Voltemos à Carta Aberta do Senhor Primeiro Ministro e agora
pondo o foco nas palavras que nos dizem que a Cultura não foi esquecida no PRR
- Plano de Recuperação e Resiliência. (Felizmente que nos poupam à «Bazuca» ou
à «Vitamina»). Então a perguntinha básica: assim sendo, afinal, porque não
autonomizam a CULTURA? Qual o entrave?, qual a dificuldade? Apetece
pedir: respeitem a nossa inteligência. Isso acontece tal como já acontece
noutras situações - por exemplo no PT2030 e na Presidência Europeia
em curso. Como diria o povo, perguntando: «esta-lhes na massa do sangue?». Dito doutra forma:
será da sua natureza?
Por outro lado, o pedido com que o Senhor Primeiro
Ministro termina a sua Carta Aberta - «Espero que este rápido esclarecimento
ajude ao debate público que está em curso e estimule a apresentação de
contributos concretos até ao próximo dia 1» - é verdadeiramente
paradigmática e revela formas de governação e faz lembrar a
célebre frase:«Qualquer
cliente pode comprar o carro da cor que quiser, desde que seja preto».Transpondo para o que aqui nos ocupa: vá lá!,
deixem-se de coisas e façam umas propostas concretas. Algumas havemos de
acolher...Valorizem estes formalismos! Mas o que é que os interessados poderão
dizer que já não tenham dito? Alto lá, adiantarão, mas não o fizeram pela
Consulta LEX. - (veja imagem inicial). Isto parece uma variante do Orçamento
Participativo ... E, são V.Exªas que o dizem, não resultou ... Nem pode resultar. As populações
não se podem substituir aos serviços e aos técnicos das Administraçoes,
nomeadamente do «Ministério da Cultura». E uma coisa são «projetos concretos»
avulsos, e outra uma ESTRATÉGIA transformada NUM PLANO
PLURIANUAL que acolhe programas/projetos regulares e de emergência ...
Este é o «ponto», Senhor Primeiro Ministro, como V.Ex.ª sabe... Então, por que
não faz? Talvez porque no entender do Senhor Primeiro Ministro, face a tantos
problemas, a cultura pode ser deixada para segundo plano, porque sempre se vai
resolvendo com mais carta, menos carta, aberta ... E com mais umas verbas que afinal temos e diziamos que não tinhamos.
Senhor Primeiro Ministro, salvo melhor opinião,
esta até poderia ser uma boa ocasião para criar o tal EIXO CULTURA -
eventualmente foi isso que os subscritores da CARTA ABERTA intuiram. E há que
não esquecer a «sabedoria das multidões». E olhando à volta, diga Senhor
Primeiro Ministro se não para isso que tudo nos empura. Ilustrando:
Veja aqui
Veja o post anterior:A CULTURAL DEAL FOR EUROPE |«an umbrella strategy for reviving and reimagining Europe through culture»
Senhor Primeiro Ministro, lembra-se do
impacto do PROGRAMA OPERACIONAL «CULTURA»? (certo, ainda não se fizeram os
balanços devidos - porque os últimos anos foi de pior a pior na cultura ... e
se estivessem feitos é bem provável que não tivessemos chegado à designada Rede
de Teatros e Cineteatros) . Então, qual o impedimento para um EIXO CULTURA? Ah,
que falta de ambição! Que falta de élan. Que falta de sonho. E sem isso o que
temos? FOME DE TUDO. E atiram-nos com Cartas Abertas e Consultas Públicas por
«meia dúzia de dias», em vez de verem, lerem, e ouvirem o ESPAÇO PÚBLICO. Senhor
Primeiro Ministro, à falta de serviços, e dada a urgência, uma sugestão a partir deste blogue (entenda-o
como um contributo): crie um GRUPO DE TRABALHO para que lhe faça um apanhado
dos contributos que «todos os dias» surgem ( Pro Bono) para as transformações
necessárias na Cultura e nas Artes. Nomeadamente dos atuais subscritores da
Carta Aberta, e de anteriores, e de outros que não assinam cartas, nem
respondem a Consultas Públicas ... Que os Deuses das Pequenas Coisas e das
Grandes Coisas nos ajudem!
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... talvez
continue