sexta-feira, 1 de agosto de 2025

«ACREDITO QUE É DESTA!» | DIZ O SENHOR MINISTRO ADJUNTO E DA REFORMA DO ESTADO | Ó Senhor Governante, com o devido respeito, lembramos que as intervenções gestionárias são permanentes, continuadas e sistemáticas ... | OU SEJA , A EXPRESSÃO NÃO NOS PARECE TECNICAMENTE AJUSTADA NEM MOBILIZADORA | E PARA NOVO IMPULSO FALTA-LHE «BELEZA« ...

 

 
Há dias assim, ontem, até começar o jogo Sporting - Benfica a que pretendíamos assistir na RTP 1 nada sabíamos sobre a Reunião do Conselho de Ministros do dia, mas numa de zapping verificamos que durante o jogo ia haver uma entrevista na SIC noticias  com o Ministro Adjunto e da Reforma do Estado sobre as decisões tomadas.  O assunto interessa-nos, e lá fomos  mudando de canal até ficarmos ali a ver e ouvir o Senhor Governante. Não assistimos ao GOLO! À medida que a entrevista avançava alguma irritação ia crescendo... Mas estamos em agosto, com um calor incompatível com as condições habitacionais de muitos dos  felizardos que têm habitação ... e o que íamos ouvindo em nada contribuía  para o prazer que se busca «no verão» - no tempo dito de férias. O que não será o caso para muitos. Não há dinheiro para isso, mas tentando ter um tempo diferente talvez seja avisado «não ouvir os políticos», digamos, de turno. Ou deixar reações lá para setembro... Mas não resistimos  e não se pode ignorar o que o Governo nos diz a 31 de julho de 2025. Sem prejuízo  de se voltar à matéria mais tarde, articulando-se com o que se vem dizendo desde sempre. Assim, algumas reações soltas, afinal em linha com a lógica do(s) Governante(s) - nada de nos apresentarem um DOCUMENTO ORIENTADOR GLOBAL E INTEGRADO, e isto é inaceitável, não podendo deixar de se criticar o que nos é disponibilizado. Mas o que é aquilo!, volta Paulo Portas estás perdoado  (bom é melhor não dar ideias)...:
 
  • Desde logo, o Senhor Ministro mostrava-se muito confortável no espaço televisivo captando-se uma familiaridade entre os ali intervenientes o que para o espetador   à partida pode ser  útil. Mas foi-se detetando  que a jornalista ia percebendo, ou alguém lhe  soprava ao ouvido, que era preciso mais mas a nosso ver não chegou lá... Pensamos que é  visível no âmbito da comunicação social  défices sobre como tratar o que aqui está em causa que verdadeiramente não sabemos o que é ... Onde estão os «especialistas»? Que escolas e cursos ouvir? Que Ordens Profissionais temos ou devíamos ter que não podem/podiam ser ignoradas? Claro, as Administrações têm de ouvir os CIDADÃOS, as EMPRESAS, e as demais ORGANIZAÇÕES. Com método, obviamente, o próprio das ADMINISTRAÇÕES ABERTAS. Na circunstância o que aconteceu ?  

  •  De facto, na entrevista vem ao de cima algo fundamental de que nada nos dizem: a questão dos CONCEITOS, dos MODELOS DE TRABALHO, dos AUTORES QUE SE SEGUEM, da LITERATURA DE REFERÊNCIA, das BOAS PRÁTICAS ELEITAS PARA BENCHMARKING ... E algo que arrepia, FALTA MEMÓRIA SOBRE COMO SE CONSTRUIRAM AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS - CENTRAL E LOCAL - DEMOCRÁTICAS. E se moldou o ESTADO. Ou seja o que se edificou com o 25 de abril. Senhor Ministro as transformações devem-nos orgulhar. Homens e mulheres de todos os Partidos - governantes, dirigentes dos diversos níveis, técnicos, e demais trabalhadores ... - fizeram a «mudança original». E por aproximações sucessivas (até nos parece que é o que quer desenvolver eventualmente sem domínio das técnicas subjacentes). Muitos e muitas já não estão entre nós. Mas merecem ser recordadas/os. Merecem o nosso reconhecimento e respeito. Estamos em crer que há gente do seu Partido que não se revê no que está a fazer, no modo com que está a atuar,  até porque dá ideia que não é uma questão de estilo ...
 
  • E sim, ao longo dos 50 anos de abril   houve muito de que não nos podemos orgulhar, foi-se escangalhando o Aparelho Estatal: extinções e fusões cegas; reformas antecipadas sem transferirem o conhecimento; políticos com desejo de apresentarem serviço a criarem estruturas ao lado; confusão entre o que é dos «gabinetes» e dos «serviços»; concursos faz de conta - ai! aqueles em regime de substituição; o movimento perpétuo de estar sempre a começar do zero; a falta de memória organizada; e apregoa-se sem fundamento cientifico, aliás,  com a realidade a mostrar o contrário,  que o Estado tem de ser governado como uma Empresa ... Mas ao mesmo tempo, depois de se ter introduzido A GESTÃO (a GESTÃO PÚBLICA necessariamente), nas ADMINISTRAÇÕES, a GESTÃO LEGALISTA a retornar, nada acontece que não passe por um diploma - tipo «manuais» ..., e assim sendo «escolas de gestão pública», para que vos quero?  E de quem é a responsabilidade, de quem é? 
 
  •  Senhor Ministro, pare um pouco, para nos dizer se a seu ver, e mais importante de todo o Governo,   REFORMA DO ESTADO e REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO é a mesma coisa. Em termos operacionais, se PROCEDIMENTO e PROCESSO na esfera da Gestão Pública tecnicamente não tem diferenças. Quem sabe, ao jeito dos tempos, e atendendo a que não haverá espaço temporal para ler o que se devia  estudar, e frequentar os cursos (do nosso ponto de vista a (re)criar na esfera da GESTÃO ESTRATÉGICA e da GESTÃO OPERACIONAL agora tendo em conta a GOVERNANÇA do PARADIGMA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVL ) fazer pelo menos um «glossário» ... 
 
  • Reparamos em expressões (ou serão apenas termos, quem sabe não mais que palavras) que o Senhor Ministro utilizou e ornamentou a sua narrativa, que até nos levaram a esboçar um sorriso. Comecemos pelo NOVO IMPULSO, saberá o Senhor Governante que já foi elemento  organizador de um outro Partido?  E até recordamos titulo de artigo a propósito «UM NOVO IMPULSO, NA DIREÇÃO CERTA». (Não temos tempo para ir procurar), mas parece que o problema e pelo que já se ouviu hoje nas reações ao anunciado a questão é mesmo essa «a direção».  Depois aquela de ir concebendo à medida que vão pensando a coisa de que nos irão informando a conta gotas - e quem é que vai atuar?, os novos dirigentes, ou vai haver uma Equipa para isso? - fez-nos lembrar, mas faltando-lhe a grandeza e poesia, o verso «O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO», podemos dizer farol de muitos e muitas ... Por acaso também reparámos na introdução da «AGÊNCIA», e desconfiados que estamos talvez traga «água no bico» - será que à «socapa» são passos para privatizações da Administração? Ou será que devíamos dizer Estado?

  • Não sigamos nesta sequência, fica para «depois das férias» . Estamos mais apaziguados ... 
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