segunda-feira, 29 de novembro de 2021

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA|MIA COUTO|«Duas Pandemias?»

 

 

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Reprodução:

 «No dia em que a Europa interditou os voos de e para Maputo, Moçambique tinha registado cinco novos casos de infecção, zero internamentos e zero mortes por covid-19. Nos restantes países da África Austral a situação era semelhante. Em contrapartida, a maioria dos países europeus enfrentava uma dramática onda de novas infecções.

Cientistas sul-africanos foram capazes de detectar e sequenciar uma nova variante do SARS-CoV-2. No mesmo instante, divulgaram de forma transparente a sua descoberta. Ao invés de um aplauso, o país foi castigado. Junto com a África do Sul, os países vizinhos foram igualmente penalizados. Em vez de se oferecer para trabalhar juntos com os africanos, os governos europeus viraram costas e fecharam-se sobre os seus próprios assuntos.

Não se fecham fronteiras, fecham-se pessoas. Fecham-se economias, sociedades, caminhos para o progresso. A penalização a que agora somos sujeitos vai agravar o terrível empobrecimento que os cidadãos destes países estão sendo sujeitos devido ao isolamento imposto pela pandemia.

Mais uma vez, a ciência ficou refém da política. Uma vez mais, o medo toldou a razão. Uma vez mais, o egoísmo prevaleceu. A falta de solidariedade já estava presente (e aceite com naturalidade) na chocante desigualdade na distribuição das vacinas. Enquanto, a Europa discute a quarta e quinta dose, a grande maioria dos africanos não beneficiou de uma simples dose. Países africanos, como o Botswana, que pagaram pelas vacinas verificaram, com espanto, que essas vacinas foram desviadas para as nações mais ricas.

O continente europeu que se proclama o berço da ciência esqueceu-se dos mais básicos princípios científicos. Sem se ter prova da origem geográfica desta variante e sem nenhuma prova da sua verdadeira gravidade, os governos europeus impuseram restrições imediatas na circulação de pessoas. Os governos fizeram o mais fácil e o menos eficaz: ergueram muros para criar uma falsa ilusão de protecção. Era previsível que novas variantes surgissem dentro e fora dos muros erguidos pela Europa. Só que não há dentro nem fora. Os vírus sofrem mutações sem distinção geográfica. Pode haver dois sentimentos de justiça. Mas não há duas pandemias.

Os países africanos foram uma vez mais discriminados. As implicações económicas e sociais destas recentes medidas são fáceis de imaginar. Mas a África Austral está longe, demasiado longe. Já não se trata apenas de falta de solidariedade. Trata-se de agir contra a ciência e contra a humanidade.»

José Eduardo Agualusa e Mia Couto


 

«STRATÉGIE D’ACCÉLÉRATION DES INDUSTRIES CULTURELLES ET CRÉATIVES : INNOVATION ET CULTURE FACE AUX DÉFIS DES TRANSITIONS NUMÉRIQUE ET ÉCOLOGIQUE»

 

 
 
 « La filière des industries culturelles et créatives (ICC) - qui rassemblent toutes les secteurs professionnels de la culture et de la communication1 - est un secteur de premier plan, essentiel au rayonnement économique et culturel de la France. Ces industries doivent être accompagnées et soutenues avec une détermination de tous les instants. Je m’y emploie. La crise sanitaire, dont les conséquences ont été particulièrement lourdes pour le monde de la culture, a eu un double impact. Elle a d’abord révélé des faiblesses structurelles qui pré-existaient à la crise et a souligné les défis considérables auxquels les secteurs culturels sont confrontés avec la transition numérique : la transformation radicale des usages, l’apparition de nouveaux acteurs internationaux, l’accroissement de la concurrence, le bouleversement des modes de création, de production et de diffusion des œuvres et des contenus culturels… Ces enjeux, s’ils ne sont pas identiques dans tous les secteurs, traduisent des problématiques communes et invitent à développer des actions conjointes dans un contexte de ruptures majeures de l’environnement économique. La crise a aussi montré l’extraordinaire capacité de résilience et d’adaptation de nos secteurs en plaçant l’innovation au cœur du rebond et en renouvelant les formes de la relation au public. Les États généraux des ICC ont été lancés dès novembre 2019, à l’initiative du Président de la République. Ils ont conduit à un constat partagé sur les difficultés rencontrées par les acteurs culturels et ils ont aussi permis de dégager des pistes de projets (...)»Roselyne Bachelot-Narquin Ministre de la Culture
 
