terça-feira, 1 de abril de 2025

«Circo»

 


 
 Por mais estranho  que pareça terá sido  o trabalho abaixo lido no jornal Público que nos terá levado a reparar  no «CIRCO» que nos é revelado no site do Ministério de Cultura de França, na ida que lá se acabou de fazer, indiciado pelas imagens acima. Não é que o artigo do Público não seja útil para quem quer seguir a vida cultural do País, mas no nosso caso remete-nos para abordagem das Políticas Públicas de Cultura em geral. Para a sua estrutura: da formulação à avaliação. Não temos modelo. Será natural que se queira saber do que se passa com cada uma das áreas artísticas. Na circunstância, com o CIRCO. Ora, para isso seria elementar que a DGARTES tivesse organização para o efeito, e como tantas vezes temos alertado o que existe é aquilo que lá atrás o PS prometeu em campanha eleitoral que ia refundar. Não aconteceu. A talho de foice, com «abril», existiu espaço para o CIRCO:
 


E como não recordar a propósito isto de Eduardo Prado Coelho!

 

Neste post anterior:ATMOSFERAS DE ABRIL | REVISITAR O «VERÃO QUENTE» | a antecessora da agora DGARTES em 1975 por palavras de Eduardo Prado Coelho | PODEMOS TESTEMUNHAR: RIGOR EM FESTA! | E OS LEÕES NÃO CHEGARAM

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o artigo do Público

 

 
Começa assim: «Com o seu currículo académico, a sua experiência como directora do Museu Nacional de Arte Antiga e dos Jerónimos, a preparação e o dinamismo que lhe são reconhecidos, Dalila Rodrigues podia bem ter constituído uma das poucas excepções à regra da inaptidão geral dos ministros da Cultura de governos PSD. Mas criticou mais do que fez, confirmou a reputação de ter um feitio quezilento, e por vezes pareceu apostada em desbaratar o já escasso peso político de que dispunha no Governo de Luís Montenegro, que dificilmente lhe dará uma segunda oportunidade caso vença as eleições. (...)».


sexta-feira, 28 de março de 2025

MORREU JOSÉ BRANDÃO| além do reconhecimento dos profissionais, serão muitos os leigos que despertaram para o design através do seu trabalho _ Obrigado !

 

« Fundador do B2 Atelier de Design, autor de capas de discos, de livros e de cartazes de filmes emblemáticos, criador de uma linguagem única, foi também marcante no ensino do design em Portugal. |


Se tiver acesso, o trabalho do Público
 na versão online está aqui. 
 
 
O trabalho da imagem é muito completo. Para quem quer recordar José Brandão, ou contactar pela primeira vez, a nosso ver, é mesmo a não perder. Excerto:  (...)“Os desenhos são feitos com a cultura de cada um. O cérebro ajuda e a mão ajuda o cérebro. Um artista de mão segura e de cérebro esclarecido e atento. Deixa-nos muito trabalho gráfico impresso. Mas foi também um professor recordado por alunos de várias gerações”, acrescenta José Teófilo Duarte, realçando três capas de discos da autoria de José Brandão que considera fundamentais para a história da música portuguesa. São eles o Coro dos Tribunais, de José Afonso; Por este rio acima, de Fausto, e Pano Cru, de Sérgio Godinho. (...)».Uma das capas:
 

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Porque gente cá da casa - numa altura em  que  lá no Teatro se buscava «qualidade total» - viveu por dentro este trabalho para  o TNDM II aqui fica em jeito de homenagem e admiração:
 
 



«El Observatori Cultural de la Universitat de València publica "Reflexiones, experiencias y prácticas sobre la gestión cultural contemporánea"»

 

 
«En la publicación se abordan cuestiones urgentes y significativas por el sector cultural y creativo, y se reflexiona sobre las intersecciones entre cultura y política, con especial énfasis en el ejercicio contemporáneo de los derechos culturales y los riesgos de la instrumentalización política de la cultura. El capítulo del director del programa, el Dr. Lluís Bonet, se centra en el caso catalán y en 40 años de acción cultural exterior, analizando los aprendizajes extraídos y los retos derivados de las nuevas tendencias políticas tradicionalistas».
 


