terça-feira, 30 de junho de 2015

DGARTES | o estado de sitio continua | AGORA É O TEATRO DO NOROESTE QUE SUSPENDE A PROGRAMAÇÃO | E OS DIRIGENTES ANTIGOS JÁ NÃO APARECEM E OS NOVOS AINDA NÃO CHEGARAM

Ler na integra no site da RTP


E na DGARTES, da ÁREA CULTURA da PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS, o insólito: em plena crise, dizem-nos que os dirigentes antigos já não aparecem, e os novos ainda não chegaram. Será que se está a viver em autogestão?  E que mal se pergunte: o que é que duas pessoas que devem estar «a milhas» daquela realidade irão fazer numa situação em que já todos parecem estar de cabeça perdida ?, em tempo de férias, a responder a reclamações, a analisar candidaturas, a quererem mudar de serviço, a adoecerem, a ... Ou seja, o que é que poderão fazer duas pessoas acabadas de chegar a uma realidade fora da «normalidade», marcada pela urgência!   E começa a emergir  curiosidade sobre algo que tem passado na DGARTES - conhecido, nomeadamente, através da comunicação social -,    relacionado com a avaliação de desempenho - dos serviços, dos dirigentes, e dos trabalhadores. É que nesta instância, à partida, devia ter-se filtrado a maioria dos problemas de que se vai tendo conhecimento! Tenhamos fé na comunicação social (parece ser o que nos resta),  e quem sabe continuarão a    informar o País sobre o verdadeiro estado das artes enquanto serviço público a ser garantido pelo Estado, neste caso, através da DGARTES.
E sem se querer contribuir para este molho de brócolos: as novas nomeações não poderão ser impugnadas? Assim, de repente, aquela fase de escolha entre três parece não ter reunido as condições objetivas e subjetivas previstas e necessárias ... É certo que em tudo isto já se perdeu qualquer referencial de gestão saudável ... mas ainda assim ... E que tal uma auditoria ?, para se colocar o preto no branco - tudo aponta para que não se possa fugir a isso. Sem um verdadeiro diagnóstico, nada feito ! Vem nos livros, e é da vida !

sexta-feira, 26 de junho de 2015

«PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE» | Por Luís Raposo na ArteCapital


«PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

LUÍS RAPOSO

2015-06-17

 Retomo neste texto tema que abordei há cerca de três meses no jornal Publico (cf. Publico, 9 de Março de 2015, “Cultura e património cultural: ideias para o futuro”). As limitações de espaço e a natureza generalista impediram-me ser mais detalhado, como conviria, especialmente numa fase em que se aproximam eleições, com a desejável discussão acerca das grandes linhas de orientação das políticas sectoriais, as quais deveriam basear-se no balanço crítico do passado e na proposição de caminhos a percorrer no futuro.
Bem sei que a mais da gente deixou há muito de alimentar grandes ilusões quanto à qualidade da discussão travada em época eleitoral. Mas, sendo certo que a Cultura nem sequer figura no conjunto de linhas orientadores estabelecidas pela actual coligação no Poder e tem vindo a ser sucessivamente desvalorizada, não é menos verdade que nos programas eleitorais dos partidos da oposição, com relevo para os do PCP e do PS, ela encontra-se referida e até surpreendentemente desenvolvida. No que respeita ao PS, este facto é especialmente assinalável porque no caso do património cultural e dos museus inclui diversas propostas concretas muito positivas, como sejam as da gratuitidade aos fins-de-semana e feriados para todos os visitantes com menos de 30 anos, a maior flexibilidade dos aparelhos administrativos e maior autonomia dos museus e monumentos que constituam “bandeiras nacionais”, o reforço da Rede Portuguesa de Museus, etc. Parece que vamos no bom caminho, pois».
Porém, há sempre um porém em tudo na vida…, a situação é a que é e a Cultura atingiu níveis de desqualificação inqualificáveis, quer orgânicos (com a passagem de Ministério a mero gabinete de secretário de Estado e nem sequer SEC propriamente dita), quer orçamentais – menos de 0,1% do PIB, conforme se regista no gráfico junto, ou seja, um décimo daquilo que ao longo de décadas foi considerado como o mínimo de decência e constitui valor de referência sugerido por organizações internacionais». Continue a ler na Arte Capital.

