Eventualmente, injusta para outros, não referidos, possivelmente não vistos, e que passaram pelo TNDM, e ainda para muitos que aqui e agora pelo País estão a fazer bom Teatro, porventura também desconhecidos, mas certeira, no essencial, a crónica de Jorge Calado do último Expresso:
GUERRA AO TEATRO
Entre o teatro e a ópera não cabe um alfinete nem uma folha de papel. Em moço, não perdia um espetáculo de teatro em Lisboa — bom e mau —, do Teatro Estúdio da Luzia ao Moderno no Império, ao Ribeirinho no Trindade, ao francês no São Luiz ou à Maria Barroso na "Antígona". E, claro, os altos (muito altos!) e baixos (transigentes) do Nacional da Dona Amélia.
Depois, outra vez estudante em Inglaterra, percebi o que era um verdadeiro teatro nacional (isto é, internacional). Vi Olivier na "Dança da Morte" (Strindberg), Gielgud no "Édipo" (Séneca, encenado por Brook), Richardson no Borkman (e no Firs do "Cerejal"). E não perdia nada do triângulo Osborne-Pinter-Wesker.
Dos últimos 37 anos do Teatro Nacional D. Maria II, pouco ou nada me lembro — sei que algo passou pelo Rossio, recordo os consulados (demasiado breves) de Pais/Lagarto, e o resto esvai-se no esgoto da memória.
Ah, vi a Batarda fazer-se mulher na "Berenice"! Até que chegou Diogo Infante e trouxe o público de volta ao D. Maria II. Nos últimos três anos fui mais vezes ao Nacional do que nos 30 anos anteriores. Como programador, produtor, ator e encenador, não tem rival (na escolha de peças, companhias e elencos). Agora — pasme-se! —, um secretário de Estado pô-lo na rua. Não por falta de rigor e disciplina orçamental, mas por Infante ser realista e honesto. Há limites abaixo dos quais não se pode descer, se querem continuar a chamar àquilo teatro nacional. Mas esta gente da política só se preocupa com a fachada. Vale-nos, sim, a Cornucópia — um verdadeiro teatro nacional. Os secretários de Estado da Cultura que nos caem em cima são dispensáveis; Diogo Infante não.
POR Jorge Calado
Entre o teatro e a ópera não cabe um alfinete nem uma folha de papel. Em moço, não perdia um espetáculo de teatro em Lisboa — bom e mau —, do Teatro Estúdio da Luzia ao Moderno no Império, ao Ribeirinho no Trindade, ao francês no São Luiz ou à Maria Barroso na "Antígona". E, claro, os altos (muito altos!) e baixos (transigentes) do Nacional da Dona Amélia.
Depois, outra vez estudante em Inglaterra, percebi o que era um verdadeiro teatro nacional (isto é, internacional). Vi Olivier na "Dança da Morte" (Strindberg), Gielgud no "Édipo" (Séneca, encenado por Brook), Richardson no Borkman (e no Firs do "Cerejal"). E não perdia nada do triângulo Osborne-Pinter-Wesker.
Dos últimos 37 anos do Teatro Nacional D. Maria II, pouco ou nada me lembro — sei que algo passou pelo Rossio, recordo os consulados (demasiado breves) de Pais/Lagarto, e o resto esvai-se no esgoto da memória.
Ah, vi a Batarda fazer-se mulher na "Berenice"! Até que chegou Diogo Infante e trouxe o público de volta ao D. Maria II. Nos últimos três anos fui mais vezes ao Nacional do que nos 30 anos anteriores. Como programador, produtor, ator e encenador, não tem rival (na escolha de peças, companhias e elencos). Agora — pasme-se! —, um secretário de Estado pô-lo na rua. Não por falta de rigor e disciplina orçamental, mas por Infante ser realista e honesto. Há limites abaixo dos quais não se pode descer, se querem continuar a chamar àquilo teatro nacional. Mas esta gente da política só se preocupa com a fachada. Vale-nos, sim, a Cornucópia — um verdadeiro teatro nacional. Os secretários de Estado da Cultura que nos caem em cima são dispensáveis; Diogo Infante não.
POR Jorge Calado
Em particular, aqui no Elitário Para Todos, como já o temos escrito, também dizemos que a Cornucópia é um verdadeiro Teatro Nacional.
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