quarta-feira, 31 de maio de 2023

«Ler devagar» - a crónica tomada de empréstimo para nos associarmos às homenagens a José Pinho que nos deixou

 

 
  e siga os links  para outros artigos deixando-se levar pela crónica e pelas páginas online onde se encontra. Devagar. No meio da balbúrdia e das banalidades que marcam os dias que correm,  ao nosso olhar, faz-nos bem saber que gente como José Pinho é nossa contemporânea. E é preciso avisar o maior número de pessoas que «gente gente» existe entre nós.
 
 
 

terça-feira, 30 de maio de 2023

«𝗗𝗜𝗔 𝟱 𝗗𝗘 𝗝𝗨𝗡𝗛𝗢, 𝟭𝟴𝗛, 𝗟𝗔𝗥𝗚𝗢 𝗗𝗘 𝗦𝗔̃𝗢 𝗗𝗢𝗠𝗜𝗡𝗚𝗢𝗦,𝗣𝗢𝗥 𝗢𝗨𝗧𝗥𝗔 𝗣𝗢𝗟𝗜́𝗧𝗜𝗖𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗔 𝗔 𝗖𝗨𝗟𝗧𝗨𝗥𝗔!»

 

 
 
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Veja também no jornal PÚBLICO:
 

Outra Política para a Cultura

O Serviço Público que queremos não significa a estatização da Cultura, antes a garantia, pelo Estado, do livre acesso de todos e todas ao trabalho artístico e cultural.


DEBATER É PRECISO | a extinção das Direções Regionais de Cultura inserida na criação/refundação de um Ministério da Cultura digno desse nome

 

 
 
Desde que anunciado que temos aqui no Elitário Para Todos alertado para o assunto da «descentralização da cultura». Continuemos dando agora conta do abaixo-assinado contra a extinção da Direção Regional da Cultura a que se refere a imagem acima. Um excerto do que se pode ler no jornal Público: 
 

«Abaixo-assinado contesta extinção da Direcção Regional de Cultura do Alentejo

Um conjunto de historiadores, arqueólogos, artistas e outros cidadãos com ligações à região elogiam a actuação da DRC do Alentejo e consideram a sua integração na respectiva CCDR “um erro clamoroso”.


Um grupo de 180 pessoas com raízes alentejanas ou ligações à região divulgou esta sexta-feira um abaixo-assinado contra “o projectado desmantelamento” da Direcção Regional de Cultura do Alentejo e a sua integração na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, que os subscritores deste protesto público consideram “um clamoroso erro”.
Abaixo-assinado contesta extinção da Direcção Regional de Cultura do Alentejo
Lançado pelo historiador e jornalista Eduardo Raposo, director da revista Memória Alentejana, e pelo editor da Colibri, Fernando Mão de Ferro, o abaixo-assinado congrega vários historiadores de relevo, como António Borges Coelho, António Ventura, Luís Farinha ou os arqueólogos Luís Raposo (cronista do PÚBLICO) e Manuel Calado, mas também autarcas, empresários e dirigentes associativos da região, além de um conjunto de artistas de várias disciplinas, incluindo os músicos Vitorino, Janita Salomé, António Chainho, Francisco Fanhais, Manuel Freire e Luís Cília. (...)»
 
 
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E o Senhor Ministro da Cultura o que terá a dizer sobre a matéria? Não apenas quanto ao Alentejo mas relativamente a tudo. Ou seja, pode começar por nos explicar a Resolução do Conselho de Ministros n.º 123/2022. Como já tínhamos pedido. Inserido na criação/refundação de um MINISTÉRIO DA CULTURA  prometida e nunca cumprida. Senhor Governante, objetivamente a «cassette» com que responde a qualquer que seja a pergunta desta vez é capaz de ser demais ... É isso, tem de haver estudos que necessariamente reflitam o que se passa em volta  mas não se consubstanciem num somatório de «artigos de opinião» por mais interessantes que sejam. Isto é, precisamos de POLÍTICAS PÚBLICAS para a CULTURA construidas como «manda o figurino» na esfera da GESTÃO - com ciência, técnica e práticas. Sim, e também «intuição» mas essa não nasce de «estaca», como diz o povo... São precisas muitas «rasas de sal», como diz um provérbio das Beiras ... Os subscritores do  abaixo-assinado em defesa do Alentejo parece que as têm!  Além de conhecimento dá ideia que trazem sabedoria. Por isso atenção ao «ERRO CLAMOROSO» para que alertam.



