domingo, 31 de março de 2024

RUY BELO |«À chegada dos dias grandes»

 

Spring Pablo Picasso

tirado daqui 


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À chegada dos dias grandes

Da luva lentamente aliviada
a minha mão procura a primavera
Nas pétalas não poisa já geada
e o dia é já maior que ontem era

Não temo mesmo aquilo que temera
se antes viesse: chuva ou trovoada
é este o Deus que o meu peito venera
Sinto-me ser eu que não era nada

A primavera é o meu país
Saio à rua sento-me no chão
e abro os braços e deito raiz

E dá flores até a minha mão
Sei que foi isto que sem querer quis
e reconheço a minha condição.

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Ruy Belo | "Obra Poética de Ruy Belo"
 Vol. 1, pág. 172 | Editorial Presença Lda., 1984

Tirado daqui

 

 

sábado, 30 de março de 2024

ALÔ PRÓXIMO GOVERNO! | Para o Setor da Cultura não chega o que anunciaram no vosso Programa Eleitoral ... | VEJAM O QUE NOS DIZ O SINDICATO CENA-STE

 


Além dos «Acordos de Empresa» (se calhar temos de encontrar outra designação, mas adiante, do que agora nos fomos lembrar ...), no Observador há mais para ler, a nosso ver determinante:

«(...)O Cena-STE reivindica ainda que “nas fundações apoiadas pelo Estado o ministério tenha um papel mais interventivo” – por ser o “principal financiador” da Casa da Música ou da Fundação de Serralves, por exemplo – “para que as relações laborais mudem de forma definitiva”.
Segundo Rui Galveias, o sindicato do setor pugna ainda por “uma outra política para a cultura, que garanta que a Direção-Geral das Artes reforce a sua capacidade de intervenção, que o setor tenha outros apoios, e que haja uma visão política para estruturar o trabalho com direitos”.

O Cena-STE defende que a dotação financeira dos apoios da Direção-Geral das Artes (DGArtes) “tem que ser aumentada”, lembrando Rui Galveias os casos de “avaliações altamente positivas para grande parte das estruturas em Portugal, mas o dinheiro não está a chegar lá porque não há dinheiro suficiente para chegar a todos”, por uma questão de “décimas” nas avaliações.

“Estamos a falar de estruturas que garantem o serviço público de cultura, que mais ninguém faz, e quando chega o momento de avaliar e passar ao ano seguinte, a cada ano é um sofrimento, a cada dois anos é um sofrimento”, culminando muitas vezes na perda de trabalhadores para outros setores, “porque as pessoas precisam de estabilidade nas suas vidas”. (...)». Leia na integra.

A equação feita pelo CENA-STE é, a nosso ver, lúcida, mostrando um conhecimento refletido, e a implementar para que o SETOR consiga respirar e se possa REPENSAR sem ser em  sufoco. E basta comparar com outros para se perceber que há que ESTRUTURAR  O SETOR DA CULTURA E DAS ARTES com a elaboração de um PLANO ESTRATÉGICO. E, voltamos à nossa, em que haja espaço claro para o SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA e para as designadas INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS. E que nos diga, por exemplo, o que compete ao PODER CENTRAL e ao PODER LOCAL. O que é PROFISSIONAL e AMADOR. Só assim, uma vez mais exemplificando, se pode entender o que é isto, que recentemente nos tem chegado por múltiplos alertas: «“Um Teatro em Cada Bairro” é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa para a Cultura, inscrita nas Grandes Opções do Plano. A sua missão, é a oferta descentralizada de propostas culturais aos munícipes, construída com o envolvimento das comunidades e agentes locais e promovendo uma cultura de proximidade» - assim, de repente, somos levados ao engano, com aquela designação criam-nos expectativas que depois vamos a ver estão longe da realidade. Mas que venham todas as «propostas culturais», todavia, na circunstância, chamar-lhe «Teatro», ... Qual será o referencial?, não se pode ceder nestas coisas, pensamos nós. Contudo, valorize-se a existência de um PLANO. Como são do mesmo «bloco político» quem sabe «Ministério» e «Câmara»   aprendam uns com os outros quanto à necessidade de um planeamento para o desenvolvimento cultural. Por mais estranho que pareça há quem pense que não, e que para o setor chega gerir à vista, de forma casuística ... Sem memória. E colocar como Governante pessoa  que tenha probabilidade de não ser muito contestada, pelo menos à partida. Porém, facilmente se reconhecerá que na situação em que a Cultura e as Artes se encontram na ótica da Administração Central, mais do que este ou aquele/a Ministro/a é um problema do Governo no seu todo. Diríamos até do País inteiro - para utilizarmos expressão do agora líder do PS que esperamos faça enquanto oposição o que não fez enquanto Poder - juntando-se às propostas das outras Esquerdas. Nunca é tarde!, diz o Povo.


