Já deu para entender que para muitos, cá pela Europa, «tudo é CULTURA». E desta forma arrumam discussões sérias, nomeadamente sobre o SERVIÇO PÚBLICO EM CULTURA. Mas também, bem vistas as coisas, nem sequer favorecem o discurso na perspectiva da indústria, ela mesma, ao quererem meter tudo num grande caldeirão. Voltamos a pensar nisto ao vermos no site da Americans for the Arts (renovado) esta definição:
«Defining the Creative Industries
We have taken a conservative approach to defining the Creative Industries by focusing solely on businesses involved in the production or distribution of the arts. For the purposes of this study, the Creative Industries are composed of arts-centric businesses that range from nonprofit museums, symphonies, and theaters to for-profit film, architecture, and advertising companies. We have guarded against overstatement of the sector by excluding industries such as computer programming and scientific research—both creative, but not focused on the arts».
Ilustração:
Organization Type
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8-Digit SIC Code
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Arts Council
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86999902
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Government Agency (e.g., Department of Cultural Affairs) (same SIC code as Arts Council)
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86999902
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Museum
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84129902
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Arts or Science Center
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84120102
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Art Gallery, non-commercial
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84120101
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Art School, non-commercial
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82990101
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Symphony Orchestra
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79290111
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Summer Theater
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79220306
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Opera Company
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79220303
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Theatrical Company
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79220300
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Performing Arts Center Production
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79220203
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Community Theater Production
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79220202
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Ballet Production
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79220201
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Dance Studios, Schools, and Halls
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79110000
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Theater Building, ownership and operation
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65120302
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Pois é, gosto daquela abordagem «com fins lucrativos»/«sem fins lucrativos», «comercial/não comercial», «estatal/mercado». Separar águas é preciso, e possível. Mesmo que não propusesse as escolhas feitas. E revejo-me em estudos em que todos participam, e que se inserem em processos que querem levar à disponibilização de informação em tempo real e online. Há que democratizar o acesso aos dados e à informação porque sem isso o conhecimento fica distante. Individual e coletivo. E por esta via a criatividade e a inovação serão apropriadas apenas por alguns. E isto contraria o desenvolvimento, e torna as sociedades mais desiguais.
Em sintese, a obscuridade atravessa o setor das artes e da cultura em muitos espaços do velho continente: estudos muito complexos, pontuais, para especialistas e académicos, distantes dos que deviam ser os seus primeiros destinatários. Quando acabam já estão desatualizadaos, e não resistem a comparações das mais elementares.
E talvez este até pudesse ser tema para a Campanha Eleitoral em curso.
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