Fizeram-me chegar esta informação:
Foi colocada online a maior fotografia da cidade de Lisboa (http://www.digisfera.pt/maior-fotografia-de-lisboa). Esta fotografia, tirada do miradouro de São Pedro de Alcântara, permite ver em grande detalhe marcos da cidade como o Castelo de São Jorge, a Sé de Lisboa, e a Igreja da Graça. Com quase 3 Gigabytes de tamanho, a imagem foi conseguida através da colagem de mais de 100 fotografias tiradas com equipamento especializado.
A fotografia foi desenvolvida pela Digisfera, uma start-up inovadora na área da fotografia. A empresa conta já com projectos em desenvolvimento para o Instituto Superior Técnico, a Quinta da Regaleira e a Câmara Municipal de Oeiras.
E de imediato apeteceu-me partilhá-la aqui no ELITÁRIO PARA TODOS.
O link para a fotografia.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
NO CORAÇÃO DA CRISE
Exposição 25+1
Museu José Malhoa
Parque D. Carlos I - Caldas da Rainha
Terça a Domingo 10h-12h30 14h-17h00
Informações 262 823 302 966 186 871
Museu José Malhoa
Parque D. Carlos I - Caldas da Rainha
Terça a Domingo 10h-12h30 14h-17h00
Informações 262 823 302 966 186 871
Falemos dos nossos e da maneira como estão dentro da crise. Vamos a isso, com o TEATRO DA RAINHA, e comecemos pela Exposição dos seus 25 Anos + 1 (imagem acima). Mas há mais:
Teatro da Rainha / Cinco iniciativas em CENA
Neste fim de Abril e em consonância com as portas que Abril abriu, e no coração da CRISE, o Teatro da Rainha tem em cena três espectáculos, uma exposição e prepara a estreia de um Tcheckov na Nazaré, no âmbito de um protocolo com a autarquia, no segundo ano consecutivo de um projecto de teatro na comunidade. Mais aqui.
Teatro da Rainha / Cinco iniciativas em CENA
Neste fim de Abril e em consonância com as portas que Abril abriu, e no coração da CRISE, o Teatro da Rainha tem em cena três espectáculos, uma exposição e prepara a estreia de um Tcheckov na Nazaré, no âmbito de um protocolo com a autarquia, no segundo ano consecutivo de um projecto de teatro na comunidade. Mais aqui.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
SUBSÍDIOS E PATROCÍNIOS
«Clássicos portugueses em novo programa da Sic Notícias
A lírica de Camões, "Húmus", de Raul Brandão, e "Sinais de Fogo", de Jorge de Sena, são alguns dos clássicos portugueses abordados no novo programa da Sic Notícias apresentado por Filipa Melo e patrocinado pelo ministério da Cultura». Mais. E quem é que não está satisfeito com esta iniciativa? Mas não pode deixar de se reparar que é um projecto patrocinado pelo Ministério da Cultura. À partida, tudo bem. Mas talvez se pudesse exigir mais explicações, em termos de políticas públicas. Desde logo, quanto a conceitos: por exemplo, o Ministério apoia um projecto de uma empresa do mundo dos negócios e estamos perante um «patrocínio»; por outro lado, e ainda como exemplo, o Ministério apoia um projecto de uma qualquer organização privada sem fins lucrativos, para um espectáculo de teatro, e na leitura de muitos - e em alguns momentos do próprio Ministério - estaremos face a um «subsidiodependente». Justifica-se que se «separem as águas» e se fundamente a necessidade de se intervir nas diferentes frentes: na cultura e nas artes como acontece com qualquer outro sector.
A lírica de Camões, "Húmus", de Raul Brandão, e "Sinais de Fogo", de Jorge de Sena, são alguns dos clássicos portugueses abordados no novo programa da Sic Notícias apresentado por Filipa Melo e patrocinado pelo ministério da Cultura». Mais. E quem é que não está satisfeito com esta iniciativa? Mas não pode deixar de se reparar que é um projecto patrocinado pelo Ministério da Cultura. À partida, tudo bem. Mas talvez se pudesse exigir mais explicações, em termos de políticas públicas. Desde logo, quanto a conceitos: por exemplo, o Ministério apoia um projecto de uma empresa do mundo dos negócios e estamos perante um «patrocínio»; por outro lado, e ainda como exemplo, o Ministério apoia um projecto de uma qualquer organização privada sem fins lucrativos, para um espectáculo de teatro, e na leitura de muitos - e em alguns momentos do próprio Ministério - estaremos face a um «subsidiodependente». Justifica-se que se «separem as águas» e se fundamente a necessidade de se intervir nas diferentes frentes: na cultura e nas artes como acontece com qualquer outro sector.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
UMA QUESTÃO DE ATITUDE
Também hoje no DN outro artigo de opinião, na circunstância da Ministra da Cultura, sobre as Entradas nos Museus ( o anterior post é sobre o mesmo assunto - e pode comparar-se):
Entradas livres, uma questão de atitude
Entradas livres, uma questão de atitude
por GABRIELA CANAVILHAS (Ministra da Cultura)
O desafio que se coloca à gestão dos museus portugueses é o de saber valorizar e reforçar a ligação afectiva dos visitantes e dos cidadãos aos seus museus, conseguir fazer deles espaços de fruição cultural e, simultaneamente, verdadeiros espaços de prazer. Conquistados os públicos, muitos dos problemas ficam muito mais fáceis de serem resolvidos. Espaços vividos e acarinhados pelo público são o primeiro passo para a sua dignificação, para o incremento dos seus meios de financiamento, para se tornarem atractivos aos patrocinadores e para serem olhados como coisa sua pelo cidadão. O consumo cultural é, cada vez mais, um conjunto multifacetado de vivências que não se esgotam no bem cultural per se e exigem novas abordagens junto de públicos cada vez mais exigentes e informados. Numa lógica de respeito pela coisa pública, de respeito pela missão museológica - a preservação, o restauro, a divulgação e o enriquecimento das colecções - e de respeito pelos cidadãos, é absolutamente fundamental, antes de mais, saber ler os sinais do nosso tempo e adequa-los à gestão patrimonial.