domingo, 28 de maio de 2023

LEMBRAR «JOSÉ DE CASTRO»

 

Recentemente foi inaugurado o  «Centro Cultural José de Castro». Sobre o acontecimento pode ler-se no jornal Avante»: «(...)Antes, a or­ga­ni­zação do Par­tido da con­ce­lhia de Oeiras emitiu uma nota a saudar a inau­gu­ração, também em Paço de Arcos, do Centro Cul­tural José de Castro, mi­li­tante co­mu­nista, homem do te­atro e do ci­nema, de con­vic­ções na cul­tura e na po­lí­tica (...)». Veja o que se diz na Wikipedia. E tentámos saber mais, facilmente partilhável. Do que encontramos na RTP:

 

 

 

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E vamos ao que foi dito na inauguração:


O Senhor Ministro da Cultura esteve presente e íamos com alguma curiosidade relativamente ao que diria sobre José de Castro. Bom, para quem não teve o privilégio de assistir aos seus espetáculos, testemunhemos: UM ATOR ADMIRÁVEL.   Quanto ao Governante,  será legitimo dizer que a cassette foi a mesma. Confirma-se, não importa a ocasião. Rendibiliza a narrativa que construiu. Repete, com ênfase, qual ideólogo, coisas com que qualquer um está de acordo, e diz coisas avulsas a propósito e a despropósito. É o Ministro que temos. Que fazer! Fica-se uma vez mais com a ideia que está como Ministro da Cultura mas podia estar em qualquer outro Ministério. Confira por si -  o que nos é dado ler:
 
« (...)Para Pedro Adão e Silva, “é uma enorme alegria em inaugurar mais um espaço cultural” no país. O Ministro da Cultura, na sua intervenção, lembrou que é preciso “aumentar o número” destes espaços no país, porque “a cultura potencia o espírito de comunidade”.

Para o ministro, existem três responsabilidades associadas à cultura: “a comunidade, a memória e a partilha”. A primeira diz respeito à formação de públicos e aumentar o acesso ás artes e o número de artistas em Portugal. Por outro lado, a memória “não é apenas homenagear os grandes nomes da cultura, mas também perpetuar a nossa identidade coletiva”. Já a partilha está relacionada com a divisão da responsabilidade entre o Ministério da Cultura, os privados e as autarquias.

 Desta forma, Pedro Adão e Silva considera que é preciso “dividir esforços entre as três entidades e captar fontes de financiamento variadas”. Só assim é que se consegue “tornar o tecido cultural mais robusto e autónomo”, sublinhou. Neste sentido, o ministro realçou que é com muito gosto que assiste “a muitas autarquias a investirem na cultura”.

Por outro lado, lamentou, ainda existem outras “que ainda não se comprometem com esta área, ao contrário de Oeiras”. Neste sentido, Pedro Adão e Silva lembrou que o Orçamento de Estado para 2023, na área da Cultura, contempla um reforço de 23%, face a 2022, e por isso, espera que haja cada vez mais autarquias a apostar neste setor».

E é isto! Não haverá quem no Gabinete do Senhor Ministro lhe escreva o que dizer em cada ocasião, de maneira a nos sentirmos respeitados? É também para isso que existem adjuntos e assessores. Talvez recordar este post:«Que Ministério da Cultura é este?».



sábado, 27 de maio de 2023

«The End Of History Club/ The G7 has become a civilizational alliance»

 

 
 
 
Excerto:«History may have returned instead of ended for much of the world after the Cold War. But, the regime of open societies secured by the liberal freedoms of modernity, which for a brief shining moment triumphed over 20th-century authoritarianism, is still seen within the West (demagogic temptations aside) as the culmination and consummation of the best system for arranging human affairs ever devised.
 Some would argue that, strictly speaking, open societies rooted in the future possibilities of pluralism rather than integrally molded by the culturally embedded ways of a weighty past don’t properly fit the definition of a “civilization.” Yet, when the liberal order that guarantees their existence is contested by self-proclaimed civilizational states, such as Russia and China, that shrinking realm must defensively come to regard itself in those terms as well. The assertion of incommensurate values by others entails the reaffirmation of one’s own in reciprocal form.
This new awareness was exhibited at the G7 summit in Hiroshima last weekend. What began as a forum for the advanced market democracies to coordinate macroeconomic policies during the recession and oil crisis of the 1970s has transmuted half a century later into what might be called “The End of History Club.” (...)». 
 

