segunda-feira, 31 de agosto de 2015

LUÍS MIGUEL CINTRA | «O que é importante para se ser ator? É ser uma pessoa interessante».

Ler aqui no DN.

Um excerto:
«(...)
A pergunta pode parecer básica, mas acho que lha posso fazer: o que é o teatro?
Estou numa fase da vida em que penso muito sobre tudo e sinto necessidade de fazer um balanço. O teatro é uma maneira de perceber as coisas e de viver. Através das peças e dos textos que nos chegam à mão e que vamos trabalhando, nós vamos falando, pensando, lendo coisas que vêm a propósito. E pensar a um ponto que envolve o próprio corpo. Passa por uma experiência pessoal, quando se trata de representar personagens que foram inventadas por pessoas de outras épocas. Temos de passar pela cabeça daquelas pessoas, pela sua maneira de pensar. É isso. E é também uma maneira de estar com as outras pessoas.
É sempre um trabalho de equipa, ou tem um lado solitário?
Só é solitário porque há sempre uma parte secreta no teatro. Há uma reserva indispensável, para os atores sobretudo, uma espécie de cofre-forte onde guardamos um manancial de coisas que se vai buscar, ou não, mas que são resíduos da experiência. Muitas vezes digo aos atores: "O que é importante para se ser ator? É ser uma pessoa interessante". Porque o público está sentado na plateia a olhar para outras pessoas - é isso que basicamente o teatro é, porque estão a fazer alguma coisa que elas propõem a alguém assistir. Se não forem interessantes, o que produzem não é interessante.
Como é que o público sente isso?
Isso sente-se mais numas peças do que noutras, mas é isto: na conceção de uma personagem, o que apresentas ao público como ator é o resultado da tua experiência de vida. No Tchékhov, que tem peças sobre as relações humanas de uma forma muito direta, nota-se imenso. Como é que se imagina a personagem de A Gaivota, o percurso daquela miúda? Se temos uma cabeça muito convencional, sai uma coisa sem graça. Quanto maior e mais rico for o nosso conhecimento da vida, mais rico é o resultado. Na comunicação com o público isso também acontece.
(...)»

sábado, 29 de agosto de 2015

«Canções do Norte»






«“Canções do Norte” ensaia uma nova visão do que é a vida na Coreia do Norte de uma forma objetiva. Nem distorcida pela propaganda ultranacionalista do regime do Norte, nem pelos olhos da sátira ou da paródia, muitas vezes também comprometida politicamente». Mais no Expresso.


D.R.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

SETÚBAL FORA DOS APOIOS ESTATAIS PARA A CULTURA| «Este ano ceifaram aquilo que ajudaram a crescer»


 «Depois do corte orçamental, que inviabilizou, pela primeira vez em 30 anos, a realização do Festroia – Festival Internacional de Cinema de Setúbal, a presidente da autarquia sadina vai solicitar, com carácter urgente, uma reunião com o director-geral das Artes para uma clarificação sobre a falta de apoios a projectos culturais no concelho.
O anúncio, feito por Maria das Dores Meira na inauguração da XVII Festa do Teatro – Festival Internacional de Teatro de Setúbal, tem por base os cortes já referidos, bem como os subsídios cortados, ou substancialmente diminuídos, de outros projectos de grande dimensão, como a companhia profissional TAS – Teatro Animação de Setúbal.
Na sessão inaugural de abertura da XVII Festa do Teatro, Maria das Dores Meira salientou que atingiu o limite com a decisão do Governo em colocar de fora os apoios estatais. “Já chega! Quando a Festa do Teatro ganha cada vez mais projecção, mais prestígio nacional e internacional, a Direcção-Geral das Artes resolve cortar um apoio que é mais do que merecido. Isto está a andar ao contrário!”, sublinhou a autarca.
                                        (...)
 O director artístico do certame, José Maria Dias, realçou que o chumbo da candidatura ao apoio deste ano representa um duro golpe para organização do evento. “No ano passado o festival teve esse apoio e foi, sem dúvida, um grande incremento para o seu crescimento. Este ano ceifaram aquilo que ajudaram a crescer.”
                                        (...) 
Nesse sentido, o Teatro Estúdio Fontenova está a fazer circular um abaixo-assinado, durante os espectáculos, no qual é revindicada a sustentabilidade do certame e que será posteriormente entregue ao secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. (...)».