domingo, 21 de junho de 2015

FALTA GENUÍNA INDIGNAÇÃO


«(...)
Então como é? O país está mal ou não está? Está. Então deixem-se de rituais estandardizados da política de salão e conferência de imprensa, deixem-se de salamaleques politicamente correctos, mostrem que não querem pactuar com o mal que dizem existir e experimentem esse franc parler que tanta falta faz à política portuguesa.
Mas, para isso é preciso aquilo que falta no PS (e não só), que é uma genuína indignação com o que se está a passar. Falta a zanga, a fúria de ver Portugal como está e como pode continuar a estar. Falta a indignação que não é de falsete nem de circunstância, mas que vem do fundo e que, essa sim, arrasta multidões e dá representação aos milhões de portugueses que não se sentem representados no sistema político. Eles são apáticos ou estão apáticos? Não é bem verdade, mas se o fosse, como poderia ser de outra maneira se eles olham para os salões onde se move a política da oposição, e veem gente acomodada com o que se passa, com medo de parecer “radical”, a debitar frases de circunstância, e que não aprenderam nada e não mudaram nada, nem estão incomodados por dentro, como é que se espera que alguém se mobilize com as sombras das sombras das sombras? (...)». Na integra aqui.


sábado, 20 de junho de 2015

SERVIÇO PÚBLICO NA CULTURA E NAS ARTES | Que alguem aponte o essencial | PARA UM PLANO DE EMERGÊNCIA E PARA QUANDO O MUNDO FOR PERFEITO


A notícia da imagem serve bem para nos levar a reflectir a situação a que se chegou no que diz respeito ao serviço público na cultura e nas artes. Agora discute-se (e justifica-se, a nosso ver) a falta de audiência de interessados nos concursos anuais e bienais que deviam ter entrado em vigor em 2015, mas que ainda estão a decorrer, e  a que já nos referimos  no Elitário Para Todos - por exemplo, aqui,  neste endereço, e aqui também.
Discute-se um caso, quando qualquer  caso, no imediato e a prazo, só tem solução se ao mesmo tempo os outros casos estiverem em cima da mesa. E pela comunicação social vai-se sabendo que:
- Desde logo, no passado recente houve  concurso em que não houve audiência de interessados, e ninguém deu por isso ...
- Os Apoios Tripartidos 2015, abertos tarde e a más horas, que tiveram audiência de interessados, ainda não foram decididos. Hoje mesmo, esta notícia sobre o Circulo de Artes Plásticas de Coimbra,  donde:  «É tudo feito no fio da navalha”, salientou, apontando para o atraso do financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes), de 20 a 30 mil euros para o evento, integrado na candidatura do projeto Linhas (juntamente com a Casa da Esquina e Jazz ao Centro), que estava previsto ser entregue em janeiro e que ainda “não há expectativa” de quando será recebido». (...). «Segundo a subdiretora-geral da DGArtes, Mónica Guerreiro, “aguarda-se a qualquer momento despacho superior sobre a informação contendo a decisão final do procedimento [relativo à atribuição de apoio à candidatura Linhas], para se proceder à sua publicitação”, referindo que a contratualização do apoio e entrega de verbas “deverá acontecer em agosto”, caso o apoio se venha a confirmar»..
- A Diretora e a Subdiretora  da DGARTES estão em regime de substituição, há poucos meses, mas já para lá do que está estipulado para tempo de substituição,  na sequência de um folhetim em torno dos concursos para Dirigentes na DGARTES e sobre isso parece que ninguém sabe onde nos encontramos neste momento. Mas sabe-se que a Subdiretora era a Directora de Serviços  dos Apoios às Artes, lugar que abandonou para ir para Subdiretora, fazendo o mesmo trabalho, de tal forma que o lugar de Diretora de serviços está vago, num momento em que a falta de pessoas na DGARTES é apontada como um dos factores para os atrasos - e isto não está a ser «caso».
- Também não está a ser caso, saber-se, com rosto e nome, quais os técnicos de que efectivamente dispõe a DGARTES, como estão a ser utilizados, que conflitos existem,  e quantos estão de atestado médico.
- Esta cessação de comissão de serviços também não está a ser caso.
- Também não é caso a forma como está a ser dada continuidade aos concursos bienais e anuais, a que se referem os  Senhores Deputados, quando se sabe que está a decorrer expediente entre os serviços e os beneficiados escolhidos pelos júris, que levarão a alterações maiores ou menores, sem qualquer intervenção dos júris, e ao mesmo tempo em que estão a decorrer reclamações.  
- Também não está a ser caso o problema crónico do funcionamento das plataformas electrónicas  e os mais recentes bugs com o «site», e muito menos com a informação que aqui é disponibilizada. Assinale-se o défice de informação  sobre o sector, dizem-nos, por exemplo, que os atrasos se devem também ao maior número de candidaturas. Qual é o termo de comparação? Onde está a informação que permita que toda a gente que nisso estiver interessada o possa conferir?
- Não é caso a legislação que entretanto vai sendo publicada, para dar cobertura a toda esta balburdia, com aparente beneficio para os interessados, sem se ver que isto vai colidindo com outras dimensões do sistema, aumentando a confusão, em que qualquer pessoa comum se perde. Estamos a referir-nos a isto: Portaria n.º 330-A/2015 de 2 de junho; Portaria n. º 145/2015 de 25 de maio.  Daqui, este excerto:
 
