quarta-feira, 30 de junho de 2021

SENHOR PRIMEIRO MINISTRO A SUA MINISTRA DA CULTURA TEM CARTA BRANCA? | mas atenção dá ideia que nem lhe ocorre que o que faz está errado ...

Senhor Primeiro Ministro, com o devido respeito,  não estará a seguir com a atenção necessária o que se passa na Cultura,   mas a situação é bem preocupante. Parece  mais do que nunca que  a sua Ministra quer a todo o custo apresentar trabalho: sem rede, sem filtro, sem racional, e dá ideia que nem lhe ocorre que o que faz está errado e que a responsabilidade é dela,  da senhora governante ... Tem carta branca? Mas as «coisas» já parecem sem controlo, e até revelam desespero... E até se vê sobranceria onde devia estar autoridade e poder naturais. Como ilustração olhemos para o que se passou com o Diretor-Geral do  Património Cultural, e para isso comecemos com uma  breve descrição do que aconteceu  tendo como fonte a TSF (o destaque é nosso): «Ministra da Cultura exonera diretor-geral do Património Cultural Bernardo Alabaça. A mesma fonte acrescentou que a exoneração do cargo vai ter "efeitos imediatos", e Bernardo Alabaça será substituído interinamente pelo arquiteto João Carlos Santos até agora subdiretor da DGPC, que assumirá as funções "até terminar o concurso da CRESAP   (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública)que se encontra a decorrer".A ministra da Cultura, Graça Fonseca, exonerou esta sexta-feira o diretor-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, por considerar que a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) está "inoperacional", revelou fonte oficial do gabinete à agência Lusa. Leia na integra.

Vejamos também algumas das reações à exoneração. Por exemplo,

no Expresso: «Bernardo Alabaça não imaginava que seria exonerado esta sexta-feira. Apresentou-se ao concurso da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) para permanecer mais um mandato como diretor-geral do Património Cultural. O prazo da avaliação terminou na semana passada, mas os resultados ainda não são conhecidos. Inesperadamente, contudo, o Ministério da Cultura anunciou a sua exoneração. (...)

Ao "Público", uma fonte não identificada afirmou ser "pertinente, e urgente, a substituição do engenheiro Bernardo Alabaça pelo facto de o seu desempenho não ter correspondido às expectativas nem se perspetivar que pudesse vir a corresponder”. O diário avança ainda que "o arrastar da resolução dos problemas nas instalações do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), a taxa de execução de 10% da DGPC, a incapacidade de pôr em prática determinações do Conselho de Ministros e o 'ineficiente contributo' do diretor-geral na discussão em torno da distribuição dos 150 milhões de euros que o Plano de Recuperação e Resiliência" destinou ao património são algumas das principais falhas que o gabinete de Graça Fonseca atribui a Bernardo Alabaça. Para concluir: "A DGPC tornou-se profundamente inoperacional.”Questionados sobre estas afirmações pelo Expresso, vários diretores de museus tutelados pela DGPC que pediram anonimato discordaram, dizendo mesmo que a ministra teria de apresentar factos que a fundamentassem. Dois deles recordaram, inclusive, que recentemente, mediante a possibilidade do encerramento do Museu do Azulejo devido à falta de seguranças, ter sido o próprio Bernardo Alabaça que, pessoalmente, lhes telefonou a pedir que cedessem funcionários, de forma a impedir o fecho das portas. (...)»

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Bom, em vista do que acaba de se escrever assinalemos erros da Senhora Ministra, e se não o são façam o favor de o demonstrar.

- O prazo para abrir concurso:  já ninguém liga, e nem demos conta que a comunicação social o tenha assinalado, o que é  grave, mas o Diretor agora exonerado estava em regime de substituição e o concurso a decorrer foi aberto para lá do prazo fixado na legislação. A pergunta é muito simples e já a fizemos noutras ocasiões: não há sanções? A Senhora Ministra tem «carta branca»?, ao abrigo de que dispositivo?

