terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

DOM QUIXOTE DE LA MANCHA E O «PROTESTO PELAS ARTES» | e o élan que nos veio da conversa de sábado passado no T M JOAQUIM BENITE | E QUE CONVERSA! | O TEMA ERA « LEGADOS DO SIGLO DE ORO» A PROPÓSITO DA PEÇA EM CENA «REINAR DEPOIS DE MORRER»

 

 
 
Considerando nós quão justo é o PROTESTO PELAS ARTES em curso na sequência dos resultados dos concursos «SUSTENTADOS», através da DGARTES, será por isso que o problema não nos larga, e acaba por estar presente nos nossos raciocínios em muito do que se vai assistindo nos dias que correm. Foi o que aconteceu na CONVERSA COM O PÚBLICO do sábado passado no Teatro Municipal Joaquim Benite, a propósito da peça em cena «Reinar Depois de Morrer», que tinha como tema «Legados do Siglo de Oro», animada por José Mário Silva, sendo convidados Miguel Serras Pereira e Pedro Santa Maria de Abreu. Desde logo, aquilo foi «ouro». A nosso ver, os presentes devem considerar-se uns privilegiados: sem atropelos, conhecimento e sabedoria em estado puro, numa partilha generosa, a lembrar as maravilhosas conversas antigas dos cafés em que tanto gerações aprenderam. Séculos a desfilar, mas devagar, em pouco mais de uma hora.  Para  público presente, por exemplo, nada será como dantes ao mencionar-se «Dom Quixote de La Mancha», e lá lembrámo-nos dos PROFISSIONAIS DA CULTURA EM LUTA  que muitos apelidam de «quixotescos» - quase numa aceção depreciativa  - e que serão, antes,  VISIONÁRIOS, que não desistem daquilo em que acreditam, que pode ser tomado como sonhos que querem realizados. E denunciam injustiças.
Por outro lado, depois daquela conversa, Kundera, Graham Green,  Lobo Antunes, ... serão lidos com outros olhos:  transportam, assim o interpretamos, «legado do siglo de oro» ... E aquele cruzamento da literatura com as demais artes foi fascinante: ilustrando, os «Desastres de Guerra de Goya» agora com outra dimensão porque a fazer parte de coisa maior. E não foram esquecidas os lados mais obscuros do «siglo de oro» - o colonialismo, e porventura «oro» refere-se mesmo a «ouro», e ...  
Acabada a conversa, lá no TMJB,  mas continuando com outros  com o que se trouxe para casa,  repara-se no legado apropriado pela própria Companhia de Teatro de Almada desde que habitava Campolide. Da sua imagem, ao longo dos anos:
 

 
Ah, e vamos ler «Dom Quixote de La Mancha» - ver imagem inicial - com outro vigor. Valorizando, necessariamente,  porque com conhecimento acrescido vindo da Conversa de Almada, a «equipa» envolvida: Miguel Cervantes * Júlio Pomar * Henrique Cayatte * Miguel Serras Pereira
 

Sem comentários:

Enviar um comentário