sábado, 28 de junho de 2025

NUNO ARTUR SILVA |«Erros Meus»

 

SINOPSE

«Com Erros Meus apresenta-se a primeira recolha de éditos e inéditos dos últimos 40 anos. O livro está organizado por capítulos (12). Os capítulos correspondem mais a temas, motes ou motivos do que a épocas de escrita. A definição e o nome de cada capítulo partem quase sempre de textos escritos em tempos diferentes ou ao longo do tempo, em várias versões, sobre o mesmo tema ou variações dele. Cada capítulo pode juntar textos muito recentes com textos muito antigos. Pode acontecer parecerem textos antigos textos que são mais recentes. E vice-versa. Há muitos textos que ficaram de fora da escolha, há muitos textos que foram totalmente reescritos. Sem contrariar a autonomia de cada texto, que pode ser lido isoladamente, há unidades sequenciais ou narrativas. Cada capítulo é uma coleção de poemas de um livro independente inacabado. Os livros anteriormente editados agora aqui incluídos têm uma nova versão, não necessariamente definitiva (com uma exceção, As Passagens do Tempo, que está quase igual à primeira edição). A maior parte dos capítulos corresponde a escolhas de poemas de livros inéditos com o mesmo título de cada capítulo, que poderão, ou não, vir a ser publicados. Esta antologia é, portanto, uma coletânea de versos e prosas de livros futuros.». Saiba mais. 


DOS OUTROS | «Débat _ De la censure à l’autocensure : les difficultés du secteur culturel révélatrices du climat politique»

 

 
De acordo com o cartaz, o debate está a decorrer. Saiba mais. 
 Faz parte de ciclo mais amplo:
 

 

sexta-feira, 27 de junho de 2025

ACONTECEU | NO TNSJ HOUVE O LANÇAMENTO DA OBRA «CENÓGRAFOS, FIGURINISTAS E MARIONETISTAS» | e nós ao recordá-lo queremos celebrar os 80 anos de José Caldas ! | o mesmo que dizer celebrar Teatro ...

 

CONVITE 


«O Teatro Nacional São João e a Quinta Parede convidam para a sessão de lançamento de Cenógrafos, Figurinistas e Marionetistas, de José Caldas, no dia 14 de junho, sábado, às 16:00, no Salão Nobre do Teatro São João. 


José Caldas celebra 80 anos, 50 dos quais dedicados ao teatro, com o lançamento de um livro que mapeia o seu percurso e homenageia quem com ele trabalhou. Artista plural, que se desmultiplica em papéis tão diversos como os de encenador, dramaturgo, figurinista, cenógrafo, ator e até mesmo marionetista, é um exímio cultor de um teatro livre, multicultural e multietário. Cenógrafos, Figurinistas e Marionetistas dá conta da sua prática de miscigenação entre o clássico e o popular, entre Portugal e outros lugares (o Brasil, sempre), entre a literatura ou a poesia e a música. Profusamente ilustrado com desenhos de figurinos, maquetes de cenografia e fotografias dos espetáculos, contextualizados em depoimentos de quem com ele trabalhou, é tanto um livro de memórias como de descobertas. Sinaliza o contributo de José Caldas para a tessitura das transformações do teatro português no último meio século, indissociável do trabalho com inúmeros artistas de outras artes, nesta outra que as convoca todas. À socióloga Helena Santos, autora do prefácio, cabe a apresentação deste livro». 
 
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É um privilégio termos o José Caldas e apetece trazer para aqui tudo o que dele se viu. E o que com pena nossa não se viu.  Ai, como se recorda - veio-nos logo à memória - aquele VIDA INTIMA DE LAURA! Mas veja aqui  a vida cheia e fascinante de que estamos a falar  ... E como queremos digitalizar, digitalizar, assim o promete o GOVERNO, e nisso estamos com ele, Senhora Ministra da «Cultura & Cª (forçada).», marque território, e desenhe uma estratégia para a digitalização no âmbito da cultura e das artes. Em especial das «artes da DGARTES», e não desvalorize o projeto PALCOS  tantas vezes relançado e deixado cair. Por onde andará, quem dele saberá nos serviços? ... Não parta do zero; olhe para o existe em papel e para o que já nasceu digital; faça um levantamento das múltiplas «bases de dados» que proliferam por esse País fora; etc. etc. ... Ou seja, tratemos da MEMÓRIA com método rendibilizando investimentos feitos ... Públicos e privados. Ah, tudo isto demora tempo e ponderação. Profissionalismo. Como diria o nosso Nobel Saramago: «Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo».
 
