terça-feira, 8 de abril de 2025

SELVA ALMADA | a escritora argentina finalista do prestigiado «Booker Prize 2024» dá uma entrevista publicada no COURRIER do 1. º trimestre deste ano que podia entrar num curso da família do «Sentido dos Mestres» do Festival de Teatro de Almada

 

É bem provável que este post nem existisse não fora ainda estar   fresco na memória o recente «RUI CARDOSO MARTINS | «Ler Muito. Ver Espectáculos. Viver Mais» | PUBLICAÇÃO DA CTA SOBRE A FORMAÇÃO «O SENTIDO DOS MESTRES» DO FESTIVAL DE TEATRO DE ALMADA 2024». De facto, líamos as palavras de SELVA ALMADA trazidas para destaque no COURRIER e parecia que estávamos a ouvir/ler RUI CARDOSO MARTINS. Acumulemos. Lições praticamente  grátis.  Que sorte que nós temos!

Mais este excerto: «(...)What are your sources of inspiration, the themes that are closest to your heart? - I don't like to talk about ‘themes’ in literature. We don't write about themes, but starting from little scenes, situations, atmospheres or characters that we find suggestive, at least as far as I'm concerned. These triggers can emerge from what someone tells me, what I hear, what I see in the street that catches my attention, but also from memories or something I read. Certain subjects recur in the plots of my stories and novels: broken or decaying family relationships, sexist culture, underground violence, the world of physical labour, alcoholism, religion and a set of beliefs specific to the region of Argentina where I grew up (...)».
 
 

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SINOPSE

«Tão perturbador e intenso como um sonho profético, Não É um Rio é um romance magistral sobre masculinidade, culpa e desejo irreprimível, mas também sobre o amor entre amigos e o amor dos ilhéus pelo seu rio e tudo o que nele vive.
Enero e o Negro vão à pesca com Tilo - o filho adolescente de Eusébio, o amigo que morreu -, regressando à ilha onde costumam ir há anos, apesar da memória de um terrível acidente ali ocorrido. Enquanto bebem, cozinham, falam e dançam, lutam com os fantasmas do passado e do presente, que se confundem no ânimo alterado pelo vinho e pelo torpor.
Uma rede mistura realidade e sonho, factos e conjeturas, ilhéus, água, noite, fogo, peixes, bichos. Os três são intrusos, e este momento íntimo e peculiar coloca-os em desacordo com os habitantes - humanos e não humanos - deste universo natural rodeado de água e regido pelas suas próprias leis. Há perdas, mortes prematuras… Mas há também a vitalidade obstinada da natureza. Quando a floresta se começar a fechar sobre eles, e a violência parecer inevitável, será que outra tragédia está destinada a ocorrer?
Humano, mas ao mesmo tempo animal e vegetal, este romance flui como um rio, uma longa conversa ou o afeto entre seres que se amam: mães, filhos, irmãos, amigos, amantes, afilhados.
Com a sua prosa precisa e económica, e a sua extraordinária sensibilidade, Selva Almada mostra novamente porque é considerada uma das vozes mais originais da atual literatura latino-americana»
. Saiba mais.
 
Sobre o livro, escreve Isabel Lucas, no Público/Ípsilon, a 27 de março 2025: «(...) Falta dizer que há algo de cinematográfico na escrita de Selva Almada. Não por qualquer tipo de virtuosismo visual ou criação de atmosferas imersivas, mas pelo modo como lida com o não dito, com a espera, com o que está fora do campo de visão ou narrativo. O que há de melhor na literatura de Selva Almada é a dificuldade em ser imediatamente apreendida. É para quem está disponível para aceitar os silêncios e que o romance — mais certeiro seria chamar-lhe uma novela — não é propriamente uma história, mas uma experiência sensorial e existencial. O seu romance é um território de murmúrios, onde a literatura se cumpre não pelo que entrega, mas pelo que a autora é capaz de subtrair».



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