Excertos:
«Contactados pela Lusa, os promotores da iniciativa, "um
grupo de cerca de dez pessoas que trabalham em Arte e Cultura" e que
preferem não ser identificados, explicaram que com esta campanha pretendem
"angariar o valor máximo de referência atribuído em março a alguém da
Cultura ou das Artes pelo Ministério do Trabalho, que é para quem a ministra da
Cultura remete sempre tudo".
Consideram os promotores que as
propostas da ministra da Cultura para os problemas que o setor enfrenta devido
à pandemia da covid-19 "resumem-se, até ao momento, a remeter para o
Ministério do Trabalho a responsabilidade de solucionar o problema destas
pessoas, sendo que a maioria nem sequer é abrangida pelos apoios da Segurança
Social devido às especificidades das, já de si escassas, fontes de
rendimento".
Estes profissionais querem
acreditar "que a ministra da Cultura está efetivamente com as pessoas da
Cultura, com os artistas, os técnicos, toda a gente que trabalha neste meio e
se viu impossibilitada de trabalhar".
E, assim sendo, concluem:
"Deve estar na mesma posição que nós".
"Ou seja, estamos a tentar
arranjar dinheiro para lhe entregar para ela viver no próximo mês",
explicou um dos elementos do grupo. (...)
O objetivo é atingir o
valor máximo -- 219 euros -, mas o grupo lembra que "por vezes não se
consegue atingir o máximo". "Mas a ministra não ficará sem valor
nenhum, porque já temos 57 euros", referiu o mesmo elemento.
Além do dinheiro, o grupo irá
entregar também a Graça Fonseca um cabaz de ajuda alimentar, visto esta ser uma
forma através da qual os profissionais do setor se têm "ajudado uns aos
outros".
(...)
Além disso, "a resposta da
ministra é que não é nada com ela", na Casa da Música "porque está em
investigação [pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)]" e em
Serralves "diz que são muito poucos trabalhadores para merecer sequer o
tempo dela".
Na semana passada, a ministra da
Cultura revelou que a ACT tem em curso um inquérito sobre a Fundação Casa da
Música, aberto na sequência de denúncias feitas semanas antes.
Já sobre Serralves, a ministra
disse que se trata de "um número significativamente inferior" de
pessoas que "tinham diferentes prestações de serviços ou contratos com
diferentes entidades" que não merecem, por parte do Governo, "muitos
mais comentários".
Os espaços culturais começaram a
encerrar, e consequentemente a adiar ou cancelar espetáculos, no início de
março, quando a opção era ainda apenas uma recomendação do Governo. Aos poucos,
a rodagem de filmes, séries e outros programas de televisão ficou parada e as
galerias fecharam, deixando milhares de pessoas sem trabalho, muitas das quais
trabalham 'a recibos verdes'. (...)».
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Sobre a mesma matéria, por exemplo:
Grupo reúne dinheiro e cabaz de alimentos para ministra da Cultura
A campanha de angariação de fundos, intitulada Não deixemos a Graça cair na desgraça, está a decorrer na plataforma GoGetFunding.
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