- Soubemos da «dispensa» do Dirigente pela comunicação social, mas naturalmente procurámos sabê-lo em lugar institucional, e como não há site do designado Ministério da Cultura procurámos noutros lugares, mas nada encontrámos. Teremos de aguardar pelo Diário da República. De quem é a responsabilidade desta forma de relacionamento na área da cultura? Da Governante, naturalmente. E estamos com curiosidade em ver a que alinea recorreu para o seu acto ... Não é impunemente que se dispensa «um colaborador», ainda que em regime de substituição, ainda que para lá do institucionalmente previsto.Até porque as pessoas são pessoas e com estas medidas estamos em crer que os melhores se colocam a milhas. Quem quer passar por «vexames» destes?      

- Bom, vamos ao nuclear, o Dirigente do Património Cultural foi exonerado porque não estava a cumprir. Mas quais os objetivos que tinha de atingir no seu «reinado em regime de substituição» (de que não sabemos a duração)? Procurámos no site da DGPC ... nada. Desta forma, sem referencial, sem métricas, todos podem dizer tudo  ... Mas se olharmos para a CARTA DE MISSÃO no concurso a decorrer aquilo é um susto. Aquilo é praticamente um «copy/paste» da orgânica da Direção-Geral ... Carta de missão é outra coisa, Senhora Ministra: verificável, estimulante, partilhável ... Com objetivos estratégicos claros e mensuráveis, e metas de curto prazo por todos entendidas ... E onde a sintese domine! Também neste particular, de quem é a responsabilidade? Em primeiro lugar, do Governo, necessariamente. Mas também de quem se submete a isso.

- E chegamos ao PERFIL: afinal qual o Perfil para  Diretor-Geral do Património Cultural? Olhemos para o histórico, olhemos para o Perfil do concurso que está a decorrer... Para lá de tecnicamente deixar muito a desejar em termos de «desenho», não se consegue perceber ... Talvez uma certeza: de uma ou outra forma adere a quem está «em regime de substituição» ... Mas desta vez, um «curto-circuito», a meio do processo ..., o que nos leva a suspeitar que a «história está mal contada» ... No minimo a Senhora Ministra tera de assumir que errou, que errou, ... na sua escolha de fevereiro do ano passado que tanto defendeu quando tantos a mostravam inadequada ...

 

 (Excerto - veja mais no site da CRESAP)

- Por outro lado, está a decorrer um concurso ao qual o Diretor-Geral agora exonerado se candidatou. O que era previsivel. E se ele não desistir e a CRESAP o escolher? Desculpem lá, mas faz algum sentido que quem decide sobre o concurso, ou seja, a Ministra da Cultura,  possa ter o comportamento que teve? Está objetivamente a interferir num jogo que está a decorrer ... Alguém já tinha visto tal coisa? A não ser que preveja deixá-lo para as calendas. E podemos concluir que qualquer que seja o quadro legal há sempre possibilidade de quem decide «levar a água ao seu moinho». E isto arrepia. Mas justifica-se a pergunta: vai o concurso em curso ser anulado? Eventualmente, o Subdiretor-Geral  (agora em regime de substituição como Diretor-Geral) nem se candidatou ao lugar que agora ocupa, e até se quererá candidatar ... Se já o tinha feito, o enredo até terá outro picante ...

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quanto ao detalhe fiquemos por aqui, isto não dá saúde a ninguém ...

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Mas não podemos terminar sem revisitarmos as «nossas causas» que têm a ver com este episódio, mas muito para lá dele, e sem as quais continuaremos de caso em caso ... Sem esgotar o que podia ser dito:

  • Desde logo, o que há a resolver é a criação de um verdadeiro MINISTÉRIO DA CULTURA que olhe para as orgânicas de cada organismo, como o Partido Socialista prometeu, e as demais esquerdas exigem,  e assim resolver também a questão do «monstro» Direção Geral do Património Cultural, ou seja, resolver a herança PREMAC PSD/CDS;
  • Fixar os PERFIS PARA OS DIRIGENTES da Cultura, retomando o que no passado resultou, e o que a ciência e a técnica recomendam, em particular esta rotação de dirigentes é «abominável» em termos de custos e de eficácia ...
  • Deixar de se tratar as Pessoas na praça pública. Na Cultura isto é «padrão». Lembremos do que aconteceu com a OPART. Isto contribuirá para afugentar os que queríamos nas nossas Administrações 
  • Fazer verdadeiros concursos para Dirigentes: superiores ou intermédios ...
 
