Não creio haver muitas dúvidas, adoptando a bitola de análise personalista, que, nas próximas autárquicas em Lisboa, há três cabeças de lista a que podemos reconhecer capacidades para ser presidente do município. O atual presidente Carlos Moedas, @Alexandra Leitão e João Ferreira. No entanto, vamos aceitando que a disputa se resolverá entre Moedas e Alexandra Leitão.
Isto é muito curioso até porque João Ferreira tem anos de autarquia e, muito provavelmente, será o candidato que as pessoas mais viram na sua rua, no seu bairro, ao longo destes anos.
Será pelo que propõe a lista que encabeça?
Tendo a achar que não. Quando os eleitos do PSD/CDS e PS se juntaram para aprovar o actual PDM, para defender o licenciamento de novas estruturas hoteleiras ou a redução de impostos dos mais ricos num valor superior ao investido em habitação, João Ferreira esteve contra, representando aquilo que me parece ser uma opinião maioritária nos habitantes de Lisboa em matérias estruturais para a cidade.
Tendo a acreditar que a exclusão de João Ferreira da possibilidade de disputa da presidência da CML, se deve a um princípio de exclusão da disputa de vitória dos partidos que o suportam. Pior, esta exclusão baseia-se em preconceitos sobre o que defendem. Mesmo no contexto de Lisboa, em que as forças políticas lideradas por João Ferreira têm defendido posições largamente apoiadas pelas populações ao nível da Habitação, Urbanismo, Higiene Urbana, Ambiente, Cultura, Associativismo... e, não raras vezes, do lado oposto, têm estado as forças políticas que Moedas e Alexandra Leitão encabeçam.
Escrevo isto de um lugar de inequívoco apoio à lista encabeçada pelo João Ferreira. Mais, de um lugar que acredita que o João Ferreira é o melhor presidente da CML a que Lisboa pode aspirar. De um lugar que acredita que só uma forte expressão da CDU poderá fazer com que Lisboa recupere o sonho de uma cidade que se constrói com e para as pessoas. De um lugar que não aceita a desistência da democracia que significa votar noutro candidato pensando que este é o melhor.
Nos últimos 20 anos Lisboa atrasou-se no seu desenvolvimento como cidade soberana, independente do casino do turismo e do imobiliário. Nos últimos 4 anos Lisboa regrediu e entregou-se aos interesses de quem a vampiriza. A 12 de Outubro, cada um com o seu voto, pode recuperar a esperança e o sonho de ter uma cidade mais próxima do que deseja. Os resultados do dia do voto não são inevitáveis. Votemos em que sentimos que nos pode dar esperança e depois contemos os votos».
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