 

quarta-feira, 27 de março de 2024

COMO DESEJAMOS QUE HOJE «DIA MUNDIAL DO TEATRO 2024» SEJA DE FESTA LIMITEMO-NOS A DIVULGAR O PROTOCOLO TEATRAL NO ÂMBITO DOS «50 ANOS DO 25 DE ABRIL» |«dez companhias de teatro históricas convidadas a criar ou repor espetáculos sobre a data» | DEIXEMOS REFLEXÕES A PROPÓSITO PARA OUTRA OCASIÃO

 

  Veja aqui

De lá: «A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril assina esta quarta-feira, Dia Mundial do Teatro, um protocolo que formaliza o convite dirigido a dez companhias de teatro históricas para apresentarem uma proposta de criação artística ou de reposição que contribua para a consciência pública do papel que o teatro desempenhou na transição democrática. Os projetos serão avaliados pela Direção-Geral das Artes (DGARTES) e executados até 2025. Através do Fundo de Fomento Cultural, será atribuído um apoio total de 550 mil euros a estas entidades».
Mais: «Para esta iniciativa foram selecionadas companhias de teatro com atividade no período da Revolução e que nasceram ou se consolidaram nesse período: Companhia de Teatro de Almada; A Barraca; O Bando; Centro Dramático de Évora; Comuna – Teatro de Pesquisa; Novo Grupo de Teatro – Teatro Aberto; Seiva Trupe – Teatro Vivo; Teatro de Animação de Setúbal; Teatro Experimental de Cascais; e Teatro Experimental do Porto».
 
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Ainda assim, desde já, nomeadamente para comparar:
 
 
 MINISTÉRIO DA CULTURA
 Despacho Normativo n.º 43/96
 Artigo 37.º
 
As companhias convencionadas referidas no capítulo II são, no triénio de 1997 a 1999, as seguintes: Companhia de Teatro de Almada, A Barraca, O Bando, Centro Dramático de Évora, Comuna — Teatro de Pesquisa, Teatro da Cornucópia, Novo Grupo, Seiva Trupe — Teatro Vivo, Teatro de Animação de Setúbal, Teatro Experimental de Cascais
 
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Não, não, em qualquer ocasião de comemorações dos 50 ANOS DE ABRIL na esfera do Teatro não se pode esquecer  a CORNUCÓPIA! E serão tantas as formas de o fazer!

 
 
 
Só pelo que nos é dito no site podemos avaliar como contribuíram para «a consciência pública do papel que o teatro desempenhou na transição democrática». Como antes e depois!, diremos nós.  Até hoje e, estamos certos, no futuro. É verdade, pertencemos aos ORFÃOS DA CORNUCÓPIA, e temos obrigação de não deixar «branquear a história» ...  

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E por uma questão de raciocínio coerente sobre a intervenção estatal, lembremos este post recente:«MAS O QUE É ISTO SENHOR AINDA MINISTRO DA CULTURA? | «Jorge Castro Guedes continua: “De súbito, recebi um email, era um convite de Pedro Adão e Silva feito às companhias matriciais que ainda existem (TEP, TEC, Barraca, Comuna e Seiva Trupe) para um projeto para o 25 de Abril. Não era um concurso, era um convite direto no valor de 55 mil euros”, comenta, ainda com espanto, o encenador. Esse convite resulta num segundo espetáculo sobre a efeméride que se chamará “O coro das águas” e que tem estreia prevista para 2025»|O MINISTRO MAGNÂNIMO INVENTA A SUA POLITICA DO CONVITE? | RESPEITEM-NOS! | NÃO EXPLOREM A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA DOS PROFISSIONAIS DA CULTURA».