quinta-feira, 25 de maio de 2023

«DGArtes: Apoio a internacionalização abrange menos de metade dos candidatos A edição de 2022 do programa de apoio a projectos da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), na vertente de internacionalização, com 900 mil euros de dotação, vai abranger 80 candidaturas, de um total de 176, anunciou esta terça-feira aquela entidade»

 

 
 
Excerto: «(...) O mesmo comunicado realçou que foram estabelecidos como objectivos a "dinamização da internacionalização das artes e da cultura portuguesa em Espanha ou nos países da CPLP, em linha com as opções estratégicas da política externa portuguesa, que privilegiam o fortalecimento das relações com os países mais próximos, e com países de língua portuguesa, com destaque para as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril".

Adicionalmente, foram ainda definidos como objectivos "a dinamização da internacionalização das artes e da cultura portuguesa nos eventos de âmbito bilateral/regional inscritos nas linhas de orientação estratégica da Acção Cultural Externa para 2023: V Centenário do Estabelecimento de Relações Diplomáticas entre Portugal e a Etiópia; 480 anos da chegada dos primeiros portugueses ao Japão; 30 anos de Relações entre Portugal e a República da Moldova". (...)

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A propósito, sabia que há um PORTAL DIPLOMÁTICO? veja aqui . E que como temos referido várias vezes existe um site de cultura que se diz também um Portal - veja neste endereço. E sempre que o fazemos apetece-nos remeter para práticas de outros, sim para se fazer benchmarking - por exemplo: França; Espanha; Canadá (Quebec); Brasil ...   Hoje, distingamos  esta «máxima» encontrada via site  Canadá - Quebec: «PARTOUT, LA CULTURE». Ao acaso, tropeçámos (uma vez mais) nisto, e que para nós pode ser referência  em modo «nacional»:


Disponível aqui


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Em suma, sempre que nos é dada notícia, na circunstância da DGARTES, sobre mais um «concurso» gostávamos de saber como é que é elo de algo maior. Ou seja, como se articula com o passado e o futuro. E se harmoniza com o demais no presente.  Em documentos fundamentados. E atrativos, pois claro ... Se assim não é, pensando bem, é difícil avaliar, e só nos resta o óbvio ... Parece tudo «poucochinho», mas - com tantas candidaturas e tão pouco dinheiro -  até apetece louvar o trabalho do «júri» ... E pensamos no esforço que é fazer «uma candidatura», e os agentes culturais não param de o referir.

 

Sobre o aqui em causa no site da DGARTES:





«Um baile para Lygia»








«Ana Maria Machado, Lucia Riff e Elizama Almeida conversaram na Academia Brasileira de Letras sobre a trajetória de Lygia Fagundes Telles e sua participação no cenário político durante a ditadura. O vídeo do encontro, uma parceria do IMS com a ABL, já está disponível no site do IMS. assista»





terça-feira, 23 de maio de 2023

EDUARDA DIONÍSIO

 

 

Eduarda Dionísio morreu. E com a vida cheia que teve tanto que podíamos recordar. Mas neste momento lembremos aquelas pequenas conversas sobre  CULTURA, digamos, institucional que amiúde gente daqui - do Elitário Para Todos - acabava por ter, quando - sim, já lá vai bastante tempo - se passava pela Casa da Achada. E com a falta de memória que existe na cultura, ocorreu-nos trazer para este espaço o livro da imagem acima. Estamos tristes, e como podia ser diferente?


 

TEATRO DA RAINHA NO TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE|com «Police Machine»| 27-28 MAIO 2023|ALMADA

 

«Um locutor de rádio divulga um caso de parricídio de modo espectacular que dá origem a uma espiral de violências de que o próprio é vítima. Três matulões abusam dele sexualmente na rua, ele é acolhido por uma prostituta com quem mantém uma relação de amizade.
Os matulões regressam à cena agora trasvestidos em policias, comportamento de uns e outros é muito semelhante. A mesma violência! No final aparecem duas estranhas figuras: uma criança que rouba e deus na figura de um mendigo
O projecto que o Teatro da Rainha vai levar por diante resulta do desafio feito ao autor, que será também o encenador, em que as figuras masculinas fossem interpretadas por actrizes. Um espectáculo no feminino». Saiba mais.


