domingo, 29 de novembro de 2020

«O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa considera que a cultura é uma das atividades "altamente penalizadas" pela pandemia, mas que "são fundamentais" para que Portugal seja capaz sair da crise


e temos o vídeo:

 


 

«Infelizmente, esta crónica tem de começar com um ponto prévio, muito por causa do nível a que chegou o debate político no espaço público em Portugal, com claques organizadas e a ideia firme de que quem não está do nosso lado, está contra nós. O ponto prévio é muito simples: eu não sou simpatizante e, menos ainda, militante do Partido Comunista Português» |INFELIZMENTE, DEPOIS DE CONHECIDA SENTIMOS «OBRIGAÇÃO» DE DIVULGAR ESTA CRÓNICA PORQUE NOS TÊM ANDADO A AFOGAR COM OPINIÃO CONTRÁRIA COMO SE NÃO HOUVESSE ALTERNATIVA

 

 
 
 


 

«“Landscapes of Care” is the theme for the 2021 edition of the Future Architecture platform. During 2021, we are encouraging proposals which will explore dynamics of solidarity and collective self-organization, networks of trust working at neighbourhood scales, and transitional common spaces»

 

 
 
E em português no site da Gulbenkian.De lá: 

«Concurso de Ideias para a Future Architecture Platform 2021

Quer apresentar trabalho e ideias nos maiores eventos de arquitetura da Europa? Estão abertas as candidaturas para o Future Architecture Platform 2021.

 

A «Future Architecture Platform», através da iniciativa Landscapes of Care, desafia jovens emergentes de todo o mundo a apresentar projetos transdisciplinares que abordem os aspetos nefastos do capitalismo global, contribuindo para a discussão e conceção de modos inovadores e alternativos de convivência. As candidaturas, individuais ou coletivas, devem ser apresentadas até 6 de janeiro.

As sociedades contemporâneas enfrentam desafios em constante mudança. As lógicas de consumo do sistema capitalista criam questões globalizadas, que influenciam regiões diferentes do mundo, em tempo real. As fronteiras geopolíticas protegem os lucros económicos, sem ter em conta os interesses sociais, ao mesmo tempo que a pandemia se espalha e novos territórios e ecologias se reorganizam de acordo com lógicas de migração intrinsecamente ligadas aos fluxos de riqueza. Por outro lado, e em contraponto, surgem iniciativas regionais que questionam divisões políticas e interesses empresariais. As fronteiras fluídas traçadas por organizadores locais e cidadãos emergem para preencher os espaços ainda não ocupados pelo mercado livre; espaços de exceção livres do controle da política.

O fluxo de pessoas gera novos modos de convivência e compromissos políticos que requerem cuidado, empatia e consciência do outro. A recente crise de saúde desafiou sociedades inteiras, mostrando-lhes como podem agir de maneira eficaz, rápida e, principalmente, pacífica.

Designers, arquitetos e urbanistas, mais habituados aos aspetos espaciais e formais de um projeto, têm agora de olhar para as questões sociais e políticas. Têm de enfrentar o desafio de transformar décadas de autocomplacência em práticas ativas para lidar com a política das relações, das comunidades locais, dos fluxos de energia e das dinâmicas urbanas em constante mudança.

Landscapes of Care é o tema proposto pelo ateliê dpr-barcelona – escolhido pelos membros da plataforma FA e posteriormente desenvolvido com a CAFx para a edição de 2021 da Plataforma de Arquitetura do Futuro -, vai explorar as dinâmicas da solidariedade e da auto-organização coletiva, as redes de confiança que trabalham na escala de bairro e em espaços e atividades comuns de transição.

A edição de 2021 tem como objetivo desencadear diálogos em torno dos desafios de uma sociedade que enfrenta os mitos do crescimento sem fim, a glorificação das fronteiras e da identidade nacional e as adversidades que o capitalismo classifica como austeridade.

 

Calendarização

Até 6 jan
Apresentação de candidaturas

15 jan
Anúncio das 25 ideias escolhidas

17 – 19 fev
Apresentação das ideias

01 mar – 31 out
Programa Europeu de Arquitectura»

 



sábado, 28 de novembro de 2020

EM AMBIENTE XXI CONGRESSO PCP | assinalemos do que ficou no Orçamento do Estado 2021 | «PROGRAMA DE APOIO AO TRABALHO ARTÍSTICO»

 

 
 

 

«The Biden transition team has not yet announced a formal platform for the arts, but unlike the Trump administration, they are at least likely to have one».

 

 

Leia aqui

 

 

«Saturation: Race, Art, and the Circulation of Value»

 


«Saturation: Race, Art and the Circulation of Value (MIT Press, 2020) is the fourth book in the New Museum’s Critical Anthologies in Art and Culture series co-published by the New Museum and MIT Press. This book rethinks how and why controversies involving race and the art world are often discussed in terms of diversity and representation—as if having the right representative from a group or a larger plurality of embodied difference would absolve art institutions from historic forms of exclusion. Saturation offers another approach, taking into account not only questions of racial representation but also issues of structural change. (...)». Saiba mais.