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E PRONTO! COMO NA CULTURA SÃO OS EPISÓDIOS QUE IMPERAM AGUARDE-SE O PRÓXIMO ENQUANTO ACOMPANHAMOS A «EXONERAÇÃO DO DIRETOR-GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL EM REGIME DE SUBSTITUIÇÃO» O QUE TEM A SUA IRONIA: VERDADEIRAMENTE, DEMITIDO ANTES DE O SER. SÓ UM HUMORISTA  CONSEGUIRÁ PASSAR TUDO ISTO MOSTRANDO VERDADES PENOSAS A RIR. 


 
 

terça-feira, 29 de junho de 2021

TODOS OS PRETEXTOS SÃO BONS PARA RECORDAR EDUARDO PRADO COELHO | daí a crónica (chic?) «Encontros no Marais» de Guilherme d`Oliveira Martins publicada hoje no Diário de Notícias | E APROVEITE-SE PARA LEMBRAR QUE EPC FOI DIRECTOR DA DIREÇÃO GERAL DE AÇÃO CULTURAL E ISSO INTERESSARÁ A QUEM QUISER ESTUDAR PERFIS PARA O LUGAR NOS DIAS DE HOJE | NÃO SERÁ O CASO DA GOVERNANTE DA CULTURA PELO QUE NOS É DADO VER NOS CONCURSOS LANÇADOS


 
 
E o artigo leva a muitos daqui, do Elitário Para Todos, a transpor para a Direção Geral das Artes, onde Eduardo Prado Coelho esteve Diretor-Geral (1975/76), o entuasiasmo e alegria mostrado logo no início do texto: «Era Paris, e encontrei-o no Marais, perto de sua casa. Senti-o assoberbado com a organização da Europália-91, mas o entusiasmo era, como sempre, transbordante. Havia a extraordinária alegria de viver, de pôr uma máquina em movimento, e de lidar com novas coisas e ideias. (...). O contexto institucional era o que decorre disto: «(...) Estas tarefas, de grande alcance no domínio da Informação e da Cultura, não poderão apenas limitar-se a iniciativas governamentais sob pena de se cair no dirigismo panfletário e demagógico, negando a própria essência do ideal socialista que se deseja construir. Torna-se pois necessário e imperativo que a consciencialização social passe pelos próprios agentes que estabelecem a ponte entre os centros de decisão e o Povo, designadamente, profissionais da informação, intelectuais e artistas. Deles espera o Governo a maior colaboração e sentido de responsabilidade, entendendo-se por responsabilidade esse voto abnegado de participar e de aderir a um projeto coletivo, partilhando dos sucessos, bem como dos desaires, e não a simples contrapartida de uma consciência individual e individualista. (...)». Num dos Programas do Governo do «Verão Quente». Um pormenor: na altura, tal como hoje, Cultura e Comunicação no mesmo Ministério (o que muitos criticavam). Pois é, nos dias que correm, onde  está aquele  dinamismo do passado? E sem isso ...
 
 

MAIS UMA RECOMENDAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA NA ÁREA DA CULTURA | agora é sobre a « definição do perfil do conservador-restaurador, garantindo a salvaguarda do património cultural» | SENHORES DEPUTADOS OUSAMOS DIZER QUE HÁ MUITOS MAIS «PERFIS» A NECESSITAR DE SER FIXADOS NOMEADAMENTE PARA OS DIRIGENTES | MAS O GOVERNO NÃO OUVE! | COMO SAIR DISTO?

 



segunda-feira, 28 de junho de 2021

«IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO SETOR AUDIOVISUAL E DE ESPETÁCULOS AO VIVO NAS AMÉRICAS / Um estudo em oito países»


mais rápido, talvez, por aqui


«(...) The focus of the study is on:

-        Economic activity and employment: how has the pandemic influenced sectoral growth, how many people lost their jobs due to the pandemic, which segments and activities were most affected, were there specific economic supports or social protection measures for workers in these sectors?

