sexta-feira, 30 de abril de 2021

NUMA ALTURA EM QUE TANTO SE DISCUTE PASSADOS COLONIAIS |«Bronzes de Benim»

 


 

Alemanha vai devolver "Bronzes do Benim" à Nigéria em 2022 - leia aqui.

 Excerto: «(...) Um marco histórico

A ministra da Cultura da Alemanha, Monika Grütters, classificou hoje a declaração conjunta acordada quinta-feira (29.04) sobre a futura gestão dos "Bronzes do Benim" nos museus alemães como um "marco histórico" na "responsabilidade histórica e moral de trazer à luz o passado colonial da Alemanha e lidar com ele".

O tratamento que se vai dar aos bronzes "será um teste", acrescentou Grütters, que diz ter ficado "feliz e grata" porque os chefes dos museus alemães, os líderes regionais da Cultura e os representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros concordaram "em desenvolver uma posição consensual na Alemanha para alcançar um entendimento comum com o lado nigeriano".

O objetivo deste acordo, afirmou, é "a maior transparência possível" e, acima de tudo, uma restituição substancial. "Desta forma queremos contribuir para a compreensão e reconciliação com os descendentes do povo que viu os seus tesouros culturais serem saqueados durante a era colonial", sublinhou a ministra. (...)».

 

A CASA DO ARTISTA COMO POLO ARTÍSTICO E NÃO SÓ ... | «A maioria dos artistas a partir de certa idade deixa de ter convites»

 

 

 
Se puder não perca a entrevista   de José  Raposo no Inevitável a que se referem as imagens. Põe o dedo em muitas feridas. No que diz respeito à Casa do Artista e ao «polo cultural» ambicionado: que reflexões há na esfera do Ministério da Cultura? Mesmo propostas concretas, por exemplo, em sede DGARTES? Lá que as há, há. Especificamente para a Casa do Artista,  inserida em Iniciativa mais ampla para «Seniores» da Cultura e das Artes. Em linha com o já feito, nomeadamente em torno do  ENVELHECIMENTO ATIVO. Disso se lembra quem ainda está no ativo e jubilados que por lá passaram, nomeadamente quem participou/assistiu aos debates havidos a propósito da «Estratégia 2030 RLVT». Por outro lado, como estamos em ano de eleições autárquicas talvez confrontar os candidatos com este assunto. Com o «tema», como agora se diz.

 

quarta-feira, 28 de abril de 2021

CGTP |1.º MAIO | iniciativas 2021


«No dia internacional do trabalhador, homenageamos as mulheres e homens que lutaram e continuam a lutar contra a exploração e por melhores condições de vida e de trabalho.

Neste 1º de Maio garantindo a protecção da saúde e distanciamento sanitário, estaremos na rua, em várias cidades e localidades do nosso país - porque é preciso valorizar o trabalho e os trabalhadores.

Em todo o pais, em todos os sectores, para todos os trabalhadores a CGTP e os seus sindicatos estiveram sempre presente. Nos momentos de maior incerteza e aflição, a CGTP não deixou os trabalhadores sozinhos.

Nenhum de nós se pode abster da luta por melhores condições de vida e de trabalho – Com a força dos trabalhadores vamos conseguir - não há inevitabilidades!».Veja os locais e horas das iniciativas do 1º  de Maio.

 

 

 

DESDE LOGO UM ESPANTO AO OLHAR | Biblioteca de Tianjin Binhai

 

 

Veja AQUI

«A biblioteca foi encomendada pelo município de Tianjin Binhai e está localizada no centro cultural do distrito de Binhai, em Tianjin, uma metrópole costeira, na China. A biblioteca, situada ao lado de um parque, é um dos cinco edifícios culturais desenhados por um quadro internacional de arquitetos, incluindo Bernard Tschumi Architects, Bing Thom Architects, HH Design e MVRDV. Todos os edifícios estão conectados por um corredor público envolto por uma marquise de vidro projetada pelo GMP. Em meio ao plano diretor do GMP, o MVRDV recebeu um espaço rigoroso dentro do qual todo o projeto deveria estar concentrado».