 

segunda-feira, 25 de março de 2024

EUROPEIAS 24 | elas aí estão ...|JOÃO OLIVEIRA APRESENTA DECLARAÇÃO | NO PRÓXIMO 4 DE ABRIL | 18:00 | ISCTE | LISBOA

 

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A propósito, da 

European Women's Lobby

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«The 2024 EU elections are around the corner! Each European can have a say in the future of Europe, and ensure that the European project of peace, democracy, inclusion, equality and solidarity lives on.
Women’s rights are not only a women’s issue. Equality between women and men should be a concern for everyone and would be beneficial to European society as a whole, economically, socially, and politically.
That’s why we call on you to join in and strive to make (...)» .
saiba mais.

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E da Culture Action Europe



«Pop the Vote! Culture on the Ballot

“Pop the Vote! Culture on Ballot” encourages active engagement of European citizens around the 2024 European Parliamentary Elections through culture. Co-funded by the European Parliament, Pop the Vote! works with young artists and art school students in 14 EU countries to act as Changemakers in their own communities and mobilise them to participate in the European Parliamentary elections 2024 by co-creating a multi-action campaign. Pop the Vote! uses innovative ways of community engagement with culture and the arts at its core by using the language of arts and culture for political change and approaches of artivism and community culture. The project aims to reach citizens, including underrepresented groups that tend to be less engaged with the European decision-making processes and encourage them to participate in the EP elections in 2024. (...)». Saiba mais.

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Ainda, o post do Elitário Para Todos quando se soube que João Oliveira encabeçava a Lista da CDU às Eleições para o Parlamento Europeu:BOA NOTÍCIA! |João Oliveira é o primeiro candidato da lista da CDU ao Parlamento Europeu. De lá:

«(...)E «SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA» faz todo o sentido que seja também «organizador» em intervenções no Parlamento Europeu, e no que nos diz respeito ganhamos, a nosso ver, em «imitar» o que acontece com outros Países Parceiros. Já agora, lembramos palavras do CANDIDATO JOÃO OLIVEIRA proferidas num Debate na Assembleia da República:

 


Uma vontade:tudo faremos neste blogue para que a CULTURA E AS ARTES tenham espaço de debate nas próximas Eleições Europeias». 
 
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«Drama, television and film have the power to change history and minds»

 

 

Veja aqui

«(...)

Turning watching into seeing and feeling

One of the characteristics of great art is its capacity to change and charge the focus of our attention, to turn watching into seeing and feeling.

Everyone will have their personal library of those heart-stopping, life-changing moments of recognition or realisation, a moment in a film or a picture or a song after which nothing is quite the same.

Television, still just about an experience that is shared simultaneously and widely, can magnify our personal epiphany into a collective one.

Art’s responsibility towards truth

Other stories need to be told, though, and one is about the necessary independence of art from the pretence of objectivity, and how to define art’s responsibility towards truth.

The hugely successful drama series ‘The Crown’ chose the high wire act of depicting real, living and famous individuals in dramatic form.

It was not documentary, yet at the time the concern was raised that fiction might become more believed than fact. Content warnings were discussed.

The uncomfortable elision of reality and imagination was in sharp focus but remained unresolved. (...)».

 

«Corresponde esse tempo a uma época em que escrever poesia e publicá-la era assumir um posicionamento não só estético, mas ético. Digo-o sem mistificações e mitificações e porque os factos da política, da cultura e das mentalidades (e da própria história da edição de poesia em Portugal) o confirmam»

 

 
Não perca. A nosso ver, um texto para todos: para os especialistas  «em letras» e
 para os outros ..., que não desistem 
de beneficiar da cultura.

domingo, 24 de março de 2024

Maurizio Pollini







«O pianista italiano Maurizio Pollini, considerado um virtuoso de Chopin e Beethoven, morreu este sábado aos 82 anos, anunciou o Teatro alla Scala de Milão».