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

«COLEÇÃO SEC» | Ninguém merece, mesmo na «silly season»


Olha-se para o Despacho da imagem acima, publicado hoje no Diário da República, e só apetece exclamar: porquê não ficam quietos? Repare-se, desde logo, em algo que é perceptível para todos: volta a revogar-se o que já tinha sido revogado como aliás tínhamos mostrado neste post, e que pode ser visto de seguida:

E quer gerir-se «por despacho» e, o mais inusitado, «casa roubada, trancas à porta»: é agora, com o mal feito, que se quer que «se respeite todos os compromissos assumidos e que presidiram ao seu planeamento» ... E aquela articulação!, parece ser do género «Todos ao molho e fé em Deus». Já agora podiam fazer um novo Despacho, com a designação de quem toma a iniciativa e um calendário de trabalho ... Em boa verdade, o que se pretende com isto? apresentar trabalho em fim de legislatura? Só pode ser. Para um qualquer tipo de estatísticas.  Mas as pessoas não são parvas ...


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DURANTE A «SILLY SEASON» | A MEADOS DE AGOSTO DE 2015 | a nova «logomarca» para o Teatro Nacional D. Maria II






Uma conferência de imprensa (ou um comunicado de imprensa, não percebemos bem) em meados de agosto sobre o Teatro Nacional D. Maria II tem as suas vantagens, leva-nos a reparar no que é dito e a procurar informação que é sugerida pelo que a comunicação social destaca que noutras ocasiões passaria ao lado. Aquela nova «logomarca», com o devido respeito, no minimo, leva-nos ao sorriso: no meio de tantos problemas pode concluir-se que para os resolver está entre as prioridades.O orçamento é o que sabemos e reafirmado pelos novos responsáveis, as questões a superar um novelo, e o que se anuncia?, «nova marca». E foi isto que nestes dias quentes - hoje enevoados - nos pôs na peugada da MISSÃO do Teatro Nacional.  Ah! pobre criativo, como extrairá ele daquele caldeirão que são os atuais estatutos a nova mensagem a veicular?  Talvez ajude ir lá atrás, ao diploma de 1997, ver as coisas mais «arrumadinhas». De facto, o conteúdo até parece ser o mesmo, mas dá ideia que está tudo baralhado ...É claro que parece já ninguém  querer saber disso, mas antes de qualquer «logomarca», vem nos livros,  convém precisar o SERVIÇO PÚBLICO em questão, o papel dos TEATROS NACIONAIS, a identidade do TEATRO NACIONAL D.MARIA II  face ao TEATRO NACIONAL DE SÃO JOÃO, e distinguir em termos organizacionais conceitos determinantes: VALORES, VISÃO,  MISSÃO,  OBJETIVOS mensuráveis, estratégicos e operacionais ... O que terá mudado?, pensamos aqui no Elitário Para Todos. Uma coisa parece que não está em lado nenhum, reduzir o TNDMII a um espaço de acolhimento de outras companhias, embora isto também deva fazer parte da sua atividade. Pois é, convém precisar previamente com que conceito ...
Para se perceber melhor este nosso arrazoado, mas com os diabos estamos em Agosto, vá ler o que sugerimos nas imagens acima. Mas por isso não perca um mergulho, ou uma sombra acolhedora em qualquer sitio, ou uma ida ao teatro se o houver perto de si. Mas que estas coisas em tempos de eleições mereciam ser discutidas ..., lá isso mereciam ...
 .
.  .

Já agora, como dizem que o que se passa em Portugal é de inspiração francesa, olhe, visite La Comédie Française. Mas como não acreditamos nisso, no sec.XXI «inspirações» vêm de todo o lado, dê um salto, por exemplo, a Berlim  (estiveram no Festival de Almada):


Bom, o melhor é mesmo não ficar por aqui, e assim se perceberá de maneira mais intensa como as palavras de Almeida Garrett - (o TNDM II também conhecido como a Casa de Garrett, e se calhar um peso a não negligenciar  em qualquer «logomarca»)  -  continuam atuais:

o Teatro é um grande meio de civilização e não 
 prospera  onde a não há”




terça-feira, 11 de agosto de 2015

RECORDAMOS MÁRIO BOTAS | Com Lisa Santos Silva (2) |«HÁ SÉCULOS QUE AS PESSOAS FAZEM EQUILÍBRIOS ENTRE O BANAL E O SUBLIME»

«HÁ SÉCULOS QUE AS PESSOAS FAZEM EQUILÍBRIOS ENTRE O
 BANAL E O SUBLIME»



Mais um post sobre Mário Botas, a continuar o anterior. E não vamos ficar por aqui. 