 


 

 

«Europe Day Walks»

 

 

«For #EuropeDay – May 9, the day we celebrate our continent – we and the Study Association for European Studies at UvA – challenge you to look for and capture these places on photo. For even in pandemic times you can go out and walk your city, your village or your countryside. We invite you to share your photos on social media with the hashtag #EuropeDayWalks. Like this you are part of a community which offers other Europeans a panoramic overview of Europe as it already is. It would be great if you add a little text with your photo on what you would like Europe to be. Together we experience, share and imagine Europe!».

 

Veja aqui

 

 

terça-feira, 27 de abril de 2021

«Democracia e cultura»

 

 Excerto: «Em Portugal existe abertura para pensar em democracia cultural e na Cultura a várias vozes, mas "ainda há muito caminho a fazer", considera o comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale.  

O breve diagnóstico é traçado na véspera da realização de um encontro internacional sobre "democratização da cultura e democracia cultural", intitulado "Conferência do Porto Santo", que decorrerá terça e quarta-feira naquela ilha madeirense, juntando ensaístas, programadores e agentes culturais."É o desejo de pensar a democracia cultural, não como uma coisa para intelectuais ou só para alguns, mas perceber qual o papel de cada um; qual a voz que cada um pode exercer e ter; de que maneira podemos exercer os nossos direitos culturais, que não é apenas ter acesso à cultura feita por outros, mas de fazer parte desse tecido cultural. Significa ser produtores, cocriadores, espetadores", sublinhou Paulo Pires do Vale.O Plano Nacional das Artes assume a organização desta conferência, a convite do Ministério da Cultura e inserida no contexto da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.Entre os oradores convidados desta conferência, que decorrerá em formato híbrido, 'online' e presencial, estão os ensaístas Jacques Rancière e Chantal Mouffe, o investigador Wayne Modest e a artista Tânia Bruguera.Paulo Pires do Vale recorda que "já há uma abertura em Portugal para deixar de pensar na Cultura no singular e pensar em culturas no plural, em comunidades diferentes; e os cidadãos poderem rever-se na identidade cultural das suas comunidades e não na perspetiva de uma Cultura única que a democratização tantas vezes tinha".Para o ensaísta, este conceito de "democracia cultural" é uma mudança de paradigma em relação à "democratização da Cultura", que vigorou sobretudo a partir de finais de 1960, por influência de França: "Dar a conhecer as grandes obras da humanidade ao público, ao povo. Tornar acessível o património a esse público"."Essa perspetiva tem sempre um ponto de vista de superioridade e às vezes mesmo de paternalismo. Significa que há uns quantos quea imagem inicial sabem e decidem o que os outros devem fruir, e olham tantas vezes esses outros do ponto de vista do consumo, de consumidores. Ou seja, não tanto de pensar os cidadãos como produtores culturais, agentes culturais, mas sob a perspetiva de consumidores" que significa que há uma elite que define o que é a arte e a cultura e como deve ser fruída, apontou. (...)». Leia na integra.

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A iniciativa a que se refere  a imagem inicial e o excerto que se lhe segue já tinha sido objeto de  post anterior. Este:O QUE NOS CHEGA PELOS ALERTAS|«Carta de Porto Santo». O desenvolvimento que entretanto teve e expresso no trabalho do JN - e de outros orgãos da comunicação social, por exemplo, aqui. - para quem vive por obrigação e devoção o que vai acontecendo na nossa vida comum numa perspectiva cultural faz, de maneira fácil, soar «campainhas». Aconteceu uma vez mais. Concretizando, lê-se que ainda há muito a fazer para se atingir a «democracia cultural», e que  «este conceito de "democracia cultural" é uma mudança de paradigma em relação à "democratização da Cultura"». E parece apresentado como preocupação nova! No contexto em que estas afirmações são proferidas é evidente que terá cabimento pedir suportes para tais palavras. Mas adiante, aceita-se que são «opiniões» informadas dado o estatuto e o prestígio de quem as profere. Já não se aceitará - e pelas mesmas razões, ou seja, dado o curriculo em presença - que não se lembre quem «desde sempre» defende a «democracia cultural» e age em conformidade. E com as tais «campainhas» a funcionar, por exemplo, quase por impulso, o que a seguir se mostra  do PCP: o trabalho «democracia e cultura» num  militante; aspecto do programa do PCP - «Uma política cultural como factor de emancipação individual, social e nacional»;intervenção não muito distante  do Secretário Geral: 

