O Teatro da Rainha tem um percurso de criações para a infância realizado sempre a partir de materiais inéditos de autores cúmplices do projecto da Rainha. Os textos de Joseph Danan, Dodo, no rasto do pássaro do sonho, Jojo, o reincidente e O pequeno serial killer assim como Dois narizes num mar de plástico, de Fernando Mora Ramos, são exemplos disso. Desta vez o ponto de partida é um convite feito a Cecília Ferreira, dramaturga premiada pela SPA – tem já publicado um conjunto de textos, nomeadamente Rua da Alegria e A acompanhante – que, além de um mestrado em literaturas modernas é licenciada pela ESMAE, tendo do teatro uma noção interior.
Planeta Vinil
Uma criança ruiva, um peixe-napoleão, um escaravelho e uma galinha poedeira fogem da Extinção. Não sabem ao certo quem ela é, mas, pelo tom grave com que todos pronunciam o seu nome, e cada vez com mais aperto, estão certos de que se trata de uma criatura monstruosa e assustadora, que está a aproximar-se deles com largas e demolidoras passadas. Os quatro não decidiram fugir juntos, foi o caminho que os juntou. E nem sempre foi fácil a sua convivência, mas seguiram, guiados pelos seus instintos e convicções, em direção ao Planeta Vinil, que lhes permitirá aceder, acreditam, ao Avesso – aquele que está limpo da Extinção e de outros monstros que tais. Todos parecem saber como chegar até lá, mas o tempo excede-se, elucida e confunde, e o percurso cresce e inquieta.
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