quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

A CRUEZA DA SITUAÇÃO | «Ando a comer sopa para ter algum dinheiro para comprar farinha e fraldas para o meu bebé, com 15 meses. O meu filho mais velho tem sorte porque almoça na escola. Ao jantar comemos arroz com atum ou com ovos. É o que podemos comprar»

 
Se puder, leia o trabalho do Público. Na versão online está aqui 

 Excertos:

 “Massa com molho” e “arroz com atum”: músicos da Orquestra do Norte em “angústia” com salários em atraso

O PÚBLICO recebeu testemunhos de trabalhadores que se encontram numa “situação limite”, sem meios para pagar a renda, medicação e uma alimentação digna. Reúnem-se com a tutela nesta quinta-feira.


(...)  Para receber a referida tranche da DGArtes, a Associação Norte Cultural tem, no entanto, de enviar documentação que comprove a ausência de dívidas. Pedro Barbosa, subdirector-geral das Artes, confirmou ao PÚBLICO que esta ainda não foi enviada. “Por lei, a entidade tem de apresentar a documentação de que não tem dívidas à Segurança Social e à Autoridade Tributária. É a condição sine qua non”, sublinha. “No caso da Orquestra do Norte, é muito recorrente o atraso no envio dos documentos, o que demonstra a situação financeira muito frágil em que se encontra.” Já as outras orquestras regionais – mais exactamente a Orquestra Filarmonia das Beiras, na região Centro, e a Orquestra do Algarve – têm cumprido os requisitos do estatuto, tendo a sua situação totalmente regularizada.
Pedro Barbosa refere que será lançado em breve o concurso limitado de atribuição do Estatuto de Orquestra Regional, até ao montante máximo de 9,7 milhões de euros. Nesta nova ronda de financiamento, o objectivo é “tentar uma maior partilha de responsabilidade entre o Estado e as autarquias”. No caso da Orquestra do Norte/Associação Norte Cultural, cuja direcção integra os municípios de Amarante (na presidência), Guimarães, Chaves, Macedo de Cavaleiros e Lamego, “há pouco envolvimento financeiro”, nota o subdirector-geral das Artes.
 
(...)»
 
*
*  * 
 
O que nos oferece dizer: uma vez mais alertar para aquele «ESTATUTO» onde estará a causa de todas as coisas. Uma vez mais sublinhar que o «ESTADO CENTRAL» deve ASSEGURAR e não se limitar a «APOIAR» via CONCURSOS. Uma vez mais este pequeno pormenor: quais as formulas de cálculo subjacentes ao «montante máximo de 9,7 milhões de euros»?. Para terminar, que deselegância!, face à «desgraça» atirarem que as outras orquestras cumprem - parecendo que vivem no «paraíso» e que nunca tiveram problemas. Resumindo e concluindo: CULTURA, MAIS ESTADO. De qualidade. Veja o post «os queridos concursos da DGARTES». O que existe, nomeadamente na esfera das «ARTES da DGARTES» está esgotado. A DGARTES precisa de ser reinventada. Ah, isso mesmo tinha sido diagnosticado lá atrás quando o PS lutava para chegar ao Governo. Depois «deixou cair». Melhor, foi deixando cair... 
 
 


 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

A CULTURA NA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA | os vereadores do PCP perguntam sobre o «Festival 5L» para 2025

 

Saiba mais

A propósito, na Comunidade Cultura e Arte:

«PCP quer saber em que moldes se realizará o festival 5L, em Lisboa, e como será feita a escolha do diretor artístico»

