quinta-feira, 31 de julho de 2025

100% IA | «A multiplicação de grupos cuja imagem e músicas são inteiramente geradas por Inteligência Artificial (IA) representa a face mais visível de um fenómeno crescente que começa a reduzir o espaço de atuação e remuneração dos músicos profissionais»

 

Excertos:  «(...) Seja os agora famosos The Velvet Sundown, com o seu rock setentista, ou os Aventhis e The Devil Inside, com o seu country refinado, não são raros os casos de produções originadas diretamente de interfaces de IA que ultrapassam a marca de um milhão de reproduções no Spotify.

Por trás destes projetos reina a opacidade: os produtores da chamada "música 100% IA" são, até aqui, inacessíveis. Ao contrário do que ocorre com plataformas como Deezer, o Spotify não informa quais as faixas que são integralmente geradas por essa tecnologia.“Num futuro próximo, veremos surgir muita música sobre a qual não saberemos quem a fez, nem como foi criada”, prevê Leo Sidran, produtor, compositor e intérprete. Para este artista premiado com um Óscar, a aparição desses grupos de IA "mostra até que ponto muitas músicas são agora comuns e previsíveis". O produtor e compositor Yung Spielburg destacou, no podcast "Imagine AI Live", que a IA evidencia a separação entre "escuta passiva e ativa". (...)».


HÁ QUE ESTAR ATUALIZADO | «The European Commission has published the final version of the AI Code of Practice, a voluntary tool to help AI providers meet obligations under the Artificial Intelligence Act»| OBVIAMENTE À PARTICULAR ATENÇÃO DO «SETOR CULTURA»»

 

 
 
 
 

terça-feira, 29 de julho de 2025

E TALVEZ LHE INTERESSE ESTE «PROGRAMA DE VERÃO» PARA O PRÓXIMO DIA 2 DE AGOSTO |«Sessão de cinema no terraço do CT Vitória no próximo Sábado, dia 2 de Agosto, às 21h30, sobre os usos da música (no caso, do jazz) como arma política durante o golpe no Congo. O filme será apresentado por João Polido e Raquel Ribeiro»| E ANTES ÀS 19:00 HÁ CONVIVIO | PROMETE !

 

 
Sessão de cinema no terraço do CT Vitória no próximo Sábado, dia 2 de Agosto, às 21h30,  sobre os usos da música (no caso, do jazz) como arma política durante o golpe no Congo.
  O filme será apresentado por João Polido e Raquel Ribeiro.
E há um convívio antes, às 19h.
Na comunicação recebida, ainda: «Participa, traz amigos e, se possível, vem a partir das 17h ajudar a preparar o terraço». 
 
 

ARTIGO DE OPINIÃO DE LUÍS RAPOSO NO JORNAL PÚBLICO | «O “velho”, o “novo” e a centralidade das colecções nos museus» | COMO HABITUALMENTE A NÃO PERDER _ VÁLIDO PARA OS MUSEUS E NÃO SÓ ... | ATÉ NOS LEVOU A«UM TEATRO EM CADA BAIRRO» DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

 

 
O dia começa bem,  no jornal PÚBLICO o artigo acima que a nosso ver é a não perder, mesmo. Começamos a ler e temos de ir até ao fim. Olhemos para o subtítulo  - «No final do dia, o que permanece e, a longo prazo, aquilo que garante a relevância de cada museu particular, e dos museus em geral, são as suas colecções». O início do texto é este:
 
«Existe uma dicotomia entre "colecções" e "compromisso social" nos museus? Não, não existe. Nos museus tudo é complementaridade, mais do que conflitualidade. Os museus modernos surgiram no século XVIII precisamente com o objectivo de tornar as colecções acessíveis às pessoas comuns e não apenas às aristocracias. Se os museus se limitassem ao coleccionismo de objectos, sem mais amplos propósitos sociais, não seriam museus: continuariam a ser "gabinetes de curiosidades".

Não há compromisso social suficiente nos museus "tradicionais"? Não tenho a certeza disso, embora admita que sim e que por isso em muitos deles sejam necessárias medidas mais ousadas de envolvimento social. Mas mister é que não percam o foco principal e fundamental que é dado pelas colecções. Acção social não alicerçada naquilo que constitui a razão de ser de cada museu, as suas colecções, constitui um equívoco de vistas curtas, que a termo conduz ao risco da irrelevância porque outras instituições sempre poderão fazer o mesmo – e porventura melhor. No final do dia, o que permanece e, a longo prazo, aquilo que garante a relevância de cada museu particular, e dos museus em geral, são as suas colecções. A ideia do “museu sem colecções” é um sem-sentido, porque deixaria de ser museu, para se tornar outra qualquer coisa, quiçá mais útil: centro cultural, fórum social, casa das artes, etc. (...)

