quinta-feira, 19 de junho de 2025

«GOVERNAÇÃO TRIPARTIDA + 1» | parece que escapou mas há mais uma parcela no somatório sob a alçada da «Ministra da Cultura, Juventude e Desporto» | É VERDADE TEMOS MAIS «A IGUALDADE» | MAS ENTRETANTO FELIZMENTE TEMOS TAMBÉM O ARTIGO «GOVERNAR A CULTURA EM PORTUGAL» DE CARLOS VARGAS

 
Excertos: «Nos últimos dias, o anúncio de que o XXV Governo Constitucional comportaria uma pasta dedicada à Cultura, Juventude, (Igualdade) e Desporto, sob a alçada de uma única ministra, mereceu diversos comentários de natureza gastronómica, comentários esses bem reveladores da incompreensão ou mesmo indigestão provocada pela referida informação: “salada russa” por Rui Vieira Nery (PÚBLICO, 5 de Junho de 2025) e “sushi mix” por Tiago Ivo Cruz (PÚBLICO, 6 de Junho de 2025). De facto, é difícil não responder com ironia ou mesmo sarcasmo a uma certa ideia de menorização e de secundarização que esta solução governativa para a cultura deixa transparecer, sem qualquer margem de dúvida.
É impossível reagir a este reincidente comportamento político sem balançar entre a melancolia e o cinismo, perante um evidente diletantismo e impreparação, condição essa que conduz a soluções de organização governativa deste tipo. Trata-se, de facto, de uma decisão que revela um profundo desconhecimento das transformações culturais, sociais e políticas do país, que parece nada ter aprendido com a experiência cultural do Portugal democrático e que ignora ou negligencia a importância central das políticas culturais num mundo em convulsão.
Diria, então, o melancólico: como é triste constatar que, após décadas de construção democrática, continuamos a assistir à leveza com que se tratam questões tão fundamentais como a governação da cultura. Fica no ar um sentimento de tempo perdido. O país parece caminhar em círculos, incapaz de amadurecer, insensível às suas próprias necessidades e problemas, repetindo erros como quem esquece o que já foi feito ou estudado, e prefere sempre começar do zero.
Por sua vez, o cínico afirmaria: ah, claro, mais uma genial reestruturação governamental feita de improviso, como quem joga dados para decidir o futuro do país. Nada como nomear gente que mal distingue cultura de entretenimento para dirigir políticas públicas numa sociedade em frangalhos. Afinal, para que serve mesmo a governação da Cultura?
Entendo perfeitamente a corrente que defende a ideia de que os políticos generalistas respondem ao exercício do dever em torno da res publica, assumindo qualquer pasta e alegando que o que verdadeiramente importa são as equipas de que esses mesmos políticos se rodeiam. Acontece que este argumento só é válido para algumas áreas da governação e nunca, repito, nunca é válido para outras. Assim se somam os argumentos que demonstram não só a efectiva menorização da acção governativa da cultura (não carece de um(a) especialista), mas também a sua secundarização (num único gabinete ministerial, sem ministério, a Cultura surge agregada à Juventude, à Igualdade e ao Desporto). (...)».


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Claro que não foi assim, mas as frentes de trabalho sob a alçada da Senhora Governante que nós aqui identificamos por Ministra da Cultura, Juventude e Desporto + 1 (Igualdade) mais parece aquela imagem na memória de muitas e muitos que nos chegava (ainda existe com menos força) com os RESTOS DE COLEÇÃO. Pois bem, neste post para lá do artigo de Carlos Vargas, a não perder, obviamente, queremos chamar a atenção para a IGUALDADE  - «pobrezita», nem aparece nos atributos da Senhora Ministra. Mas para isso encaminhemos para este post no blogue Em Cada Rosto Igualdade: NA ORGÂNICA DO GOVERNO ONDE ESTÁ A «IGUALDADE»?
 
 
 
 

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