Começa assim: «Os vereadores do PCP questionaram o presidente da Câmara Municipal de Lisboa sobre como e quando haverá “diretor executivo” do festival literário 5L, quem está entretanto a assegurar essas funções e em que moldes se realizará o evento.
Num requerimento datado de 24 de janeiro, e hoje divulgado à comunicação social, os vereadores comunistas da autarquia lisboeta João Ferreira e Ana Jara endereçaram ao presidente da câmara uma série de questões relacionadas com a edição de 2025 do Festival Internacional de Literatura Lisboa 5L, na ausência de informações claras sobre o assunto.
Segundo os vereadores, a “escassez de respostas obtidas e as contradições evidenciadas” perante as questões colocadas sobre esta matéria, numa reunião privada que decorreu no dia 22 de janeiro, justifica a insistência nas perguntas, plasmadas neste documento.
O festival literário 5L é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, que nasceu em 2020 tendo como objetivo celebrar a língua, a literatura, os livros, as livrarias e a leitura (os cinco L), e cuja direção artística estava a cargo do livreiro José Pinho, que morreu em maio de 2023. (...)».
Continue.
A nosso ver, as perguntas levam-nos ao fundo da questão. Melhor, a essência de muitas questões. As tais ditas estruturantes, sem se descurar o urgente, na circunstância a realização do FESTIVAL 5L. Cativa-nos em especial aquele entrelaçamento entre «centro e periferia». Naturalmente, a seguir com atenção...
 


domingo, 9 de fevereiro de 2025

CULTURA | que agitação!

 

 
Já tínhamos dado  pela agitação na CULTURA lá pelo CampusXXI/Ajuda. Regularmente visitamos o Diário da República e não se pode deixar de reparar naquelas entradas e saídas.  Inevitavelmente pensamos: como é que esta gente adquire a serenidade indispensável ao trabalho? Afinal - viva a comunicação social - não estamos sozinhos nesse reparo e outros deram pela coisa. E ao DR juntam-se afinal acontecimentos bem pitorescos, como decorre da imagem acima... Merecíamos melhor! A não ser que tudo isto tenha técnica, assente numa estratégia de mudança permanente e na «gestão do caos», no pressuposto de que o caos é criativo. Parece que queremos meter a cabeça na areia ... Se calhar é por ser domingo.
 


 

CENTENÁRIO CARLOS PAREDES | SEMINÁRIO |«O Povo e Uma Guitarra» | 20 FEV 2025 | 18:00 | AUDITÓRIO ALTO DOS MOINHOS | LISBOA | ENTRADA LIVRE

 


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

FINANCIAMENTO ESTATAL PARA AS ARTES | socorro!, quem põe ordem nisto ... | VOLTEMOS AO PROBLEMA PEGANDO OUTRA VEZ NA FILANDORRA

 

 

 
Leitor deste blogue fez-nos chegar a
 notícia da imagem - e ficamos satisfeitos
 com esta participação - donde a
 seguinte passagem: 
 
 
A «visita» objeto da noticia já constou doutros posts.
 O seguinte faz um apanhado:
 

Entretanto, mais estas notícias:
 
 
 
*
*   * 
 

Nesta balbúrdia, ao PS e PSD: seria bom que acertassem agulhas e identificassem o verdadeiro problema e se deixassem de «remendos». Como se verifica, a cada dia que passa, estão errados: e é na «política» global para as artes. Sim, é verdade, a aplicação do que existe é um desastre. E uma vez mais não há como não voltar a isto:


É o SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA
 que está em causa. O que é que não entendem?

 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

DOS OUTROS | Programação 24/25 de MK:

 

 

 
De lá: «(...) For us, “Off to elsewhere” also means that we are reaping the fruits of four years of artistic work and are now presenting the next level of our international collaborations, each with their own idiosyncratic style! The new season launches with Chilean director Marco Layera taking a critical and humorous look at regional pride with “Mia san Mia” (We Are Who We Are), his Bavarian “Space Odyssey”. At the same time, Ukrainian director Stas Zhyrkov is presenting the harrowing story of Natascha Wodin, a woman who was born in Germany as the child of Ukrainian forced labourers and who traverses an entire violent century in search of her lost mother. The unfamiliar viewpoint of the lost who refuse to give up on their future runs as a common thread through the season. It is present in Kafka’s novel “Amerika”, an adaptation of which young director Charlotte Sprenger is producing as her Munich debut at the Schauspielhaus. In another debut, following his acclaimed guest performance “C la vie”, choreographer Serge Aimé Coulibaly is developing “Balau”, his first dance piece for a German public theatre, together with the Kammerspiele ensemble and guests. In addition, we have works by Henrik Ibsen, Klaus Mann and William Shakespeare in the hands of female directors and, of course, we are also looking to find our artistic “somewhere different” in our Munich home. With “Sauhund” by Lion Christ, we are casting our eyes back to the dazzling 1980s in the city. And in our vampire comedy “Oh Schreck!”, we are resurrecting the Kammerspiele star Max Schreck, who shone in his most famous role in the horror classic “Nosferatu” in 1922.

Enjoy and find lots to stimulate you in our new programme!

Barbara Mundel & Team».

 *
*   * 
Allô, Poderes Nacionais - Centrais e Locais ( e estamos em ano de eleições) olhem só para aquela dimensão! De uma companhia que se apresenta assim:«The city’s theatre» -The Münchner Kammerspiele is the place for daring and contemporary theatre. We bring together outstanding artists who are working today and provide them with unique conditions to develop their work.

Being “the city’s theatre”, we have a special connection to Munich and its history. Right from its beginnings in the 1910s and 1920s, the Kammerspiele was a stage for the new and surprising. Up to the fascist seizure of power, it was a place of artistic resistance and a theatre with strong links to Eastern and Central Europe.

Today, the Kammerspiele is once again drawing on its founding traditions of the 1920s: our theatre brings new, previously unheard voices to the stage to address the pressing issues of our time. Our attitude is open, passionate and confident. We want to be a space in which the future can be debated, imagined and expressed.

At the heart of the Kammerspiele is our outstanding acting ensemble which reflects the diversity of society as a whole. Our theatre is run by over 300 employees. We are internationally renowned for the high quality both of our actors and our theatre departments whose artistic and technical know-how have been developed over decades.

The Münchner Kammerspiele has a multifaceted programme. We take up the issues that are important to the city’s inhabitants and place them in an international context. We develop new drama with writers with whom we have a relationship. We explore new artistic forms, for example with our “All Abled Arts” initiative: at the Kammerspiele, artists with and without impairments work together in the ensemble as well as in the disciplines of writing, directing and choreography. Many of the international collaborations we develop are sustainable and longstanding to enable us to create distinctive productions of the highest artistic quality.

The Münchner Kammerspiele strives to ensure accessibility for different audiences. We are dedicated hosts and seek to directly encounter our audience on many levels. As “the city’s theatre”, we are committed advocates of the values ​​of democracy and a pluralistic society. The Münchner Kammerspiele is constantly changing. The “city’s theatre” is a process rather than a settled state. We are a place for curiosity, encounters and reflection. A place for everyone living in Munich. (...)». Continue.

*
*  * 
Da Programação do muito em que se reparou isto: «(...)The unfamiliar viewpoint of the lost who refuse to give up on their future runs as a common thread through the season. It is present in Kafka’s novel “Amerika”, an adaptation of which young director Charlotte Sprenger is producing as her Munich debut at the Schauspielhaus. In another debut, following his acclaimed guest performance “C la vie”, choreographer Serge Aimé Coulibaly is developing “Balau”, his first dance piece for a German public theatre, together with the Kammerspiele ensemble and guests. In addition, we have works by Henrik Ibsen, Klaus Mann and William Shakespeare in the hands of female directors and, of course, we are also looking to find our artistic “somewhere different” in our Munich home. With “Sauhund” by Lion Christ, we are casting our eyes back to the dazzling 1980s in the city. (...)».
 