 

quinta-feira, 27 de março de 2025

E TEMOS DA SPA A FABULOSA MENSAGEM DE ANA ZANATTI NESTE DIA MUNDIAL DO TEATRO DE 2025

 

 

«A vida é um mistério que o teatro ao longo dos tempos tenta desvendar.

O Teatro despe a vida, provoca a vida, acolhe a vida, retrata a vida, transforma a vida, insulta a vida, e tem também o génio, e a liberdade, para fazer tudo isto ao contrário.

No teatro cria-se, recriam-se realidades nem sempre mansas de enfrentar, mas por isso mesmo de grande poder transformador.

Pela palavra, pelo gesto, pela expressão de um olhar, de um corpo, pelos trajes, pelo cenário, pela luz, pelo som, o teatro espevita o mundo, estimula, questiona, subverte, diverte, aplaude, critica, surpreende, desperta.

O Teatro, derruba muros, é vanguardista, enfrenta os medos, e reunindo em si a literatura, a poesia, a pintura, a música, e outras artes, é um poderosíssimo agente de mudança. O Teatro e as suas máscaras desmascaram.

Ele é um espelho gigante onde se confrontam realidades, desafiam preconceitos e se inspiram novos futuros.

É um reflexo de quem somos, um espaço onde as nossas lutas, inquietações e esperanças mais profundas ganham vida.

No palco dá-se voz aos marginalizados, expõem-se injustiças, e somos convidados a olhar muito além da nossa trajectória pessoal, a viver outras vidas e experiências, desvanecendo os muros erguidos pelo medo e ignorância do que é diferente.

Desenganem-se os que vêm no teatro um mero entretenimento, e não valorizam a sua incalculável importância social e cultural. Os que enredados em políticas fiscais e monetárias, viram as costas à arte e aos artistas, esquecendo que a cultura é a maior riqueza de um país. Os que nos fazem repetir geração após geração, que os actores, o teatro e todos o que nele trabalham, merecem reconhecimento e apoio para prosseguirem com dignidade na sua missão.

Por outro lado, o sexismo não pode ignorar, e muito menos apagar, o valor inestimável da Mulher na cultura. Queremos ver mais textos que reflexionem sobre as questões das mulheres, mais encenadoras, mais cenógrafas, mais figurinistas, mais personagens femininas complexas e ricas de interioridade, para as nossas actrizes explorarem todo o seu potencial, mais mulheres na direcção dos teatros.

Numa época em que o racismo, a xenofobia, a homofobia e o sexismo estão a ressurgir com uma força alarmante, não nos podemos dar ao luxo de permanecer em silêncio. Estas forças de divisão e opressão ameaçam não só os indivíduos, mas o próprio tecido das nossas sociedades. E perante a escuridão, a arte – especialmente o teatro – tem o poder de ser um farol de resistência, verdade e transformação.

Todos, sem excepção, merecem que a sua história seja contada. Todos, têm o direito de pertencer. No Teatro não existem fronteiras, nem divisões entre os humanos.

No Teatro luta-se pela justiça, desafia-se a cegueira e a obstinação, quer através do riso, do texto poético, do diálogo realista ou surreal. O pano sobe, não para nos levar a um espaço de fuga, mas para nos propôr um convite à experiência emocional, ao estímulo da razão, à fruição de inúmeros sentidos.

Já não subo às árvores e também tenho subido menos ao palco.

Mas a minha voz sobe, hoje e sempre, para juntar-se à vossa, e gritarmos firme e orgulhosamente : Viva o Teatro!»

 

Ana Zanatti
27 de Março de 2025

 


MENSAGEM DO DIA MUNDIAL DO TEATRO | « Poderá o teatro ouvir o pedido de SOS que os nossos tempos estão a enviar, num mundo de cidadãos empobrecidos, fechados em células de realidade virtual, entrincheirados na sua privacidade sufocante? Num mundo de existências robotizadas dentro de um sistema totalitário de controle e repressão em todo o espectro da vida? »

 


 

Veja aqui

 