E mais adiante com o que termina:
  
No fundo, no fundo, nunca saímos do mesmo local em matéria da relevância social dos museus, que se baseia nas suas colecções e na curiosidade que despertam. Há quase uma década, Nicholas Thomas, debaixo do sugestivo título O Regresso da Curiosidade (ed. Reaktion Books Ltd, Londres, 2016), com o não menos sugestivo subtítulo “para que servem os museus no século XXI”, afirmava: “Os museus devem colocar o objecto em primeiro plano de forma a permitir que os observadores, visitantes e público se deixem envolver, com a sua condição física e material, a sua identidade e história particulares. Não há nada de errado com os centros de ciência, nos quais proliferam exposições interactivas de vários tipos, e tais dispositivos podem tornar visíveis toda uma gama de processos e princípios, divertidos e espectaculares. Mas estas técnicas exemplificam um modo expositivo distinto que não é museológico em sentido estrito. A cultura material oferece aquilo a que John Berger (escrevendo sobre fotografia) chamava ‘outra forma de contar’ – e os museus são os locais onde essa ‘outra forma de contar’ tem a oportunidade de falar, onde somos mais susceptíveis a surpresas e à sua eloquência.” 
E mais acrescentava: “Sejam jovens ou velhos, as pessoas em face das colecções fazem perguntas aparentemente óbvias sobre os objectos, como: ‘O que é isto?’, ‘Para que serve?’, ‘Porque está aqui?’, ‘Devia estar aqui?’, e assim por diante. Esta curiosidade, este questionamento, é uma competência [skill]. Podemos considerar a capacidade de responder à diferença como uma competência de sobrevivência no mundo conectado, mas heterogéneo, perigoso e frágil, em que vivemos. Muitas instituições, locais e experiências ajudam as pessoas a adquirir competências de vários tipos, mas o museu promete algo distinto, como um lugar de encontro no qual podem crescer o nosso sentido de possibilidade, os riscos e a necessidade do encontro. É para isso que servem os museus no século XXI, apesar de todos os seus defeitos.”
Ou seja, em síntese: “O museu como um método coloca a colecção do centro da descoberta.” E “o que as colecções nos dizem é menos importante do que as diferenças que revelam em relação ao que somos”. Nem mais.».

Naturalmente, o artigo será lido de maneira diferente por profissionais dos museus e pelos outros. Nestes, outros profissionais da esfera da Cultura também serão capazes de reparar em aspetos  particulares quiçá laterais que não dirão muito à generalidade dos leitores.  Estamos a visar esta passagem: «A ideia do “museu sem colecções” é um sem-sentido, porque deixaria de ser museu, para se tornar outra qualquer coisa, quiçá mais útil: centro cultural, fórum social, casa das artes, etc.». É isso, queremos aproveitar para uma vez mais chamarmos a atenção para a «identidade das organizações», sejam elas «profissionais» ou «amadoras». E veio-nos à memória aquela de «Um Teatro em Cada Bairro» da Câmara Municipal de Lisboa. E o momento presente - de Eleições Autárquicas - até será bom para se debater o assunto. Começando por isto: RIGOR É PRECISO. SEM ISSO «QUALIDADE» É COISA DISTANTE. 
 
 
 
  

segunda-feira, 28 de julho de 2025

«Luis Miguel Cintra _ Comentários a uma Filmografia»

 

 
 

«Reflexões íntimas e memórias cinematográficas de um dos maiores atores do cinema português. Uma obra única que percorre cinco décadas de cinema, desde “Quem espera por sapatos de defunto morre descalço” (1970) até “Verdade ou Consequência?” (2022).

Este livro reúne os comentários pessoais de Luis Miguel Cintra sobre os mais de 100 filmes em que participou ao longo de cinco décadas de carreira. Uma obra única que oferece um olhar sobre o cinema português e internacional através dos olhos de um dos seus mais importantes intérpretes.

Esta obra foi publicada no contexto da atribuição do Prémio Ethos do XXX Festival Caminhos do Cinema Português, reconhecendo a contribuição excecional de Luis Miguel Cintra para o cinema nacional e internacional». Saiba mais.
 