 

 Perante isto, por exemplo: qual a verdadeira leitura que querem que se faça? e, «preto no branco»,  quando vão abrir os Concursos que deviam entrar em vigor em 2016?
 - E não é caso o não saber-se que apoios são dados através do Fundo do Fomento Cultural, e com que critérios, ao universo de agentes culturais que concorrem aos apoios da DGARTES, como também não aparece como caso saber-se o que distingue os apoios dados pelas Direções Regionais de Cultura dos atribuídos pela DGARTES.
- E muito menos é caso não se perceber qual o espaço da cultura e das artes nos Fundos Comunitários  do PORTUGAL 2020.

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Não podemos perder a esperança, mas parece que está longe a aceitação de que só com um PLANO DE EMERGÊNCIA se poderá sair deste «estado de sitio». Talvez seja mais fácil reivindicar o Mundo Perfeito, mas o caminho das pedras tem de ser percorrido ...  E neste particular,  já não haverá pedra sobre pedra ...




quarta-feira, 17 de junho de 2015

«Afirmar o futuro: políticas públicas para Portugal» | E a propósito, as politicas públicas na cultura e nas artes




O recorte da imagem é um excerto de artigo:

«Afirmar o futuro: políticas públicas para Portugal». 

Está publicado no Jornal de Letras de 10 a 23 de junho de 2015, ou seja, nesta data a edição mais recente. São autores Viriato Soromenho-Marques e Paulo Trigo Pereira. Tem a ver com a Conferência com o mesmo nome que teve lugar na Gulbenkian e de que se pode saber "tudo" aqui. 
Sobre o artigo do JL, lá pode ler-se: «O texto que aqui publicamos, em primeira mão, constitui parte da Introdução aos dois volumes que a Fundação Calouste Gulbenkian colocará em breve à disposição do público, com os contributos de 42 autores (...). Para além das centenas de páginas de reflexões e propostas concretas saídas dela e que agora virão a lume, decerto que a Conferência contribui para introduzir um novo estilo de fazer política - no sentido mais largo, autêntico e não partidário - em Portugal». 
Em regra, nestas coisas, para o bem e para o mal,  a cultura e as artes são esquecidas, isto é, não se vai lá buscar exemplos,  casos ilustrativos.  Quiçá, uma grande falha. Uma vez mais, isso acontece. Fala-se na Defesa, no serviço obrigatório; na área educativa; na criação e destruição das regiões hidrográficas ... Pensando bem, deve ter sido isto o pretexto que nos levou a este post: contudo, fundamentalmente, para argumentar no sentido de que tudo o que está no artigo e, em particular, no recorte acima, se aplica, a nosso ver, à cultura e às artes. Mais: nos tempos conturbados por que estamos a passar,  bom seria que a cultura e as artes fossem pensadas segundo estes referenciais. Se submetessem a «marcas que definem as políticas públicas».