-        Working conditions: how were working conditions affected in the different segments and activities, what has been the incidence of remote work, how were health protocols implemented and monitored, what have been the responses, adaptations and resistance in terms of work, what are the specificities according to gender?

-        Union organization and operation: what are the greatest difficulties that unions have had to face during the pandemic, in what ways could they have been strengthened in this context, what actions did they take to defend the interests of workers, what assistance did they provide to those who were left without income, what perspectives and challenges do they project for the post-pandemic scenario? (...). Saiba mais.

 

 

domingo, 27 de junho de 2021

O «SÓNAR» SEGUNDO A SENHORA MINISTRA DA CULTURA | «Está tudo certo neste projeto: não tem fronteiras, não tem símbolos, é transdisciplinar, atravessa todas as áreas artísticas, não fica encerrado na Cultura e coloca-a com o papel de transformação do mundo", afirmou, partilhando que espera em 2022, "estar a dançar" no Sónar Lisboa»

 

E, de repente, soubemos que vamos ter mais um Festival em Lisboa - o SÓNAR. A comunicação social deu boa cobertura à apresentação da iniciativa. Veja, por exemplo, o video acima, e o que o JN escreveu. Também lemos o artigo do Público. E daqui,isto: «(...)Já se sabia que o festival Sónar iria ter uma edição lisboeta em 2022, mas ainda não eram conhecidos mais pormenores. Esta segunda-feira, em Lisboa, na apresentação do acontecimento, por João Wengorovius, da Pixel Harmony, entidade organizadora em Lisboa, por Enric Palau, fundador do Sónar, e ainda com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, foram revelados mais elementos, faltando agora conhecer-se o cartaz, algo que só deverá acontecer em Setembro. O festival, um dos mais conceituados no campo das músicas electrónicas e das artes digitais de todo o mundo, que se realiza anualmente em Barcelona desde 1994, tem tido inúmeros acontecimentos-satélite em diversas cidades (São Paulo, Hong Kong, Nova Iorque ou Buenos Aires) ao longo dos anos, muitos deles servindo para antecipar a edição de Barcelona. Foi aliás o que aconteceu em 2002, em Lisboa, quando o Lux-Frágil acolheu uma noite com Vladislav Delay ou Fila Brazillia, servindo essa manifestação como festa-antecipação. A edição de Lisboa tem um outro perfil, sendo mais ambiciosa. Ou seja, será um verdadeiro festival de três dias. (...) A edição portuguesa conta com o apoio do Turismo de Portugal, Câmara Municipal de Lisboa e Turismo de Lisboa. Os early birds encontram-se à venda a partir desta segunda-feira, limitados a 500, pelo preço de 95 euros. (...)».  E como pode ver, por exemplo, no JN: «(...)Graça Fonseca começou por dar "parabéns à organização pela coragem para manter um projeto" como o Sónar Lisboa, contando estar "muito feliz" com isso, "porque é sinal de apontar para o futuro". "Está tudo certo neste projeto: não tem fronteiras, não tem símbolos, é transdisciplinar, atravessa todas as áreas artísticas, não fica encerrado na Cultura e coloca-a com o papel de transformação do mundo", afirmou, partilhando que espera em 2022, "estar a dançar" no Sónar Lisboa. (...)»




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 Já o captámos em tempos, a Governante da Cultura não nos dá sossego, e neste momento até nos apetecia estar a olhar para a exoneração do Diretor-Geral do Património Cultural mas dada a «avalanche de acontecimentos» seguimos  um critério de gestão:  «first in, first out». Ou seja, o que primeiro nos chega é o que primeiro reflectimos. E o SÓNAR chegou primeiro, e o que a Senhora Ministra diz obriga-nos a parar nele. Mas antes de voltarmos a ler/ver/ouvir o que disse tentemos saber mais sobre o SÓNAR. Abençoada INTERNET! Escolhemos este video:

    



Então, vamos lá a algumas notas:

 