RECORDAMOS MÁRIO BOTAS | Com Lisa Santos Silva (1)


«Documentário sobre o artista plástico Mário Botas. Natural da Nazaré e médico de formação, a sua vasta obra artística inclui trabalhos de pintura, desenho e ilustração. Faleceu prematuramente aos 30 anos, vítima de leucemia».

Neste post queremos recordar Mário Botas - e podemos começar pelo vídeo da imagem . E porquê lembrar? Porque sim - talvez  porque era «um grande artista e médico». Está bem, há uma razão próxima, e depois as coisas são como as cerejas: no começo a balbúrdia em torno da «Coleção SEC», depois a Lisa Santos Silva esteve em Lisboa, e começámos a lembrar os artistas que conhecemos lá pelo Verão Quente, comentando nós, e outros à nossa volta, que alguns estarão na «coleção», e assim chegámos a Mário Botas.  Para a Lisa era mais do que conhecer, era amigo. Entretanto, já em Paris, como continuando a reviver o passado, a Lisa enviou-nos recordações, e porque não partilhar!, pensamos, e foi assim que aconteceu. Não esgotando o que recebemos:


Outra memória:

E depois há destas coisas,  conta a Lisa:

«Um dia... foi em 2013, telefonei ao Hospital da Cuf Descobertas na intenção de
marcar consulta.
Uma viagem a Lisboa estava prevista e eu tinha vontade de ter uma consulta em
português....
A consulta foi marcada e, como há muitos anos que vivo em Paris, perguntei qual
era a direcção exacta, ao que me foi respondido: Rua Mário Botas.
Era com o Mário que eu estava a marcar encontro!
A minha emoção transbordou em lágrimas de tristeza e de felicidade.
O Mário e eu, vivemos uma amizade ímpar.
Fazíamos "cadavres exquis" comprávamos canetas Rotring, caríssimas de tal
maneira se entopiam ...
Mas as do Mário não! O Mário desenhava com a n°1 sem problema .... Assim,
acabei eu por abandonar as Rotring...
Durante o dia corríamos Lisboa de eléctrico, passeavávamos em jardins, fossem
eles cemitérios ou não. Interrogávamo-nos sobre o que seria esta ideia de ser
artista...e o futuro desenhava-se-nos de medos e de entusiasmos!
Ao chegar a casa do Mário, encontrava-o inundado de cantos Gregorianos e
debruçado na banheira :
- " Olha que descobri esta maneira de lavar as aguarelas em banhos de água, isto
dá-lhes uma transparência especial ! "
Depois, ao separar-nos, escreviamo-nos cartas cheias de lua.
Vim para Paris numa ousadía difícil e os nossos caminhos separáram-se mas não
as nossas almas.
Trouxe comigo o maravilhoso desenho, autoretrato, que para mim fez e com ele
vivi estes anos.
Mas uma inquietação começava a assaltar-me: este desenho deveria estar, visível,
em Portugal.
A vida indica-me o caminho, ou será o Mário ?
Contactei a administração do Hospital propondo a oferta do desenho.
A administração aceitou perplexa, não sabia quem era Mário Botas, não sabia que
era um grande artista e médico !
A vida tem mesmo mais imaginação do que nós, nós temos é de estar atentos.
O desenho está, hoje, no seu lugar, na sala de espera do hospital de dia do serviço
de oncologia do Hospital Cuf Descobertas, rua Mário Botas».
 Lisa Santos Silva -10 de Agosto de 2015

Recorte de uma fotografia com uma equipa do Hospital
junto ao desenho

domingo, 9 de agosto de 2015

«FUNÇÃO DE DIRETOR MAIS CRIATIVA»

Excerto da entrevista que Pedro Gadanho deu à revista «E»
 do Jornal Expresso de 11 de julho de 2015


