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A saída da ARCA da SECA foi a gota de água para António Pedro Vasconcelos, que, em conversa com o Expresso, afirma que o ICA escolheu ter como interlocutor apenas uma associação de realizadores, a ARP. "As duas associações têm visões completamente diferentes sobre o que deve ser a intervenção pública do cinema em Portugal".
Vasconcelos diz que "é um erro dividir-se o cinema português em cinema de autor e cinema comercial e favorecer-se o dito cinema de autor que é o que não tem público", aliás, continua, "tem mais estrelas nos jornais do que público em sala". Essa dicotomia, acredita o realizador, tem favorecido a estagnação do cinema português. "A SECA não pode privilegiar uma associação sob o pretexto de que tem mais associados, coisa que nem foi verificada."
O problema, diz António Pedro, tinha de ser encarado com seriedade. "É abusivo e arbitrário estar a excluir uma dessas tendências do cinema." Este Governo, acusa o realizador, está a "contrariar o que António Costa prometeu, que o Governo não teria uma política do gosto". Em vez disso, continua, "tem um ministro da Cultura completamente ausente, que se deixa manipular em relação a ideias que ele não tem".
"Todas as alterações legislativas feitas agora beneficiaram a tendência do cinema de autor, a ponto de terem entregado a cinco jurados o poder discriminatório de decidir quem é que filma."
Vista como um ato de desconsideração, a "expulsão" da ARCA da SECA é ainda "uma fuga às responsabilidades". Por isso, diz Vasconcelos, a "minha saída é um alerta"». Leia mais.
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