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Sobre o livro, no Expresso, diz 
Jorge Leitão Ramos em «CINTRA PELO PRÓPRIO»: 
 
Na abertura: «“Comentários a uma Filmografia” é uma revisão da vida cinematográfica de Luís Miguel Cintra feita pelo próprio –uma quase autobiografia de um dos grandes do cinema e do teatro português»
 
 Depois, começa assim: «Não sei se existe, mas não conheço outro livro assim. Um ator comenta, filme a filme, todo o seu longo labor no cinema, dos grandes papéis às pequenas contribuições, do que valeu a pena, do que lamenta e do que esqueceu, numa revisão em tom de epílogo, revisão de vida, sem pompa. O livro foi concebido para acompanhar a homenagem que o festival Caminhos do Cinema Português dedicou a Luís Miguel Cintra, em novembro, mas vicissitudes várias fizeram que só agora tivesse edição definitiva. Foi escrito como quem conversa connosco, tom coloquial, nada de pose, apenas respeito e perfeita noção de que é coisa para ficar».
 
E termina deste  modo:«Às vezes comovente — em tudo o que a Paulo Rocha respeita, dizendo dos desencontros que deteta nos filmes — quase sempre solidário, aqui e ali enigmático, pois se sente haver uma autobiografia em recato (leia-se o que diz dos filmes de Jorge Silva Melo), severo para Botelho e Rocha, em estado de enlevo com José Álvaro Morais, emotivo dentro e fora do trabalho, como na hora da morte de Ruy Furtado, este é um livro precioso, escrito com inteligência e alma, cabeça e estômago. E, para quem conheça os filmes e as gentes, tanto melhor».
 
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Pois é, não deixemos passar esta ocasião, e reafirmemos isto: não conseguimos  aceitar que nos tenham tirado a CORNUCÓPIA ...Para os mais novos, se estranham a nossa «revolta» talvez a percebam ao visitarem o site da Companhia - memória organizada! -  coisa que o agora Ministério da Cultura & Cª. não herdou, e estamos com curiosidade em ver como vai lidar com a situação:
 
 
 
Mais, não deixemos que  o tempo «normalize» o que tantos contestaram. Mas o «sistema», o tal dos «APOIOS DA DGARTES»,   continua o mesmo, e como há muito devia ter sido reinventado, a nosso ver -  e frequentemente o tentamos mostrar -, piorou... Qual doença não tratada.  
 
    

sexta-feira, 25 de julho de 2025

ONTEM NO CINEARTE DE «A BARRACA» MAIS UMA CONVERSA SOBRE A «LISBOA DESEJADA» | contrariamente ao passado de muitas e muitos estes encontros decorrem «com tempo contado» mas continua a ser «festa» a troca de ideias, de «historietas», de propostas, de desejos ..., de forma serena ou com vivacidade sem fim mesmo de maneira «assanhada» que a nós encantam ... | QUE VENHAM MAIS ENCONTROS DESEJANDO-SE QUE FAÇAM PARTE DA NOSSA «QUALIDADE DE VIDA» INDIVIDUAL E COLETIVA E QUE TENHAM IMPACTO NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS


Comecemos pelo «começo», ou seja, lembremos que foi organizado um conjunto de debates à volta do livro «LISBOA horizontes de transformação» coordenado por JOÃO FERREIRA que é cabeça da lista das Candidaturas da CDU ao Município de Lisboa. Ontem como divulgamos  a conversa aconteceu na «A BARRACA», e o tema de partida foi «Qualidade de vida em Lisboa: o que é e para quem? Cultura, participação e cidadania​». Os animadores do encontro a que se refere a imagem inicial: 
 

 
Pois bem, dá gosto ver tanta energia. Faz-nos bem ouvir pessoas tão «dentro do prazo», como diria Herman José, com pontos de vista «tão arrumados» concorde-se ou não com eles. O que lá foi dito obedecendo à agenda, mais o que foi aparecendo, dava/dá para alimentar uma infinidade de posts. Para já ocorreu-nos o livro seguinte em dado momento chamado à liça: 
  