 
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Independentemente do conteúdo, onde está em Portugal a politica e o documento equivalentes?


domingo, 28 de novembro de 2021

«A Era da Inteligência Artificial»

 

 

«(...) No mundo novo de ficção científica em que estamos a entrar, teremos em breve algoritmos de aprendizagem automática que escrevem os seus próprios códigos, redes neurais artificiais com capacidades sinápticas que um dia igualarão as dos humanos, programas de IA que detetam cancro em fases precoces, tradutores intérpretes automáticos, escritores virtuais de narrativas ou anúncios, e estrategos militares cibernéticos de segurança e defesa. Será um choque com impactos civilizacionais, talvez maior do que a invenção da imprensa, que conduziu ao Iluminismo e ao desenvolvimento da razão e da ciência. Resta saber quem serão os Descartes ou o Kant que nos ajudarão a pensar esta época pós-humana. Quem pensa logo existe? Ou o pensamento deixará de ser um exclusivo humano, para ficarmos apenas com o “sentir” e a consciência de si? Perante os desempenhos da IA, “a razão humana pode vir a parecer arcaica”, escrevem os autores. (...)». Expresso 27NOv2021 - Vítor Matos

 

 

Celebremos Freddie Mercury







 

Recordemos Freddie Mercury com o roteiro da Newsletter da Blitz:  «(...) Vítima de outra pandemia, em 1991, Freddie Mercury voltou esta semana à nossa lembrança. 30 anos após a partida do astro dos Queen, o tempo é de recordações e celebrações. Que nada lhe falte, caro leitor: as loucuras de uma vida incrível ao serviço do prazer, a mais completa história dos Queen que encontrará em língua portuguesa, os vídeos raros que mostram o lado íntimo de um dos maiores dominadores de multidões do rock, os retratos dos dias em que o estrelato era uma miragem, e a prova viva da generosidade de um homem que preparou a sua morte. (...)».

 

 

 

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

ALEMANHA|Claudia Roth nomeada ministra da cultura

 

 
 
 

VER ANTES DOS OUTROS ? | «R. U. R. é uma peça teatral de ficção científica de 1920 escrita pelo escritor checo Karel Capek»

 

 

 Veja aqui

e na Wikipedia

 

«A humanidade criou os robôs, uma raça sintética, a fim de substituir toda a mão de obra. Pessoas de todo mundo fizeram deles seus criados domésticos. Empresas grandes e pequenas trocaram os trabalhadores por robôs baratos e sem salário. Governos democráticos e tiranos ampliaram seus exércitos com os sintéticos, incansáveis e obedientes maquinários, numa corrida armamentista robótica silenciosa. A Robôs Universais de Rossum, situada na distante ilha de Rossum se tornou a empresa mais lucrativa da história, vendendo bilhões de trabalhadores-robôs para todo o planeta. O sonho de Harry Domin, diretor geral dessa fábrica, aos poucos se torna realidade. O mundo em transição se prepara para o roboticismo, um sistema social baseado no trabalho exclusivo dos sintéticos. Mas o que parecia uma utopia perfeita, de repente, tem seu brilho apagado pelas sombras da revolução. Estimulados por humanos que não aceitam a opressão, os robôs despertam para a própria realidade de trabalhadores escravizados. Assim, os bilhões de sintéticos espalhados por toda parte repentinamente percebem que os humanos são uma ameaça que precisa ser exterminada».

 


«
Sinopsis: La activista Helena llega a una isla donde se fabrican humanos artificiales llamados robots, por cuyos derechos se interesa. Allí se sorprende de la dificultad de distinguir entre robots y humanos. Tras aceptar la propuesta de matrimonio del director de la fábrica, Harry Domin, se queda a vivir en la isla. Diez años más tarde, la situación ha cambiado: en todo el mundo los robots se han rebelado; también asedian la isla, mientras los directivos de la fábrica esperan una evacuación por barco que no llega. La humanidad se enfrenta a su declive, tal vez a su fin definitivo, pero los acontecimientos aún pueden dar un giro inesperado». Saiba mais.