 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

INTERLOCUTORES PARA AS ARTES VISUAIS | «A própria ministra da Cultura [Graça Fonseca] já tinha comentado que não tinha interlocutores na área das artes visuais, como existem nas outras áreas artísticas»

 

 

Leia no Público

Uma passagem:

 «(...)

Contactada pela agência Lusa, a artista Ângela Ferreira, um dos membros do grupo de nove fundadores, disse que na reunião online participaram 44 artistas, o encontro mais alargado desde a constituição, em Setembro deste ano. “Começámos por ser um grupo informal, que tinha a mesma preocupação da falta de um interlocutor para representar os interesses dos criadores na área das artes visuais. O cinema, o teatro, a dança, a música são sectores que já têm várias entidades que os representem junto da tutela, ou de outras entidades, mas nós ainda não”, contextualizou a artista. 

Depois de formalizada a AAVP, a 17 de Setembro, o grupo tem vindo a reunir-se regularmente para definir objectivos e acções, que deverá divulgar com mais pormenor em breve, segundo Ângela Ferreira. “A própria ministra da Cultura [Graça Fonseca] já tinha comentado que não tinha interlocutores na área das artes visuais, como existem nas outras áreas artísticas. Era essencial organizarmo-nos como grupo e defender os nossos interesses e direitos numa altura em que o impacto da pandemia afecta brutalmente todo o sector da Cultura. Nós não somos excepção”, salientou a artista nascida em Moçambique, em 1958, e que representou Portugal na Bienal de Arte de Veneza de 2007. (...)».

 

 

 

 

MANIFESTO «UMA VOZ»|«Vinte e cinco 'designers' de moda portuguesa enviaram um manifesto ao Presidente da República e ao primeiro-ministro a pedir estatuto profissional e uma Ordem dos Designers, avançou hoje à Lusa a porta-voz do grupo, Katty Xiomara»

 

 
 

 

«Citando Graça Fonseca, que diz não ter "quadro legal para nos apoiar" e não poder "mudar uma política que tem 40 anos"»


 

De há muito que se perdeu a paciência para o que a Senhora Ministra da Cultura diz e como diz. No fim de tudo o que a Governante  quer é sacudir «a água do capote»: de uma maneira obsessiva. Desde há muito que não se percebe quais são as competências que a Ministra reserva para si e para o Ministèrio da Cultura - bem sabemos, estrutura que   verdadeiramente não existe. Ouve-se -lhe  que gere a ÁREA DA CULTURA que amiúde refere estar espalhada pelos demais ministérios... Pelos vistos a Responsável pela Cultura na Administração Central não sabe lidar com isso. Então, diga-nos lá Senhora Ministra de que quadro legal está a falar? O que fez entretanto para preencher a lacuna que diz existir? Assim, de imediato, o que parece não haver é competência para a ação, e em particular em situação de urgência. De emergência. Mais do que a falta de legislação. E não haverá ligeireza na forma como se refere à politica que tem 40 anos?  Com que memória estará a reflectir? Matéria que estará para lá da aparente normalidade que dá ideia a preenche no momento: dar prémios, entregar prémios, ir a espectáculos, parabenizar os artistas pelo reajustamento de horários e equivalentes; ...   Uma sugestão, Senhora Governante, siga a Constituição: sistematize o que compete ao Estado garantir enquanto SERVIÇO PÚBLICO; considere o que o Estado deve subvencionar no MERCADO da Cultura como acontece com os demais sectores COM FINS LUCRATIVOS; como deve intervir no designado TERCEIRO SETOR (organizações sem fins lucrativos). Neste  exercício lembre-se, Senhora Ministra, das palavras do Papa Francisco recentemente proferidas:

«Não basta apontar para a busca de paliativos no terceiro sector ou em modelos filantrópicos. Ainda que o seu trabalho seja fundamental, nem sempre são capazes de assumir estruturalmente os atuais desajustes que afetam os mais excluídos».

 

Um sublinhado,  Senhora Ministra, (claro juntamente com demais Ministérios pertinentes), desenvolva como acontece «lá fora» iniciativas para que exista uma  frente de trabalho para as INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS (com esta ou outra designação) e de maneira que não se confundam com o SERVIÇO PÚBLICO na esfera da cultura e das artes, para bem das duas realidades.

Ah, e não dê recursos aos populistas, é que as palavras têm força: encontre outros formatos para se referir ao que aconteceu às politicas culturais com o maravilhoso «25 de Abril». Felizmente que há quem veja o perigo  e não será por acaso que utiliza «Talvez», como se vê na imagem inicial deste post.

 

«Relatório aponta para despedimentos num terço dos museus de todo o mundo»

 

 

 

 

Na RTP sobre o relatório:

Relatório aponta para despedimentos num terço dos museus de todo o mundo

 

 

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

NUNO PACHECO|«As artes morrem de pé… ou salvam-se?»

 

 

No Público de hoje, também pode ser lido online

 

 

Esperar para ver ...

