sábado, 26 de outubro de 2013

OE 2014 | CULTURA | A banalidade da desgraça | BOCADO 1

 
 

O Orçamento de Estado devia ser acessível a qualquer português.  Ou seja, devia ser entendido por todos aqueles que estivessem interessados em o conhecer. Assim teríamos TRANSPARÊNCIA. Mas perca as ilusões se é que as tinha e, na circunstância, para a cultura. Para já, como alguns saberão, está diluida no capitulo Governação e Cultura. E, no designado RELATÓRIO, lá temos o espaço da cultura que combinado com o que se vai pescando nos diversos mapas só pode levar a uma conclusão: a desgraça em todo o seu esplendor. Talvez melhor: a banalidade da desgraça. Como é possível que seja aquilo que existe para a cultura ! E 1% para a cultura ? devem pensar que isso não tem qualqer lógica. Mas tem, mas tem ... Ao que chegámos !
 
Não  há  respostas  às perguntas básicas que qualquer cidadão poderia fazer, do género: a cinemateca vai ter os seus problemas resolvidos ?;  os apoios às artes vão ter medidas de excepção para se retificar o que aconteceu em 2013?;  o cinema quando é que  vai ter os seus concursos?; os museus vão poder pagar  as suas despesas básicas? ; como se vão articular os fundos comunitários com os recursos financeiros orçamentados ? etc.etc ... Como o OE está feito para não se perceber, vamos olhar para o que existe aos BOCADOS. Comecemos pelo da imagem  - o Bocado 1.
 
Daquela amálgama, escolhemos para atenção particular o significado que será dado a melhorar a qualificação individual e social dos Portugueses e como é que isso vai ser medido.
 
E é delicioso ver a cultura como recurso, setor, área, capital, ... E pensa-se que todos gostariamos de saber à partida  o que são, e quais são, aqueles parâmetros e medidas, e como é que se articulam.   E, claro, queremos entender como se vai expressar o Retorno cultural, social e económico. Doutra forma, isto não passará de um primeiro esboço de uma redação que não vamos qualificar.
 
Por último, alguém percebe aquilo de consolidação em contexto de restrição;   mas também se tem  desenvolvimento - será também em contexto de restrição ?
 E qual será a diferença entre contexto e quadro?  Mas o que de todo não se consegue atingir é o conteúdo do «quadro  PORTUGAL 2020 e de diversas perspetivas de articulação» . A primeira parte terá a ver com os fundos comunitários - mas alguém sabe como  é que a cultura está considerada ? - , quanto à segunda não chegamos lá ...
 
Uma sugestão aos senhores deputados: peçam para que este bocado seja escrito em português que se entenda e onde os termos técnicos sejam usados com propriedade. Com os diabos !  sempre estamos  num documento nacional, que tem a  ver com todos nós enquanto comunidade,  que devia caracterizar-se pela exemplaridade. E na cultura, então ... E este bocado terá a ver com a visão  que a todos mobilizaria .  Mas se calhar é de propósito, é para ninguém perceber nada, e dá para tudo!
 
Aqui o Relatório completo.

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