segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

ADÍLIA LOPES | deixou-nos

 


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Não gosto tanto
de livros
como Mallarmé
parece que gostava
eu não sou um livro
e quando me dizem
gosto muito dos seus livros
gostava de poder dizer
como o poeta Cesariny
olha
eu gostava
é que tu gostasses de mim
os livros não são feitos
de carne e osso
e quando tenho
vontade de chorar
abrir um livro
não me chega
preciso de um abraço
mas graças a Deus
o mundo não é um livro
e o acaso não existe
no entanto gosto muito
de livros
e acredito na Ressurreição
de livros
e acredito que no Céu
haja bibliotecas

e se possa ler e escrever

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SINOPSE

Dobra reúne todos os livros de poesia de Adília Lopes. Como consequência, a nova edição que agora se apresenta foi ampliada e passa a incluir toda a obra poética publicada da autora, até maio de 2023. Edição encadernada. Saiba mais.

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Velório de Adília Lopes na Capela do Rato e funeral para os Prazeres

O velório da poetisa Adília Lopes, que morreu segunda-feira, em Lisboa, aos 64 anos, realiza-se a partir das 18:00 de quarta-feira na Capela do Rato, seguindo o funeral quinta-feira para o Cemitério dos Prazeres, revelou a Assírio & Alvim. Saiba mais

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 Atualizado

O ARTIGO DE GRAÇA CASTANHEIRA DEVIA SER «EXCLUSIVO PARA TODOS»|é este o titulo:«Ano novo, cultura nova»|BOA SINTESE !

 

A nosso ver o artigo a que se refere a imagem é mesmo de ler. Se puder não perca. É exclusivo, mas há possibilidades gratuitas. Abaixo, algumas passagens, difíceis de eleger  - porque o todo prende-nos. Ai, aquele «porque esse é o caminho mais rápido para as nossas vidas ficarem exatamente na mesma» é sábio.Mas vamos lá aos excertos:

 

«Ano novo, cultura nova - Sei que vou viver mais um ano como grande parte dos artistas e criadores vivem em Portugal; nessa vida difícil não estou sozinha — e antes estivesse.
 
«(...) Tenho-me deixado enrolar pelos dias, pela falta de resposta, por alguma preguiça, um certo desalento sobre como as coisas são. Esse tempo acabou. Para o ano vou ser disciplinada: vou chatear de morte quem não me atende os telefonemas, quem não me responde aos emails; vou até impugnar decisões de júris; ou interromper os trabalhos da Assembleia da República com protestos imaginativos. Vou fazer greves de fome temáticas — a que chamarei genericamente “jejuns pela cultura” — e amarrar-me-ei às portas dos equipamentos onde tenho assuntos a decorrer em regime de arrastamento. Posso também vir a irromper com estrondo pelos corredores do CCB, do MUDE, da RTP, do Ministério da Cultura ou do ICA, apresentando ao vivo e a cores as minhas ideias ou os meus projetos. Enfim, tudo farei menos imolar-me ou importunar quem nada tem que ver com a minha luta. Prometo — e promessas leva-as o vento.
Se entendermos o ato de governar como a promoção da saúde dos sistemas, da vitalidade e a eficácia geral das sociedades humanas, sim, as cunhas, o tráfico de influências, o nepotismo, os lobbies são aspetos doentes que é preciso curar. E curar é o termo. Não se trata, portanto, de erradicar, despedir, substituir ou de se zangarem as comadres, porque esse é o caminho mais rápido para as nossas vidas ficarem exatamente na mesma. (...)
O que eu receio é que, na tentativa de corrigir o sistema, se instalem novas camadas de burocracia, novas e antigas formas de corrupção. As soluções só o serão se resultarem de uma troca dialogante e negociada. De outro modo, ministra e setor permanecerão num regime conflitual e improdutivo,
tipo nem o pai morre, nem a gente almoça.
 O modo como as sociedades ocidentais condenaram à precariedade uma das áreas mais vitais do tecido próprio das democracias talvez um dia venha ser considerado o erro político mais grave de todos os tempos».


«Cultura - Uma Nova História do Mundo»

 

Durante milénios, a humanidade procurou compreender e transmitir às gerações futuras não apenas os modos de viver a vida, mas também o significado e o propósito da nossa existência, tal como declinados pela arte, pela arquitetura, pela religião e pela filosofia. Da cidade perdida de Nefertiti às peças teatrais de Wole Soyinka; dos teatros da Grécia antiga aos diários de viagem chineses e às bibliotecas árabes e astecas; de uma estatueta do sul da Ásia encontrada em Pompeia a uma cápsula do tempo deixada na Lua, Puchner conta a história apaixonante das realizações humanas através das nossas perdas e redescobertas, jogadas de poder e viagens heroicas, inovações, imitações e apropriações.
Mais do que um livro de história, Cultura é um arquivo das encruzilhadas mais marcantes da humanidade e um guia para o nosso futuro enquanto espécie criativa. Saiba mais.

