quinta-feira, 15 de maio de 2025
A VIDA SEGUNDO O DIÁRIO DA REPÚBLICA | «CONSELHO NACIONAL DE CULTURA» DIZ-LHE ALGUMA COISA ? | É verdade, na Campanha Eleitoral, de Cultura pouco (ou nada) se fala, mas no DR a vida do setor continua ao jeito da gestão legalista, como o ilusta isto:«Torna-se público que, nos termos do disposto no Artigo 26.º, na alínea a) do Artigo 5.º e na alínea c) do n.º 2 do Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 132/2013, de 13 de setembro, retificado pela Declaração de Retificação n.º 46/2013, de 31 de outubro, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 129/2023, de 26 de dezembro» _ ufa! | E O CONSELHO NACIONAL DE CULTURA (QUEM SABE DA SUA EXISTÊNCIA?) ATÉ PODIIA SER UM BOM «OBJETO» DE DEBATE ...
quarta-feira, 14 de maio de 2025
HOJE |«Apresentação do livro "O Fim da Educação" de António Carlos Cortez» | 18.30 | EL CORTE INGLÉS | LISBOA | ENTRADA LIVRE
terça-feira, 13 de maio de 2025
TEATRO ABERTO |CONCERTO | «ENTRE GUERRAS» |O que pode a música fazer em torno da guerra e da violência?| 16 MAIO 2025 | 19:00 |LISBOA
O que pode a música fazer em torno da guerra e da violência? Exaltar, lamentar, consolar. As perspetivas variam conforme os tempos e os autores. A 21 de junho de 1813, o marquês de Wellington, Arthur Wellesley, dirigiu as vitoriosas tropas britânicas e ibéricas na batalha que ocorreu no País Basco espanhol. Esta derrota francesa inspirou Beethoven (1770-1827) a escrever uma obra musical que humilhasse o imperador francês, Napoleão Bonaparte. Beethoven expandiu a orquestra até à centena de músicos, incluindo na partitura a indicação precisa para o disparo de canhões. A primeira parte descreve uma batalha e opõe a melodia Rule Brittania à canção popular francesa Malbrough s’en va-t-en guerre.
Na segunda parte, pode ouvir-se o hino God Save the King. O programa inclui ainda uma obra do francês Charles Gounod (1818-1893) e outra do compositor inglês Edward Elgar (1857-1934).
domingo, 11 de maio de 2025
A FORÇA DOS «RITUAIS» - a pretexto do recente Conclave ...
sexta-feira, 9 de maio de 2025
quarta-feira, 7 de maio de 2025
É SÓ PARA LEMBRAR ... | por esse mundo fora discute-se «cultura» enquanto «serviço público» e como «indústria» do mundo dos negócios | E NÓS EM PORTUGAL SERÁ QUE SABEMOS COMO FAZÊ-LO ? | NÃO PARECE ...
segunda-feira, 5 de maio de 2025
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2025 | NA SENDA DE DEBATES QUE AINDA NÃO FORAM FEITOS | sugestão de tema «Cultura, Mais Estado»
«Vende um dos teus pães/ e compra um lírio»: A cultura não é um luxo
A Organização das Nações Unidas, traçando os objectivos para o desenvolvimento neste novo milénio, apostou na criação de um novo conceito: o de sustentabilidade cultural. Conhecíamos os conceitos de sustentabilidade económica ou ambiental, e emerge agora esta nova categoria para recordar que tanto a herança cultural de cada comunidade humana como as suas indústrias culturais e criativas, as suas infraestruturas e práticas culturais são patamares estratégicos para o presente e para as gerações vindouras.
Há, por vezes, o risco de pensar que a cultura é um luxo, útil nos tempos em que nos podemos permitir larguezas, mas ao qual é possível renunciar nos períodos de dificuldade. Ora, a cultura não é um luxo: é uma necessidade primária. Ela tem o carácter daqueles elementos sem os quais a vida diminui. E é precisamente nos momentos de escassez e crise, seja ela financeira ou de identidade e sentido como é a que hoje, em grande medida, o Ocidente vive, que a cultura deve ser vista como bússola e motor de desenvolvimento. A atividade cultural, na pluralidade das suas linguagens, tem por isso de ser apreciada no seu fundamental papel humano, social e civilizacional.