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a (des)propósito 
 


quarta-feira, 25 de junho de 2025

SOBRE MOÇAMBIQUE | ENTREVISTA A NÃO PERDER | ONDE CADA PALAVRA CONTA |Mia Couto: «Como é que se muda um país e como é que se muda um país a partir da importação de modelos políticos esta configuração do Estado, da nação. Não basta o sonho. Quer dizer, é preciso sonhar, mas depois, de repente, é preciso acordar e perceber que há uma coisa chamada realidade, e a realidade é complexa»

 


 Excerto: «... Aquilo que acaba de descrever confirma que foram tempos de muito empenho, de muita intensidade e também de muita esperança. Passados este tempo todo, sente alguma desilusão perante e aquilo que é a realidade do país hoje?
Uma parte desse sonho que eu construí, que era um sonho de fazer, criar um país completamente diferente, um país em que houvesse justiça, que não houvesse corrupção, que não houvesse desigualdade, estava fundado num erro de natureza cultural, de concepção. Nós tivemos um pensamento muito simplificado, muito redutor do que era mudar um país. Como é que se muda um país e como é que se muda um país a partir da importação de modelos políticos esta configuração do Estado, da nação. Não basta o sonho. Quer dizer, é preciso sonhar, mas depois, de repente, é preciso acordar e perceber que há uma coisa chamada realidade, e a realidade é complexa. Há 28 povos diferentes [Em Moçambique], com línguas diferentes, com culturas diferentes. Há religiões diversas e, no princípio, nós atacámos não só as religiões formais, como a religião católica e a religião muçulmana, mas também atacámos aquilo que era a religiosidade profunda, mais antiga, africana, que une este país do Norte a Sul.(...)».


COISAS QUE NOS FAZEM BEM | «O ator português José Martins venceu o prémio de Melhor Ator do Festival Internacional de Cinema de Xangai, pelo desempenho em "A Memória do Cheiro das Coisas", de António Ferreira»

 

 
Excerto: «(...)Em "A Memória do Cheiro das Coisas", José Martins interpreta "um veterano da guerra colonial forçado a entrar num lar de idosos, onde enfrenta os fantasmas do seu passado e forma um vínculo inesperado com a sua cuidadora negra" (...)».
 
 

terça-feira, 24 de junho de 2025

E ESTA ! | (...)Falo da lengalenga que o comentariado nacional difunde sobre a alteração do mapa eleitoral do Alentejo (e também no distrito de Setúbal), assente no argumento de que a quebra do eleitorado da CDU é o fator explicativo da subida galopante do Chega.(...)Sim, é uma aldrabice, e esta, até, facilmente desmontável. A ideia do crescimento do Chega por via da quebra eleitoral da CDU não tem suporte, nem nos resultados eleitorais de 2024, nem nos resultados de 2025 (...)»| ARTIGO DE JOSUÉ CALDEIRA NO «ABRILABRIL»

 

 

De lá - o destaque é nosso: «(...) Este texto parte da observação de Mazzucato e pretende evidenciar o que de falso existe numa lengalenga que têm vindo a ser contada, à exaustão, a qual, como todas as lengalengas usadas pelos poderosos, tem motivações políticas, pretende ter efeitos políticos, nomeadamente, condicionar a ação e as opções eleitorais de cada um de nós. Falo da lengalenga que o comentariado nacional difunde sobre a alteração do mapa eleitoral do Alentejo (e também no distrito de Setúbal), assente no argumento de que a quebra do eleitorado da CDU é o fator explicativo da subida galopante do Chega.
A lengalenga foi profusamente utilizada em 2024, ano do grande sobressalto causado pelo crescimento do partido de André Ventura, e continua a ser utilizada depois do passado dia 18 de maio, dia das eleições legislativas que reforçaram a progressão eleitoral do Chega também nos distritos do sul do Continente.
André Ventura, num comentário ao nível do que o Chega é, marcou o ponto na noite eleitoral: «O Chega matou o partido de Álvaro Cunhal». Também Ascenso Simões, militante socialista, alimentou a mesma leitura no seu «O Chega sempre esteve dentro do CDS, do PSD e do PCP», publicado na sequência das eleições no Expresso online, e, em certa medida, também Pacheco Pereira foi no mesmo balanço quando escreveu no Público (24.05.2025) «O mapa eleitoral do Chega é muito parecido em várias partes do país com o do PCP». 
O argumento não circula apenas no comentário político. Já na edição de 25 de abril, do jornal Público, os jornalistas Ana Bacelar Begonha e David Santiago alimentaram, de forma descuidada, esta lengalenga, lançando a questão a Paulo Raimundo: «em muitos dos sítios onde a CDU precisa de recuperar representação é onde o Chega elegeu [particularmente] no Alentejo (…). O que é que a CDU pode fazer para recuperar votos que perdeu para o Chega?». 
Esta lengalenga é um exemplo do que Mariana Mazzucato nos explica no seu livro: uma narrativa que os poderosos inventam e difundem (pela voz do comentariado de serviço) para melhor atingirem os seus objetivos políticos, isto é, os seus objetivos de poder. Contudo, também esta lengalenga merece o selo de «aldrabice». Certamente, uma aldrabice assumida, porque tem um fim claro: criar uma ideia (sem qualquer suporte de evidência) de definhamento e apagamento da CDU até nos «tradicionais bastiões comunistas». 
Sim, é uma aldrabice, e esta, até, facilmente desmontável. A ideia do crescimento do Chega por via da quebra eleitoral da CDU não tem suporte, nem nos resultados eleitorais de 2024, nem nos resultados de 2025. Nos gráficos que acompanham o presente texto, apresento, para os distritos de Setúbal, Portalegre, Évora e Beja, as variações do número absoluto de votos que os principais partidos obtiverem (face às eleições anteriores) nas eleições legislativas de 2024 e de 2025 (ver gráficos 1-A, 2-A, 3-A, 4-A). (...)».