Por outro lado, e voltando ao geral,  atente-se na passagem onde as «organizações públicas» - é isto que lemos no termo «instituições» - são brevemente tocadas: «Ao poder político, dotado de legitimidade democrática, cabe a função de hierarquizar e integrar diferentes políticas públicas. Cabe-lhes, igualmente, criar as instituições que garantam a coordenação das diferentes políticas (...)».  Pois bem, a nossa experiência e reflexão   levam-nos a concluir que nestes domínios  também se encontram grandes entraves às Politicas Públicas. Resumindo, necessitamos de Politicas Públicas na esfera das ORGANIZAÇÕES e das ESTRUTURAS ORGÂNICAS. No limite, qualquer boa política, quaisquer que sejam as áreas, pode ser comprometida por organizações mal concebidas de partida, referenciadas a modelos datados, e sem uma gestão adequada. Neste particular, é capaz de haver «reformas» que não resistem a filtros de que aqui estamos a falar, e dos mais elementares.  Ah, no século XXI as organizações legalistas não fazem o nosso tempo. E com isto não se quer dizer que não se cumpra a lei, obviamente. Entrando nesta problemática pela porta das «organizações», vulgo «serviços públicos», numa formulação mais sofisticada, APARELHO ESTATAL, também na Cultura e nas Artes há muito para aprender, e com que aprender: ou seja, para apropriação, mas também para banir de vez. 



domingo, 14 de junho de 2015

GUILHERME DE OLIVEIRA MARTINS | «O lugar da Cultura» |«o lugar da cultura não se pode confundir com um ornamento ou um luxo, mas tem de estar implicado no contrato social, no projeto de desenvolvimento e na confiança».


 Recorte do artigo que pode ler  aqui.


«O lugar da cultura

Falar do lugar da cultura hoje, numa sociedade como a portuguesa, é compreender que não estamos perante um problema marginal no desenvolvimento humano, nem em face de um tema só de alguns. Referimo-nos à educação de qualidade, à investigação científica, à cooperação internacional e à avaliação exigente do que fazemos, bem como à defesa do património, da herança e da memória culturais, em ligação com a criação contemporânea».

Leia na integra.




sexta-feira, 12 de junho de 2015

APOIOS ATRAVÉS DA DGARTES | Os Concursos Anuais e Bienais | A DISPENSA DA AUDIÊNCIA DE INTERESSADOS E PARA ALÉM DELA



Isto  só se aguenta recorrendo aos «grandes», na circunstância, Gramsci:

              «Instruí-vos, porque precisamos da vossa inteligência. Agitai-vos,
            porque necessitaremos de todo o vosso entusiasmo. Organizai-vos, 
               porque teremos necessidade de todas as vossas forças».
                        Gramsci em «L'Ordine Nuovo». (Ver coluna à direita deste blogue). 

