domingo, 10 de fevereiro de 2013

A “arquitectura portuguesa” na defesa do quadrado

A “arquitectura portuguesa” na defesa do quadrado no 5Dias.net. Post de Tiago Mota Saraiva. 

«Imagine que a selecção nacional de futebol jogava durante vinte anos sem alterações na sua convocatória e que o seleccionador ia rodando entre seleccionados. Cada convocatória seria um encontro patusco, mas duvido que vencesse uma partida.
É um pouco isso que sucede com as representações nacionais de arquitectura e respectivas curadorias. Com a crise instalada nos ateliers de arquitectura e com a Ordem dos Arquitectos, a proteger de uma forma férrea uns poucos, cerram-se fileiras na defesa do quadrado a que se entendeu chamar de “arquitectura portuguesa”. É assim que acontece mais uma representação nacional à Bienal de Veneza – agora exposta em Lisboa. Ao desafio de pensar o comum – “Common Ground” era o tema da Bienal – ou à anunciada ideia de expor uma Lisboa em transformação, sobrepõe-se a lógica de defesa do quadrado. Privilegia-se as obras na casa do amigo à intervenção com impacto na vida de milhares de pessoas. No contexto internacional a representação é pouco mais que irrelevante – ainda que exibindo inúmeras obras de irrefutável qualidade – e, por cá, uma repetitiva desilusão a que já nos vamos habituando.
É neste ambiente fechado que foi anunciado o Ano da Arquitectura Portuguesa. Depois do acto público de arranque, pela mão do Secretário de Estado da Cultura, parece já estar tudo cozinhado dentro do quadrado. Resta-nos assistir às novas exposições de conversas velhas com os resultados de sempre».
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