O aumento das receitas de bilheteira, através da restrição às entradas livres aos domingos, seria a forma mais fácil e rápida de se resolver problemas de financiamento dos museus; mais difícil é, justamente, mudar o paradigma museológico novecentista, passivo e acomodado, e passar à acção através de uma gestão aberta à interdisciplinaridade, com recurso a maior eficácia de merchandising, a dinamização de lojas e restauração, aliciamento de voluntariado, oferta complementar de actividades culturais, estabelecimento de parcerias e angariação de patrocínios e mecenas - veja-se, nestes domínios, os exemplos positivos do Museu Nacional de Arte Antiga, do Chiado e do Palácio Nacional da Ajuda.
A sempre recorrente queixa de "falta de estratégia da tutela" para o sector (leia-se falta de verba do Estado), esconde, no fundo, a cristalização das atitudes, inversa aos pressupostos do Plano Estratégico para os Museus para o Século xxi, apresentado pela tutela em 2010, que aponta claramente para uma mudança de mentalidades e dos paradigmas do passado.
Acabar com entradas livres aos domingos de manhã, em nome do aumento de receitas, seria destruir o princípio democrático que as criou - proporcionar às famílias portuguesas oportunidade de fruição cultural (dificultada durante a semana de trabalho e de escola) -, sendo que estas são já financiadoras dos museus e palácios, através dos seus impostos.
Como disse no início das minhas funções, o ideal seria podermos proporcionar a todos os portugueses, e em todos os dias da semana, o livre acesso às colecções permanentes dos nossos museus e palácios (no Reino Unido aplicou-se esta medida a nacionais e a estrangeiros e os públicos tiveram um aumento médio de 135%! E deixaram dinheiro em donativos, nas lojas e cafetarias dos museus, nos transportes públicos, em suma, na economia em geral, subsidiária, cada vez mais, do turismo cultural).
Mas para isso teremos de encontrar financiamento alternativo às receitas dos actuais 11% de visitantes nacionais que ainda pagam bilhete, incrementar uma verdadeira economia cultural associada a este sector e, ainda, aprovar enquadramento legal para cobrarmos, mais eficazmente, aos estrangeiros e aos grupos organizados de turistas. Deixemos, definitivamente, as famílias portuguesas de fora deste esforço, pelo menos aos domingos de manhã.
O endereço do artigo no DN.
O endereço do artigo no DN.
GRATUITIDADE
No DN de hoje artigo de opinião de Luís Raposo que embora sobre Museus interessará a debate sobre todas as Artes:
Em favor da gratuitidade
LUÍS RAPOSO*
Dizem-nos que só se valoriza o se paga. Certamente é por isso que não se valorizam as bibliotecas nem o ar que respiramos. Dizem-nos que temos de fazer dinheiro a todo o custo. Certamente é por isso que Berlusconi, em Itália, decidiu pôr a render o Coliseu, entregando-o a privados. Em suma, dizem-nos que devemos ser modernos e promover a excelência. É por isso que no último ano passámos a obrigar os nossos professores e estudantes, de todos os graus de ensino, a pagar as entradas nos museus do Ministério da Cultura, enquanto no Museu Berardo qualquer visitante entra de graça. No fundo, o que querem que o povo diga é: "Abaixo o Estado social e viva os comendadores dos pobres!"
Bem sabemos que não existe alma no capitalismo, por isso não lhe falamos ao coração. Dizemos apenas que os arautos do mercado estão enganados quando pensam que a gratuitidade constitui "mau negócio". Em Londres provou-se o contrário. Os museus gratuitos fazem parte de um pacote que aumentou muitíssimo o turismo cultural, que se traduziu em mais actividade económica e acabou, até, por dar maior retorno financeiro aos museus. Em Lisboa, pelo menos, temos todas as condições para fazer idêntico, desde que haja visão e planeamento estratégico. Claro que é possível, e até desejável, limitar a gratuitidade segundo diversos critérios, cumulativos ou não: certos museus apenas, dentro de determinadas faixas horárias e para escalões etários específicos. Uma das vias mais interessantes a prosseguir será a de oferecer entrada livre em galerias permanentes e investir bastante em exposições temporárias pagas e bem pagas. Os próprios serviços complementares dos museus (lojas, cafetarias, etc), devidamente dimensionados, poderiam constituir fontes de rendimento não negligenciáveis. Invistam os governantes o mínimo dos mínimos, em vez de abandonar os museus, e todos poderemos colher lucros. Lucros, sim. Em contado e não apenas, perdoe-se o romantismo, em termos de promoção do saber e de elevação da cidadania.
E, por outro lado, não quererão os arautos do mercado estar à moda ? Pois então atentem em que a tendência internacional nos últimos anos tem sido a de alargar e não restringir as situações de gratuitidade - o que tem sido feito em benefício dos mercados. Esqueçam os valores cívicos, se estes os incomodam. Mas por um momento abandonem o triste fado da casa sem pão, onde todos ralham e ninguém tem razão. Pouco lhes é pedido, afinal, senão que pensem menos como merceeiros e mais como capitalistas.