  •  Quase «tocante»  a maneira como o Governo se faz representar no evento. E também, bem vistas as coisas, a Câmara Municipal de Lisboa...Tanta intervenção legitima, se é que isso seria necessário, que nos digam quanto é que o CENTRAL e o MUNICIPAL vão investir no festival. Em termos nacionais, pelo que se lê, a Cultura nem vai gastar um euro - vai ser o Turismo. Assim, o que é que  a Ministra da Cultura estava lá a fazer?,  a abrilhantar e a demonstrar que não quer ficar «encerrada na cultura», diriamos. Qual mentora! E voltamos à nossa: onde é a sede para estas atividades em termos da ADMINISTRAÇÃO? Voltamos à nossa: deve ou não haver quem nos mostre qual a estratégia do Governo para as designadas INDÚSTRIAS CULTURAIS (com este ou outro nome)? E assim  como que damos continuidade a este post tão recente.  
  • Realativamente às palavras da Senhora Ministra da Cultura, passamos ... Mas aquilo soa esquisito. Diremos apenas que ansiamos por Governante da Cultura que se aproprie da verdadeira importância de um MINISTÉRIO DA CULTURA; que entenda em termos conceptuais e operativos a transversalidade das artes e da cultura no aparelho estatal; que dê dignidade ao SERVIÇO PÚBLICO no setor; e que pugne pela intervenção do Estado nas organizações do mundo do negócio da cultura e das artes da maneira transparente  a que têm direito ...
  • Quanto à dimensão «ambiental» e de «sustentabilidade» em geral, estão a ser injustos, outros já o proclamaram e praticaram ... É o que faz os Governantes não se documentarem para as suas presenças públicas ...
  • Por fim, o maior SUCESSO (palavra de que muito gostarão) para o SÓNAR, e ... BOAS DANÇAS!, mas para isso não precisam de ser membros do Governo. Estejam à vontade ...       

 


sexta-feira, 25 de junho de 2021

CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA 2027 | Não é estranho tanta candidatura? | E AINDA PODERÃO SER MAIS | AS CANDIDATURAS FECHAM A 23 NOVEMBRO 2021

 

Veja aqui



Leia aqui

 

Nos tempos mais recentes, parece que não há dia que não nos venham noticias da Capital Europeia da Cultura 2027. E foi assim que fomos em busca - veja as imagens acima.  Ora, logo em novembro 2020 a comunicação social  dizia que já havia 10 Candidatos. Se calhar isto é normal...Mas cheira-nos que é fenómeno que mereceria reflexão. Pelo que lemos, relembramos que já foram Capital Europeia da Cultura LISBOA, PORTO, GUIMARÃES ...  Agora, talvez, «torcer» para ser mais a sul ...Não será dificil perceber as dinâmicas que projetos destes podem desencadear ... Daí, porventura, tanto apetite por se ser «europeia», já o sendo ...  E foi assim que nos lembrámos, a nível caseiro, das CAPITAIS DE TEATRO. Porque terão acabado? Onde se pode saber das que aconteceram? Por aqui, no Elitário Para Todos, como já o temos dito,  há quem tenha memória, logo que houver tempo partilharemos mais ...Mas não confundir «memórias pessoais» com «memórias institucionais», embora estas possam beneficiar daquelas. Veja-se o projetado pelo projeto a que se refere esta notícia (e havemos de voltar a esta questão dando continuidade ao que temos dito e defendido no Elitário Para Todos sobre «a memória» na Cultura e nas Artes)  onde se pode ler:  «O projeto a três anos prevê ainda a recolha de "testemunhos e memórias" do teatro lírico português» ... . Então, como se pode abdicar, por exemplo, do testemunho de Ricardo Pais que foi o Comissário de Coimbra Capittal do Teatro 92/93?

Sobre os diferentes projetos CEC27 existentes e que venham a aparecer sobeja-nos curiosidade, e iremos acompanhar as actividades das diferentes candidaturas, mas sem abandonar o nosso foco: A CULTURA É FUTURO E PRECISAMOS DE UM PLANO NACIONAL PARA O SEU DESENVOLVIMENTO.  Que não se pode confundir com os PLANOS MUNICPAIS e muito menos com CAPITAIS EUROPEIAS. Mas com o qual o «Municipal» se articule e onde todas as candidaturas se revejam ... e sejam promovidas. E o resto ..., e que resto!