Porquê falar da importância da cultura? A resposta não pode ser senão uma: apostar na cultura é apostar na vida, na vida de cada um e de todos. É investir no que ela tem de mais profundo e visível, de mais silencioso e partilhável, de mais histórico e utópico, de mais pessoal e comum. Todos vivemos na e da cultura. Na multiplicidade das suas linguagens ela é o nosso habitat permanente. É o nosso observatório e ateliê; é o nosso dicionário e, ao mesmo tempo, o caderno de anotações daquilo que diariamente emerge e que ainda não está dito em língua alguma; é a nossa identidade irredutível e a nossa forma de abertura aos outros.
Sophia de Mello Breyner Andresen recordava o seguinte: «Mesmo que fale somente de pedras ou de brisas a obra do artista (e, nesse sentido, a produção cultural) vem sempre dizer-nos isto: que não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência, mas que somos, por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser». O homem não vive só de pão: precisaremos sempre de alimentos de outra natureza. Ao lado do que parece estritamente necessário à sobrevivência temos de colocar aquilo que dialoga com a fome e a sede do coração e, sem o qual, até poderíamos viver, mas não seríamos nós próprios. Ao lado do imediatamente útil, temos de guardar lugar para o que parece inútil, como aconselha o poeta chinês Li Bai: «Vende um dos teus pães/ e compra um lírio».
A cultura não é um meio de aceder a um código, a uma gramática e, por eles, a um património de informações ou entretenimentos. A cultura permite-nos entrar em nós próprios. É uma janela e igualmente um espelho. Um dos perigos contemporâneos é a transformação da cultura em indústria de entretenimento, recheada de produtos de consumo rápido e sonâmbulo, capturada pelo simplismo dos modelos. Porém, a cultura digna desse nome é aquela que dialoga com as grandes necessidades da vida e nos abre incessantemente à profundidade e à complexidade do real.
Uma das mais belas parábolas que conheço sobre a cultura li-a num livro de George Steiner. Na URSS de Brejnev havia uma professora de língua inglesa que foi metida na cadeia - sem luz, sem papel nem lápis - por causa de uma denúncia absurda. Ela conhecia de memória os mais de trinta mil versos do “Don Juan” de Lord Byron. Quando saiu da prisão tinha já perdido a vista, mas ditou a tradução em que se ocupara ali mentalmente. Hoje é considerada a melhor tradução russa de Byron.
José Tolentino Mendonça
In Expresso, 4.10.2014
Publicado em 10.10.2014 | Atualizado em
30.04.2023
Assim, para lançamento do debate que sugerimos podia pedir-se o que pensam os candidatos destas palavras. E os senhores comentadores que «dão notas» até terão a vida facilitada. Mas podiam dizer-nos que grelha seguem. Ah, esqueciamo-nos, são «opiniões»! E os senhores jornalistas podem preparar-se e abraçarem a causa: DISCUTIR CULTURA! Em particular, como a sua ausência na vida das pessoas pode complicar definitivamente o tão desejado «elevador social».
Depois para «aliviar o debate», pragmáticos, podemos confrontar com a criação de um MINISTÉRIO DA CULTURA digno desse nome a volta de números como os constantes desta Publicação:
domingo, 4 de maio de 2025
sexta-feira, 2 de maio de 2025
«Korea’s vibrant cultural scene»
Participants to the Study Tour will have guided access to leading institutions, including:
- EU Delegation to Korea
- Goethe-Institut Korea
- Instituto Cervantes Seoul
- Korean National University of the Arts
- The Korea Foundation – Global Center
- Seoul Foundation for Arts and Culture
- Sejong Center for the Performing Arts».
quinta-feira, 1 de maio de 2025
quarta-feira, 30 de abril de 2025
AINDA O «DIA INTERNACIONAL DA DANÇA 2025»
FAÇA-SE LUZ SOBRE O «APAGÃO» | para isso talvez lhe interesse o contributo que vem do artigo de Demétrio Alves «O colossal apagão trará luz para se ver melhor o que é transição ecoliberal?» _ que a nosso ver os leigos também percebem| NO JORNAL «ABRILABRIL»
Faça-se luz!».
terça-feira, 29 de abril de 2025
sábado, 26 de abril de 2025
SNBA |«Bonecos para o povo» _ João Abel Manta, artista revolucionário | 24 ABR 2025 - 31 MAI 2025 | LIBOA
«Cinquenta anos após a Revolução de Abril, e pela primeira vez em Lisboa, esta exposição permite o contacto com a mais vasta amostra de material relacionado com o trabalho gráfico revolucionário de João Abel Manta (nascido em 1928, em Lisboa). Não se limitando ao período de 1974-75, ela mostra peças da década de 1940 à de 1990, provando que o artista foi revolucionário muito antes da revolução, e que continuou a gerir a memória desta muito depois do seu termo.