A entrevista donde se tirou o excerto da imagem é de PEDRO GADANHO ao jornal Expresso, o texto é de Ana Soromenho e as fotografias de Tiago Miranda, e a entrada é forte, em «letras garrafais»:
«Recuso-me a trabalhar com imbecis»,
 seguida de «É um corredor solitário, um curador internacional, que durante anos foi freelancer e a agora chega do MoMA, de Nova Iorque, um dos lugares mais apetecíveis do mundo, para fazer o futuro museu da Fundação EDP».
A nosso ver, a análise da entrevista devia ser obrigatória num qualquer curso de gestão «a sério» para Organizações da Cultura e das Artes. Destacamos  o que está registado no recorte acima quanto à interligação da parte financeira com o resto, e a gestão do «budget» para uma programação. Isto num momento em que no nosso País em organizações Públicas que devem ser de referência se insiste em apresentar como inevitável  poupar os responsáveis artísticas dessa coisa «bárbara» que são os dinheiros, e por isso criam-se orgãos intermináveis, aliás, em geral, desajustados da escala da actividade. Mas, por outro lado, temos «artistas» que já deram e continuam a «dar cartas» na gestão - em particular na estratégica que tem a ver com a razão de ser do projecto artístico em presença -  podendo dizer-se que fazem milagres, e que mostraram que embora se lhes dê a «última palavra» sabem trabalhar com os especialistas em gestão e em finanças. 
Ah, e não podemos deixar de sublinhar aquela necessidade de competência  em gestão «sem esta experiência não era sequer candidato» - que certamente pode ser adquirida por caminhos diversos, mas antes de se ocuparem os lugares. O que também é estranho no nosso País é as pessoas irem fazer tirocínios nos cargos que vão exercer, e todos conhecemos casos de impreparação óbvia. E a culpa é de quem?, de quem nomeia, mas também de quem aceita. Mesmo em tempo de crise, com o desemprego que conhecemos, custa acolher que haja dirigentes sem a aptidão requerida pela função. A grande sobra: entrámos num ciclo vicioso de falta de exigência de que vai ser difícil sair. A seguir a 4 de OUTUBRO este é um dos problemas, e é melhor começar a pensar como sair dele ....

Enfim, uma entrevista luminosa, que é uma lição!





terça-feira, 4 de agosto de 2015

LEITURAS DOS PROGRAMAS ELEITORAIS PARA A CULTURA | « Esquerda promete devolver ministério à Cultura» | LUÍS MIGUEL QUEIRÓS NO PÚBLICO


E aí estão os Programas Eleitorais e as respectivas LEITURAS. Nas que vão aparecendo na comunicação social, a CULTURA nem sempre é contemplada, e isto já fala por si. Mas ao sê-lo, que parâmetros deveriam ser considerados? Duvidamos que alguém o diga «preto no branco». Mas as coisas vão estando melhor, em termos da clareza que as populações merecem e, por exemplo,    tendo como mote o artigo da imagem consegue-se delimitar, digamos, «dimensões»,  pela sua presença ou por ausência e que facilitarão o debate: MINISTÉRIO DA CULTURA - haver ou não haver; ORÇAMENTO PARA A CULTURA: acolher ou não a recomendação da Unesco em torno do 1%; FISCALIDADE:  relacionada com discriminação positiva para as artes; ORGANISMOS: andam por lá, mas sem mencionarem que modelos verdadeiramente se defendem, se grandes se pequenos e porquê;  DIRIGENTES: contrariamente a tempos passados não se vê referir que perfis devem ter; INFORMAÇÃO: vivendo-se no século da informação e do conhecimento, não se fala dos défices profundos que existem e como os ultrapassar; ...
E depois das trapalhadas vividas, e do desastre verificável que só não vê quem não quer, quanto aos Apoios às Artes, e das tomadas de posição dos Agentes Culturais e demais interessados  com uma intensidade que há muito não se via, é curioso que a Comunicação Social até agora não tenha agarrado o tema. E  é interessante constatar como o assunto está explanado nos Programas Eleitorais. Alguns excertos, quanto ao futuro:

- «e redefinir as regras e procedimentos da concessão de apoios» - PS
- «Reforçar a articulação e melhor operacionalização das linhas de financiamento e apoios à cultura, nomeadamente estabelecendo fundos interministeriais que permitam articular os investimentos de incidência cultural dos vários ministérios e criar mecanismos transparentes de cofinanciamento de projetos culturais entre Administração Central, Regional e Local e promotores e produtores privados» - PS

- «Garantir a assumpção das responsabilidades próprias, a cooperação e a autonomia das diversas estruturas do Poder Central e Local no apoio e dinamização da criação, fruição, produção e difusão    culturais, travando a municipalização e a empresarialização das políticas e dos serviços culturais a cargo do Estado, rejeitando a sua subordinação a critérios mercantilistas e respeitando a pluralidade das formas de expressão cultural e artística» - PCP
 - «Desenvolver os necessários enlaces do Ministério da Cultura com outros ministérios e serviços que lidam com as esferas da cultura, designadamente os da educação e do ensino, da ciência e da investigação científica, da formação profissional e do serviço público de comunicação social, assegurando a transversalidade das políticas culturais» - PCP 
 - Reforçar e reestruturar o programa de apoios às artes e à criação contemporânea, promovendo a sua extensão às necessidades das estruturas e projectos que trabalham de forma continuada e consistente em todo o território nacional. Instituir apoios específicos a jovens criadores e programas que possibilitem a estabilização de estruturas emergentes» - PCP 