*
*  * 
A terminar:

«Let's preserve Munich's cultural diversity! The rich city of Munich has to save 243 million euros in the short term. We are all facing massive cuts in the areas of social welfare, education and culture. Culture is an essential component of our democratic civil society. For historical reasons alone, Munich has a very special responsibility to strengthen and protect it. Here in Munich, we live together in a diverse, modern urban society and need spaces for exchange and culture - especially in times of division and polarization. That is why we have founded the #MünchenistKultur alliance. Let's preserve Munich's cultural diversity together. Munich's diverse cultural offerings are based on the individual skills and high level of commitment of the specialized professionals in the various cultural sectors. The impending cuts threaten the already fragile structures of artists and institutions in all sectors, causing irreparable damage. As Munich's cultural scene, we stand together in solidarity. We will not allow ourselves to be driven into distribution battles.

Join us in appealing to Munich's city councillors to avert the planned cuts in the cultural sector. Let's work together with representatives from culture and politics to find long-term and sustainable solutions.
Become part of our alliance and sign our open letter HERE.». 

 ________________________

QUE DINÂMICAS!

domingo, 2 de fevereiro de 2025

«A CAPITAL»

 

 
SINOPSE

«Bruxelas é o coração da União Europeia e também deste romance.
Robert Menasse leva-nos numa viagem ao interior da vida política europeia através de cinco histórias interligadas, que abordam o quotidiano da capital europeia a partir de diferentes perspetivas.
A Capital segue de perto o destino dos seus personagens nos frequentes encontros que têm entre si, expondo as suas vidas profissionais e mergulhando nas suas coloridas vidas privadas, longe de escritórios e salas de reuniões. Ao mesmo tempo, constrói uma ponte narrativa entre diferentes épocas e nações, entre o inevitável e a ironia do destino, entre a burocracia mesquinha e os grandes sentimentos.
O olhar penetrante de Menasse, cheio de humor e ironia, torna a leitura deste romance tão irresistível quanto importante nos atuais tempos de ressurgimento de nacionalismos, desde o Brexit até à Declaração de Independência da Catalunha.
Um livro provocador, oportuno e importante: um apelo para que se relembre o que está no centro do «projeto de paz europeu» e se tenha a coragem de o levar ao próximo nível.

Críticas de imprensa

«Uma sátira deliciosamente cruel – e oportuna – sobre a União Europeia e o significado da Europa nos dias de hoje.»
Financial Times
«Um romance tradicional, vasto, omnisciente, quase balzaquiano, que tem o terrorismo como parte de uma trama satiricamente centrada numa ideia de Bruxelas bastante plausível.»
New York Times Book Review
«Uma divertida farsa sobre a vida em Bruxelas (…) elegantemente escrita, brilhantemente bem construída, inteligente e espirituosa.»
Die Zeit

 *
*  *
Sobre o livro no semanário Expresso desta semana de Teresa Violante:
 
«Auschwitz em 2025

O melhor livro de ficção que li sobre a União Europeia (UE) é de um escritor austríaco, Robert Menasse, “A Capital”, e ganhou o prémio de Livro Alemão 2017. Neste romance, que é uma sátira deliciosamente cruel e oportuna sobre a UE e o significado da Europa nos dias de hoje, os burocratas europeus são retratados como seres humanos simultaneamente empáticos e cruéis, ao comando de uma máquina que se orienta de modo impie­doso pela prossecução dos seus fins. Estes fins são diversas vezes determinados nos gabinetes, longe do escrutínio democrático. A verve autopoiética da burocracia europeia autolegitima-se e reforça-se, mantendo aquilo que na linguagem coloquial se designa de “bolha europeia”, num epíteto benigno mas muito danoso para as credenciais democráticas do projeto comum que nos une.

No livro, a burocracia europeia tenta encontrar um tema que possa contrariar o nacionalismo e euroceticismos crescentes. Auschwitz surge então como ponto de referência numa União política em crise. A memória e o dever político de reconciliação com o passado emergem como responsabilidade moral que a Europa carrega e simbolizam aquilo que dilacerou o continente, mas agora une uma comunidade assente na responsabilidade de garantir que nunca mais tais horrores se repetirão. O curto século XX europeu foi manchado pelo autoritarismo, fascismo e comunismo, horrores que se traduziram numa perda incomensurável de vidas humanas. (...)».