*Presidente do ICOM P
LUÍS RAPOSO*
Dizem-nos que só se valoriza o se paga. Certamente é por isso que não se valorizam as bibliotecas nem o ar que respiramos. Dizem-nos que temos de fazer dinheiro a todo o custo. Certamente é por isso que Berlusconi, em Itália, decidiu pôr a render o Coliseu, entregando-o a privados. Em suma, dizem-nos que devemos ser modernos e promover a excelência. É por isso que no último ano passámos a obrigar os nossos professores e estudantes, de todos os graus de ensino, a pagar as entradas nos museus do Ministério da Cultura, enquanto no Museu Berardo qualquer visitante entra de graça. No fundo, o que querem que o povo diga é: "Abaixo o Estado social e viva os comendadores dos pobres!"
Bem sabemos que não existe alma no capitalismo, por isso não lhe falamos ao coração. Dizemos apenas que os arautos do mercado estão enganados quando pensam que a gratuitidade constitui "mau negócio". Em Londres provou-se o contrário. Os museus gratuitos fazem parte de um pacote que aumentou muitíssimo o turismo cultural, que se traduziu em mais actividade económica e acabou, até, por dar maior retorno financeiro aos museus. Em Lisboa, pelo menos, temos todas as condições para fazer idêntico, desde que haja visão e planeamento estratégico. Claro que é possível, e até desejável, limitar a gratuitidade segundo diversos critérios, cumulativos ou não: certos museus apenas, dentro de determinadas faixas horárias e para escalões etários específicos. Uma das vias mais interessantes a prosseguir será a de oferecer entrada livre em galerias permanentes e investir bastante em exposições temporárias pagas e bem pagas. Os próprios serviços complementares dos museus (lojas, cafetarias, etc), devidamente dimensionados, poderiam constituir fontes de rendimento não negligenciáveis. Invistam os governantes o mínimo dos mínimos, em vez de abandonar os museus, e todos poderemos colher lucros. Lucros, sim. Em contado e não apenas, perdoe-se o romantismo, em termos de promoção do saber e de elevação da cidadania.
E, por outro lado, não quererão os arautos do mercado estar à moda ? Pois então atentem em que a tendência internacional nos últimos anos tem sido a de alargar e não restringir as situações de gratuitidade - o que tem sido feito em benefício dos mercados. Esqueçam os valores cívicos, se estes os incomodam. Mas por um momento abandonem o triste fado da casa sem pão, onde todos ralham e ninguém tem razão. Pouco lhes é pedido, afinal, senão que pensem menos como merceeiros e mais como capitalistas.
*Presidente do ICOM P
domingo, 17 de abril de 2011
A VIDA DOS OUTROS - «Intiman Theater Cancels Season»
Hoje ao dar-se uma olhadela pelos titulos do The New York Times da Seccção das Artes um que remetia para post do ARTSBEAT BLOG de Kate Taylor chamou a nossa atenção: Intiman Theater Cancels Season. Fomos atrás do assunto. E encontramos um Teatro em SEATTLE que abria a página principal do seu site com o comunicado a que se referia o blog a explicar a razão do cancelemento da temporada a seguir a:
All My Sons
March 18th - April 17th 2011
Written by Arthur Miller
Directed by Valerie Curtis-Newton
Directed by Valerie Curtis-Newton
Running Time: 2 hours and 20 minutes including intermission
Deve-se a razões financeiras. E vão parar para redefinir estratégias.
E continuamos a deambular por ali e pelos sitios onde eramos conduzidos através de links. E reparou-se:
- Naturalmente, nas programações do Intiman;
- Naquele site tão bem organizado e, em particular, nos benefícios para quem dá donativos à Companhia;
- Nos demais financiadores da Peça que vai terminar hoje: a empresa microsoft; o Governo de Seattle; o King County através do 4Culture. E no regulamento dos apoios do Governo de Seattle com aspectos muito bem clarificados com que se podia aprender. Por exemplo: quanto à caracterização do «sem fins lucrativos» de quem pode ser apoiado; e àquele lado pedagógico ao dizer-se que não se precisa de ser escritor para se fazer uma boa candidatura; e ao incentivar-se que se perceba por que não se foi apoiado; e ao facto de os seviços não se esconderem por detrás de júris embora se recorra à colaboração de especialistas que não lhes pertencem ...
E foi por estas andanças que germinou a ideia de aqui no ELITÁRIO PARA TODOS sempre que seja oportuno chamarmos a atenção para a vida de outros, com quem se pode aprender. A isto se chama Benchmarking que enche a boca dos nosssos políticos.
E, claro, deseja-se que o Intiman Theater ultrapasse os seus problemas.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
O DESEJO DE TEATRO
Que diferença em relação a Almada. Inaugurado em 2006, o Teatro Azul é, desde então, a sede da Companhia de Teatro de Almada e o coração do aclamado Festival Internacional de Teatro de Almada. Liderado por Joaquim Benite, este é um projecto integrado e coerente que se construiu na certeza de que, só persistindo na qualidade e na exigência se conquista o público. (...)
O DESPREZÍVEL PAPEL DA CULTURA
O artigo de Nicolau do Vale Pais - O DESPREZÍVEL PAPEL DA CULTURA - publicado no jornal de Negócio de hoje, começa assim:
Corria ainda o último triestre de 2009, quando o Negócios noticiou algumas das conclusões do estudo da Augusto Mateus & Associados sobre o papel da Cultura nas actividades económicas.
