quarta-feira, 14 de maio de 2025

HOJE |«Apresentação do livro "O Fim da Educação" de António Carlos Cortez» | 18.30 | EL CORTE INGLÉS | LISBOA | ENTRADA LIVRE

 

«O Âmbito Cultural do El Corte Inglés e a editora Guerra e Paz têm o prazer de convidar para o lançamento do livro O Fim da Educação: Crise, Crítica, Ensino e Utopia, de António Carlos Cortez, a realizar-se no dia 14 de maio pelas 18h30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa. A apresentação ficará a cargo de Nuno Crato e Carlos Ceia».
 
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SINOPSE
«Em O Fim da EducaçãoAntónio Carlos Cortez dá-nos a sua perspectiva sobre a falência da educação. Falência que é resultado, afirma, do tempo em que vivemos, adverso à cultura e inimigo do livro, da memória e do pensamento.Um ensaio que se debruça sobre o empobrecimento geral do ensino em todos os seus graus: facilitismo, incúria e ausência de pensamento crítico. A mentalidade gestora, a superficialidade dos programas, o paradigma tecno-científico e a subsequente minimização das Humanidades, tudo isso se traduz, diz o ensaísta, na mais nefanda alienação. António Carlos Cortez aponta soluções: uma reforma educativa que coloque as Humanidades e a verdadeira exigência e rigor (no acto de ler e de escrever, de pensar e de imaginar) no centro do processo educativo; o regresso ao livro e o combate pela memória». Saiba mais.
 
 
 
 
 

terça-feira, 13 de maio de 2025

TEATRO ABERTO |CONCERTO | «ENTRE GUERRAS» |O que pode a música fazer em torno da guerra e da violência?| 16 MAIO 2025 | 19:00 |LISBOA

 


O que pode a música fazer em torno da guerra e da violência? Exaltar, lamentar, consolar. As perspetivas variam conforme os tempos e os autores. A 21 de junho de 1813, o marquês de Wellington, Arthur Wellesley, dirigiu as vitoriosas tropas britânicas e ibéricas na batalha que ocorreu no País Basco espanhol. Esta derrota francesa inspirou Beethoven (1770-1827) a escrever uma obra musical que humilhasse o imperador francês, Napoleão Bonaparte. Beethoven expandiu a orquestra até à centena de músicos, incluindo na partitura a indicação precisa para o disparo de canhões. A primeira parte descreve uma batalha e opõe a melodia Rule Brittania à canção popular francesa Malbrough s’en va-t-en guerre.

Na segunda parte, pode ouvir-se o hino God Save the King. O programa inclui ainda uma obra do francês Charles Gounod (1818-1893) e outra do compositor inglês Edward Elgar (1857-1934).

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domingo, 11 de maio de 2025

A FORÇA DOS «RITUAIS» - a pretexto do recente Conclave ...

 

 
Começa assim:«Yes, they were all men, and still mostly white, chanting solemnly as they filed into the Sistine Chapel, elegantly enrobed in matching scarlet regalia, to elect a new pope. Yes, there are all the well-known issues of the Catholic Church with women, gay people, sexual and financial scandals. Yet, there was something about the age-old rituals surrounding the conclave that was profoundly affecting for consumer societies, unmoored in their facile strivings from anything meaningful to anchor the flurry of existence. (...».
 
 
 

segunda-feira, 5 de maio de 2025

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2025 | NA SENDA DE DEBATES QUE AINDA NÃO FORAM FEITOS | sugestão de tema «Cultura, Mais Estado»

 

 recorte da Revista do Expresso de 4 de outubro de 2014 
 
O texto da imagem é o que se segue abaixo - atualizado e retirado daqui,  da Pastoral da Cultura.  No formato acima faz parte das nossas joias desde que foi publicado e com frequência o trazemos para o Elitário Para Todos. Levou, por exemplo, ao post cujo titulo é um excerto :«A CULTURA NÃO É UM LUXO _ Um dos perigos contemporâneos é a transformação da cultura em indústrias de entretenimento recheada de produtos de consumo rápido e sonâmbulo, capturada pelo simplismo dos modelos», onde temos também a intervenção de Tolentino Mendonça no 10 de junho de 2010 - um dos grandes discursos a que a nosso ver não foi dado grande eco. Às vezes acontece, não é verdade «Senhora Comunicação Social» ...  Mas vamos ao artigo antes referido, conforme  disponibilizado na Pastoral da Cultura:

«Vende um dos teus pães/ e compra um lírio»: A cultura não é um luxo

A Organização das Nações Unidas, traçando os objectivos para o desenvolvimento neste novo milénio, apostou na criação de um novo conceito: o de sustentabilidade cultural. Conhecíamos os conceitos de sustentabilidade económica ou ambiental, e emerge agora esta nova categoria para recordar que tanto a herança cultural de cada comunidade humana como as suas indústrias culturais e criativas, as suas infraestruturas e práticas culturais são patamares estratégicos para o presente e para as gerações vindouras.

