9 JULHO
Teatro Municipal Almada | Sala Principal
Terça-feira | 21:00 h
AI
AMOR SEM PÉS NEM CABEÇA, destemperado
jogo de entremezes lisboetas
(espectáculo
encenado por Luis Miguel Cintra a partir de textos do teatro de cordel
setecentista).
A
encenação e colagem de textos é de
Luis Miguel Cintra e o cenário e
figurinos de Cristina Reis. No elenco estão: Dinis
Gomes, Duarte Guimarães, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Luis Miguel
Cintra, Luísa Cruz, Manuel Romano, Rita Durão, Rui Teigão, Sofia Marques, Teresa
Madruga, Vítor d’ Andrade, Ana Amaral e Laura Silva (estagiárias da
Escola Superior de Teatro e Cinema).
O
teatro de cordel português, que finalmente está catalogado e já em parte
digitalizado, é uma espécie de arca do tesouro ou de caixa de Pandora donde
podem sair mil surpresas a negar que o teatro português fosse um campo
secundário da cultura portuguesa. São obras de todo o género que entre o século
XVI e o séc. XIX já se venderam e compraram na rua. Foram eruditas e populares,
foram veículos de vida. Houve uma arte efémera, claro, que foi muito viva na
nossa terra. Esse património dramatúrgico continua a ser pouco explorado. E no
entanto o seu carácter quase anónimo, mesmo quando se trata de textos de muito
bons autores pede que seja manipulado, parece que está à espera que o
transformem em teatro de novos tempos. +
Foram muito poucos os espectáculos da Cornucópia que não vi - e sempre por razões intransponíveis - e por isso a Cornucópia faz parte da minha vida. E não é só pelo que se vê em palco, há também o cartaz, e ..., por exemplo, o programa. Integram o meu «pacote». Se o programa é obrigatório trazer, o cartaz só de vez em quando. Não é a mesma coisa, mas agora podemos vê-los no site da Companhia: os cartazes da Cristina Reis.
Que bom seria se os Programas também estivessem acessíveis, por si só consubstanciam serviço público. O de AI Amor Sem Pés Nem Cabeça penso que é especial, tem muito de memória que Luís Miguel Cintra achou ser tempo de partilhar, e de reflexão sobre os dias que correm, e já anda de mão-em-mão. Por vezes arrepia. Começa assim:
«Há 40 anos, mais ou menos por esta fase do ano, estava eu a preparar-me para me deixar empurrar e ganhar coragem para começar os ensaios de O Misantropo de Moliére numa tradução que esforçadamente elaborei com a previsível inconsciência de um jovem actor que depois de duas encenações no teatro não profissional, universitário e amador, empurrado por outros amigos mais ou menos da mesma idade e tão inconscientes como ele, já passava a director de companhia profissional. (...)» .
E uma outra passagem:
«Há 40 anos, mais ou menos por esta fase do ano, estava eu a preparar-me para me deixar empurrar e ganhar coragem para começar os ensaios de O Misantropo de Moliére numa tradução que esforçadamente elaborei com a previsível inconsciência de um jovem actor que depois de duas encenações no teatro não profissional, universitário e amador, empurrado por outros amigos mais ou menos da mesma idade e tão inconscientes como ele, já passava a director de companhia profissional. (...)» .
E uma outra passagem:
Se não viu no Teatro do Bairro Alto, tente não perder a Cornucópia em Almada. «Luxos» a que temos direito.
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