Sabemos que os assuntos não podem estar a ser permanentemente «casos do dia», mas é só por isso que a questão dos concursos das artes do Ministério da Cultura através da DGARTES deixaram de ser manchete: verdadeiramente o PROBLEMA ainda não tem uma resolução, e estamos a falar do curto prazo. A longo prazo a «história» será outra, e o Primeiro Ministro prometeu que a MUDANÇA - profunda e sistémica, como se defende - terá inicio quando a TRAPALHADA em que nos meteram for superada. MAS AFINAL ONDE NOS ENCONTRAMOS? Quem está a tratar do problema, e com que carácter de URGÊNCIA? Este silêncio só complica a situação e é intolerável. Entretanto e em jeito de ilustração voltemos à Orquestra de Câmara Portuguesa (Observador) . De lá: «(...)
O maestro acusou o Governo de “um jogo de demagogia
muito impressionante”, ao ter anunciado um reforço de 2,2 milhões de euros
por ano, das verbas de apoio às artes, que, distribuídos pelas 43 entidades que
passaram a aceder a apoios, “deve dar pouco mais de 50 mil de euros [anuais] a
cada uma”.
“Estes Dias da Música, para nós, são assim uma espécie
de ante luto de onze anos de atividade, que parece que vão ficar por aqui”,
declarou o maestro à Lusa. O maestro considerou a situação “irónica”,
pois em setembro passado, numa reportagem da RTP-Antena 2, o atual
secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, “disse que seria
impensável que a OCP ou a JOP não tivessem subsídio [estatal], tal é o
mérito que lhes reconhece”.
Segundo o músico, Portugal e a Roménia eram, até 2014,
os únicos Estados da União Europeia sem uma orquestra nacional de jovens, sem
apoio sustentado, “ora, a partir de agora, Portugal será o único”, pois a
Roménia criou um organismo para a Orquestra Nacional Jovem da Roménia, que tem
diferentes orquestras, que atualmente estão a celebrar por todo o mundo o
centenário da unificação do país.
A não atribuição de apoio à JOP levou já a cancelar
uma digressão a Macau e à China, este ano, e, “pela mesma razão, a digressão,
em 2019, à Roménia e à Alemanha, não se vai realizar”. Face à falta de notícias
da Direção-Geral das Artes (DGArtes), entidade responsável pelos concursos,
Pedro Carneiro afirmou: “Nós morremos a 31 de dezembro de 2017, porque foi aí
que acabou o apoio”. (...)».
E vamos sabendo de situações análogas: estreias adiadas; pessoas sem vencimentos; atividade reduzida; encerramentos à vista ... Em geral, um RETROCESSO inimaginável nas Artes devido à intervenção desoladora do Estado para o SERVIÇO PÚBLICO que devia/deve garantir.