No Semanário Expresso desta semana Cristina Margato dedica um trabalho ao CITEMOR que começa assim:
Há 50 anos que o Citemor acontece. Algumas pessoas, criadores, programadores e público juntam-se na vila de Montemor-o-Velho, a meio caminho entre a Figueira da Foz e Coimbra — duas cidades que com o tempo também foram incluídas na programação do festival. E acontece quando outras coisas acontecem menos, porque o festival decorre quando os teatros das cidades fecham para férias, como ainda é hábito (embora o seja cada vez menos). (...). E mais adiante este destaque: “Fica a perder a economia da região. O nosso compromisso com este território e com o festival é tão intenso que sinto vergonha alheia por ter de falar deste tema”, afirma Armando Valente, diretor do Citemor, sobre a falta de apoio da autarquia».
Na programação deste ano temos «Búfalos» dos Artistas Unidos sobre o qual, no mesmo semanário, escreve João Carneiro. Excerto:
E podemos ler também isto:«(...) Uma nota final: em 2011, os Artistas Unidos assinaram um protocolo de aluguer com a Universidade de Lisboa e sediaram-se no Teatro da Politécnica. Em março de 2022, o reitor da Universidade de Lisboa, professor doutor Luís Ferreira, comunicou aos Artistas Unidos que o contrato não seria renovado, e que a companhia teria até fevereiro de 2023 para encontrar uma nova casa. Este prazo foi prolongado até 31 de julho de 2024, por intervenção da Câmara de Lisboa, que se comprometeu a finalizar as obras de requalificação do edifício A Capital, para onde os Artistas Unidos regressariam no segundo semestre de 2024. Depois de reuniões e projetos, durante estes últimos dois anos, as obras no edifício não começaram, e nenhuma outra solução surgiu. Os artistas Unidos entregarão a chave do Teatro da Politécnica a 31 de julho».
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Agora apetece mergulhar na «história do Festival» e em particular no que se passou em 1992, porque aqui no Elitário Para Todos há quem tenha testemunhado o «relançamento» assinalado e a importância que a Coimbra Capital de Teatro 92 teve nessa mudança (veja abaixo) - e curiosamente os organizadores «reparam» nisso. Melhor, nunca o esqueceram. Convinha que o MINISTÉRIO DA CULTURA também tivesse memória. Para ação. E que nos dissesse que balanço faz das «Capitais» passadas, e por arrastamento qual a estratégia para o que está a acontecer ... Por outro lado, aproveite-se para evidenciar que as Organizações e os seus Projetos demoram tempo para se consolidarem. E as POLÍTICAS PÚBLICAS, centrais ou locais, precisam ter isso presente. ...
Então vamos lá ao passado (o realce é nosso): «CITEC — Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho foi fundado em 1970. Organizou uma primeira Semana de Teatro em 1974, passando, no ano seguinte, a Festival. Estas duas iniciativas, lançaram a ideia de uma intervenção regular que, apesar de alguns anos de paragem, acabou por vingar, sendo hoje uma referência no quadro das artes do espectáculo em Portugal. Ao longo da sua existência que em 2012 concretizou a sua 34ª edição, o Citemor foi experimentando diferentes figurinos, ditados, sobretudo, pela procura constante de um maior relacionamento com a região em que se insere.
Em 1992 o Citemor experimentou uma profunda reestruturação que determinou uma organização continuada e uma produção ao longo de todo o ano. Constituiu uma rede de consultores para as diversas áreas de intervenção, beneficiando, nesse ano, da consultoria da Bienal Universitária de Coimbra e de uma relação bastante estreita com a Cidade Capital do Teatro — Coimbra 92. Foi o ano de relançamento do festival, reforçando a presença da música, abrindo-se à dança e assumindo a projecção de novos valores. (...)». Leia na integra.
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Terminemos manifestando solidariedade aos Artistas Unidos, e lembrando o seu fundador: o saudoso Jorge Silva Melo
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