sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

PORTO | TNSJ | «Finisterra» | CINCO ESPECTÁCULOS DE MATRIZ CLÁSSICA VINDOS DE TEATROS DA EUROPA | E APROVEITEMOS PARA FALAR DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

 

«O terreno comum das cinco coproduções de Finisterra é a tragédia grega, atrelado ao conceito de katastrophé — a destruição, a ruína, o abismo, mas também a capacidade de transformação e renovação. Os dramaturgos e encenadores envolvidos servem-se da mitologia grega como pavimento para repensar ideias de justiça, amor, verdade, igualdade de género, sacrifício, memória, conhecimento, solidariedade, forjando nestas releituras as suas próprias identidades, inquietudes, micro-universos».

O que acabamos de registar  é a FINISTERRA que nos chegou através de um e-mail do Público. Entretanto já tínhamos sido alertados pela divulgação do próprio TNSJ. Assim: 

 

 

Além da programação,  lá devidamente sequenciada, o que nos diz o  TNSJ:

«Não é o fim nem o princípio do mundo. Finisterra é o ponto culminante de um projeto – Catastrophe – desenvolvido em conjunto por doze teatros europeus e de que resultaram cinco espetáculos. É o momento em que estes espetáculos – depois de estreados nos seus países de origem – são sequencialmente apresentados nos palcos do Teatro Nacional São João. Finisterra não é um festival, um supermercado de acontecimentos teatrais avulsos. É uma mostra da necessidade de trabalhar de modo colaborativo – cada produção resulta da parceria de dois ou mais teatros – sem recear os atritos da diferença. De partir de uma herança comum – a matriz clássica da tragédia e a ideia de catástrofe (a destruição, a ruína, sim, mas também a mudança, a renovação) – para alargar o território das nossas interrogações. Depois do PoNTI 2004/XIII Festival da União dos Teatros da Europa, Finisterra é o lugar onde a UTE, rede que o TNSJ integra desde 2003, retoma o contacto com os públicos do Porto. Não é o fim, é um reencontro».

 

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Desde logo, face à programação haverá quem neste  momento tenha «inveja boa» dos que moram no Porto e arredores. É por isso que é importante haver teatro o mais perto possível das populações. E que haja itinerância: mas nem todos os espetáculos foram feitos para isso; é uma atividade cara; e a criação desenvolvida nos territórios é que contribui de forma decisiva para o desenvolvimento; e deve também apostar-se que venha às grandes metrópoles o que é produzido fora delas.

E perante esta aposta nos clássicos, a pergunta que não pode deixar de ser feita: quem no nosso País tem obrigação de os levar à cena? Começando pelos nossos clássicos. Não é uma exigência extravagante, veja-se o que acontece nos outros países. E podemos ficar pela Europa a  que pertencemos.

Ah, bem se sabe que às vezes nos deixamos levar pelo som da escrita, mas por aqui não temos nada contra FESTIVAIS. E bem vistas as coisas nem contra supermercados ...Vem isto a propósito disto:«Finisterra não é um festival, um supermercado de acontecimentos teatrais avulsos».  Está bem, pode ficar como «graça» a que não se resistiu. Contudo, no nosso País haverá quem só possa esperar pelo «avulso». E aproveitando o momento - do Protesto Pelas Artes -  não é a isso que nos levam as políticas públicas que temos ?

 

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