quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

«A cultura não pode ser só pública, tem de ser pública e privada como é em todo o mundo»

 

Excerto do trabalho a que se refere a imagem , o destaque é nosso: «(...)O estado da cultura serviu de pretexto para uma conversa com o fundador da Everthing is New. “As salas de espetáculos parecem estar em vias de extinção. Há 50 anos que não se constrói uma sala privada em Portugal, pelo menos com uma certa dimensão. E atenção, não tem de ser para seis mil pessoas”, alertou.

Em Portugal, “as salas de cultura, 90 por cento são públicas”, reforçou. “Nos últimos 50 anos perderam-se 30 equipamentos de cultura e criaram-se três ou quatro”, lamentou. Vira a bússola para a capital do país. “Em Lisboa, por exemplo, as que apareceram são todas públicas. CCB, Teatro Camões e Pavilhão Atlântico (hoje Altice Arena)”, exemplificou.

Detém-se nas salas na capital. Pura e simplesmente desapareceram e deram lugar a outras realidades. “O Cine-Teatro Odéon vai virar apartamentos e restaurante de luxo. O Cine-Teatro Paris, condomínio de luxo, o cinema Império, está lá uma igreja, o cinema Londres virou McDonald’s e o Olympia, do La Féria, que pensava manter aquele espaço, mas com bilhetes a 20 euros é impossível, será um hotel”, lamentou.

Continuou a pingar lamentos. “Somos a única capital europeia sem uma sala emblemática. Madrid, Londres, Paris e outras cidades mantiveram essas salas”, comparou. “Se formos a uma cidade como Madrid, provavelmente 90 ou 95% das salas de espetáculos são privadas e têm naming”, destacou.

“A cultura não pode ser só pública, tem de ser pública e privada como é em todo o mundo”, disparou. “É preciso trazer as empresas para a cultura, não pode ser só o Estado”, frisou o empresário. (...)».

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Nós, por aqui, pelo Elitário Para Todos, somos por um SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA. Todavia, ao mesmo tempo, com força,  também pugnamos pelas  designadas INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS determinadas pelo jogo do mercado. No fim o que se ambiciona é um SETOR dinâmico e robusto. E para isso - para ambas as partes -  tem de haver ESTRATÉGIAS PÚBLICAS, como acontece para os demais setores. Ainda recentemente o dissemos: sem um SETOR DA CULTURA (público e privado) devidamente planeado, por exemplo, o ESTATUTO DO ARTISTA  é uma miragem. Em geral, a fragilidade impera. Lembre-se o que aconteceu com a pandemia. Tenha-se presente as situações miseráveis a que chegam os mais velhos quando se aposentam - do privado e do público (incluindo-se aqui os que sobrevivem com as ajudas do Estado, e com o que os profissionais garantem de forma gratuita).

É isso, estamos de acordo, e não paramos de o lembrar aqui no nosso blogue, faça-se como se faz  por esse mundo fora,  aprendendo com os melhores. Na convicção que há um conhecimento e um prazer que só a cultura e as artes nos podem proporcionar.

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E lembrámo-nos desta publicação:


 
 

Disponível aqui

 

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E, por exemplo, em Espanha, no site do Ministério da Cultura e Desporto - e  nós não temos site do Ministério da Cultura, como tantas vezes temos denunciado - há um espaço para as Indústrias Culturais e Mecenato:

 
 

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