"As actividades culturais e criativas movimentam 3,6 mil milhões de euros e são responsáveis por 127 mil empregos em Portugal", podia ler-se; outras informações objectivas tinham vindo entretanto a lume - por exemplo, o facto das actividades culturais contribuírem mais para o PIB português do que o sector automóvel.
Partindo da evidência que, depois do ouro do Brasil, das terras de África ou dos cheques da União Europeia, teremos mesmo de encontrar uma mudança de paradigma no nosso modelo económico e de desenvolvimento, tentemos esclarecer três equívocos: (...)
Partindo da evidência que, depois do ouro do Brasil, das terras de África ou dos cheques da União Europeia, teremos mesmo de encontrar uma mudança de paradigma no nosso modelo económico e de desenvolvimento, tentemos esclarecer três equívocos: (...)
E termina com esta nota:
(*) Esta contrição foi o epitáfio triste de um dos mais emblemáticos Teatros Portugueses, o Teatro Rivoli, no Porto. A prosápia do Executivo - que se referiu exclusivamente aos números de público do pequeno auditório, imiscuindo "apoios à criação" com "gestão do património", fazendo tábua rasa da programação central e memória colectiva daquele valioso equipamento - transformou o Rivoli numa inconsequente discussão sobre "estilos de vida". Depois de novo contrato de acolhimento celebrado em Fevereiro de 2010 entre a Câmara e o produtor Filipe La Féria - cujos trâmites foram ocultados da Assembleia Municipal e dos portuenses porque - cito - "o segredo é a alma do negócio" - este último abandonou a sala, deixando pelo menos cerca de 49 mil euros de dívidas a trabalhadores.
(*) Esta contrição foi o epitáfio triste de um dos mais emblemáticos Teatros Portugueses, o Teatro Rivoli, no Porto. A prosápia do Executivo - que se referiu exclusivamente aos números de público do pequeno auditório, imiscuindo "apoios à criação" com "gestão do património", fazendo tábua rasa da programação central e memória colectiva daquele valioso equipamento - transformou o Rivoli numa inconsequente discussão sobre "estilos de vida". Depois de novo contrato de acolhimento celebrado em Fevereiro de 2010 entre a Câmara e o produtor Filipe La Féria - cujos trâmites foram ocultados da Assembleia Municipal e dos portuenses porque - cito - "o segredo é a alma do negócio" - este último abandonou a sala, deixando pelo menos cerca de 49 mil euros de dívidas a trabalhadores.
E pode ler o artigo completo neste endereço.
E assim ficamos com mais uma reflexão num momento em que parece muito se deveria reflectir.
E assim ficamos com mais uma reflexão num momento em que parece muito se deveria reflectir.
domingo, 10 de abril de 2011
INUTILIDADES
No jornal Expresso deste fim de semana pode ser lido o artigo seguinte da Senhora Ministra da Cultura:
«A ministra da Cultura defende a gestão conjunta dos teatros do Estado
Teatros, palcos e representação
Gabriela Canavilhas
Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) é um dos maiores símbolos da vida musical em Portugal. Desde a sua inauguração em 1793 e ao longo dos seus 217 anos ao serviço da ópera, do bailado e da música sinfónica, o São Carlos tem vindo a fazer parte indissociável vida cultural portuguesa, atravessando regimes, enquadramentos políticos, jurídicos e sociais, ora representando o Estado, ora fazendo eco dos impulsos da representação social, sempre ultrapassando toda a espécie de vicissitudes e resistindo estoicamente aos ares dos tempos que foi atravessando.
Na sua longa história, já viu quase tudo. Noites gloriosas, sucessos e pateadas, negócios e intrigas nos camarotes da alta burguesia queirosiana, divas e empresários de todo o tipo, histórias de bastidores, de camarins e foyers — no sentido literal e figurado — que, de uma forma ou de outra, se assemelham aos dramas e comédias buffas que dão vida ao seu magnífico e centenário palco. Viu ainda múltiplos modelos de gestão, quase todos imperfeitos, e, seguramente, todos polémicos.
À margem, nasciam outros teatros e organismos de representação nacional, como o Teatro Nacional D. Maria II (TMDM II), o Teatro Nacional São João (TNSJ) e a Companhia Nacional de Bailado (CNB).
A sua conversão para Organismo de Produção Artística (OPART), em 2007, foi, no meu entender, apenas um esquiço do que poderia ter sido uma verdadeira conjugação de esforços e de meios, em nome de uma estratégia global, uma gestão coordenada e reais ganhos em eficiência de recursos, que teriam sido conseguidos com a junção dos quatro centros institucionais de produção artística, sob a mesma gestão de recursos — a CNB, sediada no Teatro Camões, a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro Sinfónico, sediados no TNSC, o TNDM II e o TNSJ. A fusão de apenas dois organismos, a CNB e o TNSC, como aconteceu com a criação do OPART, não atingiu nenhum objetivo virtuoso ao nível da gestão, por falta de dimensão e por não ter ocorrido uma necessária intervenção estrutural na nova instituição.
Uma gestão conjunta dos quatro organismos, através de um Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), permitirá, finalmente, imprimir mecanismos de eficiência organizativa, com importantes resultados na redução de custos estruturais, tendo em conta a escala, a dimensão e os custos comuns aos quatro teatros. Com o ACE a cumprir a sua missão, o ideal até seria a autonomização da CNB do TNSC.