 

EM CAUSA O APOIO DE 438, 81 EUROS | agora é a Provedoria de Justiça que se junta a profissionais da cultura e a deputados mostrando que a coisa não está bem ... | ESTARÃO TODOS ERRADOS SENHORA MINISTRA DA CULTURA?

 

 

«Num documento enviado na semana passada ao Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC), ao qual a agência Lusa teve acesso, a Provedoria de Justiça recorda que estão “por resolver várias situações já devidamente identificadas, que continuam a impedir que tais apoios sejam efetivamente pagos a todos os requerentes que deles poderão ter o direito legal de usufruir, ou, em alternativa, o direito de compreender as exatas razões pelas quais não poderão dos mesmos beneficiar”.

No entender da Provedoria da Justiça, “importa, de forma prioritária, que tais pagamentos sejam desbloqueados e que este apoio social de emergência chegue, efetivamente, a todos quantos dele necessitem com a maior brevidade possível”.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Provedoria de Justiça, revelou hoje que, desde o início do ano e até segunda-feira, foram recebidas 178 queixas relativas àquele apoio, estando atualmente “em instrução 55 processos sobre este tema”.

Em causa está o apoio social extraordinário aos profissionais de Cultura, no valor de 438,81 euros (referente a um Indexante dos Apoios Sociais), anunciado em 14 de janeiro como sendo “universal e atribuível a todos os trabalhadores” independentes, com atividade económica no setor cultural, para fazer face à crise provocada pela pandemia da covid-19.(...). Leia aqui.

 

 

quinta-feira, 24 de junho de 2021

NUM DIA EM QUE PELO DESPORTO TANTO SE SENTE PORTUGAL | em paralelo lembremos os «Verdes Anos» de Carlos Paredes

 

 


 

 

 

 

É NOTÍCIA PORQUÊ ? | Senhor Primeiro Ministro mande que informação seja prestada dizendo ao abrigo de que intervenção se processou o financiamento ... | O ARTISTA E TODOS NÓS MERECEMOS TRANSPARÊNCIA


Em síntese, aquele «DÁ» exige explicação: à partida o Ministério da Cultura não dá, atribui de acordo com processos estabelecidos, concorde-se ou não com eles. Em especial, e em linha com perguntas que temos feito no Elitário Para Todos, em Portugal o que caracteriza o «sem fins lucrativos» e o que é determinado pelo «jogo do mercado» na esfera da cultura e das artes? Claro, ambas as realidades tem direito a financiamentos do Estado - como acontece com os outros setores - com lógicas especificas como acontece em outros paises. Ou seja, há que fixar qual a diferença entre  SERVIÇO PÚBLICO  e as ditas INDÚSTRIAS CULTURAIS. Para essa reflexão, da nossa vizinha Espanha:

 
Ah, até as relações com  as «Organizações Representativas do Setor»  sairiam beneficiadas ... E poupavam-nos a «diálogos» pouco produtivos ... Verificáveis.

PORQUE O ORÇAMENTO DO ESTADO DA CULTURA É O QUE SABEMOS ... | O Museu Nacional de Arte Antiga em situação de rutura

 

Veja aqui

 

«Museu Nacional de Arte Antiga em situação de rutura, diretor preocupado

por Lusa

O diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, Joaquim Caetano, mostrou-se hoje preocupado com a proteção do património à guarda daquela entidade, em Lisboa, cujos "problemas recorrentes", de falta de vigilantes e sistemas obsoletos, criaram uma situação de "rutura".

O museu tem atualmente um aviso aos visitantes no seu sítio `online` sobre "limitações no percurso expositivo permanente entre os meses de junho e setembro", uma situação que se repete há vários anos, e que se agrava nos meses de verão, devido às férias dos funcionários (...)». Leia na integra.