 

Revista Militante n.º 252

Leia o artigo «Democracia e Cultura» 

Excerto:«A cultura está associada à mudança, tanto ao nível dos processos como da dimensão dos actores sociais e das suas acções sustentadas por projectos. Facilmente se esquece a distinção entre a acção dos actores sociais e a difusão cultural e ainda se apresenta a primeira como alternativa à segunda. Uma coisa é tornar os indivíduos e as comunidades meros receptores de cultura - e aí estamos a referir-nos unicamente à difusão cultural, que certos políticos no seu discurso, e por qualquer razão não explícita, gostam tanto de confundir - e outra é pretender tornar os indivíduos, os grupos e/ou as comunidades agentes activos do próprio desenvolvimento local.

Democratização da cultura e democracia cultural

A confusão quase aparente destas duas formas de entender o trabalho cultural prende-se com duas visões diferentes do mundo, ligadas a dois conceitos que se completam e que são a democratização da cultura e a democracia cultural. (...). Continue a ler.

 Programa

 

«(...) A democracia cultural que o PCP defende é indissociável da democracia nas suas dimensões política, económica e social, que são condições materiais da sua realização. Radicada no movimento da sociedade, componente da vida do povo, a democracia cultural constitui um dos factores de transformação da realidade. O exercício dos direitos culturais e a luta pela sua generalização e aprofundamento são factores da democracia globalmente considerada.


2. A democracia cultural que o PCP defende implica:

  • a generalização da fruição dos bens culturais e das actividades culturais, com a eliminação das discriminações económicas, sociais, de sexo e regionais no acesso aos conhecimentos e à actividade cultural;
  • a formação de uma consciência social progressista, que promova os valores humanistas da liberdade, da igualdade, da tolerância, da solidariedade, da democracia e da paz;
  • o reconhecimento e a valorização da função social dos trabalhadores da área cultural e das suas estruturas e a melhoria constante da sua formação e condições de trabalho, e o apoio efectivo aos jovens artistas;
  • o apoio ao livre desenvolvimento das formas populares de criação e fruição, de associativismo e vida cultural, reconhecendo-se e valorizando-se o seu papel dinâmico na formação da identidade nacional;
  • a criação das condições materiais e espirituais indispensáveis ao desenvolvimento da criação, produção, difusão e fruição culturais, com a rejeição da sua subordinação a critérios mercantilistas e no respeito pela controvérsia científica e pela pluralidade das opções estéticas. (...)».

 Intervenção recente

 
 
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Em suma, para se progredir há que reconhecer o que vem de longe, de muito longe ... E onde se chegou. Não apenas onde alguém chegou. Ou vai chegando. E o que se andou para aqui chegar. A anunciada Carta de Porto Santo  desde o começo não poderá deixar de fazer leitura dos propósitos e da ação dos PARTIDOS.  Na circunstância da forma como veem e trabalham a «Democracia e a cultura».
  Honrar  trabalho feito!


