Veja a notícia da imagem aqui, no Notícias ao Minuto, e a intervenção completa a que se refere neste endereço , no site do PCP, donde tirámos:
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Uma ofensiva destruidora que se alarga aos serviços públicos da área da cultura, a imposição de cega reestruturação das estruturas da administração central com o desmantelamento e desqualificação de serviços e sua crescente centralização, a que se soma a política de sistemático estrangulamento financeiro em todas as áreas da actividade cultural e que põe em causa a concretização do princípio de serviço público.
Os cortes brutais dos últimos Orçamentos do Estado, em cima do escassíssimo financiamento praticado agravam ainda mais a situação dos serviços públicos da área da Cultura.
Esta semana os sindicatos denunciavam a intenção do governo de levar a cabo um vasto processo de redução de trabalhadores na Direcção Geral do Património Cultural e nas Direcções Regionais da Cultura.
Trata-se, a concretizar-se tal pretensão, de mais um rude golpe para as áreas do Património Edificado, dos Museus, dos Sítios Arqueológicos e outros serviços onde a catástrofe é próxima. Já não bastava o financiamento miserável.
Depois de ter concentrado todos os serviços num só, o Governo aplica agora a “requalificação para o despedimento” a toda a estrutura. Foi uma operação de aglomeração para ser mais fácil destruir.
Este desmantelamento da Direcção Geral do Património Cultural e das Direcções Regionais da Cultura conjugados com as limitações impostas à Direcção Geral das Artes e ao ICA traduzem-se numa clara intenção de retirada total do Estado na preservação de património, na produção e criação artísticas e na promoção da elevação cultural e social das massas, o que também pode ser entendido como uma censura financeira às artes e à cultura. Suprimem-se as expressões culturais e artísticas livres e públicas, promovem-se as atordoantes e de mercado.
Foram publicados, há dias, pelo Eurobarómetro, os dados relativos à evolução da participação dos portugueses nas actividades culturais. E o que se vê é que estamos a andar para trás e a divergir com outros povos europeus. Estamos no fim da lista. Os portugueses são dos cidadãos da União Europeia com menores taxas de participação em actividades culturais e Portugal é o país onde há menor interesse pela leitura.
É este o rumo de uma política também de desastre cultural que está em curso. Uma política que não só destrói o que existe, como inviabiliza a criação do novo. Os teatros nacionais, o cinema, os muitos criadores contemporâneos e trabalhadores da cultura vêem a sua actividade cerceada e um Estado cada vez mais esvaziado e desresponsabilizado das suas funções constitucionais de defesa do nosso património e da nossa cultura como elemento fundamental da nossa identidade como povo.
Hoje, muitos criadores, trabalhadores da cultura, povo anónimo nas Jornadas do Manifesto em Defesa da Cultura saíram à rua em protesto contra este estado de coisas e pela exigência de 1% de financiamento do Orçamento do Estado para a Cultura. Luta que conta com o apoio activo e solidário do PCP!
É tempo de pôr fim a este rumo de desastre. Por isso a nossa luta pela demissão deste governo, pelo fim da sua política e pela exigência de eleições antecipadas.
Estes são os nossos combates de hoje. Combates que honram o legado de Álvaro Cunhal e a sua luta em defesa das Artes e da Cultura, do direito à identidade do seu povo e dos seus interesses, pelo desenvolvimento soberano do país».