A notícia chega-nos via Observador (os destaques são nossos) :
«A última apresentação de Hamlet, na noite de sábado, no Teatro da Cornucópia, em Lisboa, revelou-se uma surpresa para os espectadores: Luís Miguel Cintra anunciou o final da sua carreira. No fim do espectáculo, o encenador entrou em cena e fez o anúncio: nunca mais voltaria a pisar aquele palco devido a problemas de saúde. Na mensagem, o encenador lembrou os 42 anos do Teatro da Cornucópia, e os atores que por lá passaram.
Sobre o futuro do teatro que fundou em 1973, e do qual é director desde essa data, Luís Miguel Cintra não adiantou muito: um futuro incerto devido aos problemas financeiros do grupo. Entre os espectadores, ouviam-no José Pinto Ribeiro, o ex-ministro da Cultura de José Sócrates, que antecedeu Gabriela Canavilhas, Augusto Santos Silva, também ex-ministro da Educação e da Cultura, no governo de António Guterres, e o ator Nuno Lopes». Continue a ler.
E fica-se meio sem jeito, sem saber como reagir. Mas de imediato um grande respeito pela decisão. Depois, a lembrança de momentos únicos que nos foram propiciados por aquele Palco da Cornucópia. Com «outros palcos», mostrou-nos o que Mário Barradas - admirador de Luís Miguel Cintra - dizia, e que foi fixado pelo encenador José Peixoto (ver coluna à direita deste blogue): «fazer Teatro era uma profissão muito digna e não uma alegre fantochada». E agora? Já há muito que pensamos que se devia perguntar a Luís Miguel Cintra o que quer fazer. O que pode fazer. Em seguida dar-lhe condições para que aconteça. Ele é um dos nossos maiores! Não terá, por exemplo, sido isso que o Prémio Pessoa que lhe foi atribuído também disse? E aqui temos situação extraordinária, que pede decisão extraordinária.
Entretanto, conforme escrevemos aqui, será que ainda podemos ver Luís Miguel Cintra no Palco - noutro palco, no Teatro Municipal Joaquim Benite - com Hamlet de que fala no vídeo acima?
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