 

 

domingo, 29 de dezembro de 2024

VOLTEMOS AO «STATE OF CULTURE» | e como é urgente em Portugal sabermos do «estado da cultura» global e não nos esgotarmos nos casos CCB & Cª.| MAS PODEMOS LANÇAR REFLEXÕES COMEÇANDO COM CANÔNES E MATRIZES PRÁTICAS DE ANÁLISE PORQUE AS «OPINIÕES» SÃO IMPORTANTES MAS NÃO CHEGAM NUMA ABORDAGEM PROFISSIONAL

 


«State of Culture

Ongoing project

State of Culture is an outcome of a non-academic policy research initiative exploring how culture’s role and value are framed in national and European cultural policies. State of Culture also gathers insights from key stakeholders across the cultural and creative sectors on the major challenges and opportunities they face in the present world.

The report explores new pathways for positioning the cultural sector in response to the evolving social and political landscape by offering a deeper understanding of the current state of culture. It raises critical questions about the role of culture and the arts in society and examines how the cultural sector can effectively contribute to societal resilience and transformation. Additionally, the report provides fresh perspectives for advocacy and policy, renewing the language around cultural discourse and highlighting key messages to be addressed by both the sector and policy-makers.

Culture Action Europe (CAE) has commissioned this report primarily as a mirror for ourselves, our members and our sectors: how are we seen by others, e.g. policy makers, and how do we see ourselves? The State of Culture is thus a conversation starter that challenges and provokes our ecosystem to address some critical questions central to shaping our collective advocacy in the years to come. This conversation throughout our ecosystem, with our members and their constituencies, requires designing tailored approaches, formats and questions to their various missions.

Culture Action Europe will offer online and live platforms to bring voices together. We hope that this facilitated conversation will give the sectors more clarity on how to effectively advocate within today’s political landscape and help to collectively imagine a new paradigm of action for the cultural ecosystem in Europe and beyond».

 

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Dos nossos tristes casos - tipo o «aparelho estatal», alargado, «na rua» - «Francisca Carneiro Fernandes: “Encontrei um CCB com práticas de gestão muito erradas”». E interrogamo-nos, em Portugal, no Setor Cultura, que bem maior nos move? E quais os limites de um Servidor Público?


sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

QUAL SERÁ O ÂMBITO DAQUELE «NOSSA» DA IMACULADA COMENTADORA?

 

 Atentemos no início do artigo:
 
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entrevista a João Oliveira
pela Rádio Observador durante o Congresso do PCP
 
Em dado momento (aos 17:41) palavras de João oliveira: «(...) há um Presidente americano que decide utilizar o território ucraniano como base para o lançamento  de mísseis para dentro da Rússia para prolongar a guerra indefinidamente (...)».
 
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Calhou vermos o espaço do Telejornal da RTP 1 da imagem  em que os intervenientes  escolhem «a frase da semana» e naquele a comentadora elegeu as palavras de João Oliveira que reproduzimos acima  tendo expandido isto:
«Uma maneira de olhar o mundo que é completamente contrária da nossa». Logo na ocasião aquilo ficou-nos no ouvido - quem seria aquele «nossa»? E qual seria o outro «olhar». Passado este tempo, ao lermos  o artigo de Viriato Soromenho-Marques, não resistimos a voltar ao assunto. E partilhar, como se vê. Ainda: será que os comentadores não têm limites? Onde fica o contraditório? Por fim,  esta comentadora sempre que a ouvimos passa-nos uma imagem, como dizer,  de «imaculada» que desejamos a acompanhe pela vida, no pressuposto, obviamente, de que não é apenas imagem.  

 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA NACIONAL|«No reino de O'Neill»

 

A Folha de Sala  aqui 
 
 «A exposição No Reino de O'Neill celebra os 100 anos (a 19 de dezembro de 2024) de um poeta que foi um dos responsáveis pelo encontro de Portugal com o surrealismo. Se Alexandre O'Neill mostrou por vezes reservas quanto à longevidade da sua obra, o tempo tem vindo a mostrar que é seguramente uma das vozes mais singulares da literatura portuguesa».
 
 
 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

DISSE PAPA FRANCISCO | NO DIA 22 DEZ 2024 |«Tanta crueldade !»

PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Domus Sanctae Marthae
Domingo, 22 de dezembro de 2024

Leia aqui 

de lá:
 
«Acompanho sempre com atenção e preocupação as notícias que chegam de Moçambique, e desejo renovar àquele amado povo a minha mensagem de esperança, paz e reconciliação. Rezo para que o diálogo e a busca do bem comum, sustentados pela fé e pela boa vontade, prevaleçam sobre a desconfiança e a discórdia.
A martirizada Ucrânia continua a ser atingida por ataques a cidades, que por vezes danificam escolas, hospitais e igrejas. Que as armas sejam silenciadas e ressoem os cânticos de Natal! Rezemos para que no Natal cessem os combates em todas as frentes de guerra, na Ucrânia, na Terra Santa, em todo o Médio Oriente e no mundo inteiro. E com tristeza penso em Gaza, em tanta crueldade; nas crianças metralhadas, nos bombardeamentos de escolas e hospitais... Tanta crueldade! (...)».