terça-feira, 31 de outubro de 2017

«A CULTURA NÃO SE FICA!»



Assim não vamos lá! - Sobre o Orçamento para a Cultura de 2018

Dois anos passados de governação do PS, no momento em que é conhecida a proposta de Orçamento do Estado para 2018, a plataforma Cultura em Luta — associação informal de dezenas de estruturas culturais e representativas do trabalho cultural, em todos os seus sectores — vem manifestar a sua profunda insatisfação com o rumo até agora seguido e aquilo que este orçamento revela quanto ao futuro.
A política cultural do governo do PS não trouxe, no essencial, nenhuma viragem em relação ao desastroso percurso de décadas que nos conduziu até aqui.
Permanecem as linhas essenciais de desvalorização, de empobrecimento, de elitização, de desresponsabilização e de investimento anémico na actividade cultural. Permanece a degradação do trabalho cultural. Permanece o conflito com o imperativo constitucional de democratização da cultura, que obriga o Estado a disponibilizar os meios à altura dessa missão e das necessidades do povo português.
Em dois anos, não se verificaram passos sérios no sentido inverso ao das políticas do passado. Não foram e não são apresentadas metas concretas que apontem para um patamar de financiamento substancialmente diferente, adequado às exigências da actividade cultural, consistente com o papel da cultura na sociedade. Continuamos a perder tempo.
Agravou-se, a devastação que assola a actividade cultural, as suas estruturas e projectos, os grupos e as pessoas que nela trabalham e a promessa de concretização do direito à cultura para todos, em todo o território nacional. A vida cultural empobrece, adoece e morre. O chão social e organizativo de que depende seca para largo tempo.
Agrava-se também, sempre e crescentemente, a preocupante situação de envelhecimento e não-rejuvenescimento e do inexorável e crescente deficit dos recursos humanos nos organismos públicos dependentes do Ministério da Cultura, tanto ao nível técnico e científico como a nível do atendimento ao público. Este último, especialmente escandaloso quando confrontado com o extraordinário aumento de visitantes em museus e monumentos, mercê do crescimento verificado no sector do turismo.
A proposta de Orçamento do Estado para 2018 confirma a incapacidade de traçar o novo horizonte necessário e urgente.
. Continue a ler.

sábado, 28 de outubro de 2017

CULTURA E ARTES | APOIOS | Parece que «felicidade» já se reduz a sabermos que avisos dos concursos sairam ...mesmo que não se entenda como isso é possível | DIGNIDADE PRECISA-SE!


  •  (aguardamos que os serviços completem o quadro)
    Eventualmente, no Ministèrio da Cultura distrairam-se e esqueceram-se que no Programa do Governo se faz apelo à transparência e prometem-na. E nesse valor não seria pedir muito que nos fizessem uma sintese  do momento atual sobre o apoio às artes, começando por um quadro (bem sabemos que gostam mais do termo  tabela e em excel, seguida ou não de Power Point que em regra  quando existem são um susto), e depois uma visão em função do território. Um «boneco» que é comum e básico:
E depois é «só» colocar os números nas «regiões». Estão a ver, pode ficar tudo numa follha A4. Concedamos, duas. Assim, aqui ficam as sugestões das imagens, e aguardamos. Talvez do Parlamento possam insistir nesta questão da informação e comunicação: como se vê não tem a ver com dinheiro, mas sim com a qualidade dos serviços.  Bom, como não é nada disto que nos proporcionam entremos na «Floresta dos Apoios».  Como se pode ver abaixo sairam Avisos dos Concursos no Diário da República,  e como já temos escrito aqui n o Elitário Para Todos não entendemos com que cobertura. Porém, parece que a FELICIDADE de todos nós já passa pela Abertura dos Concursos, sejá lá como for, e quaisquer que sejam os montantes. Estaremos no grau zero da exigência, e isto é terrível que esteja a passar-se com uma SOLUÇÃO GOVERNATIVA DAS ESQUERDAS. Os avisos são minimalistas e depois remetem-nos para a floresta que é o site da DGARITES. Vejamos:

Entremos no pormenor através do TEATRO:


Ou seja, o Decreto-Lei dizia pouco, as Portarias não dissiparam dúvidas, os Avisos são o que acabámos de ver, e depois o labirinto onde está tudo. Da responsabilidade de quem? É lá que se vê por exemplo:

Veja aqui

e também:

«iii) No Balcão Artes estão disponíveis em material de apoio  que auxilia o candidato na interpretação do presente aviso de abertura e na elaboração da respetiva candidatura». - Veja aqui.
Pelo tom da alínea «três i» está mesmo a ver-se  que se esquecem que estes assuntos antes de interessarem aos CANDIDATOS interessam (e para isso a ADMINISTRAÇÃO deve trabalhar) a todos os CIDADÃOS.  Mas dá ideia que já será pedir muito que aceitem isso!
Por hoje ficamos por aqui, mas já há quem tenha feito contas precisamente para o TEATRO e tenha chegado à conclusão que para 2018 há menos dinheiro do que em 2017, e há quem esteja perplexo com o júri, e consideram um retrocesso a forma como se poderá chegar ao montante máximo do apoio. Tudo visto e ponderado, parece que teremos de passar por um mestrado para perceber o SISTEMA, e isto não será por acaso ...
Outra coisa: ninguém percebe a razão do que é apresentado, isto é, os fundamentos das opções feitas ... Neste quadro voltamos a lembrar isto:

E pronto, talvez dizer que se  espera que os Senhores Deputados olhem para o assunto ..., com uma abordagem vinda da vida real e menos da liturgia parlamentar! Pensem nos eleitores: nos que votaram e nos outros que já estão divorciados, ou quase, disto tudo!