Leia Um
cineasta que procurou renovar os modelos tradicionais, de João Lopes, no
DN. De lá:
(...)
Logo após a fundação da RTP (1957),
ficou classificado em primeiro lugar num concurso para o lugar de assistente de
realização, mas a polícia política (PIDE) acabou por impedir a sua entrada nos
quadros da empresa. Em 1960, informações provenientes da PIDE fizeram que lhe
fosse recusada uma bolsa de estudo do Fundo do Cinema Nacional para frequência
de um curso de cinema no estrangeiro. Seria mesmo encarcerado, por duas vezes,
acusado de atividades de oposição à ditadura salazarista.
A sua formação acabou mesmo por
incluir um período decisivo no estrangeiro, estagiando em Itália, como
assistente, na equipa de um dos filmes mais importantes da revolução temática e
estética então em curso no cinema europeu: O Eclipse (1962), de Michelangelo
Antonioni, com Monica Vitti e Alain Delon.
(...)
Distinguido
em outubro de 2014 com um prémio de carreira atribuído pela Academia Portuguesa
de Cinema, expressou nessa altura uma visão muito cética do estado das coisas
no cinema português: "O ICA [Instituto do Cinema e do Audiovisual] é o
reino da burocracia, das portarias salazarentas, dos regulamentos mirabolantes.
A burocracia mata a criatividade. A criatividade devia matar a burocracia, a
criatividade somos nós."».
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