« Poderá o teatro ouvir o pedido de SOS que os nossos tempos estão a enviar, num mundo de cidadãos empobrecidos, fechados em células de realidade virtual, entrincheirados na sua privacidade sufocante? Num mundo de existências robotizadas dentro de um sistema totalitário de controle e repressão em todo o espectro da vida? 
Estará o teatro preocupado com a destruição ambiental, o aquecimento global, a perda maciça de biodiversidade, a poluição dos oceanos, o derretimento das calotas polares, o aumento dos incêndios florestais e os fenómenos meteorológicos extremos? Poderá o teatro tornar-se parte ativa do ecossistema? O teatro acompanha o impacto humano no planeta há muitos anos, mas está com dificuldades em lidar com este problema.
 Estará o teatro preocupado com a condição humana tal como está a ser moldada no século XXI, em que o cidadão é manipulado por interesses políticos e económicos, redes de comunicação social e empresas fazedoras de opinião? Onde as redes sociais, por mais que a facilitem, são o grande álibi da comunicação, porque proporcionam a necessária distância segura do Outro? Uma sensação generalizada de medo do Outro, do diferente, do Estranho, domina os nossos pensamentos e ações. 
Pode o teatro funcionar como laboratório para a coexistência de diferenças, sem levar em conta o trauma sangrento?
 O trauma sangrento convida-nos a reconstruir o Mito. E nas palavras de Heiner Müller “O mito é um agregado, uma máquina à qual novas e diferentes máquinas podem sempre ser conectadas. Transporta a energia até que a velocidade crescente faça explodir o campo cultural” – e, eu acrescentaria, o campo da barbárie.
 Podem os holofotes do teatro lançar luz sobre o trauma social, e parar de se iluminar a si mesmo de forma enganadora? 
Perguntas que não permitem respostas definitivas, porque o teatro existe e perdura graças a perguntas por responder. 
Perguntas desencadeadas por Dionísio, passando pela sua terra natal, a orquestra do antigo teatro, e continuando a sua silenciosa viagem de refugiado por paisagens de guerra, hoje, no Dia Mundial do Teatro.
 Olhemos nos olhos de Dionísio, o deus extático do teatro e do Mito que une o passado, o presente e o futuro, filho de dois nascimentos, de Zeus e Semele, que exprime identidades fluidas, feminina e masculina, raivoso e gentil, divino e animal, no limite entre a loucura e a razão, a ordem e o caos, um acrobata na fronteira entre a vida e a morte. Dionísio coloca uma questão ontológica fundamental “de que é que trata tudo?”, uma questão que impulsiona o criador para uma investigação cada vez mais profunda sobre a raiz do mito e as múltiplas dimensões do enigma humano. 
Precisamos de novas formas narrativas destinadas a cultivar a memória e a moldar uma nova responsabilidade moral e política que emerja da ditadura multiforme da atual Idade Média». 
Theodoros Terzopoulos

Tradução: Ricardo Simões / Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, Portugal. 


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e saibamos mais sobre o autor da mensagem visitando a Companhia Attis Theatre Company 
 
 

quarta-feira, 26 de março de 2025

«PIMENTÍADA»

 

Saiba mais

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ampliando (é verdade, gostamos de 
capas de livros, e que os nossos 
melhores sejam traduzidos)
 

terça-feira, 25 de março de 2025

DE FACTO AQUILO FOI ESQUISITO | «PCP denuncia provocação durante entrevista de Raimundo na RTP e acciona meios legais»

 

Ligámos a televisão, estava a dar uma entrevista a Paulo Raimundo. De repente, ali ficámos parados a olhar,  pasmados com a insistência das perguntas sobre o mesmo tema, e  havia o tom. Viemos a saber isto: «O secretário-geral do PCP foi entrevistado na segunda-feira à noite no Telejornal, no âmbito das eleições legislativas antecipadas, que vão decorrer em Maio». Nem sequer era sobre a UCRÂNIA, mas por acaso nas  notícias que lemos sobre o acontecido - olhe para as imagens acima - a etiqueta é «Guerra na Ucrânia». Os Senhores Jornalistas podem tudo?, é de perguntar. Pelo que vimos e ouvimos só se pode dizer que o PCP tinha de fazer alguma coisa. O «RESPEITO» tem de ser defendido ... Será que a LIBERDADE DE IMPRENSA - tão duramente conquistada - dá cobertura àquele «espetáculo»?
 
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Quem assistiu (mas pode ver /rever)
compreenderá a reação que
 se pode ler na Rede X: