sexta-feira, 8 de agosto de 2025

BEM ESGALHADO ! |«Lisboa, cidade da nossa vida»| E CONTINUEMOS A REFLETIR LISBOA DANDO SEGUIMENTO AO CICLO DE DEBATES EM TORNO DO LIVRO «LISBOA HORIZONTES DE TRANSFORMAÇÃO _ UMA CIDADE PARA TODOS» COORDENADO POR JOÃO FERREIRA | VALORIZEMOS O TANTO QUE FOI DITO NA MORTE DE NUNO PORTAS ADICIONANDO UMA CRÓNICA DE ANTÓNIO GUERREIRO | TERMINAMOS COM A «QUALIDADE E BELEZA INCLUÍDAS» DE ÁLVARO SIZA

 

 
O cartaz da imagem já está nas ruas de Lisboa. Reparamos nisso ontem, num fim de tarde magnífico: a temperatura   agradável; o  horizonte rosado; e aquela luz que só parece existir na Capital ... E lembramos Carlos do Carmo e a sua «lisboa menina e moça»:


 
 

Talvez não seja despropositado falar sobre a autoria da letra, - afinal tudo faz uma cidade, constrói imaginário coletivo, veja aqui: «Por detrás da icónica música que todos ouvimos pela voz de Carlos do Carmo, “Lisboa, menina e moça”, está a mão do primeiro autor que escreveu a letra: Joaquim Pessoa, ainda que Ary dos Santos e Fernando Tordo tivessem sido parceiros no processo criativo». E às urtigas alguma inibição, também sem pedir licença  fomos levados a Vinicius de Morais:«as muito  feias que me perdoem mas beleza é fundamental» - que não se esgota no que à primeira vista parece. Bom pretexto para se conhecer ou voltar à Receita de Mulher. Que podemos mudar para Homem.

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Entretanto, na morte de Nuno Portas fomos brindados - e outra coisa não seria de  esperar  dada a sua grandeza, para gente cá da casa quase lenda - com, a nosso ver, textos magníficos, em que nos falam do amigo, do parceiro, do cidadão, do professor, do arquiteto, ...Em especial a Habitação. Apetece-nos recomendar que todos os candidatos às próximas eleições Autárquicas não passem ao lado. O recorte seguinte faz uma boa síntese do que queremos realçar:
 
 
 
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Agora, sobre a Cidade de Lisboa, de António Guerreiro, crónica de óbvia oportunidade e direta ao problema que também nos habita. Excertos:

«(...)Evidentemente, nenhum destes diagnósticos e descrições traz dados novos ao que todos conhecemos. Mas dito por estrangeiros e publicado num jornal britânico tem mais peso, na medida em que nos faz perceber que a incomodidade cresce mesmo entre aqueles que julgamos serem os felizes beneficiários da transformação da cidade. A queda do prestígio alastra e está a tornar-se pública para além das fronteiras. Ninguém gosta de viver numa cidade Potemkin.

Esta situação, que as administrações políticas de Lisboa acolheram e promoveram com grande entusiasmo, atingiu a máxima intensidade quando outras cidades já estavam a tentar restringir as causas que provocam a catástrofe urbana do nosso tempo. Não faltam as reflexões sobre os devastadores efeitos urbanísticos, sociais e económicos sofridos por cidades como Lisboa. Mas já é mais raro encontrarmos análises do empobrecimento cultural que daí advém. Uma cidade feita de hotéis e de apartamentos com licenças de arrendamento a curto prazo (no centro histórico de Lisboa, metade das casas está por conta do Airbnb, escreve Agustín Cocola-Gant no seu artigo), uma cidade que expulsou os seus habitantes, transforma-se num deserto cultural. (...)».
 
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Em torno do livro, como divulgamos, houve um ciclo de conversas - uma delas: 
É nossa convicção que o que os  participaram nas conversas «levaram para casa» sairá enriquecido com as reflexões registadas nas fontes acima referenciadas. Em especial, este excerto tirado do texto de Álvaro Siza, cala fundo - e assm terminamos voltando à BELEZA:

 


Reparemos, reparemos, nisto: «o problema da habitação social e da arquitetura para todos - qualidade e beleza incluídos». Palavras que dão energia que nos dizem da «igualdade» inteira.
 
 
 

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