 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

NO GOOGLE ARTS & CULTURE | a exposição «Tudo O Que Eu Quero» | NA GULBENKIAN ATÉ AO PRÓXIMO DIA 23 DE AGOSTO | ENTRADA GRATUITA

 

  

  (recortes capturados no Google)

 
 
«A apresentação digital da exposição é fruto de uma colaboração do Ministério da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Google Arts & Culture. Inclui um acervo de obras mais amplo do que as que integram a exposição física, que estará patente naquela fundação, em Lisboa, até 23 de agosto, com entrada gratuita. Ao ser disponibilizada virtualmente, a exposição pode agora ser apreciada a partir de qualquer lugar do mundo.

A mostra, com curadoria de Helena de Freitas e Bruno Marchand, apresenta um vasto percurso inédito de criação feminina nas artes portuguesas, reunindo obras desde o início do século XX até aos nossos dias e abrangendo pintura, escultura e desenho, azulejo, instalação, filme e vídeo. A iniciativa pretende sublinhar a importância dos direitos das mulheres e contribuir para reforçar o modelo social europeu – uma das prioridades da Presidência Portuguesa –, o que passa pelo combate às desigualdades e pela promoção da igualdade do género.

Depois de Lisboa, a exposição será apresentada em 2022 no Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, em Tours, no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França».

 

 

 

Saiba mais no site da Gulbenkian

 


segunda-feira, 21 de junho de 2021

DE FACTO SE O CONSELHO NACIONAL DA CULTURA NÃO É PARA ESTAS OCASIÕES PARA QUANDO SERÁ? | e assim «A Assembleia da República Recomenda ao Governo que convoque o Conselho Nacional da Cultura no contexto da pandemia da doença COVID-19»

 


Temos no Elitário Para Todos chamado a atenção para a forma como o Conselho Nacional da Cultura é ignorado  por quem devia aconselhar. Mas nem surpreenderá porque «ouvir» não é para quem quer ... Será para quem acredita no instrumento e no processo ... E não «um faz de conta».  De há muito que batemos na «tecla» Conselho Nacional da Cultura. Por exemplo já em 2017:SEM MINIMIZAR A QUESTÃO DOS JÚRIS DO CINEMA | E se em paralelo refletissemos os poderes em geral do Conselho Nacional de Cultura !

Por outro lado, esta «recomendação» mostra bem em que estádio de gestão se  encontra a àrea da cultura deste Governo. E voltamos a uma das nossas: imprescindível criar um verdadeiro Ministério da Cultura que nesse caso sentirá necessidade de aconselhamento. Por outro lado, noutros tempos «puxões de orelha» desta natureza levariam  a que os visados tirassem as devidas conclusões ...

Se na Administração Pública da Cultura houvesse memória organizada poderiamos avaliar como logo a seguir à Revolução de Abril os «CONSELHOS» tiveram espaço na cultura e nas artes ... De maneira genuina, há por aqui quem o pode testemunhar ... Logo em 1975 quanto ao institucionalizado:



 

 

UM COMENTÁRIO QUE SE PODE GENERALIZAR | verdadeiramente na Cultura não sabemos ao que este Governo vem ... | QUANTO À SENHORA MINISTRA ANDARÁ NO SEU PÉRIPLO PELO PAÍS COM AGENDA «À VISTA» ... A FAZER PROVA DE VIDA ?

 

 
 
 

domingo, 20 de junho de 2021

LUÍS MIGUEL CINTRA | NO ÍPSILON | «Estou condenado a não poder trabalhar durante muito mais tempo. E é difícil habituar-me a outro sistema de trabalho. Sinto que vou à procura de projectos mais pequenos porque perdi um instrumento de trabalho fantástico que era o Teatro da Cornucópia»

 

 

Se puder não perca, no Ípsilon (18 JUN 2021), o trabalho a  que se refere a imagem. É de lá também o excerto do titulo do post. E ao ler-se o artigo percebe-se o quanto profissionais de Teatro podiam continuar a aprender com o mestre. E o quanto o público poderia ter continuado a partilhar  ... Não havia necessidade GOVERNO PS! Utilizando palavras do povo: como conseguem dormir com isto que certamente vai ficar para a história? Isto é, foi durante um Governo PS que a Cornucópia fechou ... Não nos venham com justificações ... A nosso ver (sim somos suspeitos, estamos entre os incondicionais da Cornucópia, do Luís Miguel Cintra e da Cristina Reis) serão todas pifias. A grande sobra,  falta-nos um SERVIÇO PÚBLICO DE TEATRO que reconheça os nossos melhores, dando-lhes as condições que se lhes ajustem ... Felizmente que há jovens sábios ...