Este modelo garante a independência dos quatro teatros, a sua identidade própria e a sua autonomia artística. Garante também a indispensável articulação e maximização do investimento do Estado.
A Lei de Orçamento do Estado para 2011 (e certamente as dos anos seguintes), obriga a constrangimentos vários nas EPE, fruto dos tempos complexos que vivemos — reduções de investimento, procedimentos controlados ao nível dos custos, redução de salários, impedimento de acumulação de reformas com salários, etc. É fácil gerir, no Governo ou nas empresas, em tempos de largueza. E muito mais difícil fazê-lo em clima de incerteza. Vivemos tempos excecionais, mas é em tempos assim que se exigem pessoas excecionais, com capacidade de encarar as dificuldades e transformá-las em impulso reformador.
Não há mudanças nos teatros, especialmente no São Carlos, sem polémica — basta relembrar a última década — e também não há insubstituíveis, nem nos teatros nem nos decisores políticos. O que tem faltado é bom senso, visão, responsabilidade, lealdade e honorabilidade. O que tem sobrado é ruído, divas, foyers e camarins figurados, egos e 'perfume de reviralho', que paira, atiça, seduz e inebria. Até que se esvai. Aí ficará o que sobrar. Mas, felizmente, também sobra qualidade, entrega e profissionalismo nos seus corpos artísticos. Em última análise, serão eles a garantir o futuro. Mas, para isso, é preciso ver para além do palco. Este assunto já tinha sido coberto pela comunicação social, por exemplo, no jornal Público foi escrito isto.
Teatros, palcos e representação
Gabriela Canavilhas
Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) é um dos maiores símbolos da vida musical em Portugal. Desde a sua inauguração em 1793 e ao longo dos seus 217 anos ao serviço da ópera, do bailado e da música sinfónica, o São Carlos tem vindo a fazer parte indissociável vida cultural portuguesa, atravessando regimes, enquadramentos políticos, jurídicos e sociais, ora representando o Estado, ora fazendo eco dos impulsos da representação social, sempre ultrapassando toda a espécie de vicissitudes e resistindo estoicamente aos ares dos tempos que foi atravessando.
Na sua longa história, já viu quase tudo. Noites gloriosas, sucessos e pateadas, negócios e intrigas nos camarotes da alta burguesia queirosiana, divas e empresários de todo o tipo, histórias de bastidores, de camarins e foyers — no sentido literal e figurado — que, de uma forma ou de outra, se assemelham aos dramas e comédias buffas que dão vida ao seu magnífico e centenário palco. Viu ainda múltiplos modelos de gestão, quase todos imperfeitos, e, seguramente, todos polémicos.
À margem, nasciam outros teatros e organismos de representação nacional, como o Teatro Nacional D. Maria II (TMDM II), o Teatro Nacional São João (TNSJ) e a Companhia Nacional de Bailado (CNB).
A sua conversão para Organismo de Produção Artística (OPART), em 2007, foi, no meu entender, apenas um esquiço do que poderia ter sido uma verdadeira conjugação de esforços e de meios, em nome de uma estratégia global, uma gestão coordenada e reais ganhos em eficiência de recursos, que teriam sido conseguidos com a junção dos quatro centros institucionais de produção artística, sob a mesma gestão de recursos — a CNB, sediada no Teatro Camões, a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro Sinfónico, sediados no TNSC, o TNDM II e o TNSJ. A fusão de apenas dois organismos, a CNB e o TNSC, como aconteceu com a criação do OPART, não atingiu nenhum objetivo virtuoso ao nível da gestão, por falta de dimensão e por não ter ocorrido uma necessária intervenção estrutural na nova instituição.
Uma gestão conjunta dos quatro organismos, através de um Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), permitirá, finalmente, imprimir mecanismos de eficiência organizativa, com importantes resultados na redução de custos estruturais, tendo em conta a escala, a dimensão e os custos comuns aos quatro teatros. Com o ACE a cumprir a sua missão, o ideal até seria a autonomização da CNB do TNSC.
Este modelo garante a independência dos quatro teatros, a sua identidade própria e a sua autonomia artística. Garante também a indispensável articulação e maximização do investimento do Estado.
A Lei de Orçamento do Estado para 2011 (e certamente as dos anos seguintes), obriga a constrangimentos vários nas EPE, fruto dos tempos complexos que vivemos — reduções de investimento, procedimentos controlados ao nível dos custos, redução de salários, impedimento de acumulação de reformas com salários, etc. É fácil gerir, no Governo ou nas empresas, em tempos de largueza. E muito mais difícil fazê-lo em clima de incerteza. Vivemos tempos excecionais, mas é em tempos assim que se exigem pessoas excecionais, com capacidade de encarar as dificuldades e transformá-las em impulso reformador.
Não há mudanças nos teatros, especialmente no São Carlos, sem polémica — basta relembrar a última década — e também não há insubstituíveis, nem nos teatros nem nos decisores políticos. O que tem faltado é bom senso, visão, responsabilidade, lealdade e honorabilidade. O que tem sobrado é ruído, divas, foyers e camarins figurados, egos e 'perfume de reviralho', que paira, atiça, seduz e inebria. Até que se esvai. Aí ficará o que sobrar. Mas, felizmente, também sobra qualidade, entrega e profissionalismo nos seus corpos artísticos. Em última análise, serão eles a garantir o futuro. Mas, para isso, é preciso ver para além do palco. Este assunto já tinha sido coberto pela comunicação social, por exemplo, no jornal Público foi escrito isto.