Quem o ouviu, com razão pensará
 que faz parte dos que deviam ser eternos.Felizmente
temos registos do seu trabalho.


sábado, 23 de março de 2024

CULTURA | AO AINDA SENHOR MINISTRO | será que nos vai deixar um relatório sobre o ESTADO DA CULTURA na esfera do APARELHO ESTATAL?

 

 

Leia aqui

Andávamos à procura de outra coisa - até podemos dizer: em busca de saber a quem nos Sindicatos pessoa aqui do blogue se devia dirigir para pedir orientação na resolução de um problema decorrente, a nosso ver, da incapacidade de um Organismo do Ministério da Cultura em resolver uma questão, digamos, «banal». É uma boa ilustração da fragilidade do nosso Ministério da Cultura que bem vistas as coisas nunca o foi. O assunto já tem um tempo mas estávamos à espera que o MINISTRO o «despachasse» (partimos do principio que a questão lhe terá chegado, dadas as dúvidas dos serviços, mas se calhar está perdido numa gaveta, ou num ficheiro digital, e não existe auditoria interna para o detetar). Por outro lado, apostávamos noutra frente: aguardar, com paciência. Na expectativa que o GOVERNANTE - «modernaço» -  agora de saída chegasse ao conhecimento dos problemas das PESSOAS, por processos de trabalho próprios da reengenharia que certamente defenderá para as ADMINISTRAÇÕES - são «um must»  no Privado, que o Senhor Ministro (ainda) tanto admira. Mas retomando o início, na incursão sindical aos Sites das Administrações Públicas eis que encontrámos o comunicado da imagem ... Afinal, os problemas de sempre continuam! O Governo PS prometeu e prometeu, mundos e fundos, para a Cultura, e nada, ... Em particular, aquela falta de refundação da DGARTES, não há como «perdoar»! Ali, perdeu-se na floresta de concursos ... Não há uma equação estratégica que tenha sido feita! 
Neste quadro,  não seria adequado os GOVERNANTES DEIXAREM UM RELATÓRIO PÚBLICO COM A RELAÇÃO DOS PROBLEMAS PENDENTES? ALÉM DOS CASOS QUE NOS CHEGAM PELA COMUNICAÇÃO SOCIAL ... ESTÁ BEM, NÃO OCUPEMOS AS POPULAÇÕES COM AQUILO QUE OS GOVERNANTES E OS TRABALHADORES EM FUNÇÕES PÚBLICAS DEVEM RESOLVER, SEM ESTAREM NA MONTRA, O TAL RELATÓRIO TALVEZ POSSA FICAR INTERNO AOS ORGANISMOS DO MINISTÉRIO E FUNCIONAR EM MODO PLATAFORMA DIGITAL A VALIDAR E A ACRESCENTAR POR CADA TRABALHADOR NO ATIVO OU JÁ APOSENTADO ... Sim, sim, os pobres jubilados levam consigo problemas por resolver, e longe da vista ..., a situação ainda se complica mais ... Mas que «fora da caixa» que estamos!
Sem que tivesse sido programado, aqui fica este post: pode ser entendido como uma sugestão para o PRÓXIMO GOVERNO; talvez dê ideias para o COMENTADOR que certamente o Ministro de saída virá novamente a ser; e desejamos mesmo que dele se tirem ALERTAS para potenciais intervenções das ESQUERDAS; e também para a qualificação do TRABALHO SINDICAL.
Quase nos estávamos a esquecer: será que alguém tem dúvidas que a ACADEMIA não está a dar a verdadeira atenção à GESTÃO PÚBLICA? Mesmo quando se  ocupa com alguma «pompa e circunstância» com Políticas Públicas. Densifiquemos: certamente que as Políticas Publicas precisam, até se podia dizer, de todas as áreas do conhecimento, mas o défice que facilmente se pode ler tem  a ver  com a GESTÃO na sua variante PÚBLICA (que não é «empresarial do mundo dos negócios com as devidas adaptações» ...). Uma vez mais, exemplos da nossa estimação: aquela coisa da ORÇAMENTAÇÃO POR PROGRAMAS (equivalente a Orçamento-base-zero); o RELATÓRIO INTEGRADO aplicado às Administrações. Ai, ai, de certeza que a CORRUPÇÃO levava um rombo ... Será que somos mais subdesenvolvidos  do que aquilo que pensamos?
E voltando ao Património Cultural, Museus, e Monumentos ..., e olhando para o Comunicado Sindical, parece que o ainda Ministro da Cultura nos deixa  mais «um molho de brócolos» ...
 Ah, quanto ao nosso problema, temos ideia que encontramos a quem nos «encostar» para se prosseguir - ser sindicalizado também tem esta vantagem, ou seja, não ficarmos sozinhos quando somos injustiçados, qualquer que seja a razão ... Política ou por incompetência. É tão difícil dialogar com a Administração!, às vezes quase humilhante. Assim, para quem apresenta uma reclamação ou semelhante até se podia seguir este principio: se o trabalhador o faz, até prova (bem provada) em contrário, tem sempre razão. Ou seja, MELHORAR A CULTURA (ORGANIZACIONAL) DAS ORGANIZAÇÕES  PÚBLICAS É PRECISO! Qual terá sido o contributo do Ministro da Cultura, em despedida,  para isso?
 
