quarta-feira, 23 de abril de 2025

PARA DISCUTIRMOS CULTURA | a entrevista de Jazmín Beirak que é Diretora Geral dos Direitos Culturais, em Espanha, disponivel no site da Gulbenkian | A NOSSO VER CONTRIBUTO A NÃO DESPERDIÇAR

 




Excerto:
 
«(...) 

Com a emergência da política cultural no século XX, o papel do Estado centrou-se, primeiro, na garantia de acesso a um determinado património e, depois, na promoção das artes e das indústrias culturais. Com a ascensão da sociedade de consumo e da cultura de massas, o mercado passou a partilhar com o Estado o papel de mediador no acesso aos bens, obras e produtos culturais – reforçando a relação com a cultura a partir de uma lógica de espetador. Assim, a cultura passou a ser concebida como um produto, afastando-se do seu estatuto de direito.

A verdade é que os direitos culturais nunca estiveram no centro da ação pública na cultura e, por isso, esquecemo-nos de que a cultura é um direito.

O que torna a cultura “ingovernável”?

A ideia de ingovernável baseia-se no facto de que a cultura não é nem deve ser feita por instituições, mas é uma expressão e manifestação da sociedade, das comunidades e dos indivíduos. Isto significa que o papel do público não é fornecer cultura, mas gerar as condições materiais para que as práticas culturais possam proliferar, para que os projetos da sociedade possam acontecer e para que todos possam desenvolver uma vida cultural plena. A responsabilidade pública da cultura é redistribuir recursos e oportunidades para que as pessoas e as comunidades sejam protagonistas da sua própria vida cultural.

 Para isso, uma instituição tem, fundamentalmente, de nutrir e fomentar o que existe fora da instituição. E este é, de facto, o paradoxo constitutivo da gestão pública na cultura: para que a cultura seja forte, para que haja vitalidade cultural, ela tem de escapar à própria instituição. Quanto mais a cultura conseguir transbordar o trabalho institucional, mais saberemos que a instituição está a cumprir a sua missão. E, por isso, governar a cultura é, de certa forma, gerar as condições para a sua ingovernabilidade. (...)»

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Ainda:
 SINOPSE
En pocos momentos como en el actual, la cultura ha gozado de tanto crecimiento como de tan mala consideración o indiferencia. Parece que ha sido relegada a un mero acto de consumo, en vez de ser un espacio de creación de lazos y comunidad. Por este motivo, y dada la urgencia, nace este libro: para repensar la cultura y hacerla nuestra, aceptando todas sus dimensiones, incluso aquellas que hemos olvidado. Debemos resituarnos frente a ella no solo posicionándonos como consumidores, sino como agentes que la potencian en los espacios cotidianos, y así volver a interpelarnos y compartirla con aquellos que nos rodean.Cultura ingobernable parte de las nociones históricas sobre la cultura para llegar a una concepción transversal y amplia en la que trabajar todos juntos para fortalecer el tejido social. El fenómeno cultural no constituye nada extraordinario ni necesariamente privado o ligado al tiempo de ocio exclusivamente; sus diversas manifestaciones han de estar vinculadas a la cotidianidad y deben ser un proyecto colectivo; una práctica inacabada, pero también inagotable. Saiba mais.
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Também a Direção Geral de Diretos Culturais em Espanha
 
mas é de não esquecer o Ministério da Cultura no seu todo 
 
 
 
 

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 Comparando, pois é, organizar
 «temas» - estes ou outros -  é fundamental
 



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