terça-feira, 11 de setembro de 2012

«AGRUPAMENTO COMPLEMENTAR DE EMPRESAS»

Já saiu o diploma  Decreto-Lei n.º 208/2012. D.R. n.º 174, Série I de 2012-09-07 que cria «Agrupamento complementar de empresas», de realidades que por acaso não são «empresas», mas sim «entidades públicas empresariais» - será que isto não significa nada !.  O diploma: 
«Procede à transformação da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, I. P., em entidade pública empresarial, à cisão da Companhia Nacional de Bailado do Organismo de Produção Artística, E. P. E., e à sua transformação em entidade pública empresarial, à alteração da denominação do Organismo de Produção Artística, E. P. E., para Teatro Nacional de São Carlos, E. P. E., à aprovação dos Estatutos da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, E. P. E., da Companhia Nacional de Bailado, E. P. E., do Teatro Nacional D. Maria II, E. P. E., do Teatro Nacional de São Carlos, E. P. E., e do Teatro Nacional de São João, E. P. E., e à constituição de agrupamento complementar de empresas formado pelas entidades públicas empresariais da área da cultura».

sábado, 8 de setembro de 2012

A VIDA DOS OUTROS - BAM Brooklyn Academy of Music


No New York Times de hoje o trabalho «Darting and Stuttering Through Many Points of Light ‘Eclipse,’ by Jonah Bokaer and Anthony McCall, at BAM Fisher», levou-me uma vez mais à  BAM (Brooklyn Academy of Music). E nestas andanças depois de ver o que está a acontecer no momento, quanto ao Programa,  acabo por me deter sempre nas «minhas áreas» e, desta vez, lá estou eu a olhar para os financiamentos, e  para a forma omo fazem os seus Relatórios.
 E como não se fazem «omoletes sem ovos», veja-se donde vem o dinheiro para a BAM:
«BAM's groundbreaking programming is only possible with the assistance of a broad and diverse family of supporters. Private foundations together with government agencies are key partners in BAM's success. BAM works closely with foundation and government agency supporters to identify the opportunities and programs that will enable them to best meet their varying objectives. Foundations and government agencies can play instrumental roles across BAM programs via general support; catalyze choreographic progress through grants to BAM Dance presentations; or help expose New York youth to world-class arts by supporting BAM's educational initiatives, to name only a few possibilities. BAM recognizes foundation and government support in BAM publications and other forums, as appropriate.». E para ver de que montantes estamos a falar é só consultar os Relatórios, logo anunciados na primeira página do site  - BAM annual reports. Por exemplo, o de 2011, aí está a vista de todos, e uma verdadeira «peça de marketing», a abrir com  a missão da BAM:
 
BAM’s mission is
to be the home
for adventurous
artists, audiences,
and ideas.
 
E não pode deixar de reparar-se na forma como a comunicação é feita, começando pelo site e pela maneira como se articulam com as redes sociais. E sobre o ECLIPSE, afinal o que no NYT me levou a esta visita à BAM, no Youtube:




 
 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ACORRERAM




Sobre a Semana em Defesa da Cultura que está a ser anunciada através da «palavra de ordem» ACORREI, QUE MATAM A CULTURA!!! (ver post anterior) já há quem tenha acorrido a pronunciar-se: Pacheco Pereira na revista SÁBADO passada.Como não temos link, um excerto do artigo  tirado daqui:
 
«Um desenho que ilustra as actividades do Manifesto em Defesa da Cultura é todo um tratado simbólico do pensamento sobre a "coisa". Há dois glutões armados de dentes e ferrões, com vários olhos, que atacam uma menina indefesa que cai de alto, com os seus longos cabelos, a dita "cultura". "Acorrei que matam a cultura!!!", nem mais nem menos do que com três pontos de exclamação. O texto do Manifesto de Dezembro de 2011 revela bem a imbricação desta "cultura" com a burocracia governamental, nele se refere o PRACE, o PREMAC, o INOVART, o ICA, a DG Artes, todos os acrónimos usados com o à-vontade de quem conhece bem estes meandros do Estado. O Manifesto é um longo e palavroso exercício dominado pelo dinheiro "não mercantil", ou seja, o do Estado, o célebre 1% no Orçamento para a "cultura". Dinheiro e o modo burocrático como é concedido são as preocupações fundamentais: "Destruição e perversão do princípio de serviço público; estrangulamento financeiro; desmantelamento, redução e desqualificação de serviços; centralização e agregação burocrática de instituições; mercantilização: as políticas de agressão à Cultura seguidas pelos últimos governos criaram uma situação insustentável". A preocupação não se afasta nunca do Estado. Repare-se que não se trata de uma queixa contra a censura, contra perseguições a artistas individuais pelo que fazem ou dizem, mas uma queixa geral sobre a falta de encomendas: ""Austeridade" na cultura não destrói só o que existe, destrói o que fica impedido de existir". E o que "fica impedido de existir" é, entre outras coisas, "a criação contemporânea". O que temem é uma "área cultural (...) inteiramente colonizada, sem alternativa, pelos produtos mercantis, rotineiros e homogeneizadores das indústrias culturais". Dono por dono, preferem o Estado e os governos.»
 
E a reação de Carlos Vidal no Blogue 5dias: Directamente da Marmeleira Pacheco Pereira volta a pronunciar-se sobre arte, cultura e o Estado (na “Sábado”)  de onde se tirou esta passagem:
 
«Mas por que é que Pacheco Pereira acha bem, na sua postura “liberal”, que a Cornucópia, por exemplo, agonize? Por uma razão muito simples: porque nunca lá pôs os pés, nem lá nem numa sala de concertos onde se trabalhe música depois de Bach (acabou-lhe a mente por aí). Nunca lá pôs os pés como nunca pôs os pés numa sala onde se represente obra de coreógrafos ou coreógrafas dos nossos dias, cineastas, artistas plásticos, galerias, não sabe o que é a Documenta de Kassel, não sabe o que é crítica de arte: uma vez li um “texto” (com muitas aspas) do indivíduo sobre o seu amigo Ângelo de Sousa (que eu tive o prazer de prefaciar o “Jornal da Exposição” quando de uma retrospectiva ainda na Casa de Serralves) – foi para mim uma experiência triste. Fiquei em depressão por haver gente que não reconhece um espelho para se ver. O indivíduo não domina um único termo, uma única palavra, um único conceito do vocabulário plástico nem crítico. E teria de dominar? Sim.»
 
E como tem a ver com tudo isto, o Elitário Para Todos sugere que se ouça o que Rui VIeira Nery disse no Sinais de Fumo e divulgado neste Post.
 

SEMANA NACIONAL DE LUTA EM DEFESA DA CULTURA, CONTRA A AUSTERIDADE


«O Manifesto em defesa da Cultura, dando expressão ao sentimento generalizado de alarme e indignação pelo estado da cultura e do país, convoca e promove a iniciativa ACORREI QUE MATAM A CULTURA!!! - SEMANA NACIONAL DE LUTA EM DEFESA DA CULTURA, CONTRA A AUSTERIDADE, descentralizada, a decorrer na semana de 24 a 30 de Setembro de 2012.
Esta iniciativa tem como objectivos:
  • Denunciar a situação de catástrofe, social, cultural e civilizacional que as políticas de austeridade do Governo e da Troika estão a provocar;
  • Afirmar na rua a exigência de mais investimento na cultura, da nossa meta imediata de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, tendo como objectivo a atingir gradualmente, 1% do PIB para a Cultura;
  • Exigir o cumprimento da Constituição da República no que toca às garantias pelo Estado de um serviço público de cultura e do livre acesso à criação e fruição culturais.
Esta semana de luta, organizada em cada região consoante o programa a anunciar por cada núcleo, será voltada para a rua, para a agitação, mobilização e consciencialização dos cidadãos. O seu programa completo será anunciado em meados de Setembro.
O Manifesto em defesa da Cultura apela a todos os cidadãos, trabalhadores da cultura e das artes, a todas as estruturas de criação e produção culturais que partilham e lutam por estes objectivos, que se juntem a esta semana de luta, participando nas suas diversas iniciativas locais». Mais

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

«O ÚLTIMO "REALIZADOR VERMELHO" A QUEM A IGREJA RECONHECEU A OBRA»


 
 
Cinema
Patriarca de Veneza e Ken Loach: Igreja distingue realizador atento à injustiça social
O cineasta britânico Kenneth Loach recebeu esta terça-feira das mãos do patriarca de Veneza o prémio Robert Bresson, que há 13 anos é concedido pela fundação italiana Ente dello Spettacolo, em parceria com o Conselho Pontifício da Cultura.
O galardão entregue por D. Francesco Moraglia durante o Festival de Cinema de Veneza distinguiu uma obra cinematográfica «caracterizada por um forte empenho político e social, atenta ao progresso da civilização e à solidariedade humana», refere o texto que justifica a entrega do prémio.
O cinema de Loach mostra «as condições de vida da classe operária, dos emigrantes e dos desempregados, categorias sociais a quem frequentemente é negada a dignidade de trabalhadores e de homens, e por isso desejosos de resgate e justiça social.
(...)
A entrega do prémio da Igreja Católica a um artista que não esconde a simpatia por políticas de esquerda suscitou a curiosidade dos jornalistas.
«Isso faz parte dos estereótipos que muitas vezes envolvem as pessoas», respondeu D. Francesco Moraglia, acrescentando que para além das referências pessoais «pode haver convergência, o que não significa abdicar das próprias ideias mas olhar em conjunto aspectos da realidade em que se podem encontrar convergências e trabalhar para que essa realidade se torne melhor.
(...)
Na cerimónia de entrega do prémio intervieram também o presidente da Bienal de Veneza, Paolo Baratta, e o responsável máximo da Fundação Ente Spettacoli, padre Dario Viganò, que se referiu a Loach como o «último realizador vermelho» a quem a Igreja reconheceu a obra.
«Uma pessoa extraordinária e uma das figuras do cinema que sabe contar as vicissitudes do humano que nada têm de incompatível com o Evangelho», salientou. (...).  Veja a notícia completa  no Secretarido Nacional da Pastoral da Cultura

terça-feira, 4 de setembro de 2012

NÃO ABERTURA DE CONCURSOS DE APOIO ÀS ARTES: A RESPOSTA DO GOVERNO

 

 

 
A resposta do Governo à Pergunta feita pelo Deputado Manuel Tiago sobre a não abertura dos Concursos de Apoio às Artes já foi dada e  pode ser vista aqui, ou seja, no Portal da Assembleia da República. O assunto merece mesmo ser acompanhado, não só pela razão central - o apoio às artes - mas também para se perceberem os mecanismos  técnicos de natureza orçamental adiantados.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012