segunda-feira, 7 de novembro de 2016

«O Estado deveria ter na sua administração capacidade técnica e profissional de primeira água» | Como estará a ser na Cultura ?


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 O Estado deveria ter na sua administração capacidade técnica e profissional de primeira água, juristas, mecânicos, jardineiros, gestores, administradores hospitalares, técnicos fiscais, polícias, carpinteiros, especialistas em finanças e em mercados, deveria pagar salários compatíveis e promover carreiras de mérito com critérios de exigência. Esse é o ideal burocrático que substituiu na Europa as hierarquias de nascimento ou o inventário das “almas mortas” do livro de Gogol, mas que em Portugal ainda não arrancou de uma cultura de cunhas e patrocinato. Daí, “em baixo”, os boys e, “em cima”, os tecnocratas relutantes, muitas vezes desprovidos do mínimo senso político e noção de serviço público, condição para assumirem funções num Estado democrático.
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Coloquem na rua os boys que falsificam as declarações e não os mudem apenas de emprego para outro lugar de confiança política, e peçam aos senhores administradores da CGD que cumpram a lei. Se há mudanças a fazer de modo a que certos dados das declarações possam ser confidenciais, embora conhecidos do tribunal, procedam em consequência na Assembleia da República, não para estes homens em particular mas para todos. Se isto acontecesse, poderia sair-se desta confusão ainda com vantagem e melhoria para o país, mas a continuar assim, vai acabar tudo mal». Leia na integra.
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À luz deste artigo, não seria descabido perceber a lógica com que estão a ser encontrados os dirigentes - e  as pessoas dos Gabinetes - no âmbito do Ministério da Cultura. Há coisas que já se conseguem isolar, por exemplo: a Camara Municipal de Lisboa, nomeadamente a EGEAC, como proveniência, direta ou indiretamente;  e há aqueles que entraram no circuito e dele não saem  - é isso, podem ser tirados de um lugar mas vão logo para outro. A propósito,  recentemente, com indignação,  chamaram a atenção do Elitário Para Todos, (nem de propósito),  para isto:



E faz sentido lembrar 0 «instrumento em regime de substituição» em que nomeados, por escolha, e não por concurso, lá vão adquirindo traquejo ... Fazendo pela vida. E quantos tão distantes, a milhas,  da «primeira água» de que fala JPP.
E olha-se para estas coisas com aquele sentimento de impotência  que corrói a democracia.
Já agora, reparando nos Gabinetes, parece que não se tem acertado: em tão pouco tempo   entradas/saídas  fazem-se notar ... Diz-se que a rotatividade tem custos ...
Ilustrando, sabia que o Ministro da Cultura  já tem novo Chefe de Gabinete? Ora, leitor  atento  informou-nos da mudança e aqui está - no Diário da República de 20 OUT 2016.


  

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