Há, por vezes, o risco de pensar que a cultura é um luxo, útil nos tempos em que nos podemos permitir larguezas, mas ao qual é possível renunciar nos períodos de dificuldade. Ora, a cultura não é um luxo: é uma necessidade primária. Ela tem o carácter daqueles elementos sem os quais a vida diminui. E é precisamente nos momentos de escassez e crise, seja ela financeira ou de identidade e sentido como é a que hoje, em grande medida, o Ocidente vive, que a cultura deve ser vista como bússola e motor de desenvolvimento. A atividade cultural, na pluralidade das suas linguagens, tem por isso de ser apreciada no seu fundamental papel humano, social e civilizacional.

Porquê falar da importância da cultura? A resposta não pode ser senão uma: apostar na cultura é apostar na vida, na vida de cada um e de todos. É investir no que ela tem de mais profundo e visível, de mais silencioso e partilhável, de mais histórico e utópico, de mais pessoal e comum. Todos vivemos na e da cultura. Na multiplicidade das suas linguagens ela é o nosso habitat permanente. É o nosso observatório e ateliê; é o nosso dicionário e, ao mesmo tempo, o caderno de anotações daquilo que diariamente emerge e que ainda não está dito em língua alguma; é a nossa identidade irredutível e a nossa forma de abertura aos outros.

Sophia de Mello Breyner Andresen recordava o seguinte: «Mesmo que fale somente de pedras ou de brisas a obra do artista (e, nesse sentido, a produção cultural) vem sempre dizer-nos isto: que não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência, mas que somos, por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser». O homem não vive só de pão: precisaremos sempre de alimentos de outra natureza. Ao lado do que parece estritamente necessário à sobrevivência temos de colocar aquilo que dialoga com a fome e a sede do coração e, sem o qual, até poderíamos viver, mas não seríamos nós próprios. Ao lado do imediatamente útil, temos de guardar lugar para o que parece inútil, como aconselha o poeta chinês Li Bai: «Vende um dos teus pães/ e compra um lírio».

A cultura não é um meio de aceder a um código, a uma gramática e, por eles, a um património de informações ou entretenimentos. A cultura permite-nos entrar em nós próprios. É uma janela e igualmente um espelho. Um dos perigos contemporâneos é a transformação da cultura em indústria de entretenimento, recheada de produtos de consumo rápido e sonâmbulo, capturada pelo simplismo dos modelos. Porém, a cultura digna desse nome é aquela que dialoga com as grandes necessidades da vida e nos abre incessantemente à profundidade e à complexidade do real.

Uma das mais belas parábolas que conheço sobre a cultura li-a num livro de George Steiner. Na URSS de Brejnev havia uma professora de língua inglesa que foi metida na cadeia - sem luz, sem papel nem lápis - por causa de uma denúncia absurda. Ela conhecia de memória os mais de trinta mil versos do “Don Juan” de Lord Byron. Quando saiu da prisão tinha já perdido a vista, mas ditou a tradução em que se ocupara ali mentalmente. Hoje é considerada a melhor tradução russa de Byron.

 José Tolentino Mendonça
In Expresso, 4.10.2014
Publicado em 10.10.2014 | Atualizado em 30.04.2023

Assim, para lançamento do debate que sugerimos podia pedir-se o que pensam os candidatos destas palavras. E os senhores comentadores que «dão notas» até terão a vida facilitada. Mas podiam dizer-nos que grelha seguem. Ah, esqueciamo-nos, são «opiniões»! E os senhores jornalistas podem preparar-se e abraçarem a causa: DISCUTIR CULTURA! Em particular, como a sua ausência na vida das pessoas pode complicar definitivamente o tão desejado «elevador social».

Depois para «aliviar o debate», pragmáticos, podemos confrontar com a criação de um MINISTÉRIO DA CULTURA digno desse nome a volta de números como os constantes desta Publicação:  


 
Sim, sim, «Cultura, mais Estado» tem várias expressões, dos valores, aos conceitos, passando pelo 1% para a cultura em termos orçamentais, aos Perfis dos Dirigentes, às Estatísticas ... Na generalidade encontraremos «silêncios» e «apagões»... Em termos operativos a fixação do SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA que queremos é o organizador nos Países que dizemos de referência. Mas aqui, como na ENERGIA ELÉCTRICA   precisamos de profissionalismo na Gestão Pública da Cultura. Não, não chega ter jeitinho, ...