Com isto em mente, tentemos responder -  ajudar a responder -  a perguntas que nos têm chegado. 
Uma que se «despacha» rapidamente: o facto de se invocar o Código de Procedimento Administrativo de 1991 - ver aqui -  é porque os concursos aqui em causa tiveram inicio em Dezembro de 2014, e o novo Código de Procedimento Administrativo - ver aqui -, que foi publicado em 7 de Janeiro de 2015, determina que assim seja. Portanto é o «velho» que rege. Mas faz sentido atentar na versão fixada no  CPA «novo». É ver a imagem acima.
Na imagem também um excerto da justificação apresentada num dos concursos (certamente generalizável para todos, não conferimos). Para ler na integra é ir aqui, ou seja,  ao site da DGARTES - (são as últimas páginas do documento). Depois, alguém percebe aquele primeiro parágrafo do excerto? 
Mas ainda a questão das audiências dos interessados para se reafirmar o que já se disse antes quanto à decisão urgente - ver a alínea a). Diríamos,   como o era no início do ano, e mesmo já em 2014. E neste momento há uma pergunta muito simples relacionada com os calendários que se seguem. Quem os conhece? Dizem-nos que agora são os serviços que estão a contactar, ou vão contactar, os «felizes contemplados» para acertarem as actividades dado que as verbas  atribuídas não correspondem ao solicitado. São menores. Mas dizem-nos que os júris já não vão ser chamados a pronunciarem-se. Então, no limite,  as suas decisões podem ser desvirtuadas: pouco, assim-assim, totalmente ... Não pode isto ser razão para anular os concursos?

Agora vamos  à outra alínea - a b) -  a que também se recorreu para justificar a ausência das audiências: neste atraso enorme é o tempo da audiência que compromete a execução ou utilidade da decisão? Em termos culturais a  rendibilidade dos apoios de há muito que está comprometida. E a pergunta: quem responde politicamente por isto? E também é de averiguar se há responsabilidades operacionais. 
Mais: qual a probabilidade de todo este comportamento contribuir para que todos os concursos possam vir a ser anulados ? 
E o impacto de tudo isto aí está: o número reduzido de espectáculos disponíveis aos Públicos de projetos financiados pelo Estado através da DGARTES.

Bom, hoje ficamos por aqui porque isto tem de ser em doses homeopáticas, sob pena de nada se perceber. Mas até já !, porque parece que ainda a procissão vai no adro. E temos mais perguntas dos nossos leitores.

Para terminar, do que se escreveu, tendo que se escolher uma prioridade: devia insistir-se nos CALENDÁRIOS que a DGARTES tem para  o imediato e quem são os INTERVENIENTES. Até para se avaliar das razões tomadas (no mínimo questionáveis, no máximo impossíveis) para a não existência das audiências. Mas isto, como se sabe, é apenas um aspecto de todo este «molho de brócolos».


CULTURA EM LUTA | Em Lisboa, no Funchal, por aí ... Amanhã dia 13 em Almada

 
 Ver mais


 Ver aqui.

 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O LUGAR DA CULTURA | Ver a Agenda dos Projetos Apoiados pela Dgartes de 4 a 10 junho 2015 | SERÁ QUE AINDA VAI CHEGAR A SEMANA EM QUE A OFERTA É ZERO?


Um leitor que leu o post anterior

O LUGAR DA CULTURA | É ver a oferta reduzida via projetos apoiados

chamou-nos a atenção para a Agenda da Imagem que nos enviou É subscritor da Newsletter. Quisemos conferir, mas desta vez não a encontramos referenciada no Facebook da DGARTES, nem no site - deve estar «a meio gás». Aqui, a última  mencionada na Homepage é de Abril e ... não se encontra. De facto, o que acabamos de ver, agora mesmo:



ECONOMIA SOCIAL E CULTURA


Talvez interesse a alguém um post do Em Cada Rosto Igualdade a propósito da publicação da imagem: é neste endereço. 