Contudo, não é público e ainda ninguém perguntou, como é que esta «alternativa» surgiu e onde estão os estudos que a fundamentam. Fiquem os leitores deste blogue a saber que há, naturalmente, legislação sobre a matéria - a Lei 4/73 de 4 de Junho - e recorrendo a qualquer motor de busca pode ficar-se a saber por exemplo:
«Os agrupamentos complementares de empresas (ACE) são entidades constituídas por pessoas singulares ou colectivas, nomeadamente sociedades comerciais, que se agrupam, sem prejuízo da sua personalidade jurídica, a fim de melhorar as condições de exercício ou de resultado das suas actividades.
Os ACE não podem ter por fim principal a realização e partilha de lucros e constituir-se-ão por contrato, com ou sem capital social próprio. Poderão, todavia, quando expressamente autorizado no contrato constitutivo, ter como fim acessório a realização e partilha de lucros.»
Os ACE não podem ter por fim principal a realização e partilha de lucros e constituir-se-ão por contrato, com ou sem capital social próprio. Poderão, todavia, quando expressamente autorizado no contrato constitutivo, ter como fim acessório a realização e partilha de lucros.»
Tal como é apresentado o recurso ao ACE parece «coelho tirado da cartola» sem se dominar o número. Ou saida de quem não sabe «dar o braço a torcer», de quem não consegue assumir que decidiram mal. Antes, parece oportuno mostrar reflexão que mostre que a estas unidades de produção de Estado que cumprem um serviço público maioritariamente financiado pelo orçamento de Estado se ajusta a figura de «Empresa do mundo dos negócios» realidade para a qual, deduz-se, foi centralmente elaborada a Lei referida. Antes, é preciso mostrar por que soluções anteriores que provaram, não referidas pela Senhora Ministra, não foram consideradas. Antes, talvez tenha cabimento tirar todas as dúvidas aqueles que pensam que este envio do TNSC, do TNDMII, do TNSJ, da CNB para «Entidades Empresariais» apenas tem a ver com os mecanismos de apuramentos dos défices do OE. Mas atenção as regras contabilisticas para estas contas foram alteradas: e já todos sabemos que por isso estamos pior do que aquilo que pensavamos. Enquanto este assunto não passar por estes crivos de análise, tudo o que se escreva estará no domínio das inutilidades. Dito isto, qualquer que seja a solução jurídica faz todo o sentido que se procure eficiência nomeadamente através da partilha de serviços como acontece para qualquer organizção pública à luz das Reformas em curso como as que decorrem do PRACE. E neste momento, parece que o aconselhável a todos aqueles que se interessam pela existência de um serviço público na esfera das Artes é estar atento para que não desapareça com a entrada do FMI e afins. Depois, deixem as soluções técnicas para os técnicos. E aos Ministros o papel político de as defenderem com suporte.
sábado, 9 de abril de 2011
CORTES & CONSEQUÊNCIAS -3
No ÍPSILON - suplemento do Jornal Público de ontem - pode ler-se:
Comunicado
A Associação Zé dos Bois é um centro cultural independente, criado em 1994 por iniciativa civil, com o objectivo de promover a criação contemporânea, a produção, pesquisa e laboratório e a difusão de objectos artísticos em diferentes áreas. A sua acção tem sido crucial para a criação contemporânea nacional nas últimas duas décadas.
Desde 1997, num edifício que tem vindo a recuperar no centro do Bairro Alto, afirma-se como um pólo cultural essencial voltado para o exterior, destacando-se pela qualidade da produção de exposições de Artes Visuais; pela afirmação, no tecido cultural do País, da programação da ZDBmüzique; pela consolidação do espaço NEGÓCIO, com residências, co-produções e programação de relevância reconhecida; e ainda, pelo trabalho de contextualização da sua actividade, junto do público, através da acção do Serviço Educativo, regular e gratuito.
A ZDB tem também cumprido um papel descentralizador da cultura, cedendo conteúdos emergentes a inúmeras instituições.
Por outro lado, acolhe actualmente no seu espaço, sem quaisquer custos, a livraria Letra Livre, diversos ateliers de artistas e as sedes de três estruturas no âmbito das Artes Performativas, apoiadas pelo Ministério da Cultura: Prado, Mala Voadora e Materiais Diversos.
Entre diferentes fontes de financiamento, a ZDB tem um contrato com o Ministério da Cultura, por via da DGArtes, celebrado por quatro anos, no valor anual de 160.523€, o que corresponde, sensivelmente, a um terço da totalidade do seu orçamento. Os contratos de apoio às artes têm vindo a estabelecer, desde 1996, um vínculo entre o Estado e os agentes culturais.
Esta relação de confiança foi quebrada, recentemente, pela forma como os cortes de 23% foram anunciados e consumados. Um corte cego desta dimensão, às estruturas culturais de iniciativa civil, não tem paralelo em nenhuma outra área de acção; constitui uma quebra de contrato no seu 3º ano de vigência e não pretende sequer poupar recursos do Estado mas antes, desviar esses montantes para contrair novos contratos.
Posteriormente, a Sra. Ministra anunciou que iria adjudicar um "reforço" financeiro a estas estruturas. Esse "reforço", que só será efectivo se todas as estruturas concordarem com as condições impostas, mais não é do que a devolução parcial daquilo que lhes fora previamente retirado.
