mas precisamos de ver a floresta para lá da árvore
Ainda estamos um pouco baralhados com o lugar que deram à CULTURA no APARELHO ESTATAL que o Governo que hoje vai tomar posse engendrou. Pedir o conceito e a justificação operativa para a solução que encontraram é perder tempo - pelo histórico, não dirão nada. Até têm exemplos estrangeiros para nos «atirar à cara» de forma burocrática/tecnocrática onde existem combinações «cultura»/«desporto»/«comunicação social». É claro que não nos vão dizer que ali o SETOR CULTURA está estabilizado. Que há estratégias e planeamento. Serviços consolidados. Organizações culturais fortes.Investigação. Academia atenta. etc.etc... Assunção de um SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA ao mesmo tempo que as INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS ordenadas pelo mercado têm o seu espaço. Além do mais, em Portugal, a existência de um Ministério da Cultura tem um grande valor simbólico. PORTUGAL É CULTURA E ARTE. A sua mistura com a «juventude» e o «deporto» é uma humilhação para o povo português - acabamos de ouvir Pedro Abrunhosa dizer na TSF. Ao longo dos últimos anos temos pedido um Ministério da Cultura digno desse nome - respondem-nos com menos ... E com o devido respeito, comparemos figuras que tivemos como Ministros/as da Cultura. Que mais nos irá acontecer, na Cultura na perspetiva institucional! Pela nossa parte, atentos ao paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, para o nosso caso a reivindicação só pode ser esta, a gritar bem alto, e a refletir serenamente:
C U L T U R A,
M A I S E S T A D O
E há que chamar o Governo, a horas de tomar posse, que nos mostre o contrário. Talvez com esse processo percebam o «erro» que acabam de institucionalizar.
*
* *
Para alargar o que acabou de se dizer
porque estavam à mão de semear lembremos:
«En 2025 el Gobierno de España toma el testigo en la organización
de la gran Conferencia Mundial sobre políticas culturales y desarrollo
sostenible, entre el 29 de septiembre
y el 1 de octubre.Durante tres días, la ciudad de
Barcelona acogerá a los 194 Estados Miembros de la UNESCO para la constitución
de una agenda mundial para la Cultura y para el seguimiento de los objetivos
definidos en la anterior edición, celebrada en México en 2022 y firmada por 150
Estados.En Mondiacult 2025 se presentará el Primer Informe Mundial sobre el
Estado de la Cultura y se perseguirá un doble gran objetivo: defender la
Cultura como Bien Público Global y promover la creación de un Objetivo
de Desarrollo Sostenible específico para la Cultura».