sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

FERNANDO ALVES | apresenta «Sinais» | e continua a leva-nos a pensar ... | A REFLETIR O APARELHO ESTATAL DA CULTURA

 

 

«Partilho convosco esta passagem do magnífico livro que me prende por estes dias, na última crónica que assino nesta rádio. A meu modo, vou ocupar as horas, em grande medida, um pouco à maneira do vagabundo desta história. Não penso sentar-me no chão, à porta de uma livraria. Mas procurarei, muitas vezes, bancos de jardim, à sombra. E assim me deixarei ficar, absorto, tomando notas para uma improvável emissão futura, feita de silêncios e de palavras elementares, assim me pouse no ombro a ave clandestina. Ambição chã. Ficarei a ver passar os transeuntes com o seu ar triste, como só os vagabundos sabem detectá-lo. Até sempre.»
Excerto da última crónica. Saiba mais.

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Duma apresentação do livro no Porto:

 «(...)Num discurso em defesa do jornalismo, lembrou que a falta crescente de recursos e a delapidação “da memórias nas redações” tornam ainda mais premente o papel dos jornalistas. Em contraponto com o protagonismo avassalador dos comentadores, “um cardume sempre igual na sua gramática”. (...)».

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Em particular, reparámos  naquela delapidação de memória. A nosso ver, uma doença que se estende a tantos lugares, nomeadamente a serviços da Administração Pública e, como múltiplas vezes referido no Elitário Para Todos, também aos da Cultura. Lembram-se das «reestruturações cegas»?  Que falta nos faz memória organizada, neste ano em que se comemoram 50 Anos de Abril! Até podia ser Projeto a lançar pela Administração porque isso é difícil que sejam outros a fazer no âmbito de concursos (uma vez mais concursos) - e se ninguém concorresse?  Até hoje a situação não foi revertida como o PS tinha prometido. Dada a exposição pública que lhe é própria, escolhemos a DGARTES como bom exemplo do que se quer dizer. Olhemos para a sua estrutura:

 

Longe vão os tempos em que cada «arte» tinha a sua unidade orgânica (mesmo organismo autónomo). Até pela imagem,  as «atividades-meio» maiores do que as «atividades-fim»!, o que contraria todos os princípios.  Nisto um dos pecados originais que não é resolvido pelo aumento de trabalhadores para aquela «central de concursos» ... Bom tema, para debate, na campanha eleitoral, e fora dela ... 

Ah, é sempre aconselhável ver o que se passa noutros Países - sim, fazer o tal «benchmarking» ... E não é para fazer «copy, paste», mas para aprender ... Bom, e ir lá atrás, ao que se passou no nosso País, em especial aos períodos para os quais há balanços positivos, dos nossos melhores... Pois é, mas falta a tal MEMÓRIA ... E lembrando-nos do Movimento «OUTRA POLÍTICA PARA A CULTURA», mais esta reflexão para uma das nossas ideias estruturantes: criação de um MINISTÉRIO DA CULTURA digno desse nome.


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