quinta-feira, 4 de junho de 2015

O SERVIÇO PÚBLICO NAS ARTES | A estranha leveza da dgartes



No jornal Público mais um artigo a propósito dos resultados recentes de concursos para apoio às artes:  «Pela Primeira vez, DGARTES atribui apoios anuais e bienais sem ouvir candidatos excluídos»  - Veja aqui. E como se centra nas audiências, e isso mesmo tem acontecido noutros orgãos de comunicação social,  começamos este post com o que a Constituição da República Portuguesa diz a respeito, e é o que fixamos na imagem acima. Neste quadro,  voltemos ao artigo, e nele se pode ler o que, aliás, tem aparecido noutras peças jornalísticas:
«(…)
 A audiência dos interessados é “uma obrigatoriedade que achamos 
muito importante”, por “permitir que a administração pública corrija erros”, 
diz Mónica Guerreiro. Mas “não serve para reclamar, é para alertar
 para a ocorrência de erros: um documento que não foi visto, uma digitalização 
mal feita”, diz, acrescentando: “Mas muitas vezes os interessados não
 as usam com esse intuito.” Esta responsável diz ainda que a DGArtes considerou
 que a não realização de audiência “não prejudicaria os direitos 
dos que se quisessem manifestar”. De acordo com o Código do Procedimento Administrativo, os interessados em contestar os resultados poderão 
reclamar junto da DGArtes no prazo de 15 dias, ou através de recurso
 hierárquico junto da SEC, ou por via judicial. “Como em qualquer processo 
de contestação da administração pública, quando se conclui que o Estado 
cometeu um erro ou injustiça, o lesado recebe uma indemnização. É assim
 em qualquer sector público, as artes não são diferentes”, diz Mónica 
Guerreiro. (…)».
 Olha-se para isto e a primeira reação é passar à frente, e  esquecer. E porquê? Não se deteta grandeza: não se perscruta conceito,  técnica, intuição. Estamos a ver uma audiência de interessados, prevista constitucionalmente (ver o número 5 do artigo acima) remetida a uma mera burocracia de registo de falhas  administrativas. Depois, «o lesado  recebe uma indemnização»: como se os lesados não fossemos todos nós que não estamos a beneficiar de um serviço público a que temos direito, serviço público esse  que é a razão de ser da DGARTES e de quem lá trabalha. Como se estes processos irracionais não estivessem a delapidar os recursos que nos são comuns enquanto povo! E será que há consciência de que mesmo havendo quem, individualmente, não ache importante a audiência de interessados isso é irrelevante no exercício de funções públicas?, onde o dever é incessantemente  procurar cumprir a letra e o espírito da lei?
Como se pode constatar, no artigo há outras passagens também ilustrativas, como esta:

 “Este concurso abriu já no final de Dezembro, o que é uma coisa anómala”, reconhece a subdirectora-geral das artes. “Deveríamos abrir os concursos em Agosto, seria o prazo adequado. Infelizmente, têm aberto cada vez mais tarde.” Situação que se deve ao facto de os apoios às artes dependerem da aprovação do Orçamento de Estado na Assembleia da República e de isso acontecer “cada vez mais tarde” nos últimos anos, nota Mónica Guerreiro.

Apetece dizer, olhe que não, olhe que não, ...  Depois, conceda-se, nem toda a gente tem de perceber de finanças públicas, de ciência política, de gestão orçamental. Ainda: esta «coisa anómala» não terá acontecido noutras ocasiões mesmo mais atípicas, e a viver-se, por exemplo,  «em duodécimos». Que se lembre, para o período aqui em causa nem terá havido desvio aos calendários padrão ...  E seria interessante saber  o que é que os dirigentes da DGARTES já terão feito para alterar a «situação anómala». Por fim, admire-se a coragem de  publicamente se assumir a «anomalia» - não se pode crer que seja ingenuidade -,   agora há que agir em conformidade.

*
* *

Aqui chegados,  ter cuidado, e não nos deixemos enredar por observações «taco a taco», como se acabou de fazer, embora tenha alguma utilidade. A questão é politica. Tudo isto tem a  ver com o papel que se reconhece à cultura e às artes, enquanto serviço público, na vida das pessoas;  com o montante do Orçamento de Estado que lhe é afectado; com o reconhecimento da plurianualidade inerente às atividades artísticas; com a forma como se produz legislação;  com os processos para se encontrarem os dirigentes e os técnicos que na Administração Pública asseguram os serviços; com a redução do aparelho estatal e depois o recurso ao mercado; com os processos de trabalho, que não são inocentes, nomeadamente na constituição das suas equipas, e na estrutura que se dá aos orçamentos, e em especial ao Orçamento de Estado. Uma certeza: pode sair-se deste «estado de sítio», como já alguém designou o pântano em que nos encontramos. Mas sem voluntarismos, e sim com cada protagonista a fazer o que lhe compete. Com paixão, certamente. E a fazer ao mesmo tempo, em conjunto, muito do que se acabou de enumerar. E para isso há quadro institucional, há conhecimento, há práticas de referência. Mas sem o querer (e o crer) político, nada feito. 
 
