do Cinema Português, reconhecendo a contribuição excecional de Luis Miguel Cintra para o cinema nacional e internacional». Saiba mais.
 
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Sobre o livro, no Expresso, diz 
Jorge Leitão Ramos em «CINTRA PELO PRÓPRIO»: 
 
Na abertura: «“Comentários a uma Filmografia” é uma revisão da vida cinematográfica de Luís Miguel Cintra feita pelo próprio –uma quase autobiografia de um dos grandes do cinema e do teatro português»
 
 Depois, começa assim: «Não sei se existe, mas não conheço outro livro assim. Um ator comenta, filme a filme, todo o seu longo labor no cinema, dos grandes papéis às pequenas contribuições, do que valeu a pena, do que lamenta e do que esqueceu, numa revisão em tom de epílogo, revisão de vida, sem pompa. O livro foi concebido para acompanhar a homenagem que o festival Caminhos do Cinema Português dedicou a Luís Miguel Cintra, em novembro, mas vicissitudes várias fizeram que só agora tivesse edição definitiva. Foi escrito como quem conversa connosco, tom coloquial, nada de pose, apenas respeito e perfeita noção de que é coisa para ficar».
 
E termina deste  modo:«Às vezes comovente — em tudo o que a Paulo Rocha respeita, dizendo dos desencontros que deteta nos filmes — quase sempre solidário, aqui e ali enigmático, pois se sente haver uma autobiografia em recato (leia-se o que diz dos filmes de Jorge Silva Melo), severo para Botelho e Rocha, em estado de enlevo com José Álvaro Morais, emotivo dentro e fora do trabalho, como na hora da morte de Ruy Furtado, este é um livro precioso, escrito com inteligência e alma, cabeça e estômago. E, para quem conheça os filmes e as gentes, tanto melhor».
 
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Pois é, não deixemos passar esta ocasião, e reafirmemos isto: não conseguimos  aceitar que nos tenham tirado a CORNUCÓPIA ...Para os mais novos, se estranham a nossa «revolta» talvez a percebam ao visitarem o site da Companhia - memória organizada! -  coisa que o agora Ministério da Cultura & Cª. não herdou, e estamos com curiosidade em ver como vai lidar com a situação:
 
 
 
Mais, não deixemos que  o tempo «normalize» o que tantos contestaram. Mas o «sistema», o tal dos «APOIOS DA DGARTES»,   continua o mesmo, e como há muito devia ter sido reinventado, a nosso ver -  e frequentemente o tentamos mostrar -, piorou... Qual doença não tratada.