segunda-feira, 7 de setembro de 2015

T.S.ELIOT | «Notas para uma Definição de Cultura» | NUMA TRADUÇÃO DE ERNESTO SAMPAIO


Desde logo, assinale-se que a tradução da edição da imagem ( tirada do nosso exemplar com Depósito legal de 2002)  é de Ernesto Sampaio, o que é um privilégio.  Na FNAC  informam que está indisponível, mas na Wook prometem entrega até 15 dias. 
Entretanto, descobrimos, por acaso, que na internet  há uma edição brasileira online: aqui.
E porquê este pequeno livro (constituído por ensaios) aqui no blogue? Porque neste tempo de campanha eleitoral a definição de cultura parece estar  na berlinda,  e nos tempos mais recentes também anda por tudo que é sitio: a propósito das ditas indústrias culturais e criativas; aquando dos «estudos oficiais» com que temos sido inundados; quando se fala de estatísticas e contas nacionais; ... E algumas definições adoptadas, no mínimo, são «pobres».
Profissionalmente é-nos fundamental ter conceitos para se conseguir trabalhar com alicerces. Mais recentemente importa-nos muito em torno do papel da cultura no Desenvolvimento Sustentável, e sempre para avaliar das posições politicas e partidárias ...  Achamos quase hilariante quando se arruma a questão dizendo que há definições para «todos os gostos», e se passa adiante. E duma cajadada, «tudo é cultura», e afoga-se o «serviço público» nesse caldeirão»... E o debate fica quase impossível.  Neste contexto, podíamos dizer que fazemos «coleção» de definições de cultura e  colaterais. Em particular,  têm de estar presentes quando nos debruçamos sobre a Missão dos organismos públicos.  
E tão importante quanto a definição, é a resposta à pergunta «Para que serve a Cultura?», e a procura é uma viagem fantástica ... E nada disto, é óbvio, deve impedir a ação. Aprofunda-se, fazendo.
Há definições que são luminosas! que vêem fundo, e vão ao futuro do futuro. Na coluna à direita deste blogue, temos dessas ...
Quanto ao livro, em particular e a nosso ver, ajuda muito a não se reduzir a cultura à cultura artística, e mostra à saciedade, sem que o assunto seja tratado directamente, que quando se está a olhar para os programas eleitorais é o «serviço público» que está em causa. Algo planeado e mensurável, de que há que prestar contas. E, constata-se,   há quem «tenha medo» da expressão ...E terminemos com um excerto do «Notas para uma definição de cultura»:
«(...) Tratar a massa "não educada" da população como trataríamos alguma inocente tribo de selvagens, a quem nos sentimos obrigados a pregar a verdadeira fé, seria encorajar essa massa a desdenhar ou desprezar a cultura que deveria possuir e da qual a parte mais consciente da cultura extrai a sua vitalidade. (...)». 
E nada disto, como facilmente se concordará,  contraria a oferta artística profissional, diversificada, em paralelo com a amadora, que através de um serviço público deve ser disponibilizada às populações ...


Sem comentários:

Enviar um comentário