Os contornos inexplicáveis que caracterizam este processo fazem com que, até à data, a ZDB não tenha recebido uma única parcela do montante que lhe foi adjudicado para o presente ano e, consequentemente, tenha sido obrigada a recorrer ao crédito e a prescindir de colaboradores essenciais. Para não dispensar os seus restantes 12 trabalhadores e poder prosseguir a a missão da ZDB, a sua direcção vê-se na contingência de assinar um contrato alterado, unilateralmente, pela DGArtes, cuja actual direcção é co-responsável por todo este processo e pela forma como foi conduzido.
Quiseram as circunstâncias que a consumação deste contrato, que a ZDB assina sob reserva, coincida no tempo com a demissão do governo. Este facto não poderia, no entanto, impedir a ZDB de manifestar esta sua posição depois de, ao longo dos últimos meses, a ter afirmado repetidamente às instâncias próprias ou seja, à Sra. Ministra e à Direcção da DGArtes.
Parecendo os meios de comunicação alheios a estas medidas, próprias de uma política populista, resta à ZDB tornar pública a sua posição, por esta forma.
Acreditando no Estado como pessoa de bem, exige-se que à sua frente estejam responsáveis que honrem os seus compromissos não se esquecendo que agem em prol de todos, com o dinheiro de todos. O que se pede, porventura mais do que nunca em momentos de impasse como este, é que sejam intermediários da comunidade e dos seus agentes.
Lisboa, 29 Março de 2011, A Direcção da Associação Zé dos Bois
A Associação Zé dos Bois é um centro cultural independente, criado em 1994 por iniciativa civil, com o objectivo de promover a criação contemporânea, a produção, pesquisa e laboratório e a difusão de objectos artísticos em diferentes áreas. A sua acção tem sido crucial para a criação contemporânea nacional nas últimas duas décadas.
Desde 1997, num edifício que tem vindo a recuperar no centro do Bairro Alto, afirma-se como um pólo cultural essencial voltado para o exterior, destacando-se pela qualidade da produção de exposições de Artes Visuais; pela afirmação, no tecido cultural do País, da programação da ZDBmüzique; pela consolidação do espaço NEGÓCIO, com residências, co-produções e programação de relevância reconhecida; e ainda, pelo trabalho de contextualização da sua actividade, junto do público, através da acção do Serviço Educativo, regular e gratuito.
A ZDB tem também cumprido um papel descentralizador da cultura, cedendo conteúdos emergentes a inúmeras instituições.
Por outro lado, acolhe actualmente no seu espaço, sem quaisquer custos, a livraria Letra Livre, diversos ateliers de artistas e as sedes de três estruturas no âmbito das Artes Performativas, apoiadas pelo Ministério da Cultura: Prado, Mala Voadora e Materiais Diversos.
Entre diferentes fontes de financiamento, a ZDB tem um contrato com o Ministério da Cultura, por via da DGArtes, celebrado por quatro anos, no valor anual de 160.523€, o que corresponde, sensivelmente, a um terço da totalidade do seu orçamento. Os contratos de apoio às artes têm vindo a estabelecer, desde 1996, um vínculo entre o Estado e os agentes culturais.
Esta relação de confiança foi quebrada, recentemente, pela forma como os cortes de 23% foram anunciados e consumados. Um corte cego desta dimensão, às estruturas culturais de iniciativa civil, não tem paralelo em nenhuma outra área de acção; constitui uma quebra de contrato no seu 3º ano de vigência e não pretende sequer poupar recursos do Estado mas antes, desviar esses montantes para contrair novos contratos.
Posteriormente, a Sra. Ministra anunciou que iria adjudicar um "reforço" financeiro a estas estruturas. Esse "reforço", que só será efectivo se todas as estruturas concordarem com as condições impostas, mais não é do que a devolução parcial daquilo que lhes fora previamente retirado.
Os contornos inexplicáveis que caracterizam este processo fazem com que, até à data, a ZDB não tenha recebido uma única parcela do montante que lhe foi adjudicado para o presente ano e, consequentemente, tenha sido obrigada a recorrer ao crédito e a prescindir de colaboradores essenciais. Para não dispensar os seus restantes 12 trabalhadores e poder prosseguir a a missão da ZDB, a sua direcção vê-se na contingência de assinar um contrato alterado, unilateralmente, pela DGArtes, cuja actual direcção é co-responsável por todo este processo e pela forma como foi conduzido.
Quiseram as circunstâncias que a consumação deste contrato, que a ZDB assina sob reserva, coincida no tempo com a demissão do governo. Este facto não poderia, no entanto, impedir a ZDB de manifestar esta sua posição depois de, ao longo dos últimos meses, a ter afirmado repetidamente às instâncias próprias ou seja, à Sra. Ministra e à Direcção da DGArtes.
Parecendo os meios de comunicação alheios a estas medidas, próprias de uma política populista, resta à ZDB tornar pública a sua posição, por esta forma.
Acreditando no Estado como pessoa de bem, exige-se que à sua frente estejam responsáveis que honrem os seus compromissos não se esquecendo que agem em prol de todos, com o dinheiro de todos. O que se pede, porventura mais do que nunca em momentos de impasse como este, é que sejam intermediários da comunidade e dos seus agentes.
Lisboa, 29 Março de 2011, A Direcção da Associação Zé dos Bois
sexta-feira, 8 de abril de 2011
CORTES & CONSEQUÊNCIAS - 2
«Companhia de Teatro de Braga adia estreia de espectáculo 'Transit'
A Companhia de Teatro de Braga responsabilizou ontem o ministério da Cultura por «quatro meses de atraso na transferência de vertias», pelo adiamento da estreia do espectáculo 'Transit' e pela necessidade de «repensar todo plano para este ano».