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Ainda - Detivemo-nos, e como não fazê-lo?,   no que se destaca nesta passagem:«(...)O Plano Nacional das Artes assume a organização desta conferência, a convite do Ministério da Cultura e inserida no contexto da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. Entre os oradores convidados desta conferência, que decorrerá em formato híbrido, 'online' e presencial, estão os ensaístas Jacques Rancière e Chantal Mouffe, o investigador Wayne Modest e a artista Tânia Bruguera. (...)». Isto é, ainda que mal se pergunte: mas o PLano Nacional das Artes não é Ministério da Cultura? Mas outra pergunta poderá ter lugar: por que foi o Plano Nacional da Cultura? Mas que «picuinhas», dirão... Com o devido respeito, não nos parece ... Tem a ver com a organização das ADMINISTRAÇÕES, na circunstância com a  do Ministério da Cultura/Área da Cultura para em suma se cumprir um SERVIÇO PÚBLICO razão da sua existência e sem o que A DEMOCRACIA CULTURAL ficará mais longe ... Pelos vistos isto ainda não é adquirido por quem à partida isso devia ser tão natural como respirar ...
 
 
 


segunda-feira, 26 de abril de 2021

SRÁ ISTO A POLITICA DE ESTADO DE QUE FALA A SENHORA MINISTRA E DE QUE TANTO SE ORGULHA? | «(...)Sobretudo, este projecto vem "institucionalizar" o falso trabalho independente, afirma, porque é elaborado em cima da realidade da precariedade e dos falsos recibos verdes, quando a autorização legislativa criada em sede do Orçamento do Estado para construir esta lei indicava que deveria, pelo contrário, combater a precariedade do sector» | ESTAS SÃO PALAVRAS DO DIRIGENTE DO SINDICATO CENA-STE

 


 

Excerto: «(...)

Quando ao Estatuto do Trabalhador da Cultura, Rui Galveias considera-o «uma desgraça». «Não queremos "deitar o menino fora com a água do banho, mas não há lá menino nenhum», ironizou o dirigente, acrescentando que o estatuto vem substituir o Código do Trabalho em diversas frentes e bloqueia a negociação colectiva. «Nunca melhora as condições de trabalho e as relações laborais, e em alguns casos piora e condiciona a aplicação do Código do Trabalho no sector», refere.

Sobretudo, este projecto vem «institucionalizar» o falso trabalho independente, afirma, porque é elaborado em cima da realidade da precariedade e dos falsos recibos verdes, quando a autorização legislativa criada em sede do Orçamento do Estado para construir esta lei indicava que deveria, pelo contrário, combater a precariedade do sector. (...)»

 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Antes que o dia acabe o nosso livro para este 23 de Abril | «CIDADE PARTICIPADA: ARQUITECTURA E DEMOCRACIA-OEIRAS OPERAÇÕES SAAL 1»

 


 

O PROCESSO SAAL — O GRANDE PROJECTO DE HABITAÇÃO DEMOCRÁTICA EM PORTUGAL

Experiência urbanística e social única, as operações SAAL têm início no pós‑25 de Abril e resultam de uma longa luta e reflexão colectiva das populações organizadas, juntamente com equipas multidisciplinares e em relação com os municípios.

Cidade Participada: Arquitectura e Democracia regista e documenta os processos das operações SAAL, traça o perfil das populações envolvidas e reflecte sobre a diversidade e as consequências desta imensa iniciativa arquitectónica e democrática.

«As três operações documentadas neste volume [Linda‑a‑Velha, Portela/Outurela e Carnaxide] permitem‑nos perceber o que podia ser a grande zona poente da cidade de Lisboa. Um território povoado por comunidades identitárias e inter‑relacionadas, um território no qual os assentamentos residenciais alternariam ordenadamente com zonas de recreio, de agricultura […] e industriais, no qual a maravilhosa ondulação dos montes, conservada e legível pelo cuidado com que tinha sido ocupada, teria o seu contraponto na longa linha horizontal do Atlântico.»
— Carlos Machado

COORDENAÇÃO DE RICARDO SANTOS, COM TEXTOS DE NUNO PORTAS E CARLOS MACHADO

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Saiba mais.