 

APOIOS ÀS ARTES | Sobre a audiência de interessados uma viagem ao passado

A notícia na integra aqui.
























quarta-feira, 3 de junho de 2015

«Não quero mais brincar a este jogo perverso, arbitrário, disfuncional» | «que esta situação não passe impune e desapercebida»

LEIA O ARTIGO COMPLETO AQUI.


O que seria de nós sem os Alertas Google?, eventualmente não saberíamos, ontem,  que os resultados dos Apoios Estatais através da DGARTES nas modalidades «ANUAIS» (para 2015, imagine-se !) e BIANUAIS (2015 e 2016) já eram conhecidos. (Ontem ainda não havia site da DGARTES, hoje já há, e desejamos «boa sorte», não vá ele ser sol de pouca dura, e aguarda-se, naturalmente, esclarecimentos sobre o«bug»).  O alerta remeteu-nos para o artigo a que se refere a imagem acima, que faz uma boa resenha do estado dos apoios do Estado em que nos encontramos. De lá, excertos, alguns que, no no mínimo, arrepiam:

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 «Bruno Bravo, encenador, não esconde a sua desilusão perante estes resultados: "Apanhou-nos de surpresa. Temos passado os últimos dias em reuniões para perceber o que vamos fazer. Somos uma estrutura com 14 anos e temos apoio sustentado da DGArtes há 10 anos. A companhia tem evoluído bastante, com produções mais ambiciosas, mais equipas, temos um espaço. Estes dois últimos anos foram de um esforço brutal e a nossa expetativa era que, pelo menos, mantivéssemos o apoio que tínhamos até aqui, e que já era pouco [na ordem dos 60 mil euros]».
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  «"Pusemos a hipótese de acabar com a estrutura mas não vamos admitir que a DGARTes consiga acabar com uma companhia que já existe há tanto tempo, com provas dadas. Vamos procurar outras formas de financiamento e resistir", diz Bruno Bravo, que critica bastante a política seguida pela DGArtes: "Antes era uma estrutura plural, agora mudou de paradigma, quer que todas as companhias sejam iguais. Mas não são. Nem todas as companhias fazem itinerância, nem todas têm serviço educativo." E acrescenta: "A estratégia é para que haja uma concentração dos apoios em cada vez menos estruturas. O futuro não é nada promissor, é mesmo muito perigoso. Devíamos estar todos alerta."».
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 «O descontentamento é visível entre as estruturas que receberam apoios muito aquém do que foi pedido - como o Al Kantara, que vai receber 96 mil euros por ano o que, segundo Thomas Walgrave, é manifestamente insuficiente para realizar o festival - e sobretudo entre os que ficaram de fora dos apoios, como a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, de Vasco Wellenkamp, que já há alguns anos enfrenta uma situação financeira bastante débil».
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 «Outra surpresa foi a recusa de apoio à Real. Na sua página de Facebook, o coreógrafo Joao Fiadeiro manifestou o seu desalento: "Pela primeira vez em quase 20 anos, a RE.AL e o Atelier Real não foram contemplados com apoios do Estado nos concursos abertos pela DGArtes. A primeira reação, à flor da pele, foi dizer basta. Chega. Não quero mais brincar a este jogo perverso, arbitrário, disfuncional." Mas promete que, apesar de injustiçado, não vai desistir: "estamos a passar por uma das fases mais vitais e vibrantes do nosso percurso. A REAL acaba de voltar em força ao trabalho coreográfico, com estreia no Maria Matos e no Rivoli na próxima temporada e com vários teatros europeus na calha para nos programar em 2016." Fiadeiro sente que o "sistema colapsou, entrou em pane, fez tilt. E que é tempo de fazer zoom out e tentar que esta situação não passe impune e desapercebida. E, sobretudo, que sirva para alterar profundamente a lógica do sistema. Não por mim, que tenho os meus meios e redes e formas de continuar a trabalhar (se não for aqui, será lá fora), mas por Todos."»
_________
"O sistema está viciado e não é justo. Os apoios vão sempre para os mesmo criadores e não há espaço aos novos."

