«CINEMAS SILENCIOSOS EM PORTUGAL
Apesar do meritório trabalho pioneiro de Manuel Felix Ribeiro, António Horta e Costa ou Fernando Duarte, e dos trabalhos mais recentes publicados por António Ferreira, José de Matos-Cruz ou Tiago Baptista, o período do cinema silencioso (1895-1930) é um dos menos estudados na história do cinema em Portugal. O distanciamento cronológico, a dificuldade crónica no acesso às fontes, ou mesmo o seu desaparecimento, tem sido os principais obstáculos a uma prática historiográfica mais regular e abrangente sobre o período, geralmente muito centrada na narrativa expositiva sobre a estilística dos filmes e dos seus autores (nomeadamente os realizadores), o que desvaloriza ou ignora aspectos contextuais como a economia ou o quadro sócio-cultural.
O objetivo deste número especial é oferecer uma actualização sobre os estudos relacionados com essas primeiras três décadas do cinema em Portugal e, simultaneamente, lançar novas pistas para o estudo de assuntos e objetos menos valorizados ou até mesmo ignorados na prática historiográfica em torno do cinema em Portugal, nomeadamente:
- Espaços de exibição cinematográfica no tempo do cinema silencioso;
- Experiências singulares de sonorização na exibição (por exemplo, as fitas faladas, acompanhamento musical);
- Modelos de produção no cinema silencioso;
- O cinema silencioso na imprensa portuguesa (por exemplo, o surgimento de revistas especializadas e a divulgação comercial na imprensa não especializada);
- A recepção crítica na transição do silencioso para o sonoro;
- As mulheres no cinema silencioso português;
- Contributos estrangeiros para o cinema silencioso português (por exemplo, realizadores como Maurice Mariaud);
- A distribuição do cinema silencioso em Portugal;
- Restauro e digitalização do cinema silencioso em Portugal.
Aceitam-se artigos redigidos em Português, Inglês, Espanhol e Francês. (...)».
****************
Chamada de trabalhos aberta
de 17 de janeiro a 30 de abril de 2022.
Sem comentários:
Enviar um comentário