 
     

sexta-feira, 22 de março de 2024

«NÓS MATÁMOS O CÃO TINHOSO»

 

Maputo, Instituto Nacional do Livro e do Disco, 1984
 
 
Lembramos o livro (o nosso é da edição da imagem) porque é matéria do  Ípsilon mais recente com este trabalho de António Rodrigues: «Olhos azuis com lágrimas: o cão-tinhoso ainda vive 60 anos depois _ Seis décadas podem pesar em muitos livros, não no clássico de Luís Bernardo Honwana. Nós Matámos o Cão-Tinhoso envelheceu sábio e com suficientes camadas para ser capaz de ler o presente». Se tiver acesso, é aqui, e a não perder. Mas, entretanto, pode saber-se mais, por exemplo, no blogue ma-schamba, com post aquando do cinquentenário da obra.  Ainda, mais este excerto do Ípsilon:
«(...)
O escritor moçambicano Luís Carlos Patraquim confessa ter “uma relação umbilical” com o livro. Foi um dos irmãos do escritor, João Honwana, seu colega de carteira no Liceu António Enes (hoje Escola Secundária Francisco Manyanga), que lhe mostrou o livro clandestinamente e lembra-se da experiência marcante: “Uma espécie de desafio de percepção e de mediação com o real quotidiano que existia, que nós víamos, sabíamos que existia e que não sabíamos ler.”
Aquele pequeno livro de 135 páginas e sete contos “parecia que respondia às preocupações” que tinham “em relação à colonização”, no entender do professor universitário moçambicano Martins Mapera.
“Dando voz aos silenciados, ao detalhe e ao quotidiano de violência daquela época colonial”, afirma a historiadora e poeta Ana Paula Tavares, “o livro cria uma época nova na literatura em língua portuguesa escrita em Moçambique”. A sua publicação “constitui um marco significativo, na medida em que cristaliza, a nível ficcional, a necessidade de uma mudança colectiva de estado de espírito”, como escreve Claudia Pazos-Alonso, professora de Estudos Portugueses e de Género do Wadham College da Universidade de Oxford. (...)».

E para terminar:

 

NA DESPEDIDA | o ainda Ministro da Cultura cria a «Rede de Casas de Escritores» mas não pode estar presente em iniciativa de homenagem a Aquilino Ribeiro

 

 

Daqui

 
Terrível o que lá se pode ler: «Por estas e por outras, o descrédito colou-se aos últimos tempos da governação de António Costa, por estas e por outras, muitas eleitores lhe viraram as costas, por estas e por outras perdeu um governo de maioria e foi derrotado nas legislativas 2024». Será que se pode generalizar?
 
 
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Este post teve a colaboração de leitor atento do Elitário Para Todos