Em comunicado enviado ontem à Agência Lusa, a Companhia de Teatro de Braga (CTB) deu conta do adiamento do espectáculo Transit', apontando como justificação «razões técnicas e atrasos no processo de financiamento do ministério da Cultura».
Em declarações à Agência Lusa, o responsável pela CTB, Rui Madeira, adiantou que «o problema vai muito além do espectáculo em causa».
«Por causa do atraso na divulgação do montante a atribuir à CTB», que, segundo Rui Madeira, devia ter sido revelado em «Dezembro de 2010 e apenas o foi segunda-feira», ainda não foi transferida nenhuma verba para a companhia.
De acordo com o responsável, «isto implica um atraso em todo o plano da CTB, que funciona como uma empresa, tem trabalhadores e despesas que vão para além do 'Transit'
Rui Madeira criticou o ministério de Gabriela CanaviIhas pelo atraso na divulgação dos financiamentos «porque, por causa disso, só em Maio a CTB vai receber alguma coisa».
O responsável pelo CTB explicou à Lusa que «já era sabido que ia haver um corte de 25 por cento em relação a 2010».
«Dos 250 mil euros pedidos só foram concedidos 152 mil», disse.
A Lusa contactou o ministério da Cultura e a Direcção Geral das Artes mas não conseguiu qualquer resposta. Os projectos da CTB para 2011 estavam programados para um custo total de «300 mil euros», afirmou Rui Madeira.
in Diário do Minho de 31 de Março de 2011
CORTES & CONSEQUÊNCIAS - 1
É da vida: os cortes nos apoios às artes são notícia de 1.ª Página mas depois o assunto vai-se esbatendo, embora não deixe de haver notícias. Agora começam a ver-se as consequências. Aqui iremos dando conta do assunto à medida que nos chegar informação. Começamos pela ESCOLA DA NOITE:
«Escola da Noite suspende programação no Teatro da Cerca
Corte nos apoios do Ministério da Cultura é "discriminatório, injusto e irresponsável", diz director da companhia
Margarida Alvarinhas
Um corte de 37% no financiamento do Ministério da Cultura, no concurso de apoio às artes para 2011-2012 motivou a decisão: a Escola da Noite viu-se forçada a suspender a programação externa do Teatro da Cerca de São Bernardo durante o segundo trimestre de 2011. A decisão foi ontem comunicada e significa que apenas se mantêm alguns compromissos já assumidos para o Teatro da Cerca. Tudo o resto que poderia vir a acontecer no âmbito da programação do trimestre está colocado de lado. O corte do Ministério da Cultura, desabafa o director artístico da Escola da Noite, é «discriminatório, injusto e irresponsável». Mais, afirma António Augusto Barros, significa apenas 200 mil euros por ano, sendo a Escola da Noite «a estrutura mais prejudicada» de entre todo o leque de candidaturas apresentadas a concurso. «Trata-se do maior dos vários cortes graves registados entre outras estruturas de criação financiadas pelo Estado, sendo muito superior à percentagem que o ministério anunciou ter de aplicar às estruturas que apoia (23%) e mais de duas vezes acima do corte médio efectivamente registado (17%)», critica o tor artístico da companhia que desde há dois anos é responsável pela gestão do Teatro da Cerca de São Bernardo.
António Augusto Barros explica que a discriminação se sente porque os cortes «não foram aplicados de maneira equitativa pelas várias estrutura de criação com contratos plurianuais com a Direcção-Geral das Artes». Diz mesmo ser «aberrante» que, em situação de crise, «de repente se acrescentem projectos (que conseguiram financiamento) que não se conhece a sua matriz».
Menos em 2011 do que em 1993
(...)».
quinta-feira, 7 de abril de 2011
TEATRO NA INCM
Este o meu primeiro post enquanto MAF (de Maria Augusta Fernandes) neste blogue. Mas já colaborei noutros, colectivos, da PARTE. E o tema deste é sobre as edições de Teatro pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Reparei nisto a propósito de um encontro que houve sobre a obra de Norberto de Ávila a que me refiro noutro Blogue: aqui. À partida perante esta actividade, de cuja dimensão se pode ter ideia através do site da INCM ,só podemos ficar satisfeitos. Mas confesso, e apenas lidando com a informação de que se dispõe normalmente, não pôde deixar de me ocorrer: quantos saberão destas edições? como se chega às obras a editar? E será que há alguma articulação entre esta intervenção e a fixada para a Direcção-geral das Artes -DGARTES - que diz: «Assegurar o registo, a edição e a divulgação de documentos e obras relativos às áreas de intervenção da DGARTES»? E não pergunto porque já sei que ninguém me vai saber responder, mas, com pouca margem de erro, pode afirmar-se que não há quem nos diga sobre o passado em termos de edições, nomeadadmente de Teatro, pelos organismos que antecederam a actual DGARTES. E muito menos nos saberão informar sobre a articulação das diversas organizações públicas - centrais e locais - nestes domínios. E com a minha mania de dar uma «arrumação» a tudo para que as políticas públicas sejam transparentes e fiquem ao menor custo, apetece-me sugerir a criação de uma plataforma on-line onde se saiba «em rede», e em tempo real, o que existe, e quem é quem nas Edições de Teatro. Quem sabe o próximo Governo tenha em consideração sugestões.
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