 

 

 

 

morreu um deus imperfeito, gente gente

 

 

No Elitário Para Todos há quem goste de futebol. Muito. Em especial do futebol de Maradona, em extinção com a  industrialização da «bola». E é por gostarmos de futebool e de Maradona que acompanhamos os que choram a morte deste deus (imperfeito). No jogo e fora dele era gente gente ... Lembremos palavras distantes de  Vargas Llosa : «(...)  Maradona es un mito porque juega maravillosamente, pero también por su nombre, y su cara se graba en la memoria al instante, y porque por una de esas indescifrables razones que no tienen nada que ver con la razón, de entrada nos parece inteligente y nos cae simpático. (...)». Leia na integra.

 

 

sábado, 21 de novembro de 2020

«Luís de Matos, numa das intervenções mais aplaudidas, criticou as "medidas falsas e hipócritas" do governo e lembrou que a cultura tem de fazer parte do discurso do governo e "não só quando um jornalista se lembra de perguntar"»


 
 
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TALVEZ LHE INTERESSE | a intervenção do PCP no dia do centenário de nascimento de Bernardo Santareno

 

 

 Passagem:«(...) O seu complexo misticismo, herdado de uma mãe fervorosamente católica, que o levará a frequentar o Seminário dos Olivais, e a influência determinante de um pai republicano laico, Joaquim Martinho do Rosário, considerado, em Santarém, uma lenda, um símbolo do combate pela Liberdade, sofrendo, por essa determinação, as agruras de quem ousava situar-se do lado justo da História, terão influência na forma como ele olha para a sociedade do seu tempo, para a miséria e o atraso que nos tolhia como povo.

O seu teatro é reflexo dessa maneira de reflectir e de encenar a opressão salazarista, o medo e a ignomínia, mas também os dias jubilosos do nosso Abril maior.

Na peça Português, Escritor, 45 Anos de Idade, Santareno porá nas falas do pai, a seguinte frase: “O nosso filho compreendeu o meu sacrifício. Tem as minhas ideias, vai continuar a minha luta...” Ainda, e sobre o pai, escreverá mais tarde: “O meu pai esteve detido em todas as cadeias políticas portuguesas. As suas detenções foram sempre injustas. Na prisão, foi espancado e conheceu a tortura, tudo por causa das suas convicções políticas. Nunca esquecerei as ideias e os princípios políticos que ele me incutiu, em prol da defesa da liberdade.”

Bernardo Santareno formou-se em medicina, na vertente de psicologia e medicina familiar e fez, desde logo, a opção de trabalhar até ao fim da sua vida junto dos pobres e dos excluídos, vítimas de uma sociedade repressora, intolerante e violenta, ao serviço dos ricos e dos mais poderosos.

Durante vários anos, e até à sua morte prematura (tinha 59 anos), optou por exercer a sua profissão de psicólogo social, trabalhando com pessoas cegas e junto de jovens no Instituto de Orientação Profissional, onde Fernanda Lapa o conheceu e o ajudou a iniciar o seu percurso, por dentro da realidade do teatro que então se fazia no Portugal cercado pelo medo e pela Censura.

Tinha já percorrido os Mares do Fim do Mundo, em navios da frota bacalhoeira, experiência que transportará também para o teatro, com a peça O Lugre. Dessa experiência humana, que muito o marcou, dirá: A deslocação aos mares da Terra Nova foi encarada por mim como uma ida para a guerra ou para a Legião Estrangeira.

A sua vida como dramaturgo começa, depois da publicação de 3 livros de poesia, quando António Pedro encena, em 1957, no Teatro Experimental do Porto, uma das suas primeiras peças: A Promessa. 

Esta peça relata o drama de um jovem casal prisioneiro de uma promessa, da qual não se pode, nem consegue libertar, por fanatismo religioso, posição extrema, que levará o jovem casal a situações limite, negando os apelos da carne, mesmo contra a própria natureza humana.

Por pressões da Igreja, aquela que viria a ser considerada pela crítica “uma obra-prima” do Teatro Português, foi abruptamente retirada de cena, dias após a sua estreia, a pretexto de “não se integrar no pensamento moral que deve dirigir a nação”, segundo as directrizes dessa sinistra figura que foi António Ferro.

Do teatro de Santareno dirá, na altura, o encenador António Pedro: "Acontece, como me aconteceu, pegar sem fé num volume de peças de teatro de um autor desconhecido e descobrir, com deslumbramento, um grande dramaturgo português, com certeza um dos casos mais sensacionais da dramaturgia contemporânea depois do Lorca..."

Nesta, como em quase todas as peças de Bernardo Santareno, nomeadamente as que escreveu após o 25 de Abril, são evidentes os traços da sua formação ideológica e interventiva, logo, na defesa intransigente e corajosa que o autor nelas inscreve, de valores como o direito à diferença, o respeito pela liberdade e a dignidade do homem face a todas as formas de opressão, a luta contra todo o tipo de discriminação, racial, económica, sexual, ou ideológica.

(...)». Continue a ler.