- «Financiamento plurianual, tanto para os equipamentos públicos (museus, teatros nacionais, biblioteca e arquivo nacionais) como para as entidades privadas que contratualizam serviço público com o Estado. Concursos, protocolos e financiamento em prazos compatíveis com a programação. Programas específicos de acesso aos fundos do quadro comunitário 2014-2020 para os setores nucleares da cultura» - BE

Cruzando tudo isto à luz da realidade concreta que se vive no sector das artes - para além de se verificar que haverá uma posição da Esquerda -  e considerando o «monstro que eles próprios criaram» no que diz respeito aos apoios, e de que estão «reféns», tudo isto certamente significa que há que aprofundar, em geral, o SERVIÇO  PÚBLICO NA CULTURA E NAS ARTES e refundar, melhor, criar um NOVO SISTEMA DE APOIO ÀS ARTES. Não se trata apenas de mudar «procedimentos», ou de meter umas «buchas» aqui e outras ali, e para isso muitos agentes culturais  têm alertado. E é bom que estas coisas se clareiem em tempo de campanha eleitoral porque o tempo na cultura e nas artes é de urgência. E depois de 4 outubro há que agir ou reivindicar acção, de forma inteligente e com energia. Recuperar o tempo perdido tem de ser a palavra de ordem. 


sábado, 1 de agosto de 2015

DA CULTURA NA CAMPANHA ELEITORAL DAS LEGISLATIVAS 2015 | Uma delegação do PCP visitou o Teatro Nacional de São Carlos


 


«Encontro com o Teatro Nacional de S. Carlos

Uma delegação do PCP, dirigida pelo Secretário-Geral Jerónimo de Sousa, realizou um encontro com o Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, onde ficou a conhecer mais de perto «a realidade, a programação, os objectivos e as dificuldades» daquela importante instituição cultural da capital, à semelhança do que sucedeu com outras entidades. Para o dirigente comunista, a «questão nevrálgica» é a do investimento público na cultura, que atinge hoje níveis irrisórios, a rondar 0,1 por cento do Produto Interno Bruto.
Jerónimo de Sousa reafirmou a proposta do PCP, constante no seu Programa Eleitoral, de consagrar de imediato um por cento do Orçamento do Estado para a cultura, valor que no final da legislatura deverá representar um por cento do Produto Interno Bruto. Esta é uma proposta essencial para dinamizar a criação e a produção da «nossa cultura e dos seus agentes», acrescentou. Da delegação do Partido faziam ainda parte o deputado Miguel Tiago e Pedro Ramos, da direcção do Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa». Tirado daqui.
A propósito, as trapalhadas em que o TNSC está envolvido já vêm de longe,  e estão para lá das verbas, embora a questão orçamental e o  regime institucional sejam determinantes para o seu funcionamento. Recordemos, por exemplo: o famigerado Agrupamento Complementar de Empresas; o Diretor Artístico em part-time; e agora a cereja em cima do bolo, em fim de legislatura, andam à procura de um Diretor Artístico. Com propriedade se pode dizer, estão de cabeça perdida!
Uma coisa é certa: aumentar o orçamento para as Unidades de Produção do Estado - Teatro Nacional de São Carlos; Teatro Nacional D. Maria II; Teatro Nacional de São João; Companhia Nacional de Bailado; ... - é elementar, como o é rever a figura jurídica que lhes deve estar subjacente. E depois há que adoptar um modelo ágil de funcionamento,   com uma GOVERNAÇÃO SEC.XXI, em que, nomeadamente, não haja serviços e cargos «com fotografia».   O passado mostra que já existiram modelos jurídicos para todos os gostos - Fundações, Empresas Públicas, Entidades Públicas Empresariais, Institutos; ... -, é de observar o que efectivamente funcionou, e atender ao que em termos técnicos é recomendável. E ter em conta as «boas práticas», já que passam a vida a encherem os nossos    ouvidos com a expressão. 
Para que tudo isto aconteça,  é PRECISO MUDAR DE POLÍTICAS. 
O Programa Eleitoral do PCP aqui.