quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O GOVERNO E O APARELHO ESTATAL DO NOSSO DESCONTENTAMENTO | Lembram-se dos «repescados»?| e do «aberto a repensar o modelo?» | DESCUBRAMOS AS DIFERENÇAS ENTRE O PASSADO E O PRESENTE DE GOVERNOS PS NA ESFERA DOS CONCURSOS ATRAVÉS DA DGARTES

 
O «Protesto Pelas Artes» que se seguiu à saída dos resultados do concurso conhecidos por SUSTENTADOS não tem a atenção inicial da comunicação social o que é normal. Os «casos» «casinhos» e «casões» do Governo ocupam as manchetes, e na cultura  o TRANSFAKE NO TEATRO SÃO LUIZ  em Lisboa é que veio para as noticias e opiniões. E os PROFESSORES de momento captam as atenções.  Por outro lado, o «SETOR» é um setor frágil e exausto e aqueles que não foram excluídos   das AJUDAS (e a palavra é acertada porque o ESTADO assumidamente apoia e não garante) respiram fundo, desta ficaram a salvo, e vão trabalhar ... No meio de tudo talvez queiram mostrar (têm sempre de estar a provar) que merecem fazer parte dos ELEITOS beneficiados, e os seus Públicos,  como dizer, ficam agradecidos. Manter solidariedade e cumplicidade com expressão pública tem de procurar outros caminhos. Necessariamente, espera-se que Partidos, Sindicatos, Movimentos, ... continuem a fazer o que lhes compete, na «sombra», mas há que manter o PROBLEMA vivo junto das populações. E o problema, por mais voltas que se deem, é SERVIÇO PÚBLICO. É MINISTÉRIO E MINISTRO DA CULTURA. É o GOVERNO no seu todo. E não faltam razões para notícias, comentários, perguntas, reflexões de fundo, que sustentem isso mesmo. É nesta leitura, que se adianta o que se segue: onde se compara  PASSADO e PRESENTE face a problema idêntico, que permite ver reações iguais e diferentes sendo que o PS é em ambas as ocasiões GOVERNO que disse, em tempos, que era um «governo de cultura» - imagine-se se não fosse ... Que disse recentemente que cada Ministro responde publicamente por aquilo com o que o Governo no seu todo está de acordo - são uma Equipa, proclamaram.  Ainda assim, custa acreditar que todos os Ministros subscrevam o que o Ministro da Cultura vem dizendo, e como o diz. Transmite, desde logo, uma arrogância, mas também desconhecimento, que evidenciam que não transporta consigo uma relação frequente com as dimensões do setor que estão em causa. Mas vamos então a pedaços do passado e do presente perante RESULTADOS DE CONCURSOS ATRAVÉS DA DGARTES.


P A S S A D O


 


«O teatro irá receber a principal fatia do reforço de dois milhões de euros atribuído ao apoio às artes em 2018. O ministro da Cultura anunciou esta segunda-feira à noite no telejornal da RTP1 que o sector do teatro receberá 45 por cento (900 mil euros), cabendo 23 por cento aos cruzamentos disciplinares, outro tanto à música e ainda nove por cento às artes visuais. Luís Filipe Castro Mendes garantiu ainda que o Ministério da Cultura (MC) "não deixará cair estruturas que, quer pela sua história, pelo seu passado, quer pela actividade que têm hoje e pela renovação que têm sabido fazer, merecem apoio”.

O ministro respondia assim à contestação com que tem sido recebidos os resultados dos concursos da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), em particular no sector do teatro, ao mesmo tempo que o seu gabinete adiava para o dia seguinte um comunicado no qual deverá esclarecer mais detalhadamente em que moldes irão ser distribuídos os referidos dois milhões de euros.

Castro Mendes afirmou mesmo que o MC e a Secretaria de Estado da Cultura estavam “abertos a repensar o modelo” e, num recado para o Porto, onde Rui Moreira se reúne esta terça-feira de manhã com os agentes culturais da cidade num clima de assumida contestação aos resultados dos concursos, realçou a relevância do Porto e assegurou que “nada é mais importante do que a regionalização”».

P R E S E N T E

 

Público - 19JAN2023

 

 
 
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Do que atrás se mostra, cada um  tire as suas conclusões,nós aqui,
concentramo-nos apenas nisto: 
 
- No «tom» dos Ministros. O atual, como se pode ver, atreve-se a argumentar que os que não foram apoiados já não o vinham a ser ... Mas que argumento é este? E na hora até foi desmentido.
 
- Insiste, o atual Ministro, por conseguinte o Governo, em dizer que o «envelope financeiro foi reforçado», sem nos dizer exatamente como elegeu  o ponto de partida e a razão (sugerimos que se vá a 2009) , e qual o ideal. Senhor Ministro, sim, houve quem tivesse aumento significativo, mas ainda assim é pouco. Deste modo não há a transformação necessária. Mostre-nos com estudos que estamos enganados.
 
- O grande desígnio do Senhor Ministro é «preservar essa ideia de concurso». Ó deuses!, concursos para quê? Os concursos são um meio. Que nos diz às alternativas? 
 
- Não deixa de ser curioso, que o Ministro em 2018, e o atual, estão abertos em alterar o modelo dos concursos. Bom, GOVERNO, tal não aconteceu - houve «buchas» -, mas ainda não perceberam que é o PARADIGMA que está em causa! Os «concursos» em exclusivo são MODELO ESGOTADO.
 
- Por último, no passado, RESPEITO  pelos que, cada um «ao seu jeito», garantiram, na circunstância o Teatro que tivemos. Agora nem isso - o Ministro tem empatia -, mais parecendo enfado perante «subsidiodependentes». Em determinado momento o Governante assume, ou vai nessa direção, que de certeza vai ser o ministro mais contestado mas que isso não o assusta...
 


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