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Depois, uma segunda revelação foi assistirmos a dezenas de conversas e debates entre candidatos a deputados, sem que nenhum desses candidatos (e/ou dos entrevistadores) tivesse curiosidade em questionar /debater arte e/ou ciência, que parece não verem nenhum mérito no que as humanidades têm para oferecer — como se a economia fosse a única medida de valor. Os políticos afastaram-se tanto da cultura e da ciência que não conseguem conversar connosco. Desde logo continuam a não perceber que a política e a cultura estão inextricavelmente ligadas. Que os nossos insucessos como país, na saúde, na justiça, na economia, na justiça social, a corrupção, a falta de imaginação, os favorecimentos, são implicações políticas da nossa imemorial falta de investimento na cultura. (Para lá da literarização.) Abandonar a cultura significa destruir as hipóteses de desenvolvimento e significa destruir progressivamente a memória, o que terá provavelmente consequências profundas.
Talvez a nós portugueses, nos falte uma célula sensível à arte, com ligação directa ao cérebro, um espírito apaixonado para avaliarmos a cultura, que nos permita ter uma visão muito superior, para aprendermos a discutir as dimensões políticas e sociais da arte, e as implicações políticas da cultura. Talvez nos falte ver a cultura e a vida apaixonadamente!(...)». Leia na integra na Arte Capital
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