No espaço em que, em 1947, com 19 anos, João Abel Manta pela primeira vez expôs desenhos (na II Exposição Geral de Artes Plásticas), podem ver-se reunidos pela primeira vez não apenas todos os esboços para algumas das mais marcantes imagens da revolução portuguesa de 1974-75, como desenhos da sua fase de arranque, que coincidiu com o fim da adolescência e o início da idade adulta, e que incluem os que realizou na Prisão de Caxias, em 1948. Encontram-se também exemplos da sua revolucionária contribuição para a imprensa sob a censura de Marcello Caetano (1969-1973, incluindo, pela primeira vez numa exposição do artista, dois originais da série “Reportagem fotográfica” de 1972, entre os quais o “Festival” que levou João Abel Manta à barra do tribunal em 1973) e durante o PREC. A tudo isto se acrescenta um precioso conjunto de documentos provindos do arquivo do artista (originais, fotografias, cartas, recortes de imprensa).
Baseada parcialmente em duas grandes mostras abertas em 2024 (“Uma coisa nunca vista” no Museu Abel Manta de Gouveia e “João Abel Manta livre” no Palácio Anjos de Algés), a exposição “‘Bonecos para o povo’: João Abel Manta artista revolucionário” (que deve o seu título a um cartoon-manifesto do artista em Maio de 1974) tem novamente acesso ilimitado ao arquivo do artista recentemente organizado. Para além de peças do Museu de Lisboa e do Museu Abel Manta de Gouveia, são também exibidas peças das colecções particulares dos herdeiros do general Vasco Gonçalves e dos herdeiros do coleccionador Manuel de Brito.
Como o célebre caricaturista francês Jean-Louis Forain, que, à pergunta de se não preferia expor num museu, respondeu que já expunha, mas em quiosques, também João Abel Manta cumpriu o seu papel de artista revolucionário (o mais importante durante os dias quentes dessa revolução) expondo um portefólio único nos quiosques (e nos muros e paredes) do país. Poder vê-lo em galeria serve apenas à comprovação da sua qualidade gráfica e plástica e da sua importância histórica.
Pedro Piedade Marques
sexta-feira, 25 de abril de 2025
quarta-feira, 23 de abril de 2025
PARA DISCUTIRMOS CULTURA | a entrevista de Jazmín Beirak que é Diretora Geral dos Direitos Culturais, em Espanha, disponivel no site da Gulbenkian | A NOSSO VER CONTRIBUTO A NÃO DESPERDIÇAR
Com a emergência da política cultural no século XX, o papel do Estado centrou-se, primeiro, na garantia de acesso a um determinado património e, depois, na promoção das artes e das indústrias culturais. Com a ascensão da sociedade de consumo e da cultura de massas, o mercado passou a partilhar com o Estado o papel de mediador no acesso aos bens, obras e produtos culturais – reforçando a relação com a cultura a partir de uma lógica de espetador. Assim, a cultura passou a ser concebida como um produto, afastando-se do seu estatuto de direito.
A verdade é que os direitos culturais nunca estiveram no centro da ação pública na cultura e, por isso, esquecemo-nos de que a cultura é um direito.
O que torna a cultura “ingovernável”?
A ideia de ingovernável baseia-se no facto de que a cultura não é nem deve ser feita por instituições, mas é uma expressão e manifestação da sociedade, das comunidades e dos indivíduos. Isto significa que o papel do público não é fornecer cultura, mas gerar as condições materiais para que as práticas culturais possam proliferar, para que os projetos da sociedade possam acontecer e para que todos possam desenvolver uma vida cultural plena. A responsabilidade pública da cultura é redistribuir recursos e oportunidades para que as pessoas e as comunidades sejam protagonistas da sua própria vida cultural.
Para isso, uma instituição tem, fundamentalmente, de nutrir e fomentar o que existe fora da instituição. E este é, de facto, o paradoxo constitutivo da gestão pública na cultura: para que a cultura seja forte, para que haja vitalidade cultural, ela tem de escapar à própria instituição. Quanto mais a cultura conseguir transbordar o trabalho institucional, mais saberemos que a instituição está a cumprir a sua missão. E, por isso, governar a cultura é, de certa forma, gerar as condições para a sua ingovernabilidade. (...)»