segunda-feira, 22 de maio de 2023

«Terça-feira, 23 de Maio às 21:00, inauguramos o PARALLEL Director 's Cut 3/3 com a exposição “Ciclo de fotografia: Para acabar de vez com as imagens #1: Sobre a Violência”, com curadoria de Bruno Humberto e com a presença dos artistas António Caramelo, George Selley, Miguel Ângelo Santarém e Sima Choubdarzadeh»

 

 
 

«Rui Veloso ataca ministro da Cultura»

 


 
20 MAI 2023 • 01:30
«Rui Veloso não poupou nas críticas quando ouviu as palavras de Pedro Adão e Silva sobre a língua crioula. Segundo o ministro da Cultura, esta "tornou-se numa espécie de língua franca" e "é algo que pode ser internacionalizado" a partir de Portugal. Nas redes sociais, o músico reagiu e pediu "atenção" aos "músicos, cantores, compositores e afiliados". "Deixem lá as bossas (vossas) pronúncias em casa e comecem a ligar para o MC [ministro da Cultura], parece que estão a dar aulas de crioulo! Não sei qual, especificamente, mas também não interessa. É para exportar", escreveu Rui Veloso». Daqui.
 
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E nós perguntamos:que estratégia orienta o Senhor Ministro da Cultura? Sem se pensar muito,  dá ideia que busca o que lhe dê noticia na comunicação social ... E parece que está sempre a agir em «modo comentador». Pois é, mas ser MINISTRO é outra coisa. Bem vistas as coisas, será que há um novo mainstreaming de governação inventado pelo atual Governo?
 
    

domingo, 21 de maio de 2023

UMA ENTREVISTA DE LUÍS MIGUEL CINTRA | a não perder ...

 

O trabalho como se constata é exclusivo - mas se puder não perca. Por isso apenas mais o excerto abaixo, em torno da primeira pergunta, e onde queremos evidenciar aquela venda de património porque essa dispersão nos arrepia... Porque consideramos que o PATRIMÓNIO CÉNICO - e muito mais se tem a mão de CRISTINA REIS - não pode ter tal destino.Uma vez mais,  Senhor Ministro da Cultura, ponha o assunto na sua agenda. E até será «modernaço», pode inseri-lo na ECONOMIA CIRCULAR na esfera do Desenvolvimento Sustentável, e como ilustração de que a CULTURA tem de estar presente nesse paradigma. Com as tão apregoadas NOVAS GERAÇÕES no centro. O que estamos nós a fazer da «memória»!

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«(...)Chama Pequeno Livro Arquivo a estas 600 páginas. Mas, ao mesmo tempo, quando se refere aos dois volumes que agrupam os textos e os materiais dos espectáculos da Cornucópia refere-se-lhes como o “Grande Livro”.
No Grande Livro, metemos tudo o que achávamos muito importante. Sobretudo a Cristina [Reis, cenógrafa e a sua grande cúmplice artística durante os 43 anos da companhia], porque é o registo que há das coisas todas dela. Mas foi um livro de que fizemos muito poucos exemplares e se esgotou. Além disso, é maciço, impróprio para ler, um objecto de peso enorme e letra muito pequenina. Pareceu-me que para as pessoas mais novas – que não chegaram a ver as coisas da Cornucópia e me perguntam porque é que se fala e o que é a Cornucópia –, se olharem para aquele livro têm uma certa ideia. Mas não vão olhar. Portanto, achei que era melhor ter um livro mais barato que pudesse compilar aquelas coisas.

Mas a razão principal foi outra: achar que se fechava um ciclo na minha vida. Porque a partir do momento em que acabou a Cornucópia, em que saímos daquela sala e fomos obrigados a vender o muito material acumulado, eu e a Cristina tivemos a sensação de que a nossa vida tinha acabado. E, portanto, apetecia-me concluir. Nos últimos textos, que escrevi para acompanhar os espectáculos já fora da Cornucópia, comecei a perceber que havia uma ligação muito grande entre as peças, um caminho, um percurso. Pouco a pouco, fui-me tornando mais consciente de como os nossos espectáculos tinham autor, sem ser o autor do texto propriamente dito. Havia uma criação, uma voz, uma inteligência das coisas ou uma maneira de pensar que ia passando de texto para texto e percebia-se muito bem quando se lia estes textos de seguida. (...)».