 

Saiba mais sobre o espectáculo  no site do Museu da Marioneta. De lá:


«Este é um espectáculo que nasce do tempo do confinamento, quando o isolamento nos devolveu uma imagem sem disfarces do nosso quotidiano. Perante a ameaça da doença e da morte, perante a evidência de como o essencial da vida (as relações humanas) está camuflado no vazio do dia a dia que a sociedade que herdámos nos permite, não sentimos falta de cultura. Sentimos falta de alegria verdadeira, de generosidade, falta uns dos outros. Ficou bem claro que a cultura não é, como parece, distracção ou passatempo, não é riqueza, é a prática do que define um ser humano, o pensamento, o amor.

E tivemos saudades, lembrámo-nos doutros tempos, de coisas que tinham formado a  nossa personalidade. Lembrámo-nos do Dom Quixote de Cervantes, um dos grandes textos da Cultura Ocidental que todos julgam que faz parte da cultura geral básica de todo o mundo civilizado, aquela parelha que até tem estátua na Praça de Espanha de Madrid e que é emblema para o povo espanhol: Dom Quixote e Sancho Pança. Mas não, não é nesse molhado que chove (e chora) o espectáculo que daí surgiu. Com o trabalho de um Sancho e um Quixote nascidos da nossa amizade, tornámos os diálogos de dois dos mais famosos episódios desse maravilhoso livro num pequeno teatro íntimo, onde além dos dois anti-heróis maravilhosamente expostos na sua solidão, passam os actores de uma companhia ambulante. E um pseudo-diabo, um negociante que mostra um retábulo de marionetas que faz explodir a generosidade antiga do cavaleiro andante.

É um Pequeno Teatro ad usum delphini, um pequeno formato que fala do único assunto de todo o teatro: o ser humano. Aqui recuperando uma estalajadeira cheia de saúde e o prazer de formas já inventadas, como os caretos, o romanceiro tradicional ou os teatros de bonecos, de que ainda conhecemos como nobre exemplo os de Santo Aleixo. Fazendo conviver uma sanfona com um jovem baterista e dando ainda a ouvir algumas frases como esta: “a maior loucura que um homem pode fazer nesta vida é deixar-se morrer sem mais nem menos, sem ninguém o matar, nem outras mãos que o acabem a não ser as da melancolia”. É um conselho de Sancho ao seu velho amigo Quixote».


sábado, 19 de junho de 2021

«Une révolution culturelle:Jack Lang, dits et écrits»

 

«Ces notes inédites permettent d'apprécier l'ampleur d'une révolution culturelle qui toucha tous les domaines de la création.
De 1958 à aujourd’hui, Jack Lang a profondément marqué la vie culturelle française. Dans ce livre, on suit, jour après jour, étape après étape, la fondation et la mise en oeuvre de la nouvelle politique des arts qu’il a imaginée. Une véritable révolution.
Au coeur de cet ouvrage : les multiples notes confidentielles que Jack Lang a adressées au président de la République François Mitterrand, émaillées de jugements et de recommandations, ici publiées pour la première fois. À partir de ces pièces originales, on assiste à la naissance de la Fête de la musique et du Grand Louvre, aux débats autour du prix unique du livre ou de l’Opéra-Bastille, parmi les mille et un projets des « années Lang » inspirées par une ambition dans ce domaine restée inégalée. On pénètre également dans les arcanes du pouvoir et du jeu politique.
Cette somme de documents « bruts » et de première main permet au lecteur de comprendre et d’apprécier l’oeuvre ainsi accomplie en connaissance de cause. Le symbole d’un volontarisme politique mis au service de l’art». Saiba mais.
_________________ E a propósito no Ípsilon de 18 JUN 2021:
Sublinhemos isto: