quarta-feira, 20 de novembro de 2024

AINDA A CULTURA «NA ORDEM DE DIAS» QUE PASSAM: da COP 29 ao G20 BRASIL 2024

 

 
 Excerto:
«Baku/Brussels, 15th November 2024 – On behalf of Europa Nostra, the leading European heritage civil society network covering over 40 countries, and on behalf of the European Heritage Hub launched by the European Parliament, funded by the European Commission and supported by ALIPH, we applaud the organisation of the 2nd High-Level Ministerial Dialogue on Culture-based Climate Action, taking place in the framework of COP29 in Baku, Azerbaijan. We especially commend and endorse the forceful speech delivered by the Special Envoy of the Climate Heritage Network and UNESCO Goodwill Ambassador, HRH Princess Dana Firas of Jordan. We are also grateful to Owen Bonnici, Minister of Culture of Malta, for his strong support for due inclusion of culture and cultural heritage in the final conclusions of COP29. Europa Nostra and the European Heritage Hub were represented at this high-level meeting by Andrew Potts, our Heritage and Climate Action Advisor, who is also the founder and key protagonist of the Climate Heritage Network. (...)». Na integra.

Em particular, ao que somos levados:

Recorte:

«(...) Priority 3 – Creative economy and sustainable development

3.1 Recalling the 2022 UNESCO World Conference on Cultural Policies and Sustainable Development (MONDIACULT) and the G20 New Delhi Leaders’ Declaration 2023, which call to advance the inclusion of culture as a standalone goal to future discussions in a possible post 2030 development agenda, recognizing the power of culture as a catalyst for sustainable development including creativity, innovation and inclusive economic growth, social cohesion and environmental protection;

3.2 Recognizing the growing economic weight of the cultural and creative sectors and industries – as important economic and societal drivers and significant sources of decent job creation and income thus increasing equity, innovation, and creative skills, promoting behavioral change and transformation towards enhancing productivity, sustainable production and consumption, while also generating important spillovers to the wider economy and society, notably on education and health, social inclusion, gender equality and the empowerment of women, climate action, youth enablement, as well as people in vulnerable situations, while leveraging growth in other policy areas, notably employment, tourism, finance, trade and investment, and digital technologies amongst others;

3.3 Highlighting the importance of ensuring decent working conditions of artists, authors, creators and cultural professionals, as well as compliance with existing intellectual property rights frameworks, the exercise of artistic freedom, appropriate payment and trade, and adequate access to comprehensive and sustainable social protection systems, as appropriate. (...)».


terça-feira, 19 de novembro de 2024

PARA QUE SERVEM «AS CONVERSAS»? | a partir das icónicas «conversas com o público» do Teatro Municipal Joaquim Benite _ está a decorrer um ciclo a propósito do espectáculo «A Bunda Preta da Chuvinha»

 

  

«Johnny Def, General D, Black Company, da Weasel, Mind da Gap, Djamal, Boss AC, Dealema, Sam The Kid, Valete, Força Suprema, Chullage, Regula, Allen Halloween, Nerve, Capicua, DJ Ride, Plutonio, Dillaz, Slow J, T-Rex. Estes são apenas alguns nomes dos protagonistas que marcaram a história do rap em Portugal ao longo dos últimos 40 anos.
Muitos já desapareceram, outros persistiram, novos surgem todos os anos e o Hip Hop Tuga está cada vez mais vivo. Amadureceu, diversificou-se, passou de um pequeno movimento de nicho para uma cultura influente que também ajudou a transformar a sociedade.
Em Hip Hop Tuga - Quatro décadas de Rap em Portugal, o autor, Ricardo Farinha, fez um trabalho de arqueologia, em busca dos precursores do estilo mas também das histórias dos novos valores, e o resultado é uma quase enciclopédia com biografias e imagens inéditas partilhadas pelos artistas e por quem, por amor, deu palco e voz a um dos géneros de música mais revolucionários do mundo». Saiba mais.

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Não será difícil concluir que por todo o lado estamos rodeados de «conversas». Muitas vezes nos interrogamos sobre qual será o impacto individual e coletivo daquilo que é conversado. Antigamente, era verificável o seu valor desde as tertúlias dos cafés aos encontros clandestinos. De lá, conhecimento e prazer. Mas hoje, felizmente, «há luar», ou seja, liberdade, e vivemos afogados em pontos de vista, em opiniões, em «sentenças», em ... Na televisão, na rádio, nas redes sociais, ... E presencialmente, ao vivo. Autênticas enxurradas.  Qual a sua importância? Muitas vezes - esperamos estar enganados - mais nos parece simplesmente «ocupação de tempos livres». E não há mal nenhum, mas ...  No Teatro, vêm de longe as conversas a propósito da peça em cena. No Teatro Municipal Joaquim Benite  pode dizer-se que fazem parte da sua identidade. São frequentadas pelo Elitário Para Todos.  Mais, divulgamos os ciclos que vão acontecendo, como se verificou  recentemente:TAMBÉM HÁ BOAS NOTÍCIAS | amanhã estreia no Teatro Municipal Joaquim Benite «a bunda preta da chuvinha» | E A PROPÓSITO MAIS UM CICLO DE «CONVERSAS COM O PÚBLICO». E até podemos adicionar o post CONVERSAS COM O PÚBLICO | «As mulheres na Indústria da Música» _ a primeira do ciclo a propósito da peça «a bunda preta da chuvinha»| SEXTA FEIRA |DIA 9 NOV 2024 | 18:00 | TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE | ALMADA | ENTRADA LIVRE do blogue Em Cada Rosto Igualdade para onde direcionamos com frequência os que nos visitam. De facto,  damos tudo por uma boa conversa. E isto não significa que tenha de ser coisa «arrumadinha». Conversas «bagunçadas»  têm o seu encanto, e quantas das vezes mais inspiradoras. Ou seja, gostamos de tudo. Há um aspeto que nos irrita nas conversas no TMJB, «o tempo contado». Para nós «conversa» é coisa sem fim que dura, dura, ... Bem sabemos das contingências de um Teatro, mas que não nos fazem abdicar do nosso «gosto». De dizer que gostamos do que se fala na ocasião, mas também das curiosidades prévias que o programado nos provoca, e depois do que se leva para casa. Pois bem, o ciclo em curso da Companhia de Teatro de Almada é uma «joia». Assinalemos: o conceito do ciclo; a originalidade e pertinência dos temas; a juventude dos intervenientes que lançam o debate; em particular a segurança e disponibilidade do moderador; ... A ilustrar, não fossem estas conversas e não tínhamos chegado à essência do livro acima. Um objeto de saber e beleza. E, pronto, apenas como lembrete, aqui fica, uma vez mais, o que já aconteceu e vai acontecer:


Deste ciclo, como dizer?, já sentimos «saudades futuras». Quem sabe podemos dar-lhe continuidade em torno de uma «Operação Chuvinha». Sim, é a peça em cena que está na base de tudo. E por este caminho se mitigaria o nosso odiado «tempo contado».  


COP 29 | O FATOR CULTURA

 


Começa assim:

«Cultural figures from around the world are pushing for the arts, culture and heritage to be formally included in the final communiqué at the Cop29 international climate summit concluding in Baku, Azerbaijan, this week.

The main issues on the table at these annual meetings are normally related to carbon emission reductions, the building of renewable energy and mobilising climate funding to support vulnerable nations.

This year, however, there is a notable push to ensure that culture is given a more prominent role in the process and to have a bigger seat at the table at future meetings. Arts campaigners argue culture can play a role in both tackling the causes of climate change and helping cultural sites adapt to extreme weather.

Dorine Dubois, the chief of the executive of the culture sector at Unesco, described culture as the “forgotten, decisive factor when it comes to climate change”. She was speaking at an event at Cop29 discussing the campaign to get culture formal recognition.(...)».


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

«"Contra a Barbárie" dá conta de um combate antigo com ressonâncias preocupantemente contemporâneas»

 

 

 

«Uma perspectiva histórica que contribui da melhor forma para perceber o presente.
Pequena e acessível, uma obra sem rodeios.
Klaus Mann assiste à escalada do partido nazi, à ascensão de Adolfo Hitler e ao silenciamento e esmagamento da Alemanha «dos poetas, dos pensadores e dos músicos de génio». Jovem escritor empenhado, multiplica então textos e intervenções para alertar contra a barbárie e a guerra.
Embora forçado a viver no estrangeiro, não deixa de se bater: compreendeu antes de muitos que as manifestações dos jovens nazis não eram uma simples revolta de juventude, nem fruto da humilhação por uma guerra perdida ou do desespero nascido da crise económica; tratava de denunciar uma nova barbárie, que só necessitava da indiferença e da inércia com que foi vista e tolerada para prosperar. Uma barbárie, sobretudo, que ameaçava o mundo inteiro.
Contra a Barbárie dá conta de um combate antigo com ressonâncias preocupantemente contemporâneas. A barbárie nunca está muito longe de nós – é este alerta que nos lega Klaus Mann». Saiba mais.



quarta-feira, 13 de novembro de 2024

CAMÕES | programa do V Centenário | E RECORDEMOS O TEATRO DA CORNUCÓPIA

 

 
Começa assim: «A publicação da Obra Completa de Camões a pensar no grande público - da lírica à épica, passando pelo teatro e pelas cartas - será o objectivo mais ambicioso incluído no programa oficial das comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, que já está disponível no site da Biblioteca Nacional de Portugal (BPN).
A colecção de toda a obra do autor de Os Lusíadas promete fazer-se “com estudos críticos e anotações de especialistas”, mas “visando públicos alargados”.


Vamos lá ao Programa tal como é anunciado no site da Biblioteca Nacional:


 
Atentemos neste particular:
 

Convenhamos - embora se tenha presente as circunstâncias em que o Programa foi elaborado - no que à «Criação Artística» diz respeito dá-nos ideia que a coisa foi feita um bocadinho a correr. Como recomendação, que se cumpra o que acima se lê: «Serão seguidos “modelos em vigor para a obra de outros grandes autores do cânone europeu”, de Cervantes a Shakespeare». Apetece sugerir, ouçam mais gente, por exemplo do Teatro e da Dança.  Vejam como em França, no Reino Unido, em Espanha, cuidam dos seus clássicos na esfera do que nos parece estar contemplado na «Criação Criativa». Estimulam «garantindo». Por outro lado, talvez nas «Entidades envolvidas», independentemente da figura jurídica, -  h) Associações científicas e culturais, como se pode ler
-  digam (agora em andamento) que vão chamar outros profissionais. Há no Teatro quem tenha ideias muito claras sobre o que se deve fazer com os nossos grandes do passado. Em linha com o que se está a escrever, ocorreu-nos: a DGARTES não devia estar naquela lista de entidades? 
Como vamos ter 2 anos pela frente, havemos de voltar  às comemorações. Para já estamos curiosos sobre a «operacionalização» do Programa. Em especial sobre a integração do que já aconteceu e vai acontecer fora desta Estrutura  de Missão. Não queremos perder pitada..., até para nos empenharmos a que isso aconteça com outros. Gostamos de partilhar, de «estimular» o consumo da cultura e das artes. 
Está bem, nem o queríamos referir, mas não resistimos: soa-nos mal aquele «público indiferenciado». Com os diabos, não havia outra expressão! Assim, tipo «Para Todos» - já agora como este blogue, «Elitário».


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E todas as ocasiões são boas para lembrarmos o Teatro da Cornucópia

terça-feira, 12 de novembro de 2024

CULTURA | NÃO SABEMOS O QUE MAIS NOS SURPREENDE EM REAÇÕES DA SENHORA MINISTRA NO PARLAMENTO | se a sua «governança à unidade» | ou o seu desconhecimento do sistema de apoios em vigor e a contestação de que tem sido objeto| ou ... | ALÔ SETOR ! TALVEZ DESENCADEAR UMA INICIATIVA PARA COLETIVAMENTE SE INFORMAR A GOVERNANTE DO ESTADO EM QUE ESTAMOS | NÃO SE VAI REIVINDICAR QUE RECEBA CADA AGENTE INDIVIDUALMENTE | CUIDEMOS DOS NOSSOS IMPOSTOS

 

Excerto: «(...)Para a ministra, Guimarães “tem toda a legitimidade de que seja dirigida ao Ministério da Cultura uma proposta de integração nas políticas de apoio a entidades que resultam de outras CEC, como é o caso da Casa da Música e do CCB”.
Dalila Rodrigues respondeu assim à interpelação do deputado Ricardo Araújo, que classificou o facto de o CIAJG não receber financiamento do Orçamento de Estado, ao contrário do que acontece com o Centro Cultural de Belém e da Casa da Música, como “uma injustiça”.  “Não vejo nenhuma razão, pelo contrário, para que o CIAJG, não tenha esse apoio”, rematou Dalila Rodrigues.
O CIAJG é um museu de arte contemporânea que alberga também a coleção do artista José de Guimarães, composta por arte africana, pré-colombiana, arte antiga chinesa, e um conjunto representativo da sua própria obra. A estrutura é parte da Plataforma da Artes e da Criatividade que, além do museu, alberga os Ateliers Emergentes e os Laboratórios Criativos. Estes espaços resultaram de uma intervenção no que era, até à CEC 2012, o Mercado Municipal.
Ao contrário do que acontece com o CCB e Casa da Música que foram construídos no âmbito das capitais da cultura de 1994, em Lisboa, e de 2001, no Porto, o CIAJG não recebe apoio direto, a partir do Orçamento de Estado. É o Município que suporta os custos de manutenção desta infraestrutura cultural. (...)».

«Deputado Fernando José pede que ministra da Cultura atente à exclusão de candidaturas que cumprem requisitos

O Partido Socialista, no âmbito das audições regimentais referentes ao Orçamento do Estado para 2025, questionou a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, se poderia garantir que este Governo não deixará de fora candidaturas elegíveis e aprovadas para apoio por insuficiência de montante disponível. Em resposta, a Ministra da Cultura mostrou total disponibilidade para a marcação de audiência com vista a serem abordadas as questões levantadas. (...)». 

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Há por aqui um SUBDESENVOLVIMENTO de Governação que, de imediato, só nos traz tristeza. Desânimo. Mas apenas por momentos. Como o passado  mostra  a energia dos agentes culturais e artísticos   chegará, desde logo, para pôr o Governo atualizado no que diz respeito ao que deve saber. Porque é GOVERNO. O que tem de dominar quanto ao PRATICADO, ao INSTITUCIONALIZADO, e ao que EMERGE vindo nomeadamente do SETOR através dos seus sindicatos  e demais movimentos, e daquilo que generosamente dos nossos melhores expressam no espaço público. De imediato, pelo que a Senhora Governante diz, confirma-se a necessidade de termos um MINISTÉRIO DA CULTURA digno desse nome - desde logo para produzir dados e informação para que no Parlamento o debate - mais do que perguntas e respostas básicas - seja outro. E para não abordar o que tem a ver com o SISTEMA DE FINANCIAMENTO ÀS ARTES como coisas isoladas deste ou daquele visado. E há as «legitimidades» equivalentes à do CIAJG nas diferentes artes. É uma REDE NACIONAL que deve mobilizar.  Não divida para reinar Senhora Ministra! É A POLÍTICA QUE ESTÁ EM CAUSA. No caso o SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA. Não acreditamos, não podemos acreditar, que no Governo não haja disso consciência.
Para já algumas das audiências a que a Senhora Ministra prontamente acedeu  poderão ser ocupadas com outras conversas se o 1% para a Cultura proposto nas alterações para o Orçamento 2025 for aprovado. Por exemplo pelo PCP:
 Já agora, se vai por esse caminho,  Senhora Ministra, «de fora candidaturas elegíveis e aprovadas para apoio por insuficiência de montante disponível» há muitas. Não nos diga que desconhecia! Mas saiba também que os «malfadados concursos» não vão ultrapassar o défice do nosso desenvolvimento cultural e artístico. Embora no caso da Cultura «a olho» se perceba que há um básico por cumprir. Mas como acaba de dizer o Governador do Banco de Portugal para o geral, também na Cultura precisamos de dados e informação para se agir profissionalmente.  Para se construirem POLÍTICAS PÚBLICAS de qualidade. No âmbito do SERVIÇO PÚBLICO e das INDÚSTRIA CULTURAIS E CRIATIVAS.
A terminar, para abordar as questões levantadas no Parlamento, que tal ouvir os SINDICATOS  e afins, com caráter de urgência? Mais, que tal ativar o Conselho  Nacional de Cultura? ...