sexta-feira, 5 de julho de 2013

FESTIVAL DE ALMADA | Teatro da Cornucópia | AI AMOR SEM PÉS NEM CABEÇA

9 JULHO
Teatro Municipal Almada | Sala Principal 
Terça-feira | 21:00 h
 





 
AI AMOR SEM PÉS NEM CABEÇA, destemperado jogo de entremezes lisboetas
(espectáculo encenado por Luis Miguel Cintra a partir de textos do teatro de cordel setecentista).
 A encenação e colagem de textos é de Luis Miguel Cintra e o cenário e figurinos de Cristina Reis. No elenco estão: Dinis Gomes, Duarte Guimarães, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Luísa Cruz, Manuel Romano, Rita Durão, Rui Teigão, Sofia Marques, Teresa Madruga, Vítor d’ Andrade, Ana Amaral e Laura Silva (estagiárias da Escola Superior de Teatro e Cinema).
 
O  teatro de cordel português, que finalmente está catalogado e já em parte digitalizado, é uma espécie de arca do tesouro ou de caixa de Pandora donde podem sair mil surpresas a negar que o teatro português fosse um campo secundário da cultura portuguesa. São obras de todo o género que entre o século XVI e o séc. XIX já se venderam e compraram na rua. Foram eruditas e populares, foram veículos de vida. Houve uma arte efémera, claro, que foi muito viva na nossa terra. Esse património dramatúrgico continua a ser pouco explorado. E no entanto o seu carácter quase anónimo, mesmo quando se trata de textos de muito bons autores pede que seja manipulado, parece que está à espera que o transformem em teatro de novos tempos. +

Foram muito poucos os espectáculos da Cornucópia que não vi - e sempre por razões intransponíveis - e por isso a Cornucópia faz parte da minha vida. E não é só pelo que se vê em palco, há também o cartaz, e ..., por exemplo,  o programa. Integram o meu «pacote». Se o programa é obrigatório trazer, o cartaz só de vez em quando. Não é a mesma coisa, mas agora podemos vê-los no site da Companhia: os cartazes da Cristina Reis.
Que bom seria se os Programas também estivessem  acessíveis, por si só consubstanciam serviço público. O de AI Amor Sem Pés Nem Cabeça penso que é especial,  tem muito de memória que Luís Miguel Cintra achou ser tempo de partilhar, e de reflexão sobre os dias que correm,  e já anda de mão-em-mão. Por vezes arrepia. Começa assim:

«Há 40 anos, mais ou menos por esta fase do ano, estava eu a preparar-me para me deixar empurrar e ganhar coragem para começar os ensaios de O Misantropo de Moliére numa tradução que esforçadamente elaborei com a previsível inconsciência de um jovem actor que depois de duas encenações no teatro não profissional, universitário e amador, empurrado por outros amigos mais ou menos da mesma idade e tão inconscientes como ele, já passava a director de companhia profissional. (...)» . 

 E uma outra passagem:
 


Se não viu no Teatro do Bairro Alto, tente não perder a Cornucópia em Almada. «Luxos» a que temos direito.



 Imagem não disponivel



Sem comentários:

Enviar um comentário