SINOPSE

As democracias liberais estão em risco. O princípio do mérito, um dos seus pilares básicos, é o responsável por essa situação.
Vivemos numa constante competição. O mundo está dividido entre vencedores e perdedores. O statu quo é amplamente justificado pela máxima «quem muito se esforça tudo pode». O resultado? Um mundo que reforça a desigualdade social e, ao mesmo tempo, culpabiliza as pessoas.
Ao analisar conceitos em torno da ética do estudo, do trabalho, do sucesso e do fracasso - e que meios são considerados legítimos para percorrer esses caminhos -, Michael J. Sandel sugere um novo olhar sobre essas relações. Salientando as contradições do discurso meritocrático, os seus contextos estruturais e a arrogância dos vencedores, o autor defende que a polarização vencedor-perdedor fez estagnar a mobilidade social, promovendo um misto de raiva e frustração que alimenta o protesto populista e a descrença nas instituições, no governo e entre cidadãos.
Para ultrapassarmos as crises que afetam as nossas sociedades, precisamos de repensar as ideias de sucesso e fracasso que têm acompanhado a globalização e a crescente desigualdade. a meritocracia gera uma complacência prejudicial entre os vencedores e impõe uma sentença dura aos perdedores.
Sandel, um dos filósofos mais prestigiados do nosso tempo, defende outra forma de pensar o sucesso, mais atenta ao papel da sorte, mais de acordo com uma ética de humildade e solidariedade e mais reivindicativa da dignidade do trabalho. Com base nestes fundamentos morais, A Tirania do Mérito apresenta uma visão esperançosa de uma nova política centrada, finalmente, no bem comum. Saiba mais


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Entretanto, o homem não para, já nos chegou ao computador este alerta:
   
 
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Ah, gente cá da casa, lá, no CINEARTE, ainda teve um privilégio muito especial: troca de dois dedos de conversa com a grande MARIA DO CÉU GUERRA. Que sortudos que somos! 
 
 

«CITEMOR 25»

 

 
 

«Defender a obra de José Afonso»

 

no Correio da Manhã 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

A LISBOA DESEJADA CONTINUA EM DEBATE | AMANHÃ NA «A BARRACA»|o tema:«Qualidade de vida em Lisboa: o que é e para quem? Cultura, participação e cidadania​»| 24 JUL 2025| 18:00 | SANTOS | LISBOA

 

 
Participantes:

 
 
atualizado 
 

«A Última Lição - José Gil (Contraponto), não é um simples livro de entrevistas. Marta Pais de Oliveira (1990) soube construir um livro que, na sua organização triádica é, em bom rigor, uma espécie de portulano do pensamento vivo de um professor, que é, na boa senda de uma docência hoje em crise, um ensaísta e um filósofo que se caracteriza pela heterodoxia»

 

 
 

Resumo

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 Sobre o livro: 
Um livro de José Gil ou como enfrentar o neofascismo -  António Carlos Cortez - Publicado no DN  a 

Excerto

(...)  É nesta perspectiva que se pode compreender o alcance deste livro. Atravessamos uma época definidora do futuro. A Europa encontra-se entre Cila e Caribdis: de um lado o pensamento fascista de Trump e a incapacidade dos líderes europeus em fazerem frente a esse pensamento turístico, empreendedor da moda e da morte. Gil é veemente no diagnóstico: jamais o pensamento fascista será verdadeiramente um pensamento. É antes - e é essa a sua arma - uma “berraria”, um dinamitar da própria argumentação que impede, bloqueia a apresentação clara dos fins políticos. Igualmente essa “berraria” é o que define a acção de André Ventura que tem a seu favor a anemia das esquerdas. Ou, tão-só, a anemia do humanismo, hoje uma palavra que se diluiu na miríade dos discursos da comunicação social, a qual, diz Gil, sequestrou a força vital, a energia da utopia, formatando tudo e tudo medindo pela régua da mediocridade triunfante. É contra o império da opinião que o autor de Portugal Hoje, o Medo de Existir (2005) chega a determinados pontos de ruptura que - assim houvesse deputados que o lessem e o compreendessem - podem bem ser da mais urgente praxis política. Faz-nos falta, sentencia José Gil, a força vital, a força que é determinada pelo amor à vida para combatermos e vencermos o neofascismo.

É uma luta titânica entre Eros e Thanatos o que estamos vivendo hoje. A única arma que o neofascismo usa é, diz o filósofo, a energia e o fascínio da morte. A morte da linguagem, a sua corrupção, a superficialidade do comentarista político, a cobardia de imensos deputados, perfeitamente incapazes de responder com a veemência da força da liberdade contra a corrupção da democracia que Ventura e os movimentos que o apoiam representam, isso está de acordo com a matriz existencial a que José Gil sempre obedeceu: tornar-se aquilo que estava prometido ser. É uma frase de Nietzsche: “Torna-te aquilo que és.”, é um imperativo mais que categórico, uma injunção existencial que Gil, no fundo, estende a todos os que o leiam. Portugal, que tem ainda diversos e profundos sintomas de fascismo numa sociedade que, actualmente, se bestializa, é um país onde urge cada um compreender a sua singularidade. É uma das ideias-força deste livro onde a conversa flui, natural, humana: a distinção entre identidade e singularidade. O livro Portugal Hoje é um estudo sobre as mentalidades, não uma reiteração das tese de Eduardo Lourenço sobre o que somos. (...)».