O artigo do DN, traz mais informação, que nos deixa a pensar, e que esperemos outros reflictam - mais uma vez, «pequenos/grandes temas» a que as campanhas eleitorais não deviam ser indiferentes:

  •  «(...) já a meio do concurso a tutela aprovou um reforço de 400 mil euros em relação ao que estava previsto para este ano para tentar chegar a mais estruturas». Onde se foi buscar este dinheiro?, e a meio do jogo.
  • «A DGArtes esclareceu ainda ao DN que a decisão de cancelar a fase de audiência dos interessados foi tomada para não atrasar ainda mais o processo de atribuição dos apoios: "Tendo em conta a data em que ocorre esta notificação, e considerando que todo o processo administrativo poderá levar a que os apoios concedidos venham a ser atribuídos só a partir do próximo mês de julho, em benefício do interesse das próprias entidades e, naturalmente, do setor em geral, a DGArtes decidiu suprimir a fase de audiência de interessados neste procedimento", explica a instituição, lembrando que, no entanto, todas as estruturas têm o "direito de solicitar a modificação, suspensão, revogação ou declaração de invalidade do ato mediante reclamação ou recurso para o órgão com competência para o efeito"». Mas o que é isto?, não haverá aqui uma confusão entre princípios e formas de ultrapassar a ineficiência da Administração?, e ao mesmo tempo troca-se a «audiência» por processos mais morosos e caros, e impossíveis para muitos - reclamação e recurso. Ou será que os serviços e os júris não tinham capacidade para fazer face às audiências? E mais ainda: é possível, com aquela argumentação? É que em todo este atraso, mais semana, menos semana, para defender princípios ... 
  •  «Claro que ficam de fora diversas entidades, mas entretanto a DGArtes abriu pontuais (800 mil euros, para 45 projetos) e internacionalização (386 mil euros para um máximo de 45 projetos). Foi alargado até 15 de junho o prazo das candidaturas a Pontual para dar a todos a oportunidade de se candidatar"». Ora aqui está, sobre a identidade de cada modalidade de apoio,  a identidade de cada projeto, e a assunção de que cada projeto «é único», estamos conversados. 


                                                     


 Perante tudo isto, como dizem  pessoas ouvidas pelo DN, não restam dúvidas:


«Devíamos estar  todos alerta»
«Que esta situação não passe impune e desapercebida»
«O sistema colapsou»



segunda-feira, 1 de junho de 2015

AINDA O FITEI E A ATRIBUIÇÃO DOS APOIOS ATRAVÉS DA DGARTES


O Diretor do FITEI  - Gonçalo Amorim - deu uma entrevista ao PÚBLICO de hoje. É de lá, na edição impressa, o recorte da imagem. Dá para se saber mais sobre o processo da atribuição dos apoios a que nos referimos aqui. E sublinhe-se: «Mas sei que há colegas meus, alguns dos quais estão neste FITEI, que ainda não fazem ideia se vão receber financiamento da DGARTES, sendo que estamos praticamente na segunda metade do ano (a entrevista foi feita um dia antes da publicação dos resultados)»-  (ver o excerto da imagem). O comum dos cidadãos tem dificuldade em acompanhar  a situação: saíram os resultados de quê? É que, entretanto, só agora abriram ou vão abrir concursos ... Pensamos que serão os Pontuais e da Internacionalização. Sobre a entrevista pode saber mais aqui. E ainda outro excerto do que se pode ler:

Por fim, dizer que a entrevista é da jornalista Inês Nadais.